3 Semanas com a tia Alice escrita por Lucy


Capítulo 7
Capitulo 6 - Conversa agradável




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No apartamento de Jasper já se vivia uma brincadeira impossivel, os mais pequenos corriam pela casa numa de brincar de toca e foge, não ligando sequer para os comentários da governanta que sempre os alertava com "cuidado meninos podem deixar alguma coisa cair e depois vão se magoar". Impossivel era contrariar um doce sorriso aqui, ou uma linda carinha de anjo ali.


Só então quando ambos subiram para os bancos da cozinha, Esther pegou a colher de pau e começou a olhar feio para eles como quem está pronta para dar uma palmada em alguém e disse:


– Querem brincar, então vão chamar o papa e vão para a rua que o dia está lindo! - e assim não foram necessárias mais palavras que já ambos corriam de novo pela sala no intuito de chegar no quarto do pobre homem que dormia depois de uma bela noite de farra.


Nina que era mais pequena que o alto da cama de casal do quarto de Jasper pediu a Tobby que a ajuda-se a subir, pois queria fazer tal como o irmão de acordar o pai com sussurros e beijos mais. Verdade é que Jasper não gostava quando alguém o acordava tão cedo ou sequer um dia após uma noite dos diabos, tendo aquele simples pensamento "se a casa cair? Deixa que caia, porque vou ficar aqui a dormir".


– Papa! - chamou Nina ao passar suas pequenas mãozinhas nos cabelos desalinhados do loiro que dormia ferrado. - Papa acorda que está na hora de a gente ir brincar! - começou ela a mexer nele o balançando leve com ajuda de Tobby que já tinha outra força.


– Oh papa toca acordar que quero ver os coelhos a saltar! - falou agora o outro filho dando palmadinhas amorosas no pai.


É certo que Jasper começou logo acordar, talvez um pouco confuso e tremendo de dores de cabeça de pesar na consciência. Ele olhou os filhos que sorriam mostrando aquele ar de anjo, e ele só queria fechar os olhos de tão pesada sentir a cabeça.


– Agora não, o papa está cansado! - resmungou ele enterrando a cabeça no travesseiro. - Vão brincar com a tia Caroline.. - puxou um lençol que Nina fez questão de puxar para fora naquela de contrariar.


– Tia Caroline saiu cedo para trabalhar, papa! - respondeu Tobby cruzando os braços sobre o peito bem aborrecido.


Como vencer essa luta com os filhos seria coisa impossivel, o loiro acabou se rendendo como um velho soldado de guerra, olhando um e o outro com pesar e se levantar a certo custo.


– Vocês dão cabe de mim. - sussurrou a ponto de que nunhum deles pudesse ter escutado e com isso começar aquele drama todo e choradeira tremenda de fazer subir pelas paredes.


Ao entrar na cozinha, Esther fez uma cara de espanto ao ver o péssimo aspecto que o patrão mostrava em seu semblante, e logo preparou um café forte de espantar qualquer bicho do sono e pousou uns comprimidos para a ressaca.


O silêncio terminou, assim que Nina com um balde de praia na mão entrou na cozinha arrastando uma prancha pelo braço. A senhora que a tudo assistia calada não conteve um riso baixo ao ver a cara de Jasper tendo na ideia que o seu dia não ia passar de casa/sofá.


– O que é isso filha? - perguntou ele como se aquilo que visse já não fosse suficientemente obvio.


– Papa, vamos para a praia! - ela pousou as mãos na cintura, elevando um pouco a cabeça a olhar para ele. - Vá, lá! - começou aquele brilho nos olhos que Jasper precisou mesmo de olhar a senhora que em tudo acenou que "sim deves aceitar".


(...)


Verdade ou mentira, ele acabou rendido aos encantos das suas crianças e pelo menos a sua dor de cabeça já estava um pouco mais ligeira quando chegaram na praia.


O vento que soprava na costa não era nem um pouco bravo como se costume na estação, na verdade havia aquela aragem bem quente que faziam qualquer um ansiar por uma bela agua fresca. Sorte mesmo era haver um bar de praia em pleno areal, onde podiam recorrer a essas bebidas refrescantes ou simplesmente disfrutar de um belo corneto.


Bastou Nina pousar um pé na areia para largar suas coisas aos pés do pai e correr até à margem para aproveitar a companhia das demais crianças que por ali brincavam divertidas criando seus castelos de areia.


Alice estava ali a brincar com a sua sobrinha na montagem daquele que seria um castelo no futuro. É claro que quando perceberam que uma menina as observava, a morena levantou logo a cabeça sorrindo carinhosa para ela.


– Olá, posso brincar com vocês? - perguntou Nina sem qualquer tipo de vergonha, pois sabia que ter esse tipo de coisa era para quem roubava, e ela na verdade só pedia companhia.


– Mas é claro! - respondeu Candice olhando a tia em seguida não tendo perguntado antes se havia problema.


Como estavam divertidas a brincar, Alice aproveitou para disfrutar um pouco mais da companhia das ondas que numa pequena corrente chegavam a seus pés os molhando de forma branda e a fazer tremelicar um pouco de trazerem de longe a temperatura fria.


Jasper que já havia conseguido montar o chapéu aproveitou para descer o areal na companhia do seu Tobby que segurava a prancha divertido na mão pronto a arrasar com uma pequena onda que lá no fundo se fazia ver.


Uma vez a molhar os pés, ele não teve como não reparar no quanto sua filha era abil a conseguir arrancar com facilidade novas amizades que no fundo talvez fosse um gene herdado de sua mãe que era detentora de uma pouse impecável.


Por outro lado, ele achava que também devia fazer uma nova amizade, e talvez aquela moça do vestido rosa claro com aspectos de verão em sua volta fosse a pessoa ideal para conhecer. Pensando assim, ele até se encheu de coragem e deu uns passos dificeis na sua direção concentrada.


A morena que em tudo apreciava a rebentação das ondas, não deixou de dar conta de que um certo homem, embora bonito e loiro se aproximava dela. Claro está que ela deixou-se ficar não dando nem um passo à frente, nem atrás.


– Está um lindo dia! - afirmou ele cruzandos os braços pouco dotados de bronze de verão perto do peito não elevando de mais os olhos a ela, para não assustar ou sequer parecer demasiado oferecido.


– Está sim... - respondeu ela virando um pouco seu rosto as duas meninas que iam e vinham buscando agua do pequeno lago que uma outra menina havia cavado, mas que em pouco tempo se esmoreciam por causa das ondas cheias de aguas e area molhada.


– É sua filha? - perguntou Jasper não tendo como não reparar no quanto ela parecia protetora com a menina perto de si.


– Não, é minha sobrinha! - voltou a responder ela baixo e com um sorriso encantador em seus lábios que o rapaz não conseguiu não sorrir também. - Embora ame muito a ideia de ser mãe. - comentou ela olhando agora com alguma certeza para ele. - Nós ainda não pensamos muito na intenção de aumentar nossa familia.


***


Rafael acabava de sair da sala de reuniões pronto para sair do bloco central e partir em rumo de volta a cidade, onde ainda esperava conseguir almoçar com a namorada a fim de compensar pela falta de aviso mais cedo. Porém, azar dos azares foi quando ele chegou proximo do carro e viu que o pneu estava vazio e sua mão elevou-se a altura da cabeça.


– Isso não pode estar acontecer! - resmungou ele dando um breve chuto na jante.


Almoço já não ia haver e por essa feita só iria ver a ela mais tarde, e com sorte bem mais cedo do que imaginava, ou assim ele queria ter certeza, ou não fosse achar um cliente chato de começar com imensas perguntas.


Como já estava chateado, tratou de pedir uma ajuda de reboque, já que não ia trocar o pneu com aquela roupa ou sequer naquele sitio, pois não era adquado e estava atrasado só a pensar no quanto ainda tinha para fazer, comer e escrever.


2 horas mais tarde e finalmente na cidade, conseguiu respirar um pouco de alivio, embora ao entrar no elevador da empresa escutasse comentários de suas secretárias sobre seu estado. Ao sair do elevador já no piso correspondente ao que ia ter uma nova reunião, foi automaticamente esbarrado por Maria.


– Nem penses que vais entrar naquela sala ali com aquele cliente nesse estado! - apontou o dedo a ele o empurrando até aos lavadores.


– Mas Maria qual estado, eu nem sequer estou sujo! - protestou ele um pouco até se olhar no espelho e abrir bem os olhos vendo seu rosto tomate. - Que horror! - gritou baixo ele.


– Agora entendes? - perguntou ela atrás dele batendo o pé no chão quase bufando. - Explica-me o que aconteceu para ver se eu entendo simplesmente o teu atraso. Cujo me deixa lembrar que já estás atrasado meia hora. - reclamou ela.


Maria era uma sócia muito responsável e pouco tolerava a falta de profissionalismo, muito mais sendo do próprio sócio, que em tudo devia ser quem dava o exemplo para muitos dos seus trabalhadores.


– Eu fui a reunião com a tal empresa e foi um sucesso, porém quando cheguei ao carro, digamos que precisei de pedir um reboque, porque o pneu estava vazio que no final de contas descobri depois que estava furado e na consequência disso demorei imenso tempo, que nem comi. - explicou ele quase sem respirar pausando apenas no fim.


– Espero que ainda tenhas folego para a essa reunião que, infelizmente não irei estar presente porque tenho um assunto pendente para resolver. - e sem mais demoras virou as costas segurando a porta quando este mesmo voltou a falar.


– Vais mesmo deixar sozinho com os liões? - questionou esbaforido enquanto se desencostava da pia dando um ultimo aperto na gravata.


– Qual é o problema? É bom nisso!


Ela saiu rindo por certo e Rafael só respirou fundo dizendo para si mesmo em pensamento "Pois é! Quem precisa de uma mulher dessas quando pode ser um rei domando tudo". De cabeça erguida saiu dos lavadores entrando em pouco tempo na sala de reuniões.


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