3 Semanas com a tia Alice escrita por Lucy


Capítulo 25
Capítulo 24 - Caixa de Pandora




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Era o ultimo dia que Maria passava com os filhos na sua companhia, pois no final da tarde, estaria entrega-los na casa do ex-marido e com isso teria de ter uma espera de 15 dias até ao novo fim-de-semana.


Mas como no momento estava de volta das torradas que providenciava com cuidado para o pequeno almoço das crianças, achou por bem não pensar na hora de despedida, e sim ter em conta que o tempo que restava tinha de ser aproveitado com algo mais substancial e talvez um programa em familia mais produtivo fosse uma boa ideia a seguir.


Engraçado mesmo era ver que em cima da sua secretária estava justo uns panfletos referentes a muitos desses lugares para fazer visita, tais como museus, teatro em familia, ou até mesmo a parque novo que havia sido inaugurádo na cidade de Portland.


Ao perceber que tanto Nina como Tobby já desciam as escadas em seu passo molengo, a morena pode finalmente sentar na sua cadeira e ler com mais pormenor aquele programa descrito no inverso da folha. Aquilo que lia de facto agradava e tendo em conta que os filhos precisavam tanto de divertir como de aprender, achou por bem falar sobre aquilo naquele instante.


– Queridos que vocês me dizem em irmos até Portland para aproveitar o novo parque de diversões que abriu lá? - Maria oscilou o seu olhar entre a menina que erguia a sobrancelha e o menino que de olhar pregado na torrada a elevava aos lábios dando sua mordida. - Sei que vocês adoram coisas bem interativas e lá pelo que li aqui é um sitio ótimo. - continuou o seu argumento, mas definitivamente ambos não teciam palavras e como tal a mãe já começava a ficar aborrecida. - O que se passa com vocês dois, hoje? - perguntou já não gostando daquela atitude pouco consensual.


Tobby pousa a torrada no pires do lado do leite com chocolate e olha a mãe sacudindo as mãos como se nada fosse com ele. Nina apenas sorri brincando com o biscoito que tinha aquele desenhos do Angri Birds e trincava toda a codia.


– Isto tudo é por causa da vossa avó ter aparecido aqui ontem? - desencostou da mesa com ar sério. - Não, a culpa foi minha por te-los deixado ontem com a babá porque tive uma emergência para resolver na empresa e não pudesse desse modo cumprir o dia que tinha planeado para nós, mas será que não perdoam? Podemos fazer isso hoje meus amores.


– Quero ir para casa! - disse o menino mais velho ao sair da mesa sem modos.


– Tobias! - falou mais alto que o necessário a morena ao aprender o filho por conta da falta de educação ao não pedir licença para sair da mesa. - Volta aqui, a conversa ainda não terminou. - logo deitou os olhos a menina que assustadinha já baixava os olhos ao seu leite. - Nina, meu anjo... a mãe ama muito vocês dois e sabes que o trabalho por vezes me leva a ser um pouco menos presente.


– Eu sei mama, mas o Tobby está carrancudo mesmo. - desabafou ela, como se por ventura soubesse de algo mais, desse modo esperou que a filha dissesse algo mais. - Ele gostou muito de ver a avó na sexta, mas disse que ouviu vocês duas a ter uma discussão. - Maria bufou ao perceber que ter aquele tipo de atitude na presença dos filhos nunca ia ser uma boa disciplina.


– E que mais meu amor? - tentou saber.


– Não devia estar aqui a contar, ele vai ficar muito bravo comigo e depois ai é que ele deixa de falar para mim. - debruçou mais pela mesa ao deitar um ultimo olhar ao lado da porta, ninguém estava lá. - Ontem ele desconfiou que tivesse ido encontrar com o padrasto!


A morena estava bem surpresa ao saber sobre o que o filho achava de si e que na medida do possivel acreditava que a mãe era capaz de mentir para ele. Ok, num passado igualmente prematuro, Maria havia feito suas escolhas erradas, havia usado muito a mentira como desculpa para muitas das suas falhas, mas nos dias de hoje, havia aprendido que nada se faz bem se não for certo. Isso quer dizer que reconhecia os erros e que com eles havia aprendido e que não tencionava repetir.


– Que disparate! - disse por fim a um breve silêncio. - Tive mesmo de ir na empresa, aconteceu uma situação complicada e precisei resolver, no entanto não tenho de dar satisfações ao teu irmão. - esclareceu salientando o seu poder maternal. - Agora vá, termina logo esse leite antes que fique frio e depois ninguém o bebe.


(...)


Uma meia hora mais tarde, Tobby permanecia aninhado no cimo da cama brincando no seu tablet da Apple. Encostada na porta Maria mantinha o silêncio e ao dar alguns breves passos até à cadeira azul da secretária do homem aranha, o garoto acabou mesmo rendido à presença da mãe.


– O que foi agora?


– Tobby isso não são modos de falar comigo que sou tua mãe. - chamou atenção. - Conversa comigo, tem alguma coisa que está a perturbar essa cabeçinha? - mudou de postura ao formular a questão de forma mais suave e de quem tenta por tudo ajudar a resolve-la.


– Não entendo porque não gostas da avó Roxanne! Ela é uma pessoa incrivel e gosta tanto de nós, mãe!


Ela necessitou mesmo de respirar fundo, se tivesse que mencionar o quanto havia sido infeliz ao ter de lidar com um passado complicado quanto o seu, iria magoar o filho que tinha uma visão tão adoradora daquela mulher. Por outro lado, se esse fosse o unico modo que prescendia para que o próprio filho passasse acreditar em si, então teria de manter o maior cuidado possivel com as palavras.


– Se eu te contar os reais motivos, prometes não ficar revoltado contra mim? - ele balançou a cabeça que sim.


Maria acabou por contar tudo desde o inicio ao fim, e claro haviam partes que eram escusadas de comentar tanto que ele era uma criança para entender certas e determinadas coisas dos adultos. A expressão facial dele foi mundando à medida que a história era contada, um pingo de revolta surgia na primeira ruga da testa, mas logo era suavizada.


– Agora entendo tudo, e sabes que mais? Não importa o que aconteça, irei sempre gostar de ti. - ela sorriu ao ouvir aquilo, e na verdade era a melhor coisa.


– Amo-te meu filho!


– E eu? - perguntou Nina surgindo de trás da porta criando uma gargalhada imensa.


– Também meu amor e agora vem cá que quero dar um grande abraço aos dois.


***


Que a esposa andava estranha isso era uma certeza bem clara na cabeça do Salvatore que já havia percebido uma certa instabilidade. Mesmo sendo homem, não era alheio a alguns pontos de referencia, e sendo ele casado já por uns 7 anos com a linda loira a conhecia minimamente. Tudo certo em que houvessem momentos em que a sua cabeça andasse bem mais interessada em outras mulheres mundanas por ai, ele era um homem de carne e osso e não de ferro.


Acreditava piamente em que muitos desses seus conhecidos fingissem ser os mais fortes e redentores quando no fundo eram só mais uma vasta percentagem dos fracos que caiem por tentações.


Damon ao contrário de muitos, não fingia ser esse fiel homem em 24 horas por dia, certamente que muitas das pessoas não gostavam de si por conta desse seu gene. No entanto, apenas a si importava uma opinião e que era justamente a da esposa. Se Caroline mantinha-se satisfeita com o marido que tinha, porque mudar?


Bom algumas coisas haviam acontecido durante os ultimos e tensos dias, mas não eram esses maus bocados que iam causar o seu tenso humor cair em falha, embora tomasse outras providências para suas escapatóriasmenos propicias.

– Meu amor que me dizes em irmos almoçar num restaurante na beira do mar?


A loira que havia acordado com um pouco mais indisposta que o normal, não achava que comer fosse uma boa ideia, por outro lado ao recusar poderia suscitar uma certa duvida por parte do marido.


– Hoje estava a pensar em ficar mais por aqui, mas como fazes tanta questão em sair, eu acho que podes fazer a reserva! - respondeu ela ao voltar os seus olhos ao relógio do aparelho. - Na verdade acho que já é um pouco tarde, talvez eles nem tenham mais o mesas livres. - colocou um pouco de animo naquelas ultimas palavras.


– Por acaso tive o cuidado de fazer a reserva antes. - piscou o olho orgulhoso, ela simplesmente suspirou breve. - Estarei lá em baixo aguardando por ti, até já!


Damon saiu cheio de sorrisos o que deixou uma vez mais Caroline em total desconforto. Por mais que tentasse esconder o inevitável, a uma certa hora as coisas iam acabar por se saber. Contudo, tendo a melhor das intenções em dar um filho, ela temia a reação dele.


Retendo o medo agora podia gerar discordia depois, até porque estava sempre sujeita a ser abordada de forma inocente. É óbvio que não podia continuar a pensar futuro imperfeito, quando o presente estava a ser descrito em acções. Sabendo ela que existiam muitas forças do destino a descreve a sua passagem, achava por bem que o almoço fosse simplesmente um bom passo para abordar o assunto, sem quaisquer compromissos apertados.


(...)


Instantes mais tarde, Damon bebericava o seu whisky enquanto aguardava por sua esposa naquele balcão do bar. Vastas vezes havia olhado o relógio e pensado consigo mesmo "mulheres e seus detalhes", quando ela finalmente surgiu deslumbrante em seu vestido verde, que recordava ter oferecido um dos seus aniversários. Lá de bom gosto ele entendia muito bem.


– Estás deslumbrante! - elogiou ao pegar a mão da loira e a beijar como um verdadeiro cavalheiro.


– Obrigada, Dam!


Depois de uma troca de elogios, o moreno pagou a conta da bebida e saiu de braço dado com Caroline quando já na rua ambos são abordados por um rapaz vindo de uma corrida que por incrivel que parecesse lembrava da loira.


– Olá senhorita! É bom vê-la novamente! - Damon apenas desviava o olhar do homem para ela. - Já está se sentindo melhor hoje? - ela balançou a cabeça que sim não querendo entrar em detalhes na frente do marido. O rapaz educado havia percebido bem isso e começa afastar do casal.


Por todo o caminho não houve uma unica troca de palavras sobre o assunto, talvez ele nem quisesse mencionar nada, pensava ela consigo mesma. Ao chegarem em Blowing Rock que ficava a pelo menos uns 9 quilometros de Boone Creek, Caroline podia ver do lugar do pendura as placas que indicavam "nos próximos 25 metros encontra Storie Treei Grille".


Parando o carro, o moreno apenas saiu do seu lugar e ficou agurando Caroline o acompanhar, a sua postura havia mudado drasticamente e de certo modo agora não tinha muito por onde fugir do assunto. Após serem recebidos por um garçom atencioso, o Salvatore olhou a esposa com uma atenção redobrada tendo na sua mente a faceta de um marido ciumento. Até onde sabia a loira não era dada a ter muitas conversas com homens por ai, nem que fossem um tanto mais jovens que o esposo.


Quieta e aguardando alguma das frases introdutórias dele, jovem começou por recompor o seu guardanapo no colo quando o silêncio realmente acabou quebrado.


– Caroline conhecemo-nos à bastante tempo e estamos casados. - ela concordou com um aceno de cabeça. - Quem era aquele rapaz? E que história era aquela. - respirou fundo ao ver que era a hora.


– Apenas um conhecido da rua, tinha acabado de sair do prédio senti uma tontura e ele veio me socorrer. - Damon ergue uma sobrancelha. - Foi uma simples má disposição.


– Porque não falas-te nada? - após saber aquilo, tentou tirar mais satisfações, apesar claro de ter uma certa desconfiança por algo que lhe era ocultado.


Em meio da conversa, ambos acabam por ser interrompidos por um garçom que chega com os imentas para o casal, para que desse modo pudesse ser feita uma seleção do prato a comer.


Caroline já havia perdido o apetite, e como não queria causar má empressão acabou escolhendo uma simples salada, ele acabou com um prato de marisco. Indo dar a indicação aos senhores da copa, ficavam novamente sozinhos em sua mesa, logo aquele assunto voltava.


– Queres mesmo saber? - ele acenou que sim com a mão, e como agora ganhava um excesso de coragem ia esclarece-lo. - Estou grávida, Damon! - levantou-se da mesa pronta abanona-lo ali, igualmente levantou-se ele desde logo segurando a mão dela como quem impede sua ida.


– Como é?


– É o que acabas de ouvir, se não acreditas ai o problema é todo teu! - avertiu ela fazendo força para que ele a solta-se.


Muitas das pessoas dispersas por suas mesas observavam o casal visivelmente em uma discussão, mesmo que tal não fosse levado a cabo nesse sentido, contudo, tendo em contas as circunstâncias, alguns pontos davam bastante visibilidade para isso.


– Caroline por favor, as pessoas estão a olhar! - alertou ele não gostando do modo como a mulher agia num local público.


– E dai? Eu falo que estou grávida e a tua preocupação é com as pessoas? Pensei que pudesse ter outro tipo de atitude, agora mesquinho como ages, dá entender que muitas coisas realmente devem ser verdade.


– Do que estás a falar?


Ela começou a caminhar para fora do restaurante em passo apressado, uma vez mais Damon conseguiu alcança-la de modo a bloquear o seu passo.


– Talvez o meu irmão tenha razão, e eu seja mesmo uma idiota ao achar que tu és um marido ideal e que não tens coragem para me trair. - deixou que os nervos guiassem a conversa para outros caminhos menos amigáveis.


– Olha só para o que estás a desconversar, agora dizes que a minha atitude tudo tem haver com infedelidade?


Aquela conversa mudava de rumo a cada novo minuto, e cada segundo passado ali só mais verdades eram faladas e o sentimento continuava mais ferido ainda. Era dificil aceitar que havia errado, não tarde para arreparar esse erro.


Então mesmo ali na beira da estrada acenou a um táxi, sorte mesmo era aquele ter parado no exato instante para que ela pudesse ir embora. Dali seguiu até Boone Creek.


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