3 Semanas com a tia Alice escrita por Lucy


Capítulo 24
Capitulo 23 - Pancadinhas de Amor




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Eram 9:15 da manhã hora já tocava o despertador ao som de "Best Day Of My Life" para acordar e começar o dia com uma corrida matinal. Rafael havia feito uma promessa com o próprio amigo na ultima vez e desta feita saltava da cama do lado de Alice que tranquilamente dormia seu sono cor-de-rosa e correu até ao banheiro onde tratou de fazer a barba e vestir a sua roupa de treino fisico.


Ao ir para o exterior, lembrou que estava a esquecer de levar os seus velhos aliados, tratou logo de retomar o caminho de volta ao apartamento. Mas ao abrir a porta dá de caras justo com a pequena Candice que de caneca em mãos dá uns dois passos assustada por conta daquelas figuras menos formais do tio.


– Oh bom dia pequenina! - saudou rapidamente o moreno ao alcançar a porta do quarto e ir na cabeceira buscar os phones do seu mp4. - Até logo. - e saiu a correr novamente.


Na rua Edward aguardava o colega aos saltos em seus novos ténis da nike que havia custado pelo menos uns 195€ sem exageros. Ao ver que o parceiro de actividades matinais estava atrasado ficou pela conversas com as meninas que iam e vinham também de suas corridas.


– Tu não perdes tempo! - comentou Rafael ao sair da porta do prédio.


– Estava a ver que não vinham mais oh cinderella! - brincou no jeito mais breve de fugir daquela desaprovação.


– Não venhas com essa dos contos da minha sobrinha. - alertou logo ao colocar play no cronometro e sairem em passo de corrida lenta pela marginal fora.


– Mas a tua sobrinha veio para ficar, foi?


Por todo o percurso aquele foi o maior debate da corrida e de fato não era de cedo o desagrado do jovem em ter uma criança o tempo inteiro em casa. É certo que ele adorava crianças e que não tinha nada contra o facto de Alice ser uma tia generosa, mas já começava a ter os seus próprios aborrecimentos porque parecia que tudo estava diferente.


A mulher que dizia que estava apaixonada por ele parecia bem mais distante do que uns meses atrás em que ficara tão radiante com o pedido de noivado. Hoje nem sequer especulava ter uma conversa sobre uma data para casar. Estaria ela infeliz com a relação de ambos? Ou já tinha outro parceiro em vista.


– Hey terra chama o E.T Rafael! - chamou Edward brincalhão a fazer caretas como uma verdadeira criança.


A verdade é que quem o visse a fazer aquelas figuras iria achar que estava começando a perder o juizo e que muito era algum desses utentes loucos saidos dos hospicios.


– Não sou nenhuma extraterrestre e depois está a fazer uma figura de uma crianaça de 10 anos.


– Mesmo? - o jovem Masen ainda começou a olhar para os lados confuso e realmente existiam ali algumas pessoas que os observando em risos e conversas paralelas. - O que foi? Nunca viram? Que decadência!


Aqueles dois juntos era tão bom ver como ir ao circo, nunca havia uma postura deprimente e quando o caso era sério sempre colocavam um tanto de humor para melhorar.


– Agora mudando de assunto, a Natasha já deu o ar da sua graça?


– Enviou uma mensagem para o Facebook e sabes a dizer o quê? - o amigo balançou a cabeça como um "não só tu contares". - Espera lá que eu vou até mostrar para ti, porque só visto o que ela teve a decência em dizer.


Encontrando um banco, ambos logo sentaram. Edward buscava em seu smartphone a ultima conversação com a sua mais que tudo que no fim de contas era bem o que ele imaginava.


Em meio de espera o moreno aproveitou para encostar quando o amigo decide dar um "AI ACHEI SUA MALDITA".


– Calma Ed! - tranquilizou o rapaz com ambas as mãos em gesto.


– Lê essa conversa ai.. - virou o pequeno ecrã.


Rafael levantou os olhos ao amigo com uma cara de quem vai dizer poucas e boas, mas este apenas disse que ele continuar a ler.


Ao fim de ler devolveu o olhar ao amigo e já era de esperar uma reação menos boa, contudo comentar os erros de alguém era não admitir os próprios e realmente estava quase no mesmo pé de igualdade.


– Vamos mas é correr antes que o apetite vá embora!


– Depois desta congestão de noticias ainda tens vontade de correr? - o moreno parecia até surpreso.


– Óbvio! Quanto mais focar o pensamento em coisas vitiais mais as coisas negativas vão embora, meu caro.


– Andas muito convito dessa coisa dos astros! - comentou o outro ao levantar da cadeira em que escorria as mãos aos joelhos antes de colocar o passo em aquecimento.


(...)


A uns metros mais à mais frente estava um bando de garotas todas elas a exercitarem-se nas barras do trilho que dava acesso ao riacho que existia mais na extremidade sul. Aquele era um aparato que chamou atenção de qualquer homem, incluindo o contabilista que era a carne mais fraca, mais agora que se dizia pelas bocas do mundo solteiro e bom homem. Agora bastava saber até quando, e já no pensamento de muitos haviam umas apostas danadas para ver quem era a próxima à corrida.


Uns especulavam ser Ellen a secretária sensual que sorria sempre e mesmo quando não necessário, outros trocavam as voltas para o lado de Heidi uma mulher bem mais rude e mais caprichosa. Mas na prática Edward era muito levado aos maus caminhos e isso resumia-se a mulheres ousadas de mini saias e decotes extremos, salto alto exagerado, maquilhagem abusada.


Por outras e fáceis palavras, ele gostava daquele tipo de mulher mais supérfluo o que em nada condizia com ambas candidatas na empresa.


***

Num belo e merecido descanso, Bella não havia sequer escutado o seu aparelho a vibrar quando a mensagem do primo havia caido durante a noite. Quando acordou tinha já algumas chamadas perdidas e umas mensagens. Ciente de ter algo urgente para resolver digitou no telcado para ver e tudo apenas pertencia à mesma pessoa "Jasper".


– Meu deus, espero que o assunto seja mesmo sério para esse exagero todo. - sussurrou ao sair da cama e abrir as cortinas da janela grande do quarto.


Não foram necessários mais de 2 minutos para que Lydia entrasse pelo quarto dentro em pleno drama. Ao ver que a filha estava com uma cara triste, a morena precisou de respirar fundo para perceber qual era o problema, se bem que a pequena encontrava um novo a cada novo nascer do dia. A ultima vez havia reclado com o fato de banho da natação, em uma outra os ténis não estavam mais na moda e ela tinha de manter o sytle porque pop star da escola e agora esperava-se uma nova reclamação.


– Mama!


A menina sentou na frente da mãe com os braços magros a cobrir todo o peito em formação. Suas feições estavam para lá do rosado e os seus cabelos tinham marcas de não terem sido bem cuidados ao deitar, isto sempre acontecia quando Lydia deitava com as tranças.


– O que se passa? Não estás satisfeita com alguma coisa, eu já entendi!


– É o meu vestido, ele é velho e preciso de um novo porque vai haver uma festa de uma amiga minha e eu quero ir linda. - Bella arregalou os olhos para a menina face a um drama sem fundamento. - E uns sapatos, uma camiseta, talvez uma fita nova para o cabelo... - já contava pelos dedos a quantidade de novas peças a comprar.


– Tudo bem, eu digo à Spencer para vir mais cedo hoje e depois passam as duas no shopping. - disse.


– Não quero ir com a minha perceptora! - a garotinha dos cabelos longos saltou para o chão toda autoritária. - Pensei que tivesses um tempinho na tua agenda para mim, mas vejo que como sempre vou ficar com a minha segunda mãe. - e saiu em passo de corrida para fora do quarto.


Muitas coisas haviam mudado na vida de Bella, uma delas havia sido quando se tornou mãe acidentalmente. Na época em que ficou grávida não passava de mais uma estudante de Medicina cheia de sonhos que ficou completamente enfeitiçada pelo rapaz mais giro da faculdade. Longe de casa achou por direito construir ali a sua própria vida, só que não sabia que de um romance sem compromissos teria uma consequência.


Hoje vivia com a culpa de nunca ter sido franca ao dizer a si mesma que havia errado e que muitas vezes as babozeiras de sua cabeça haviam sido muito graves. Tão graves eram elas que a haviam obrigado a sair da faculdade por vergonha, e ter de ser honesta ao contar aos pais que havia cometido um grave erro ao deixar-se envolver com um rapaz quando em muito devia ter sido responsável.


O pai ficou desgostoso e quase demorou o tempo da sua gestação até decidir perdoar a filha, no entanto a mãe foi quem mais ficou reticente quanto ao futuro. Então Bella para não causar complicadas tarefas tirou um ano de sua vida para trabalhar e com isso contratou Spencer que era até aos dias de hoje a sua melhor empregada. Ao fim de passar aquele periodo complicado, ganhou coragem em reabrir as portas que em outra fase havia deixado entreabertas.


Nos dias de hoje os resultados eram o que se viam, e nada havia sido privado de si, não por esforço e se tudo o que tinha na sua vida e na da filha eram resultado do trabalho arduo.


Quanto ao pai de Lydia nunca mais o havia visto e nem tencionava procurar, até porque havia sobrevivido durante anos sem a sua ajuda e a filha já era feliz sem ele, pois para ela o pai não passava mais de uma sombra do passado.


Desde então a sua vida era esta, uma prática acelerada de ajudar recuperar vidas, quase nunca parava em casa e a filha só por ai reclamava. Mas infelizmente alguém tinha de ser responsável em segurar as pontas ou iriam acabar vivendo de nada. Até porque para os luxos é necessário dinheiro.


Terminava daquele momento o banho quente e enrolando-se numa toalha turca procurava por entre as gavetas os seus produtos faciais para concluir os tradicionais tratamentos de pele, pois uma pessoa andava constantemente exposta a certas e determinadas bactérias.


Voltando ao quarto já com a roupa toda escolhida para vestir, sentou na cama para responder à mensagem do primo, antes que esse acordasse.


A mensagem ficou em envio e lá deixou o aparelho no canto enquanto vestia-se calmamente. Umas batidas na porta terminaram logo com o seu silêncio.


– Sim!


– Posso, senhora? - perguntou a empregada ao abrir um pouco da porta e olhar dentro.


– Sim, claro Nathalie! - a morena cruzou os braços à espera de saber.
– É que o senhor Whitlock está na sala e diz que precisa de falar com a senhora com alguma urgencia!


Bella logo achou que o caso havia de ser bem grave para trazer o primo até sua casa tão cedo.


– Eu vou já! - a empregada acentiu saindo.


Instantes depois de estar totalmente arrumada para sair entrou na sala com um sorriso simpático. Spencer acabava mesmo de sair com Lydia ao qual a menina nem dava uma palavra de "até mais tarde". Só então ao observar Jasper, ia até ele.


– Aconteceu alguma coisa em casa primo? - o loiro levantou do sofá, na sua frente estava um café pela metade.


– Tirando a Caroline, és a unica pessoa com quem mais eu posso falar! - ela não estava percebendo nada do que ele dizia. - Preciso de ajuda urgentemente, estou a enlouquecer.


– E o que te leva a pensar que eu possa ajudar-te? Minha especialidade não é psiquiatria, quanto mais posso indicar-te um colega meu que é um ótimo profissional. - Jasper indignado rolou os olhos.


Definitivamente aquela não estava a ser uma boa introdução, tanto que Bella estava a concluir tudo da forma mais errada possivel.


– Estou a ficar apaixonado por uma mulher! - um sorriso surgiu nos lábios da morena. - Mas ela comprometida. - o mesmo sorriso descaiu. - Está noiva, possivelmente irá casar e eu posso a ficar apenas como um amigo.


– Quem é ela?


– Alice, minha vizinha de baixo! Irónico, não? Vivemos no mesmo prédio e só demos conta disso ontem. - explicou ele.


– Alice? A tia daquela menina muito simpática que adora estar com os teus filhos? - ele acenou que sim com a cabeça. - Oh ela é adorável, mas já contas-te a ela?


Ai estava o maior problema Jasper que era exatamente abrir o seu coração de tantas pancadinhas de amor ter sofrido. Era hora de começar do zero e garantir a si mesmo que era capaz de superar o passado, construindo um futuro. Agora é certo que tudo cabia às circunstâncias se uns pontos e virgulas iam realmente acabar bem.


– Qualquer das formas terás que falar com ela, além disso quem te garante que ela possa não estar a ficar com a cabeça também confusa? - aquilo agradava ao loiro de uma certa maneira. - Se pudesse e tivesse uma intimidade mais aprofundada com ela, podes ter a certeza que daria toda ajuda do mundo, mas acontece que somos meras conhecidas e depois da ultima cena não sei se ela ia gostar muito de ver alguém como eu meter-me num assunto que não me diz respeito.


– O que aconteceu?


– Há, nada demais! - desvalorizou. - Vai em frente, é só isso que te digo.


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