Cassis escrita por Metamorphosis


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oiiee pessoas do meu coração 
T_T eu sei que atrasei um pouco o capítulo seis *apanha*
Mais não foi culpa minha .-.
Bom... sem delongas... Boa leitura a todos....



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/64110/chapter/6

“Por favor, olhe para mim... Por favor, deixe eu te alcançar...”

Estava decidido a contar para o Kouyou o que eu sentia por ele, contar o que sentia quando o via, contar os meus desejos e em fim tirar esse peso de minhas costas que carrego há muito tempo. Depois de conversar com meu pai eu fui correndo até a casa do loirinho, mas quando chego à rua do prédio que ele mora, avisto um caminhão de mudança já com alguns móveis dentro e o senhor Takashima coordenando os carregadores. Eu não pude acreditar, eles não iam se mudar no dia seguinte? Pelo visto o senhor Takashima resolveu apressar as coisas.

_ Desculpe o incomodo senhor Takashima, mais o Kouyou está ai?

_ Não! Ele falou que ia à casa de um amigo, mais não me disse qual! Fala com a Aiko que ela deve saber quem é esse amigo! – entrei correndo no prédio indo para o apartamento da família. Encontrei a mãe do Kou no corredor do apartamento, encontrar é um jeito sutil de se dizer esbarrar e quase cair em cima. – Senhora Aiko! Perdão!

_ O que está fazendo aqui, Yuu? O Kouyou veio com você?

_ Como assim? Eu só o vi hoje de manha!

_ Ele me disse que ia à sua casa se despedir de você e deixar a guitarra dele com você!

_ Ele não apareceu lá em casa!

_ Não brinca com essas coisas Yuu!

_ Eu não to brincando! Eu vim aqui falar com ele e escuto isso! Ah cara, o que deu na cabeça daquele loiro maluco! – corri o mais rápido a procura dele, fui ao playground, na casa de cada um dos garotos e até mesmo da ex-namorada dele a procura do Uruha, mais nada dele em canto algum. Algumas horas andando e a Lua cheia e as estrelas começavam a dar a graça de sua presença o que não me convinha a apreciá-las agora. Voltei para a casa do Kouyou e ele não apareceu. – Onde será que ele se meteu?

_ A culpa é toda sua garoto! Se não tivesse contaminado a cabeça do meu filho, nada disso teria acontecido! – se encarar com raiva matasse o pai do Kouyou já estaria estirado no chão e morto. Uma fúria cresceu dentro de mim, a vontade que eu tinha era de esmurrar aquele homem ate não restar nenhum osso inteiro dentro de seu corpo, mais como ele era o pai do Kouyou e estava preocupado com o filho, eu limitei-me a apenas respondê-lo.

_ Minha culpa? Tem certeza mesmo senhor Takashima de que é minha culpa? Ou o senhor se esqueceu de que é você quem está o obrigando a ficar longe de tudo o que ele conquistou aqui sozinho?

_ Conquistou? Que eu saiba, ele foi influenciado por certas pessoas não é?

_ Nunca obriguei o Kou a fazer nada que ele não queria! Diferente do senhor que o está obrigando a ficar longe de tudo que ele gosta!

_ Espera um instante! Você está querendo me ensinar como criar meu filho? Ponha-se em seu lugar, moleque! Mal saiu das fraldas e já está querendo dar uma de adulto.

_ Se soubesse como educar seu filho estaria o senhor mesmo vendo que é você que está sendo o hipócrita. – mal terminei de falar e levo um soco me fazendo cair sentado no chão. – Itai!

_ Yuu!

_ JÁ CHEGA GAROTO RIDÍCULO! VAI PROCURAR SUA TURMA E DEIXE A MIM E MINHA FAMILIA EM PAZ!

_ Chega! Você que está sendo ridículo! O Yuu é o melhor amigo do Kouyou e eu não quero nem ver o que ele é capaz de fazer se descobrir que você o machucou. – ela se ajoelhou ao meu lado, me ajudou a levantar com delicadeza e carinho frustrando ainda mais o marido.

_ Não se intrometa Aiko! A conversa é entre eu e ele!

_ Conversa? Conversa já acabou há muito tempo, você partiu para a agressão! Se não sabe, ele ainda é um adolescente e se ele quiser te processar por agressão ao menor você pode muito bem ser preso. E eu não vou deixar que se encoste a esse garoto novamente.

_ Está me desafiando?

_ Se é assim que entende! Mais não vou deixar que o machuque novamente. – naquele instante Miyavi e Reita chegam correndo e ofegantes parando ao meu lado e da senhora Aiko.

_ Algum... Sinal... Dele? – Miyavi estava ofegante e o que parecia é que o garoto estava prestes a ficar sem ar. – Ele... Apareceu?

_ Não! Nada ainda!

_ O Kai e o Ruki foram dar uma volta no shopping para ver se encontram ele por lá. – falou o loiro após recuperar o fôlego da corrida.

_ Onde será que o meu pequeno foi parar?

_ Eu não sei! Talvez o amiginho dele saiba! – o encarei ainda massageando meu maxilar.

_ Yuuzão? O que houve aqui?

_ Nada! Vamos procurar pelo Kou! Aqui o ar está bem poluído! – me despedi da mãe do Kou e sai junto de Reita e Miyavi a procura do garoto. Passamos horas andando, indo a todos os locais possíveis que poderíamos encontrá-lo, e nada dele aparecer.

_ Yuuzão? Você brigou com o pai do Uru-kun?

_ Não! Só discutimos! Ele partiu para cima de mim! Não tive nem tempo para me defender!

_ Yeah! Parece que quem levou a pior foi você!

_ Vai para o inferno Reita! – o mesmo riu e continuamos a procurar.

Duas semanas e meia se passaram e nada do Kou aparecer. Não tinha animo para ir à escola e meus pais também não me obrigavam. Mais eu continuava a acordar cedo para sair pelas ruas de Tóquio à procura da razão da minha vida. Como o Kouyou havia simplesmente desaparecido, os pais dele não se mudaram e ficaram no apartamento deles até que alguma noticia do Kouyou aparecesse. Como já fazia quase um mês que ele sumiu, os pais dele resolveram chamar a policia e declarar o desaparecimento dele. Eu estava junto com a senhora Aiko a todo o momento na delegacia sabendo que ela poderia ter uma crise de choro preocupada com o filho, mas um anúncio do delegado não ajudou em nada.

_ Como deixaram o garoto sair sozinho por ai com um criminoso a solta? Vocês têm de tomar as rédeas do menino. – a mulher ao meu lado ao ouvir isso entrou em pânico, chorava como uma criança abandonada. Abracei-a como fazia com o filho e ela enterra seu rosto em meu peito despejando todo o desespero e o medo que carregava em seu coração em forma de lagrimas que começaram a escorrer por seu rosto e a molhar minha camiseta.

_ E o que podemos fazer? O Delegado é o senhor, não somos nós que devemos nos preocupar com os criminosos, e sim o senhor e o distrito. – nisso eu tive que concordar com o senhor Takashima.

_ Acalme-se senhor Takashima! Entendo sua frustração, mas se o senhor dirigir-se a mim desta maneira novamente eu terei de prendê-lo por desacato a autoridade. – os dois se encararam por frações de segundos e logo o homem se sentou a uma cadeira ao lado da esposa. – A situação é crítica! Vou ter de dividir o batalhão em grupos em busca do seu filho e do criminoso. Sei que está sendo difícil, mas pode ser que ele tenha sido seqüestrado ou algo assim. Podem ir para casa, qualquer noticia, entraremos em contato.

Voltando para o apartamento, a senhora Takashima teve de tomar calmantes para conseguir descansar. Assim que ela dormiu fiquei sozinho com o pai do Kouyou na sala, um encarando o outro sem proferir qualquer palavra. Quando pensei em abrir a boca ele se adiantou e começo.

_ Antes que fale qualquer coisa, quero pedir desculpas a você por ter sido grosseiro com você todos esses dias e por aquele soco que te dei outro dia. Entenda! Eu só estou preocupado com o meu filho... – ele desviou meu olhar e ficou a fitar o chão. – Aiko é mais frágil, ela precisa de mais atenção, por isso precisou de comprimidos para conseguir dormir. Eu, por outro lado, estou desabando por dentro, mas tento ser forte para dar confiança para ela.

_ Eu sei que está passando por uma transação difícil, mas sem impulsivo com os outros não ajuda em absolutamente nada. – me dirigi até a porta do apartamento. – Eu vou para casa antes que anoiteça! Por favor, não deixe de me avisar se tiver qualquer noticia. – ele afirmou positivamente com a cabeça e eu fui embora.

Caminhei por um tempo até chegar a casa. Exausto, fui direto para o banheiro tomar um banho. Quem sabe se a ducha quente, naquele momento, não fizesse a tensão que sentia em meus ombros passar?! Despi-me, liguei a ducha e fiquei debaixo dela, com meus olhos fechados, apenas sentindo a água quente escorrer por todo o meu corpo. Abri meus olhos para ficar a fitar a parede enquanto me perdia em devaneios, mas em frações de segundos pude jurar que Kouyou estava ali, parado a minha frente, sorrindo para mim. O que está havendo comigo? Eu só posso estar ficando louco com essa situação toda.

Terminei meu banho e fui para o meu quarto apenas enrolado em um boxer. Coloquei um pijama qualquer que estivesse a minha frente na gaveta da minha cômoda e o coloquei. Deitei em minha cama abraçando meu travesseiro com força, como se ele fosse sugar toda a angustia, todo o medo, toda a raiva e toda a agonia que sentia ao imaginar o que Kou estava passando. Ele estaria bem? Provavelmente não, poderia estar perdido por ai, com fome, frio e com medo, ainda mais com um criminoso perigoso nas ruas.

E se esse maldito encontrasse o meu koi e tentasse alguma coisa? Afinal, segundo a mãe dele, Kouyou saiu de casa com sua guitarra apenas, poderia ter sido apanhado de surpresa e ainda espancado pelo criminoso na tentativa de não perder o único bem que era dele. Chega! Eu não posso ficar pensando coisas negativas que só vão trazer coisas mais negativas. Ele deve estar escondido na casa de algum conhecido, em segurança.

Segurança? Hm... Onde seria o lugar mais seguro para se esconder da família e dos amigos que, com certeza, o estariam procurando?

Continuei a pensar em todas as possibilidades e cada uma que me parecia era cada vez mais impossível, pois Kouyou, apesar de ser brincalhão comigo e com o pessoal da turma, era um garoto tímido com qualquer outra pessoa. Foi quando me lembro de um acontecido.

[flashback on]

Eu, cabulando aula de Física e Kouyou cabulando a de Biologia. Conversávamos sobre várias coisas, supérfluas, mas que nos divertia tornando a estadia chata na escola um pouco mais agradável. Ele levantou indignado comigo depois de eu chamá-lo de míope e ainda rir dele, mas logo ele esbarrou em alguém.

_ Ah! Perdão! Foi sem quer! – reverenciando a pessoa a sua frente.

_ Kou você nunca vai deixar de ser desastrado não é? – o olhando pegar os livros e papeis espalhados no chão.

_ Cala boca Aoi! – levantou o olhar para ver quem era e para a nossa surpresa era o professor Hiroshi. – Oi... Er... Professor Hiroshi...

_ Não eram para estar na sala de aula?

_ Sim mais como estava muito abafado, daí saímos para tomar um ar. – Vi um livro dele, voar em minha direção e nem tive tempo de desviar. – Itai!

_ Vão ter um futuro promissor catando latinhas na rua se continuarem como estão!

_ SABIA QUE POSSO TE PROCESSAR! – acariciando minha cabeça na tentativa de amenizar a dor da pancada.

_ Pode tentar! Não vai adiantar nada! Tenho um álibi, uma testemunha e razão por ter tacado o livro em você! – com o jeito que ele falou e se vestir-se todo engomado, poderíamos dizer que ele era um advogado criminalista fingindo ser professor de matemática. 

_ Como sabe tudo isso? Já sei... Tem assistido muito CSI não é? – ele me olhou como se quisesse me matar só com a força do pensamento.

_ Não Yuu! Não tenho tempo para ficar assistindo tevê! Aprendi o que sei com meu primo policial, mas não devo nada a vocês! Vão os dois para a sala de vocês antes que eu chame a inspetora. – antes que ele pensasse duas vezes saímos em disparada cada um para a sua sala.

[flashback off]

Mais é claro, na casa do professor Hiroshi. Como eu não pensei isso antes? Mais como faria para chegar até lá? Nunca fui com a cara dele e do nada preciso do endereço dele. As únicas saídas que eu tinha era ligar na escola ou para o Reita, sendo, ligar para o loiro, a melhor opção, por que a escola não fornece esse tipo de informação. Peguei meu celular e liguei para o Reita e a coisa mais estranha do mundo acontece: Ele não atendeu.

_ Você ligou para o celular do Reita, não posso atender no momento, provavelmente estou ocupado no meu quarto com alguma garota ou tocando baixo e não escutei essa porra tocar. Então deixe seu telefone e o que você quer que eu pensarei no seu caso para retornar. – até parece que ele estaria com alguma garota, ele é mais desajeitado para chegar às garotas por causa do nariz que ele esconde. Com certeza ele estava tocando baixo e esqueceu a merda do celular velho dele jogado na sala da casa dele. Liguei na casa dele e o pai dele me atende.

_ Olá senhor Suzuki! É o Yuu, o Akira está?

_ Sim! Ele está no quarto tocando baixo! – Eu não disse! Ele não leva jeito algum com as garotas. – Vou chamá-lo! – Fiquei um tempo esperando no telefone, segundos na verdade, quando aquela voz rouca que sempre ouvia todos os dias na escola me recepciona.

_ Fala Yuu! Alguma noticia do Kou?

_ Ainda nada! Mais eu acho que tenho uma pista!

_ SÉRIO?

_ NÃO GRITA IDIOTA!

_ Perdão!

_ Então... Eu liguei para saber se você tem o endereço do professor Hiroshi?

_ E o que tem o Professor de matemática haver com o Kouyou?

_ Aff... Para de ser besta Reita! Não faça jus à cor do seu cabelo! Tem ou não o endereço dele?

_ Tenho! Mais por via das dúvidas eu vou com você só para ver o que vai fazer!

_ Como quiser! Vem logo aqui em casa que daqui vamos para lá.

_ Okay... – desligamos o telefone e meia hora depois já estávamos saindo da minha casa. Andamos por um tempo, fomos de ônibus até o centro de Tóquio e ainda pegamos o trem bala para o município visinho. – Eu não pensei que ele morasse tão longe assim!

_ É, mais ele mora longe mesmo!

_ Agora sei por que ele é tão chato.

Caminhamos da estação até um pequeno sobrado branco numa rua pouco movimentada coberta por folhas secas do outono que se iniciara. Lá, ficamos parados um do lado do outro e de frente ao sobrado que tinha algumas luzes já acesas. Iniciava uma pequena caminhada até a porta, mas a mão calejada do Reita tocar meu ombro e me impede de continuar.

_ Antes de irmos tocar a campainha... Tem como você me dizer o que você quer com o professor Hiroshi? – ainda com as mãos em meu ombro.

_ Eu... Eu não sei dizer ao certo, mas... Mas eu acho que o Uruha está aqui na casa dele! – vi seu espanto após o meu dito.

_ Mais o que o Uruha viria fazer aqui? Continhas de subtração?

_ Às vezes você se supera sabia! Não gênio! Teve um ia que o Professor comentou assim por cima que ele tinha um primo, ou irmão, ou sei lá o que, que era policial. Ai ele deve ter vindo aqui se esconder!

_ Que eu me lembre o Hiroshi também não ia com a cara do Uruha!

_ Ia sim, ele zoava com ele, mais comigo era diferente, ele implicava mesmo... Ei... Reita... Você esta me escutando? – a mão dele voou na direção de minha boca enquanto olhava para o fim da rua. De repente volta-se a mim e com a outra mão faz sinal de silencio, me empurrando para de trás de uma arvore do outro lado da rua. – Por que fez isso?

_ O Professor Hiroshi ta chegando com alguém! Fica quieto ai! – ficamos espiar os dois no trajeto. Quando chegam à frente da casa pudemos ver que o acompanhante era mais novo e se parecia muito com o Kouyou. Na verdade ou era o Kouyou ou um clone dele, pois eram idênticos. – É o Uruha! Só pode!

_ Eu vou lá! – quase saindo de trás da arvore, quando sou puxado pelo loiro e caindo sentado no chão. – Itai.

_ Espera! Você não sabe como ele vai reagir.

_ Não me importo! Vou levar ele de volta para a casa dele.

_ Não pode fazer isso! Se fizer ele vai embora e nunca mais o veremos.

_ Mais também não é justo com a mãe dele! A coitada só consegue dormir se for dopada. – ficamos pensativos por instantes, tempo suficiente para que os dois a frente da casa entrassem no ressinto. – Eu vou falar com ele.

Pus-me de pé e caminhei até a casa sendo seguido pelo Reita. Estava um pouco receoso de apertar a campainha depois de pensar no que Reita acabara de me falar, mais logo apertei seguindo o meu bom senso. Não demorou muito e uma garota da nossa faixa etária abre a porta se espantando conosco.

_ Quem são vocês? O que querem?

_ Calma moça! O Professor Hiroshi está? – a expressão de medo dela logo mudou para o de alívio.

_ Ah... São alunos do papai! Entrem, vou chamá-lo! – ela nos guiou até uma sala enorme mobiliada e com muitos artefatos. De fato, Hiroshi era um homem clássico o que não vinha ao caso comentar sobre isto agora. A garota subiu as escadas que davam acesso ao piso superior da casa e logo em seguida desce acompanhada do professor.

_ Yuu? Akira? O que fazem aqui?

_ Er... É um assunto difícil de falar! – ele olhou para a garota ao seu lado que logo entendeu a mensagem e saiu da sala. – O Kouyou sumiu e queríamos saber se o senhor o viu?!

_ O Kouyou sumiu? Que estranho! Eu... Eu não o vi! – Ele gaguejou. Certo, ele provavelmente estava querendo esconder o Kouyou de tudo e de todos. A questão agora era por quê?!

_ Professor, não precisa fingir que não sabe! Vimos o senhor entrar com ele aqui. – ele desviou o nosso olhar soltou um forte suspiro e voltou a nos fitar nos olhos. – Prometi ao garoto que o deixaria ficar aqui, mas fiz por que ele e Yumi praticamente me suplicaram. Sinto muito garotos, mas não vou deixá-los falar com ele e vou ter de pedir que saiam da minha casa. – ele estava nos empurrando até a porta, nos colocou do lado de fora, com muito custo. – Desculpa.

_ Não pode fazer isso com a gente! Ele é nosso melhor amigo! – os dois ficaram numa guerra de força para ver quem vencia com aquela porta, mas ele acabou me vencendo. Bati forte na porta já com os olhos ardendo, bufando de raiva e gritando. – ISSO NÃO É JUSTO! NEM COMIGO NEM COM A MÃE DELE! - a porta se abriu lentamente.

_ O que a Senhora Takashima tem haver com isso?

_ Como o que professor? Ela é mãe dele!

_ E ela está mal com isso tudo! Não se alimenta direito, tem que dormir a base de medicamentos, tudo porque está preocupada com o filho!

_ Yuu! Olha! – Ele falou olhando para a janela do andar superior. Lá estava o Kouyou ao lado da garota. Eu sabia! Eu estava certo!

_ Como assim a minha mãe está mal? Ela estava bem quando a deixei em casa!

_ Achou que ela continuaria bem depois de todo esse tempo que ficou aqui sem dar noticias? Ela sua mãe, tá pensando que ela é de ferro?

_ Yuu, não seja tão duro com ele! Acho que é a hora de vocês dois conversarem! Entrem! – entramos na casa do professor novamente. Kouyou desceu junto da filha do Hiroshi.

_ Er... Professor! Vamos deixá-los sozinhos. – Reita sabia como me ajudar, ele só precisava ver que a situação estava se complicando. Ele foi saindo da sala com o Professor e a Yumi deixando a mim e Kouyou sozinhos.

Ele estava sentado naquele enorme sofá bege, encolhido, tímido. Não conseguiria dar uma bronca nele com ele sendo tão traiçoeiro com o meu coração. Levei meu corpo de encontro ao dele, o agarrando forte. Ele retribuiu meu abraço da mesma maneira e percebi que estava preste a começar a chorar.

_ Por que fez isso? Matou a todos de preocupação.

_ Perdão! Eu só não queria ir para Hokkaido! Meu pai é um mercenário idiota! Não quero ir para lá!

_ Desse jeito não vai conseguir nada! Para você ter idéia, seu pai até acionou a policia para te procurar.

_ Policia? Mais o papai sempre teve receio da policia! Ele deve estar desesperado pelo dinheiro que ele vai ganhar, não em me achar!

_ Não fale assim! – eu não queria soltá-lo de meus braços, e também senti que ele não queria porque me abraçava cada vez mais forte. – Sei que isso pode te magoar, mais... Seria melhor que você voltasse para casa.

_ Não! Yuu, não me faça voltar!

_ Não estou falando isso pelo seu pai! Faça pela sua mãe, ela não merece essa angustia de não saber onde você está! – ele se soltou de mim e ficou cabisbaixo. – E então?

_ Eu só vou fazer isso pela mamãe! – ele se levantou e foi para o andar superior da casa, me deixando sozinho. Logo não estava mais sozinho, Reita voltou para a sala e se sentou no sofá ao meu lado.

_ E ele vai volta para a casa dos pais?

_ Vai, mas só vai fazer isso pela mãe dele! Ele deixou isso bem claro. – sorri forçadamente para o Reita, que retribuiu o sorriso. Kouyou desceu as escadas apenas com sua guitarra e não me encarava mais. Seguiu comigo e com o Reita o caminho todo de volta sem falar absolutamente nada.

Assim que chegamos à frente do prédio onde o Kouyou ainda morava, fui sentindo a tristeza tomar conta do meu corpo e, principalmente, do meu coração. Aquilo tudo estava sendo uma tortura para mim, e eu simplesmente ainda nem falei nada para o Kou. Queria dizer ao loiro o quanto seu sorriso, seus abraços, sua presença, o seu carinho era importante para mim, mas eu não conseguiria falar tudo o que está preso dentro do meu coração moído sabendo que ele no dia seguinte iria embora.

Subimos os três juntos para o apartamento. Ao abrir a porta e ver sua mãe, Kouyou correu para os braços da mulher e ficaram os dois chorando juntos. O senhor Takashima estava ao lado da esposa e tentou abraçar o filho, mais foi de imediato que ele se afastou da mãe e fechou a cara para o pai.

_ Kouyou? Filho não vai me deixar abraçar você!

_ Eu não quero um abraço falso! O da mamãe sim é verdadeiro, mais de você eu só sinto a sua vontade enorme de ir para Hokkaido, mesmo sabendo que eu iria sofrer com isso.

_ É assim que você me vê? Como um ambicioso sem escrúpulos?

_ Foi à única imagem sua que você me mostrou até agora! Você queria o que pai? – agora o loirinho estava aos prantos e gritos. – Queria que eu te abraçasse forte falando que senti saudades suas e que deixaria tudo no passado! Mais nem pensar irei fazer isso! A única coisa que eu queria era permanecer junto dos meus amigos aqui em Kantou. E você não entendeu isso... – a expressão de raiva foi tomando cada vez mais o rosto do garoto, eu me senti culpado e egoísta. Esta eu sempre falando a ele que daríamos um jeito de fazer com que ele ficasse. Eu sou um completo idiota. Depois do desabafo do Kouyou, pai e filho permaneceram se encarando com o mesmo tipo de expressão. Logo a mão do pai voou para o rosto do filho o fazendo cair sentado no sofá. Eu fiquei tentado a proteger o garoto, eu estava prestes a voar para cima do Senhor Takashima, mas o Reita me segurou antes mesmo que eu tentasse.

_ Nunca mais se dirija a mim desta maneira! Eu sou seu pai e mereço ao menos um mínimo de respeito da sua parte! Se seus amiguinhos agem dessa maneira com os pais deles, é problema deles. Agora, não venha tentar fazer o mesmo comigo, pois sou bem diferente deles. – falou tudo isso olhando para o Kouyou e apontando para mim e para o Reita. Fiquei, sinceramente, indignado com o que ouvi, mesmo eu tendo ficado ao lado deles, ajudando em tudo que eles precisavam para achar o Kouyou, ele ainda me considerava um marginal. Ao ouvir tudo aquilo, Kouyou parecia ainda mais furioso. Ele apenas se levantou do sofá com a mão ainda sobre o local onde havia levado o tapa de seu pai e o encarou e de bem perto.

_ Filho! Calma! – O pavor da senhorita Aiko era evidente. Eu até a entendia, porque estava praticamente escrito em sua testa que não queria que seu marido e seu filho brigassem.

_ Eu odeio você! Entendeu bem? O-D-E-I-O! – aquelas palavras chocaram a todos, inclusive o senhor Takashima, que após ouvir a palavra odeio, caiu sentado sobre o sofá em completo espanto.

_ O que... Você... Disse?

_ É isso mesmo o que você ouviu! Eu odeio você! Odeio você por sequer ter ido a uma apresentação minha na escola, odeio você por julgar os meus amigos sem ao menos os conhecer, odeio você por, simplesmente, não aceitar quem eu sou. Você só se importa consigo mesmo, e esqueceu que eu e a mamãe também conquistamos coisas aqui, sozinhos e você nunca soube, por que nunca esteve presente. – eu fiquei espantado com o quanto de rancor e ódio esse garoto de aparência tão frágil carregava dentro de si e agora despejava tudo para tentar aliviar seu coração. Kouyou parecia um ouço aliviado de falar tudo aquilo e ainda abraçado pela mãe, mais logo vimos que a discussão continuaria ao ver o pai levantar do sofá.

_ Pode me odiar o quanto quiser! Mais em Kantou você não fica! Você vai para Hokkaido comigo e com sua mãe. Prepare suas malas, porque amanha vamos embora.  E não pense que serei tão mercenário quanto pensa que sou, vai ter seu tempo para se despedir de seus amiguinhos esquisitos! - Por mais que eu quisesse acabar com a raça daquele homem idiota, eu me contive com ajuda do Reita. O clima naquela casa ficou verdadeiramente tenso, e a única coisa que eu e Reita podíamos fazer era ir embora e voltar no dia seguinte bem cedo para nos despedir do loirinho.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hello ppls ~~
Fic ficou grandinha, eu sei... mais é por que eu não sei escrever fic curtas ' *apanha*
.-. de certa forma isso é bom por que entrete a todos vocês hehehe
 
Agradecimentos especiais apara as coisinhas lindas do meu coração:
T Mayumi 
dani mathos
 
Obrigada pelos reviews... sou muito feliz por estarem curtindo a fic e a acompanhando...
Obrigadinha mesmo viu *---*
Kissus