Cassis escrita por Metamorphosis


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

the GazettE e Miyavi não me pertencem
the GazettE pertence à PS Company e o Myv pertence a Melody e a Lovelie.
 



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“Estando perto tentei me livrar dos dias que não pude esquecer

Você segurou minha mão sem perguntar nada...”

 

_ Caralho! Tem como parar com a brincadeira besta!

_ Olha só, a criança está nervosa!

_ Eu não sou criança Reita! E não estou nervoso!

_ Certo, Kai! Agora fique calminho antes que tenha uma ADP!

_ O que é isso Meevy?

_ Ataque De Pelanca, Yuuzão! – Sinceramente? Não consegui identificar aqueles gestos estranhos que o Miyavi fez com as mãos e tenho total certeza de que prefiro continuar sem saber.

_ Céus! Está no último ano do colégio e nem sabe fazer abreviatura! Como pode isso?

_ Não me apego a detalhes! – deu os outros e mostrava o seu completo descaso com a forma certa de abreviaturas. – Mais tem uma coisa que eu queria saber!

_ O que Myv-kun? – Ruki se aproximara muito do Miyavi e logo foi lançado para cima do Kouyou com apenas um empurrão. – Itai!

_ Já disse pra não chegar tão perto assim de mim!

_ Perdão! Não faço de novo!

_ Não acredito! Você vai fazer isso amanhã, e depois, e depois.

_ Por favor, pombinhos, DR é em casa!

_ Vai se ferra Reita!

_ Também te amo criatura! Mais... Fala logo o que você ia falar!

_ Ah... Eu quero saber se eu posso cantar com vocês no festival?

_ Mais você não faz parte do clube de arte? – nesse exato momento, o Kai se joga no chão para sentar. Ele tinha essa mania de se jogar no chão quando estava cansado de ficar em pé.

_ Sim! Mais ninguém gosta da minha arte lá! Disseram-me que a minha arte era muito...

_ Muito?

_ Muito... Muito... Er... Primitiva.

_ Concordo com eles plenamente!

_ Eu já mandei você se ferrar Reita!

_ Já! Mais eu prefiro que você vá ao meu lugar!

_ Idiota! Então como eu estava dizendo... Eu queria ver se vocês aceitam me adotar no clube. – ele nos olhou com os seus olhos brilhando suplicando pela nossa aceitação. Se dependesse apenas do Ruki, poderíamos dizer que já teríamos mais um integrante no grupo, mas como, graças a deus, o Kai tampou a boca do anão loiro, tivemos que, apenas com olhares, eleger alguém para falar. Adivinha quem foi?!

_ Por que está me olhando assim Reita? – isso, foi o Akira. Ele estava parado na frente do Miyavi o encarando com seu olhar misterioso e repressor com o qual era a única coisa que fazia o tatuado tremer na base.

_ Meevy, o esquema é o seguinte! Depois da ultima aula vamos para a sala do clube de música para conversar melhor sobre isso, certo?

_ Certo! Só não me olhe mais assim! Dá medo! – De novo se escondia atrás de mim.

_ Meevy! Você me ama não é? Só pode?

_ Claro que amo! Por isso você sempre foi e sempre será meu escudo!

_ Dou-lhe uns petelecos na nuca ai quero ver você continuar fazendo isso!

_ Bate não! Sabe que eu gamo!

Eu fui o único que ficou sério, enquanto os outros estavam quase rolando de rir no chão só de olharem para a minha cara. De certa forma aquela situação constrangedora – para mim – foi um momento de distração com a qual todos conseguiram esquecer a mudança do Kouyou, nem que fosse só por algumas horas, e fazer com que o loiro soltasse aquele sorriso sincero e lindo que estava preso há dias.

O dia até que passou rápido, mesmo o professor Hiroshi pegando no meu pé, mesmo o Miyavi ter jogado o purê de batata no meu cabelo na hora do intervalo, mesmo eu quase ter jogado o Ruki longe com apenas um chute quando ele quase estourou uma corda da minha guitarra. Sério! Se alguma coisa tivesse acontecido com o Sekai outra, com certeza, pior teria acontecido com o anãozinho descolorido. Enfim, depois da aula de química, a minha predileta e também a ultima. Fomos logo para a sala do clube de musica tratar de um tatuado desgovernado e desesperado por entrar no grupo e ter alguma coisa para fazer no Festival.

Sentado em uma cadeira e rodeado por mim e pelo resto da turma, ele nos encarava. Aquela foi a primeira vez que vi o Miyavi acuado e esperançoso.

_ E então Senhor Ishihara Takamasa?

_ Para de me chamar assim, Reita! Sabe que odeio esse nome!

_ Mais é o seu nome!

_ Não foi escolha minha! Chama-me de Miyavi! M-I-Y-A-V-I! Entendeu?

_ Sim! Ainda mais agora que vi que depois de muitos anos conseguiu aprender a soletrar seu pseudônimo.

_ Vai-te catar!

_ Crianças comportem-se!

_ Vai-te catar você também Kai!

_ O que você sabe tocar, Meevy? – arrastei uma cadeira a sua frente, virei-a ao contrário e me sentei.

_ Alguns instrumentos de corda, gaita, pandeiro, piano e bateria. – falava enquanto olhava para o teto e contava nos dedos.

_ Uau! – o espanto do Kai foi imperdível. Mais os seus olhos brilhando não se comparavam ao de Ruki que só faltava babar pelo tatuado.

_ Você é incrível Myv-kun! – o anãozinho além de quase me derrubar, ele também permanecia olhando para Miyavi com os olhos brilhando.

_ Oh sua bicha anã! Tem como você prestar atenção! Quase que me derruba!

_ Não sou bicha!

_ O bom é que sabe que é um anão!

_ Até ti Meevy!

_ Mais é a verdade! Ah... Uma coisa que eu não falei! Sei cantar também!

_ Falou agora o homem das muitas qualidades! – Reita se apoiou em meus ombros como se eu fosse uma estatua.

_ Está confortável Reita?

_ Não! Mais dá para o gasto!

_ Que bom fico feliz! – o derrubo com um empurrão. Levanto-me, pego minha guitarra e volto para perto deles. – Eu vou te deixar tocar no Sekai, mas não vá se acostumando não! Se quiser tocar guitarra você vai ter que comprar uma pra você!

_ OBA! – ele arrancou a guitarra da minha mão, se ajeitou e começou a toca. O que ele fazia com a minha guitarra era algo de outro mundo, não uma coisa ruim, uma coisa boa. Talvez se ele entrasse como guitarrista do grupo a nossa banda finalmente seria reconhecida. Em relação ao Meevy entrar na banda, senti uma pequena dúvida britar em minha cabeça, mas acho que cheguei a imaginar tudo.

Depois que ele tocou guitarra, propusemos ao maluco tatuado a cantar. E tenho que admitir ele canta muito bem. A voz dele não era como a do Ruki, era um pouco mais fina, mas dava para os dois realizarem um dueto na hora da apresentação no festival.

_ E então o que acharam? – nunca o vi tão ansioso. Na verdade já o vi ansioso sim. Foi no dia em que ele teve chamou a garota da nossa sala para sai. Ela deu um fora nele, mais pelo menos ele tentou. – Alguém pode falar alguma coisa, Merda!

_ Você é muito bom!

_ Eu sei disso Kai! Eu sou bom mesmo!

_ Convencido demais, também! – indaguei enquanto olhava e limpava o Sekai.

_ Mais é o seguinte... A banda já estava formada desde que o clube de música foi formado. Sentimos muito, mais parte da banda você não poder fazer. – A decepção do Reita quanto ao que acabara de dizer não foi só sentida por ele, foi sentida pelo próprio Miyavi e também pelos outros.

_ Entendi. Tem aquele negocio do protocolo da escola que demora meses e tal sair não é? Eu Entendo!

_ Myv-kun! Se dependesse de nós você já faria parte da banda.

_ Mais tem uma coisa que podemos fazer por ele! – a atenção de todos foi voltada para o Kou. A última vez que o vi tão vermelho quanto estava, foi lá em casa ontem. – Não me olhem desse jeito, sabem que sinto vergonha!

_ Kou-chan fala logo!

_ Ele podia fazer um dueto separado com a banda! Seria como the GazettE feat. Miyavi sabe? Tipo como vemos com as bandas famosas! Ele pode não fazer parte da banda, mas do clube ele pode.

_ Gostei! Vamos fazer essa surpresa para o festival de música da escola.

_ Certo! – olhei para o visor do meu celular procurando ver as horas, já estava no meio da tarde e como quem cronometrava as horas do funcionamento do clube éramos nós mesmos, então resolvemos sair mais cedo.

De última hora o Kai resolveu nos acompanhar. Ele tinha essa mania, sabe? Era um tanto confuso com algumas coisas, mas em relação a querer que o Uruha continue conosco era impossível de se confundir, ele queria o Kouyou por perto, tanto quanto eu.

Demos continuidade ao que tínhamos combinado. Miyavi, eu e Kai fomos com o Uruha para a casa dele e mais tarde ligaríamos para o Ruki e o Reita para falar como foi à conversa com a Senhora Takashima. Conversamos durante o trajeto todo sobre a nossa possível apresentação na escola daqui a algum tempo, a ansiedade era evidente no sorriso largo do Miyavi.

Chegamos ao condômino que o Kouyou morava com sua família. Subimos para o quinto andar e entramos na primeira porta que tinha a frente do elevador. A Senhora Aiko nos recebeu com um sorriso pregado em sua face delicada nos pedindo para entrar e nos sentirmos em casa.

_ Já almoçaram?

_ Já sim!

_ Para de ser mentiroso Uru-kun!

_ Mais Meevy... – antes de eu dizer a verdade, a de que realmente já tínhamos almoçado, a minha boca foi tampada pela mão do Miyavi.

_ Não almoçamos! – ele me olhou como se com os olhos fossem virar dois raios lasers e me fritar ali mesmo. Foi quando entendi a mensagem, por mais que ele tenha comido três vezes na hora do almoço, ele ainda estava com fome. Isso mesmo! O Miyavi era magro de ruim, pois comia feito um louco.

_ Já entendi queridos! Deram sorte, pois eu acabei de confeitar um bolo agora mesmo!

_ Mãe não me diga que você fez aquele bolo? – os olhos do Kouyou pareciam as de uma criança quando sabe que vai ganhar presente de natal. Fomos para a pequena cozinha do apartamento e lá nos servimos da delicia de bolo de chocolate com granulado que estava sobre o fogão ainda.

Como era de se esperar, Miyavi comeu mais três pedaços alem do primeiro. Eu não queria mais ver aquela cena cômica com a qual o Kai insistia em acompanhar. E quando digo acompanhar, não é de assistir, é de comer também.

Acompanhado do Kouyou, fui para a sala do apartamento, enquanto me sento no sofá, ele começa a caçar o controle da tevê entre as almofadas brancas que enfeitavam aquele sofá preto. Assim que o acha, ele se senta ao meu lado e liga a tevê. Estava tudo calmo na sala e aparentemente na cozinha onde a mãe do Kouyou ria do Miyavi e do Kai se lambuzando com o bolo, mas quando eu estava começando a me distrair, uma criatura surge na frente da tevê dançando ao ritmo que só existia na sua cabeça.

_ Era o que faltava, ele com excesso de açúcar no sangue. – indaguei jogando uma almofada na cabeça do Miyavi. – Vai aprender a dançar!

_ Sabe que não é má idéia! Eu tava pensando nisso mesmo, mais não quero fazer isso sozinho!

_ Leva o Kai! Ele não faz porcaria nenhuma depois do clube!

_ Eu não faço nada? Não sei se você sabe mais eu que cuido dos atendimentos da loja do meu pai.

_ Não precisa levar para o lado pessoal, estou brincando com você... – jogo uma almofada nele e logo recebo outra em minha face.

_ É bom sabe!

_ Bom, meninos, Kouyou me avisou por telefone que queriam falar comigo! Posso arriscar o palpite de que é sobre a mudança não é?

_ Sim!

_ Não queremos que o Kou-chan vá embora!

_ E eu já deixei bem claro que não quero ir também...

_ Eu sei disso filho! Mas a situação não é tão simples assim! Não dá para ficar, seu pai já falou isso.

_ Mais mãe... O papai não me entende! Ele nem me escuta mais!

_ Tia Aiko, queríamos saber se não dá para a senhora deixar o Uru-kun ficar na casa de um de nos enquanto não acaba a escola. E não somos apenas nos três que estamos dispostos a acolhê-lo em casa, tem ainda mais dois que não puderam vir.

_ Ficar longe do meu bebe? Nunca! – ela agarra Kouyou que ficara vermelho e tentava se afastar. Eu não consegui conter o riso, era hilário.

_ Mãe? Por que insiste em fazer isso na frente dos meus amigos. Primeiro o Reita agora eles!

_ Mais você é meu bebê!

_ Não sou mais um bebê! Já tenho dezessete anos.

_ Para mim continua sendo um bebê!

_ Mais que bebezinho mais lindo! – Miyavi apertava as bochechas do Kou que continuavam rosadas.

_ Você não está ajudando em nada, Meevy! – o empurrou. – Vai deixar mãe?

_ Filho! Não posso tomar uma decisão assim sobre o seu destino, sozinha! Tenho que falar com o seu pai...

_ Mais...

_ Eu vou ligar para ele! – pega o telefone sem fio em cima da mesinha do telefone ao seu lado e saiu da sala digitando o numero.

_ Kou-kun! Acha que seu pai deixaria você ficar?

_ Não sei Kai! Meu pai ultimamente tem sido muito imprevisível. Só espero que a mamãe consiga convencê-lo!

_ Nós também!

A Mãe do Kou voltou para a sala depois de um tempo. Ela estava séria dessa vez, não estava mais com o mesmo sorriso contagiante de antes, colocou o telefone de volta no gancho e sentou-se ao lado do Kouyou novamente.

_ E então mãe? O que ele falou?

_ Ele falou que ia pensar no seu caso, ele acha que você anda muito rebelde!

_ O Kou-kun rebelde?

_ Se o Uru-kun é rebelde então eu sou um marginal, porque ele é o mais calmo da turma.

_ Eu não sou não! O Reita é o mais calmo!

_ O Miyavi tem razão! O Akira-chan não é calmo! Encoste-se a uma corda do baixo dele e você está morto.

Agora uma discussão sobre o nome do Reita se iniciara. Mais aquilo estava fora do meu alcance de audição, ainda mais quando se tem a mente presa em outra coisa. Levantei-me do sofá e, sem que ninguém percebesse, fui para a varanda do apartamento. Fiquei ali olhando para o playground que tinha logo a baixo, fiquei olhando para aqueles brinquedos onde muitas vezes eu e Kouyou brincávamos quando éramos mais novos, onde ele ficou com a sua primeira namorada, onde ele me apresentou a minha segunda namorada, onde surgiu a idéia de criar uma banda de rock.

Poderia dizer que aquele playground era nosso maior cúmplice, depois que nos conhecemos, boa parte dos momentos mais felizes e emocionantes da nossa vida passou a existir ali. Mais se o pai do Kouyou não o deixasse ficar, nunca mais poderíamos nos ver, nunca mais viveremos momentos tão bons quantos que passou e os que sonhávamos que poderia acontecer.

Senti um aperto forte no meu coração naquele momento. Uma raiva tomou conta de mim e soquei a barra de ferro em que segundos atrás estava apoiado que se desprendeu da parede e minha mão começara a sangrar e eu me encolhera no canto da varanda, apoiando meus braços cruzados sobre meus joelhos e em seguida minha cabeça sobre meus braços.

O que estava acontecendo comigo? Nem a minha briga com a minha ex-namorada me fez chegar a ponto de machucar a mim mesmo, por que aquilo estava acontecendo? Senti meus olhos arderem forte, tal como só ocorria quando um choro forte e descontrolado estivesse avisando que se aproximara. E foi o que aconteceu! Comecei a chorar a ponto de até soluçar.

Foi quando senti uma mão delicada e gélida tocar a minha mão que sangrava. Olhei como em um susto e me deparo com o olhar assustado do Kouyou, agachado em minha frente, para minha mão.

_ Kou, desculpe pela barra de ferro da sua varanda. Eu prometo que pago o concerto!

_ Está me ouvindo reclamar? Estou preocupado com a sua mão! – levantou-se e guiou-se até a porta que levava da varanda até a sala. – Mãe! Pega a maleta de primeiros-socorros pra mim, por favor!

_ Kou! Não! Não precisa!

_ Claro que precisa! Sua mão está sangrando e pode infeccionar! – ele se abaixou novamente na altura que eu estava, segurou novamente minha mão e ficava a fitar-me. Meu rosto começou a esquentar e forcei-me a desviar seu olhar, foi quando pude ver Kai e Miyavi parados na porta nos encarando. Puxei bruscamente de encontro a meu colo e senti meu rosto esquentar cada vez mais.

_ O que aconteceu, Yuuzão?

_ Você está bem, Yuu-kun?

_ Estou bem! Não aconteceu nada!

_ Ah ta! Então agora a mão das pessoas dá para sangrar do nada, sem motivos! Conta outra! – Miyavi me pareceu realmente preocupado com o que acontecia comigo, por mais que seu sorriso irônico tentasse esconder.

_ Eu estou bem... Foi só um cortezinho de nada! – falei virando meu rosto para o lado de fora do apartamento.

_ Aqui está filho! Está tudo bem Yuu querido? – A senhora Aiko estava preocupada, dava para ver a aflição dela em seus olhos, mais eu não conseguia entende o porque de tanta preocupação com apenas um corte.

_ Estou bem!

_ Já que você diz então eu vou indo, vou acompanhar o Yutaka até a casa dele e depois vou para a minha. Está ficando tarde! – Miyavi deu os ombros para nos depois de nos encarar.

_ Okay, Meevy! Até amanha!

_ Até! – saíram da varanda e foram indo em direção a porta sendo acompanhados pela senhora Aiko, deixando a mim e Kouyou sozinhos novamente.

_ Me dê aqui a sua mão! – pegou minha mão com tanta delicadeza, e começou a fazer o curativo.

Meu rosto parecia entrar em chamas por dentro, olhava-o cuidar de minha mão com tanto carinho que eu nem sabia mais o que pensar. Depois de mostrar toda a sua atenção cuidando da minha mão, sentou-se ao meu lado segurando-a e não falou absolutamente nada. Ficamos assim por um tempo. Calados, um desfrutando da companhia do outro sem abrir a boca para nada, apenas acariciando um a mão do outro.

Era tarde da noite e o pai do Kouyou acabara de chegar, a mãe do Kou avisou que tinham a minha presença na casa e ele veio até a varanda falar conosco. Assim que o vi senti um impulso forte me fazer soltar a mão do Kouyou e me levantar rapidamente para cumprimentá-lo, e foi o que fiz. Ele me encarava como se eu não devesse estar ali, mas não deixou de ser educado comigo. Com certeza devia achar que eu não era uma boa influencia para o filho.

_ Você deve ser o amigo que o Kouyou me falou! O Tal de Shiroyama Yuu não é?

_ Sim senhor! Muito prazer! – inclinei meu corpo o mais baixo que poderia para demonstrar meu respeito. Senti um frio em meu estomago ao lembrar a barra de ferro e fiquei a olhar o cenário ao perceber que ele notara que a barra estava solta.

_ O que aconteceu aqui?

_ Er... Foi um...

_ Foi um acidente pai! Eu estava brincando com o Yuu aqui a barra soltou e ele machucou a mão tentando arrumar. – Kouyou tomou minhas dores. Ele não devia ter feito isso, ele só piorou a situação. Na verdade ele sempre fazia isso para limpar minha barra, mas aquela situação eu deveria ter sido acusado.

_ Ao menos não foi nada grave. Daremos um jeito nisso amanha.

_ Er... Pai, sobre o que a mamãe falou pelo telefone...

_ Sobre você ficar na casa de um de seus amigos! Eu sei! Vamos para a sala, não quero os visinhos escutando nossa conversa. – entramos na sala e nos acomodamos no sofá.

A última vez que senti a sensação de estar sendo metralhado com apenas olhares nada agradáveis foi quando a minha ex me forçou a conhecer os pais dela. Agora eu estava tendo a mesma sensação na casa do Kouyou com o pai dele. Era horrível!

_ Bom! Eu pensei bem sobre as ultimas atitudes do meu filho, sobre o quão mal educado e... – olhava para mim e logo em seguida olhou para Kouyou. - o quão ele teve boas intenções agindo assim!

_ Papai... Isso quer dizer que...

_ Não filho! Eu sei que queria ficar na companhia de seus amigos! Mas não! Não posso deixar você aqui sozinho! Ainda mais que não conheço a família dos seus amigos! Nem conheço os seus amigos! Então sinto muito, mas você vai para Hokkaido comigo e com sua mãe!

_ Isso não é justo! – um vulto loiro dispara pela minha frente entrando em um corredor.

_ Kou! – Corri atrás dele. Ele havia ido para seu quarto. Bati na porta esperando resposta. – Kou! Abre a porta!

_ Está aberta! – entrei no quarto e o encontrei deitado em sua cama.

_ Kou! Você está bem?

_ Não! Meu pai não confia em mim! Deu pra ver isso agora, não sei se percebeu!

_ Fica calmo! Ainda tem três meses! Vamos curtir enquanto podemos! Talvez com o tempo ele mude de idéia!

_ Você tem razão! – ele se sentou na cama forçando um sorriso.

_ Tenho que ir para casa agora! Está ficando tarde e sei que meu pai a qualquer momento pode ligar.

_ Está bem! Eu te acompanho até o portão do condômino!

_ Não precisa! Eu sei me defender melhor do que você! Vemos-nos amanhã na escola! – me aproximei dele de vagar, levantei seu rosto em minha direção e beijei-lhe a testa. Ao me afastar do loiro o vi me encarando com os olhos brilhando, sorrindo e corado.

_ Está... Bem! Até amanha então.

O deixei em casa e sai rumo a minha. Ia ter que dar uma volta enorme até chegar à minha querida casa e com certeza o caminho ia me preparar para a mesma bronca que sempre escuto de quando vou à casa do Kouyou. Mais talvez não seja como das outras vezes, mamãe sabia como estava quanto à mudança dele e então poderia segurar a língua do papai para me deixar em paz.

Agora eu tinha certeza absoluta, nada o faria ficar. Kouyou iria embora e não havia nada legalmente que eu pudesse fazer. Digo legalmente por que a única saída lógica que encontrei foi seqüestrar meu próprio amigo. Mais isso eu não iria fazer, gosto muito do Kouyou, mas também gosto da Senhora Aiko e não a queria sofrendo então a única saída que tinha era aceitar a situação.

 

CONTINUA....


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Notas finais do capítulo

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