Twilight - a Magia do Amor escrita por Sol Swan Cullen


Capítulo 28
25º Capítulo - Caça


Notas iniciais do capítulo

A pedido de muitas leitoras...
Mais um capítulo...



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(Bella POV)

 

Sentia-me tensa em cima das costas de Edward.

Ainda não conseguia acreditar como foramos tão descuidados e ter deixado a guarda tão em baixo, confiando na vantagem dos números... Ella poderia ter morrido! E a culpa seria toda minha...

Estava tão envolta nos meus pensamentos que nem reparei que já estávamos em casa dos Cullen. Edward poisou-me no chão; Seth e Jacob voltaram à sua forma humana e correram cada um para a rapariga por quem tinham tido a Impressão; Esme correram para um pequeno quadro na parede onde ela digitava uns códigos, accionando as protecções metálicas nas janelas e portas; Angel, Isabel e o pai reuniam-se com Carlisle num canto da sala enquanto eu, Edward, Jasper, Alice, Emmett, Rose, Joe e Emily esperavamos instruções dos mais velhos.

- O que vamos fazer agora?! – Perguntei, olhando para todos. – Não podemos deixá-los por aí à solta!

- E não vamos! – Angel disse, olhando para mim, os seus olhos estavam negros e não era por sede...

- Angel?!

- Nós vamos caçá-los! Antes que eles nos caçem a nós! – Charlie respondeu, os seus olhos tão negros quanto os do meu padrinho.

- Enlouqueceram?! – Ella perguntou, olhando para eles assustada. – Nós não podemos...

- Uma coisa é só haver ameaça a um membro da família, Ella! – Isabel disse olhando para a filha. – Outra coisa é eles atacarem sem serem atacados! Depois do que te fizeram não os deixarei com vida!

Nunca vira a minha madrinha nem o meu padrinho tão sedentos pela morte de alguém como naquele momento, mas não os poderia culpar por isso! Na minha mente ainda estavam vivídas as imagens do meu pesadelo, os meus filhos a serem mortos por James... Se eles já fossem nascidos e tivessem sido sequer ameaçados por aquele monstro, talvez também eu estivesse com uma fúria assassina como Isabel.

- Ele vai caçar a Bella, não vai? – Rose perguntou, a preocupação colorida na sua voz e eu senti uma onda de carinho para com a vampira loira.

- Ele já a está a caçar! – Disse Carlisle, o pesar presente na sua voz.

- O que podemos fazer?! – Edward proferiu-se pela primeira vez desde que tinhamos regressado a casa.

- Tentar antecipar os seus passos. – Respondeu Carlisle. – E atacá-lo quando menos esperar.

Olhei para o meu vampiro, apenas para ver o seu rosto inexpressivo.

- O que podemos fazer com a Bella? – Ele voltou a perguntar.

- Fugir não resulta. – Isabel disse.

- No entanto, ficar aqui está fora de questão! – Charlie disse. – Ela está muito próxima da cidade... Ele poderá começar a matar pessoas.

- Não podemos guiá-lo para Salem! – Disse Esme. – Ele colocará a cidade em perigo, novamente.

- Devo levá-la para onde, então?! Não vou arriscar deixá-la aqui de qualquer maneira! – Edward disse e isso foi a gota de água para mim.

- Pára, Edward! Pára! – Exclamei. – Pára de falar como se eu não estivesse aqui, raios! E pelo amor da Deusa! Eu não vou deixar que nenhum de vocês seja colocado em perigo! Nem pensar! Isso está fora de questão!

Edward aproximou-se de mim, colocando-me uma mão de ambos os lados do rosto, olhando me directamente nos olhos. – Não vou permitir que corras riscos desnecessários, não mais dos que já permiti que acontecessem.

- Não correrei! – Prometi.

- O que sugeres, Bella? – Charlie perguntou-me.

- Vamos a casa! – Disse.

- O quê?! – Todos perguntaram ao mesmo tempo.

- Estás doida?!

- Ele anda por aí à espera de te apanhar sem guarda!

- É que nem penses!

- Nã nã! Não vais a lado nenhum!

Estavam todos a falar ao mesmo tempo, até os lobos davam a sua opinião!

- CALEM-SE! – Gritei, fazendo com que todos se calassem. – Importam-se de me deixar acabar?! – Vi todos assentirem. – Óptimo! Vamos enganá-lo! Criamos uma armadilha!

- E como pensas fazer isso?! – Jasper perguntou.

- Ele deve julgar que o Edward vai fugir comigo! Pois bem, vamos fazer aquilo que ele pensa! Mas o Edward não pode vir comigo...

- Não! – Edward exclamou, afastando-se de mim bruscamente.

- Edward...

- Não, Bella! Não te vou deixar!

- Mas importas-te de me deixar falar?! Raios, vocês são todos uns chatos! – Ele calou-se e eu continuei. – Como eu estava a dizer, o Edward não poderá vir comigo... Temos que nos separar, eu irei para um lado e ele para o outro.

- E para onde irias?! E com quem? – Carlisle perguntou.

- Daí eu precisar de ir para casa! Encenamos uma discussão! – Disse olhando para o pai. – Gritarei que estou farta de ser metida em perigo por o meu lado sobrenatural, que estou farta de Forks... Direi que voltarei para casa, para ao pé da Mãe... que voltarei para Phoenix!

- Ainda não respondeste às perguntas. – Edward disse, parecia chateado.

- Iria com a Alice e o Jasper. – Disse olhando para ambos. – Eu confio em vocês e como não tenho a visão preciso que a Alice me guie...

- E para onde? - Carlisle perguntou.

- Para Phoenix. – Respondi prontamente, pronta para ouvir os gritos de todos.

- Isso não é muito inteligente. – Angel criticou. – Dizeres ao caçador onde vais...

- Não! – Isabel contradisse. – Ela tem razão... Ele deve julgá-la demasiado humana depois de a ouvir a falar com o Charlie. Nenhum ser inteligente iria dizer em alto e bom som para onde iria caso estivesse a fugir e depois iria mesmo para esse sitio! O James irá seguir este raciocinio...

- Para não falar de que ele julgará que a Bella estará com o Edward...

- Ele seguir-me-á, nós encaminhamo-lo para um sítio, cercamo-lo e matamo-lo! – Edward disse, concluindo o raciocinio.

- Exactamente! – Disse sorrindo.

- É um bom plano... – Jasper disse pensativamente. – No entanto, estamo-nos a esquecer da mulher, Victoria... Como tratamos dela?!

- Fácil! – Emily disse. – Não precisamos de ir todos! Tu e a Alice vão com a Bella para o Arizona; o Emmett, o Carlisle, o Charlie e o Edward seguem para norte, para o encurralarem; eu, os lobos, a Ana, o Joe, o Angel, a Isabel e a Ella ficamos aqui e tratamos da ruiva... – Ela encolheu os ombros e deu um sorriso maroto. – Canja!

- Parece-me um bem... – Carlisle disse. – No entanto, talvez a Ana deva vir connosco.

- Porquê?! – Ana parecia indignada. – Porque carga d’água haveria eu de ir meter-me nos iscos?!

- Porque tens a visão... Muito melhor que a minha! – Charlie disse. – E para além disso, o teu cheiro é quase idêntico ao da Bella, James irá pensar que é mesmo a Bella...

- Também é uma boa ideia... – Angel disse. – Apesar de não me agradar o facto de me estarem a deixar para trás.

- O Jake e o Seth precisão de orientação por aqui... E tu és o melhor nisso! – Respondi-lhe.

- Nunca pensei que haveria de agradecer aos Volturi por algo... Para além de ter tido a oportunidade de entrar nesta família... – Angel disse baixinho.

- Então vamos a isso! – Charlie disse andando até à porta da rua. – Anabella, fica aqui! Vocês voltam aqui, Bella! Vai ser necessário...

Edward, Charlie e eu seguimos para a garagem e entrámos para o carro do pai, com Charlie ao volante e Edward e eu no banco de trás.

- Achas que ele está aqui à volta da casa?! – Perguntei a Edward.

- Não o oiço... Mas é provável...

- Espero que não. Porque isto tem de resultar.

Charlie guiou-nos para casa em silêncio, os seus olhos movendo-se para as bermas da estrada de vez em quando, procurando algum movimento indesejado. Poderia arranjar uma faca e cortar a tensão que se encontrava presente no carro, fazendo o ar ficar mais pesado e até difícil de respirar. Quando estávamos a chegar a casa, o pai virou-se para o banco de trás.

- Bella, esconde a presença do Edward! – Ele disse. – Assim que sairmos do carro, Edward, tu vais para o quarto da Bella, pega em tudo o que encontrares e mete numa mala. Temos dez minutos!

- Porquê?! – Perguntei.

- O James está aqui. – Edward sussurrou-me.

Foi como se uma cortina vermelha de raiva se metesse na frente dos meus olhos, toldando-me a vista e fazendo com que a magia se activasse em mim.

Foca-te, Bells... Pensei para mim mesma, usando a magia que a raiva activara em Edward.

- Já está. – Disse para Charlie e Edward.

- Muito bem. – Charlie disse tirando a chave da ignição. – Façam as vossas despedidas agora. Mais tarde será difiícil.

E ele saiu do carro, olhando de um lado para o outro de sobrolho carregado, entrando depois em casa e acendendo as luzes. Virei-me para Edward assim que o meu pai fechou a porta de casa.

- Quero que saibas que o que quer que eu diga lá dentro não vai passar de uma encenação. – Disse-lhe fazendo-lhe uma festa no rosto.

- Vou tentar ter isso em mente. – Ele disse beijando-me a testa. – Agora vai! Não temos muito tempo.

Saí do carro, tentando ser o menos desastrada possível, também olhando para todos os lados, procurando ver James atrás de uma árvores ou coisa assim. Todos os meus sentidos e sentidos extra estavam no máximo como se fossem cabos que estavam ligados à corrente. Assim que entrei em casa suspirei de alívio e então deixei que a personagem tomasse vida.

- ESTOU FARTA! – Gritei, chamando à atenção de Charlie que estava na cozinha.

Assim que encontrei o seu olhar, ele compreendeu o que eu estava a fazer.

- O que queres dizer, Bella?! – Ele perguntou, o seu rosto tomando uma nota de confusão para condizer com o seu tom de voz.

- Estou farta! Farta de ser metida em problemas por causa do meu lado sobrenatural! – Gritei novamente. – Farta de não ser NORMAL!

Eu estava a ser cruel, estava a puxar as coisas ao limite, soube disso quando vi o ar magoado no rosto de Charlie.

Perdoa-me, papá! Pensei, sentindo-me desgostosa por estar a mentir, por estar a magoar Charlie com as minhas palavras.

Virei-me para subir as escadas em direcção ao meu quarto, ouvindo Edward mexer-se de um lado para o outro. Entrei e vi o meu namorado a correr de um lado para o outro, pegando em coisas e metendo-as na minha mochila, juntei-me a ele, dando-lhe coisas que eu poderia precisar. Tirei-lhe a mochila da mão e sai do quarto, dirigindo-me à casa-de-banho, quando sai do quarto, à porta estava Charlie, olhando para mim com um ar determinado, vi as lágrimas nos seus olhos e segurei as minhas.

- O que estás a fazer, Bella?! – A sua voz estava magoada, mas lá no fundo, eu ouvia a aprovação dele.

- Estou a fazer a mala! – Respondi de modo duro, tentando lutar as lágrimas. – Vou para casa.

- Tu já estás em casa.

- Não! – Exclamei, achando cada vez menos argumentos para responder aos de Charlie. – Vou voltar para Phoenix, lá é casa! Não é aqui!

Entrei na casa-de-banho e dirigi-me ao armário, atirando todos os meus utencílios de higiene na mala, quando voltei a sair, lá estava Charlie novamente.

- A tua mãe não está lá! – Ele disse. – E já está escuro! Fica por esta noite, vais ver que amanhã já vai estar tudo melhor! Se ainda quiseres ir amanhã de manhã, eu levo-te ao aeroporto...

- Não! Eu vou agora! Se me sentir cansada, páro no caminho! – Respondi-lhe.

- E então o   Edward?

Aquela pergunta fez-me parar no meu caminho, sabia que o homem que eu mais amava estava no meu quarto, a ouvir tudo... Isto iria magoá-lo.

Não passa de uma encenação! Não passa de uma encenação! Repeti para mim, tentando manter as lágrimas longe dos meus olhos.

- Eu já que estou farta de tudo o que é sobrenatural! – Um aperto no coração... É só uma encenação... – Ele é um vampiro... Os humanos não namoram vampiros! Eu não quero ter nada a ver com ele! Eu não quero ter nada a ver com o mundo sobrenatural! Eu só quero ser uma humana simples, normal...

Charlie olhou para mim com tristeza, sabendo o quanto aquilo me custava...

Isto é necessário! Ele pensou para mim.

Eu sei, pensei para o meu pai.

Quando entrei no quarto, Edward estava na janela, os seus olhos estavam inexpressivos, como se nada daquilo se tivesse passado.

Espero por ti na carrinha. Ele disse-me e eu assenti, colocando as últimas coisas na mala e saindo do quarto.

Passei pelo meu pai e desci as escadas, ouvindo os passos pesados do meu pai por trás de mim.

- Bella, por favor, não vás... – A sua voz estava cheia de mágoa e eu senti as lágrimas cairem. – Só agora te tive de volta.

Estás a jogar tão baixo, pai... Pensei, desejando que ele não tivesse dito nada daquilo.

- Eu... Eu não quero ficar aqui! Eu não quero ficar aqui presa como a mãe! – Gritei, jogando o meu golpe mais baixo. – Deixa-me partir, Charlie.

Vai, Bella! Ouvi os pensamentos de Charlie antes de sair de casa e a mágoa que os coloria deixou-me de rastos.

Corri para a carrinha, ligando o motor barulhento e arrancando enquanto as lágrimas continuava a cair dos meus olhos sem dó nem piedade. Ouvi um estrondo e assustei-me ao ver Edward pendurado do lado de fora da carrinha no meu lado.

- Deixa-me guiar! – Ele exclamou e eu afastei-me do volante, deixando-o entrar.

Se isto fosse numa novela, rir-me-ia imenso, apesar de isso ser a última coisa que quero fazer neste momento. Pensei para Edward, fungando e limpando as lágrimas.

- Vai correr tudo bem! – Ele confortou-me, pondo uma mão no meu joelho. – O Charlie sabe que disseste aquilo na encenação, que não o querias dizer realmente.

- E tu sabes que eu também só disse o que disse na encenação, não sabes?

- Se não te conhecesse, eu diria que tinha pensado que a minha presença na tua vida tinha mudado a tua ideia acerca do mundo sobrenatural... – Ele olhou para mim de esguelha, brindando-me com um sorriso de lado. – Estaria a ser muito convencido se te dissesse isto não estava?! Mas não te preocupes, nada do que disseste me afectou, Sei como te sentes realmente e não estou disposto a partir para longe de ti sem que tu me mandes.

- Amo-te. – Sussurrei-lhe, aproximando-me dele e encostando a minha cabeça no seu ombro.

- Também te amo. – Ele sussurrou-me. – E nós vamos ultrapassar isto... Depois, vamos terminar a escola... Iremos morar em Salem... Ter uma casa só nossa...

Sorri com a ideia, as crianças dos meus sonhos a correrem para mim e para Edward num dos verdes relvados de Salem... Suspirei, sorrindo perante a imagem.

Antes que eu percebesse, Edward parou a carrinha em frente à porta da mansão dos Cullen, ambos saímos a correr, indo para dentro da casa. Charlie já lá estava e eu corri para me abraçar a ele, recebendo um beijo na testa enquanto as lágrimas continuavam a cair.

- Está tudo bem. – Ele sussurrou-me. – Fizeste bem... James caiu na armadilha, julga que vais fugir com Edward.

- O quê?! – Perguntei com a voz rouca.

- Ele viu-me a entrar no teu quarto e a entrar na tua carrinha. – Edward disse. – Fazia parte do plano. Ele julga que gritaste com o teu pai para que ele não viesse atrás de nós quando fugissemos.

Olhei fixamente para Charlie, sentindo-me furiosa por ele me ter feito gritar com ele daquela maneira. – Enganaste-me!

- Bella, enquanto o James pensar que estás com o Edward, ele vai seguí-lo, esperando encontrar uma abertura e atacar-te! Irá cair direitinho na armadilha! – Ele respondeu-me, os seus olhos tristes. – Detestei tanto fazê-lo como tu detestaste repetir as palavras da tua mãe para mim e como detestaste gritar que não te importavas com o Edward e não querias ter nada a ver com ele.

- Podias ter-me, ao menos, dito o que planeavas mentalmente!!! – Exclamei.

- Bella...

- Bella, Charlie! – Exclamou Isabel interrompendo Charlie. – Chega de discussões, a Bella tem que partir tal como todos os outros!

- Nós não estávamos a discutir. – Charlie disse baixinho.

- Eu ouvi, Charles! – Isabel disse. – Bella, Ana, vão trocar de roupa, assim o caçador vai ficar mais certo de que está a seguir a gémea certa.

- Não me agrada essa ideia. – Jacob disse com um ar carrancudo.

- Não tem que agradar, lobo! – Isabel disse, recebendo um olhar irritado de Ana.

- Esquece, Ana! – Exclamei puxando-a pelo braço e subindo as escadas.

Fomos para o primeiro andar e entrámos na primeira porta à direita, apesar de estar escuro, consiguia ver a decoração suave e o tom claro das paredes, vi algumas molduras em cima dos móveis, consegui ver Carlisle e Esme numa fotografia, Edward e os irmãos noutra. Pelo que considerei que este fosse o quarto de Esme e Carlisle.

- Toma. – Ana disse, passando-me as suas roupas. – Passa-me as tuas depressa.

Despi-as rapidamente e passei-as à minha irmã, vestindo as dela, sabia que o cheiro dela era idêntico ao meu, mas o odor que se sobrepunha ao seu era ainda mais forte...

- Tomaste banho?! As tuas roupas tresandam a cão!

- Sim... Eu só te passei as roupas... A Alice disse-me que as minhas roupas a cheirarem a cão iriam fazer mais credível o disfarce. Especialmente porque tu tens o cheiro do Edward nas tuas roupas... E o cheiro do Jake é bem mais forte que o dele...

Tentei sorrir perante o tom orgulhoso da minha irmã, mas não havia em mim o gene despreocupado que havia nela.

- Isa... – Olhei para a loira, estando espantada por ela se ter dirigido a mim por aquele diminutivo, o que ela me costumava chamar quando éramos mais novas. – Prometes-me que aconteça o que acontecer, nós vamos estar sempre juntas?!

- Somos gémeas, nada nos vai separar. – Prometi, abraçando-a a mim com força. – Toma conta do Edward e do pai por mim, durante a viagem.

- Mantem-te a salvo.

Quando nos olhámos no escuro, não havia os olhos azuis ou castanhos, não havia os cabelos loiros ou castanhos, apenas Ana e Bella... Ana inspirou fundo, um sorriso confiante surgindo no seu rosto e eu dei um fraco sorriso em resposta ao seu.

- Vamos acabar com ele, mana! – Ela disse, indicando-me a porta.

Assenti e ambas corremos para baixo, na sala todos se preparavam, Emmett e Rose estavam num canto, tal como Carlisle e Esme, percebi pelo modo como olhavam uns para os outros que se estavam a despedir; procurei com o olhar pelo meu pai, encontrando-o junto de Isabel e Angel dizendo-lhes algo importante, então juntei-me a Edward que olhava para o seu piano com um ar pensativo, mas quando me sentiu a aproximar, olhou para mim e sorriu-me ligeiramente.

- E isto é um “adeus”?! – Perguntei-lhe baixinho, puxando-me para junto dele.

Ele beijou-me, depositando tanto amor e paixão no beijo que eu julguei que seria esmagada com a força dos seus sentimentos, correspondi do melhor modo que consegui, depositando tanto amor e tudo o que sentia por Edward no beijo, desejando que só aquele beijo fosse suficiente para fazer com que tudo não passasse de um pesadelo, de um pesadelo em que eu poderia abrir os olhos e deparar-me com um dia de sol radiante e Edward ao meu lado na cama.

- Não é um “adeus”. – Ele disse quando nos afastámos, acariciando o meu rosto, mas nunca libertando o meu olhar. – É apenas um “até logo”. Voltaremos a ver-nos em breve...

- Pessoal! – Joe gritou da porta que dava para a garagem. – Hora de ir!

Olhei para Edward uma última vez, recebendo outro beijo. Este era mais fervoroso, mais urgente, como se este fosse o nosso último.

Não será o nosso último beijo! Pensei para Edward, fazendo-o apertar-me mais contra si.

Eu sei que não. Ele respondeu-me quando nos separámos e então ele correu à sua velocidade vampirica para a garagem, desaparecendo da minha vista.

Carlisle, Emmett e Ana sairam disparados para a garagem, Charlie ficou para trás e dirigiu-se a mim, olhei para ele com tristeza, sentindo-me novamente a criança que era levada pela sua mãe no final do Verão. O meu pai tinha exactamente o mesmo olhar de quando se despedia de mim, o que me doeu ainda mais, e então ele envolveu-me num abraço apertado. Senti as suas lágrimas molharem-me o cabelo, ao mesmo tempo que as minhas lágrimas lhe molharam a camisa.

- Tem cuidado, minha pequena bruxinha.

- Também tu. – Respondi-lhe abraçando-o com mais força.

E, então, ele foi-se embora, deixando-me para trás tal como acontecia sempre quando eu era pequena e ía passar as férias de Verão com ele. A única diferença é que eu já não era uma criança, já não estava a ser entrega à minha mãe... e acima de tudo, não havia realmente a certeza de que voltaria a vê-lo.

Minha Deusa, deixa que tudo corra bem. Rezei silenciosamente.

- Agora, esperamos. – Alice disse, sentando-se no sofá branco.

- Porquê?!

- Temos que deixar que James os siga primeiro... – Jasper disse sentando-se ao lado da fadinha. – Assim que tivermos a certeza de que ele está atrás do Jeep do Emmett, a costa estará livre para seguirmos.

Esme, Isabel, Angel, Rosalie e Joe sairam pouco depois, despedindo-se de mim dizendo que provavelmente quando voltassem Jasper, Alice e eu já não estaríamos em casa. Emily explicou-me que eles íam vigiar a cidade, certificando-se de que Victoria tinha seguido com James.

Estava tensa como uma corda de um piano, vibraria a qualquer pressão adicional, por isso quase gritei quando Emily prendeu a respiração e os seus olhos se desfocaram.

- James caiu... – Ela disse ainda no seu estado de transe. – Foi atrás deles.

- E a vampira ruiva?! – Jacob perguntou, fazendo-se presente pela primeira vez.

- Não... – As sobrancelhas da minha prima arquearam-se. – Ele deixou-a para trás... Ainda não percebeu que o Edward e a Ana não estão sozinhos... Ele julga que a Victoria pode atacar o Tio Charlie para o usar como isca para te apanhar.

Voltei a ver vermelho, sentindo-me tentada a sair da casa e ir eu própria caçar a ruiva que ameaçava a minha família.

- Não adianta de nada, Bella! – Jasper disse lançando uma onda de calma na minha direcção. – Isso não iria ajudar.

Um telefone tocou e eu olhei para Ella que estava enroscada contra Seth num dos sofás, ela atendeu e pouco depois desligou, correndo para mim e abraçando-me.

- Toma cuidado, Bells. – Ella disse afastando-se de mim. – Vemos-nos em breve, prima.

- Até breve, Ella. – Disse beijando-lhe a testa, então olhei para Seth. – Toma conta da minha bonequinha, Seth! E toma cuidado.

- Podes confiar! – Ele respondeu-me abraçando-me, depois vendo que eu fiz uma careta riu-se. – Assim ajudo a camuflar-te melhor.

Ri-me, um riso sem gosto, sem vontade, e então virei-me para Jacob.

- Toma cuidado, Bella. – Ele abraçou-me com força. – Não quero perder a minha amiga e cunhada.

- Não perderás. – Prometi, sentindo um carinho pelo rapaz. – Voltaremos a ver-nos em breve, Jacob Black.

- Espero por isso, Isabella Swan. – Ele respondeu-me.

Joe abraçou-me a seguir, beijando-me a testa com carinho. – Acredito que és a Isabella que eu conheci no início do século XX... Aquela que eu considerei como minha irmãzinha... Cuida-te e, por favor, não cometas nenhuma loucura. O Edward não suportaria perder-te outra vez.

- Farei o que estiver ao meu alcance, Joe. – Disse abraçando-o.

Depois foi a vez de Emily, os olhos azuis dela fixaram os meus castanhos. – Ai de ti que voltes para casa em condições piores do que às que te encontras neste momento, Isabella.

- Também te adoro, Em. – Abracei-a com força, desejando voltar a ser a criança que costumava brincar com Emily no jardim da Avó.

- Estou a falar a sério, Bells. – Ela disse abraçando-me também. – Volta para nós sã e salva.

- Podes contar com isso. – Sorri-lhe. – Não quero que sintas assim tanto a minha falta. Até porque já sei que já deves ter visto o que eu e o Edward planeamos fazer depois.

- Podes crer... Já vi isso e muito mais... – Ela disse-me com um sorriso misterioso. – Até breve, minha irmã.

- Até breve, irmã.

Senti as lágrimas picarem-me os olhos enquanto me despedia de Emily, no entanto, já Jasper e Alice esperavam por mim na porta da garagem.

- Vamos. – Disse-lhes. – Está na hora da caça!


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Notas finais do capítulo

E então?!
O que acharam agora?!
O que será que vai acontecer?!
Será que o James caiu mesmo na armadilha?!
Hum...
Comentem e pode ser que eu consiga acabar o próximo capítulo hoje... e talvez amanhã já haja um poste novo!
Beijos para todas e obrigada pelos comentários!



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