Escape escrita por Miaka


Capítulo 18
Reencontros


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo, pessoal! ♥ Primeiro capítulo do ano! Espero que tenham aproveitado bem os feriados! Minhas duas longs atualizadas essa semana. Espero que estejam acompanhando Remember Me tbm! ♥ Muito obrigada por mais um ano acompanhando minhas histórias!



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A pele naturalmente bastante clara, que tanto contrastava com os longos fios escuros que emolduravam seu rosto, empalideceu de uma forma que Hakuryuu nunca tinha visto. Os orbes azuis diminuíram enquanto os lábios entreabertos tentavam balbuciar algo que expressasse o quão indignada estava ao ouvir aquilo.

— N-Namorados? - gaguejando, Hakuei piscou ao balançar a cabeça negativamente, como se tentasse acreditar que seus ouvidos estavam lhe enganando.

— Sim! - Judal afirmou veementemente.

Hakuryuu encarava sua irmã enquanto corava violentamente. Judal estava louco?

— A-Aneue… - ele tentava contornar a situação ao ver o pavor estampado no rosto bonito da jovem.

Mas Hakuei reuniu forças e se recompôs. Todo o choque se dissolvendo em uma inabalável firmeza ao encará-lo.

— Hakuryuu. - interrompendo-o, Hakuei deu um passo à frente. - Isso é verdade?

A mais velha mal havia terminado seu questionamento quando Hakuryuu começou a ser capaz de ouvir as batidas de seu próprio coração. Batia tão forte em seu peito que conseguia sentir a reverberação sob a pele. Porém, como poderia responder algo que nem sabia se era verdade? Afinal, estavam envolvidos, era um fato, mas em momento algum Judal havia lhe pedido em namoro. Estavam mesmo namorando ou Judal apenas estava tentando livrá-lo da possibilidade de voltar à casa de sua família, ou melhor, à casa daqueles assassinos?

— Hakuryuu!

Ela voltou a chamá-lo, agora de uma forma mais imperativa. Foi quando o rapaz saiu daquele pequeno transe que adentrou enquanto se questionava sobre o que realmente estava acontecendo e, se estava acontecendo, sua irmã aceitaria? Afinal, nunca pensou que um dia se revelaria… apaixonado por outro homem.

Encontrou a mulher que, de pé, tinha os braços cruzados e uma expressão nem um pouco amigável. Ao seu lado, Judal permanecia com o maior sorriso do mundo.

Verdade ou não, o que importava era corroborar com a ideia de Judal.

— É verdade, aneue!

As palavras foram quase que cuspidas em meio à exasperação.

Hakuryuu pôde ver os dedos de sua irmã se fecharem ao redor da alça da bolsa pendurada em seu ombro. Ele respirou fundo. Como tivera coragem de dizer aquilo? Seria ela proveniente do calor dos braços de Judal, que lhe envolvia com tanto carinho?

— Judal me chamou para morar com ele e… eu me sinto feliz com el…

— O que pensa que está fazendo?! - novamente ela o interrompeu, aproximando-se do irmão que estava sentado naquela cama, os pés pendurados. - Hakuryuu, o que acha que nossos irmãos, nosso pai, diria se soubessem disso?!

O moreno piscou, tentando desviar o olhar quando Hakuei apoiou as mãos firmemente em seus ombros.

— Olhe para mim enquanto falo com você! - a moça sussurrou de uma forma ameaçadora.

Apertando os lençóis, Hakuryuu voltou a encará-la. Os olhos azuis tão idênticos se refletiram.

— O que nossos irmãos e nosso pai diriam se soubessem que você está casando com um dos assassinos deles?!

Mal houve tempo para completar.

Hakuei ergueu a mão e se preparou para desferir um tapa no rosto do mais jovem. Hakuryuu chegou a sentir a pressão do vento que o movimento dela fez, cerrando os olhos à espera daquele golpe que não chegou.

Ele reabiru os olhos e piscou, surpreendendo-se quando viu Judal segurar com força o pulso da mulher.

— Q-que pensa que está fazendo?!

— Eu que pergunto isso! - Judal dizia entre os dentes. - Não vai tocar em um fio de cabelo do Hakuryuu enquanto eu estiver ao lado dele.

— J-Judal… - Hakuryuu gaguejou e, instintivamente, puxou a camisa que ele vestia, como se pedisse proteção a ele ao se esconder em suas costas.

— Não se preocupe, Hakuryuu. - ele se voltou ao seu, agora, namorado. - Já disse que ninguém vai te fazer mal, sendo da sua família ou não. - Judal agora fitava a mulher que permanecia em seu encalço. A voz baixa murmurando calmamente. -  Se encostar um dedo no Hakuryuu, eu te mato.

Hakuei balançava a cabeça negativamente, completamente chocada com aquela situação.

Não bastasse o que ela considerava uma vergonha, um rapaz do nível de Hakuryuu estar se envolvendo com um homem, Judal era capaz de ameaçá-la e desautoriza-la daquela forma.

— Como… Como ousa me ameaçar assim?!

— Eu respeitei você até o momento em que você desrespeitou o Hakuryuu. - ele se justificou.

— Quer que eu aja como sabendo que ele está se envolvendo com alguém como você?!

— Com alguém como eu ou com UM HOMEM como eu?! - Judal retrucou, levantando o tom de voz e sentindo aquele aperto em sua camisa se intensificar.

— Demos a melhor criação do mundo para Hakuryuu para… que ele se tornasse isso?

Era nítido o desgosto e até mesmo… asco que Hakuei usava para se referir ao seu irmão - meramente por sua sexualidade? Era errado amar alguém?

Hakuryuu abaixou a cabeça, por mais que não fosse necessário esconder o rosto envergonhado. Mas ao perceber aquilo, Judal deu meia-volta e, firmemente, agarrou seu queixo com uma mão, forçando-o a erguer seu rosto.

— Isso que Hakuryuu se tornou é: um homem digno, que não vai se casar com ninguém por DINHEIRO, diferente do seu futuro marido. Diferente de você que é uma mimadinha que vive às custas da sua família mafiosa que, aliás, é a responsável por Hakuryuu estar aqui neste hospital!

— Judal!!!

— Eu não acabei, Hakuryuu! E não admito que abaixe a cabeça para essa mulher, aliás, pra ninguém! Muito menos se o motivo da sua vergonha é o que eu sinto por você!

Vermelhos e azuis se encontraram e ali o mais novo encontrou uma sinceridade sem par. Judal estava lhe defendendo de todas as formas e se, realmente, havia sentido vergonha do que sentia por ser reprovado por Hakuei, agora ele se sentia confiante. Era como se, ao lado de Judal, ganhasse uma força incrível.

— Hakuryuu, é sua última oportunidade de se retratar e ir embora comigo, parar com essa insanidade toda! - as lágrimas escorriam pelo rosto de Hakuei. - Podemos ser uma família novamente, Hakuryuu.

Entre a cruz e a espada ele encarou Judal e, em seguida, sua irmã. Como ele gostaria de acreditar que um dia poderiam voltar a viver como uma família, porém… além de sempre ficar ao lado dos crápulas que assassinaram seus irmãos e seu pai, Hakuei não aceitaria seu relacionamento com Judal. E como seria injusto abandoná-lo. Não. Jamais poderia abandonar quem tanto - ele tinha certeza agora - amava.

— Faz anos que não somos uma família, aneue… - Hakuryuu tomou coragem para falar. - Desde que Hakuyuu e Hakuren morreram. Tudo aconteceu e você vendou seus olhos, aneue. Você insiste em não acreditar no que acontece debaixo do seu nariz.

— Você está doente, Hakuryuu…

— Não, aneue. E você sabe muito bem da verdade, mas prefere se vendar para acreditar que o mundo é perfeito como você gostaria que fosse. Eu sinto muito, aneue, mas eu não vou ao seu casamento com o Kouen.

Era como se uma estaca perfurasse o peito da jovem. Ela dedilhava as lágrimas que cruzavam sua face com a mão trêmula.

— Eu não posso conduzir você ao altar para lhe entregar a um assassino.

— Não se preocupe. - um sorriso irônico assustou Hakuryuu. - Também não quero que uma... bichinha como você me leve ao altar!

Hakuryuu mordeu o lábio inferior e apenas assentiu quando sua irmã marchou até a porta e a bateu com toda sua força. Sentia-se completamente humilhado a ponto de não conseguir segurar as lágrimas por muito tempo.

Judal tinha vontade de ir atrás daquela mulher estúpida. Mas sabia que Hakuryuu seria contra e, pior ainda, não podia deixá-lo só naquele momento.

E por mais que ele tentasse conter as lágrimas, acabou caindo no choro, mas Judal rapidamente o abraçou, transmitindo a ele todo seu calor. Calor que ele não sabia quão bem fazia a Hakuryuu, que se agarrou ao corpo do maior.

Shhh! Eu te amo, Hakuryuu! Não chore, por favor. Está se recuperando e não deve se abalar por algo assim! - ele tentava contornar a situação enquanto o afagava. - Fique feliz! Vamos para a nossa casa agora. - enfatizando aquele pronome, Judal o encarou e abriu um grande sorriso.

—-------xxxxx-------

A xícara de porcelana foi carimbada pelo escarlate que desenhava seus lábios.

Depositando-a de volta sobre o pires, ela entreolhou o celular sobre a mesa.

Mamãe, precisamos conversar.” - dizia a mensagem cujo remetente era a única moça dentre os quatro filhos que tivera.

Um sorriso irônico cruzou seus lábios quando aquele suave bip soou pelos alto falantes do aeroporto. Os olhos azuis encontrando o painel que indicava aquela esperada chegada.

— As bagagens dos passageiros do vôo JJ-3327 vindo do Rio de Janeiro com escala em Nova Iorque já se encontram disponíveis na área de desembarque.

Guardando o celular de volta na bolsa Dolce & Gabana, revestida de couro tão vermelho quanto a seda do vestido justo que cobria muito menos que metade de suas coxas, ela se levantou.

— Continua linda como sempre, Arba!

Se não reconhecesse a voz que sussurrou em seu ouvido, ao ouvir aquele nome, Ren Gyokuen teria puxado imediatamente a Taurus .40, previamente destravada, que guardava naquela luxuosa bolsa. Mas aquilo não evitou que empalidecesse até o momento em que se virou de frente e o encontrou.

— Olá, Arba! Tudo bem?!

 

Exclamando em um português indefectível, aquele homem sorridente vestia uma camisa de abotoar completamente estampada com paisagens tropicais, além de ter um colar havaiano pendurado em seu pescoço. Os longos e frizados cabelos acinzentados estavam presos em um rabo de cavalo, não muito eficaz para conter a rebeldia dos enormes fios que iam até a altura de seus tornozelos. Era nítido também como sua pele estava mais bronzeada. Como ele havia mudado! Talvez a úncia semelhança que visse fossem as enormes argolas as quais sempre usara.

— David!

— Minha querida Arba!

A mulher estranhou o fortíssimo abraço que recebeu. Sentiu-se desconfortável com tamanha intimidade.

— Por tudo o que é mais sagrado, David! - seguindo na frente, “Arba” marchava. - NÃO ME CHAME DE ARBA AQUI!

— Aaaaah… - ele riu enquanto puxava a mala de rodinhas. - Eu acabo me esquecendo que sua vida agora é beeeem diferente, “Gyokuen”.

— Graças a você. - cruzando os braços, ela se sentou novamente àquela mesa sem encará-lo. - Como foi no Brasil?

— Ma-ra-vi-lho-so. - sibilando, David se sentou em frente à mulher. - As praias, as mulheres, a música, o povo… - David enumerava nitidamente encantado antes de tocar o queixo da mulher. - Como eu queria ter levado você para ver tudo aquilo.

Mesmo balançando ao receber aquele afago, Gyokuen fez questão de tirar aquela mão dali. Ela ainda evitava encará-lo.

— Escuto essas mentiras desde antes do… dele nascer.

Foi o suficiente para David franzir o cenho e cruzar os braços.

— Já conversamos sobre isso milhões de vezes. Não valeu a pena dar o golpe no Hakutoku? Não está aí exibindo jóias e vindo me buscar numa Mercedes?!

Gyokuen suspirou, sentindo-se ofendida.

— Continuo sendo uma mera prostituta para você, não é?

— Se fosse uma mera prostituta, eu não teria ajudado você a apagar a sua ex-cafetina, não é? - um sorriso repleto de malícia emoldurou o rosto daquele homem. - Aliás… - ele parecia pensativo. - Falan tinha um garoto que ela cuidava como filho quando você tramou a emboscada dela, não? Lembro que ela andava de mãos dadas com ele de um lado para o outro. Parecia uma menininha com uma trança enorme, lembra? O que aconteceu com ele?

— Temos mesmo que falar sobre isso? - Gyokuen não escondia o desagrado. - Ele… - mais uma vez os olhos azuis desviaram, mas repentinamente ela abriu um sorriso. - ele é um dos nossos alvos.

— O quê?! Não me diga que ele tenta se vingar de você? Descobriram que você que colocou a cabeça dela a prêmio, denunciando o tráfico de pessoas do esquema que vocês organizavam juntas?! - bastante surpreso, David parecia bastante interessado.

— Não… Ele nem imagina que eu sequer conhecia Falan. O problema é que ele virou uma pedra no meu sapato.

— Que eu saiba a única pedra no seu sapato é o seu filho caçula que, sinceramente, não sei qual é a dificuldade que você tem de apagar ele.

— Aquele garoto é a dificuldade agora. - Gyokuen suspirou. - Tivemos duas grandes chances de acabar com Hakuryuu, mas Judal se envolveu com ele e não é flor que se cheire também.

— Eles são amigos? Mas que mundo pequeno…

— Mais do que isso… - ela balançava a cabeça negativamente.

— Não me diga que… - David abriu um largo sorriso para depois gargalhar. - Ai, ai, Arba. Você deve ter ficado tão decepcionada… Mas vê, ao menos nosso filho constituiu uma família. Você fez comigo com mais gosto do que os que fez com aquele trouxa, não é? - provocou.

— Nosso?! - ela retrucou. - Seu filho, não? - enfatizando o pronome que corrigira, o desgosto voltava a sua expressão.

— Você queria que eu o deixasse ser criado por uma prostituta como você, Arba?

Ela suspirou novamente, recostando-se à cadeira. David balançou a cabeça negativamente, sem cerimônias ao tocar em uma das mechas dos fios escuros da mulher que virou o rosto.

— Não fique assim… Ei, o problema é seu filho e o namoradinho dele? Não se preocupe… Acabo com os dois rapidinho.

Tsc, você sempre age por baixo dos panos para manter as aparências!

— Claro, querida. Acha que vou sujar minhas mãos? Mas não se preocupe. Não fui apenas eu que voltei para o país. Ele também voltou.

—-------xxxxx-------

Estavam no carro quando Hakuryuu comentou que há muito tempo não comia comida chinesa. Aquele pequeno comentário fez com que Judal mudasse todo o trajeto e lá estavam eles, agora, adentrando aquele belo restaurante temático.

— Judal, tem certeza que eu posso comer essas coisas? - Hakuryuu perguntava.

— É claro que sim! - respondeu aquele que, desde que haviam estacionado, mantinha seus dedos entrelaçados aos do rapaz, como se o exibisse orgulhoso o tesouro que lhe pertencia.

— Mas eu acabei de sair do hospital! Não precisava me trazer aqui, fora que deve ser car...

— Justamente por ter ficado tanto tempo no hospital, quero que coma algo bem gostoso agora. - o moreno sorriu. - Aproveitamos e podemos conversar, não?

Um sutil aperto em sua mão e aquele olhar fixo em seus olhos foram o suficiente para Hakuryuu corar. Ele fitou o chão enquanto seguia acompanhando Judal, que já era orientado pelo metre a uma das mesas.

— Mesa para seis. - o rapaz devidamente uniformizado sorriu, mostrando-lhes seu lugar.

— Seis? - Hakuryuu piscou.

— Não se importa de termos companhia, não? - ele sorriu.

— Claro que não. - então era por isso que Judal não parava de mandar mensagens a cada semáforo em que paravam.

Para o mais jovem tudo era tão diferente. Estar na companhia de alguém que parecia disposto a fazer tudo para lhe agradar. Sentia-se amado, de verdade. Mas precisava tirar algumas dúvidas…

— Judal…

— O quê? - ele mexia no celular. - Essa merda de corretor me irrita! - resmungou.

— Sobre… sobre o que disse para minha irmã…

— Hm? - largando o aparelho sobre a mesa, vermelhos e azuis se encontraram.

— Sobre… sermos namorados.

— O que é que tem? - aquilo deixava Hakuryuu ainda mais nervoso.

— Realmente somos namorados?

Silêncio.

Judal e Hakuryuu ficaram a se encarar e era nítido como ele tinha medo de que o moreno desmentisse aquilo, que zombasse daquele questionamento. Afinal, deveria ser óbvio que Judal estava apenas tentando garantir que não tivesse que ir para a casa de sua família, não?

— Ué, mas isso não é claro? - Judal começou, estendeu a mão pela mesa para alcançar a de Hakuryuu. Os dedos se entrelaçaram novamente. - Me desculpa, eu não pedi da forma correta: Hakuryuu, você quer namorar comigo?

O coração disparou e as bochechas pálidas agora pareciam dois tomates bem maduros. Mas ele voltou a apertar aquela mão na sua, num pedido silêncio para que Judal jamais o abandonasse.

— Quero! - foi tudo o que ele disse com um largo sorriso em seus lábios.

Foi quando Judal o puxou. Hakuryuu praticamente esparramado pela mesa quando o mais velho segurou as laterais de seu rosto e o beijou de forma apaixonada. Como o amava! Como era bom saber que Hakuryuu desejava ficar com ele!

— Será que estamos atrapalhando o casalzinho?!

Hakuryuu praticamente empurrou Judal quando ouviu a voz de Alibaba. O loiro não estava só. Aladdin, Ja’far e Sinbad o acompanhavam e todos estavam bastante sorridentes ao vê-los juntos.

— A-Alibaba-dono! Ja’far-dono! Sinbad-dono! E…

— Hakuryuu-oniisan! - Aladdin estendeu a mão.  

— Eu estava dando aula para o Aladdin quando o Judal me mandou mensagem e o Sinbad-san foi nos buscar.

— Não podíamos perder a comemoração pela sua recuperação, Hakuryuu-kun! - Ja’far sorria.

Era impossível não se emocionar. Quando Hakuryuu se sentira tão especial daquela forma? Ah, ele se lembrava. Quando seus irmãos ainda estavam vivos. Mas agora era diferente! Aquelas pessoas não tinham nenhum laço sanguíneo e estavam ali, ao seu lado, felizes por estar com ele porque queriam. Todos já haviam se acomodado em seus lugares.

— Mas… Nossa, não precisavam ter tanto trabalho e…

— Pare com isso, Hakuryuu-kun. - Ja’far puxou uma pasta de dentro de sua maleta, a qual depositou ao pé da mesa. Também viemos comemorar outra coisa!

— Hm?! - Sinbad arqueou uma sobrancelha. - Ué, isso é surpresa até para mim!

— É uma surpresa principalmente para você, Sin.

O delegado piscou, desentendido. Lembrava-se de ver Ja’far e Yamuraiha cochichando pelos cantos da delegacia e até mesmo o surpreendeu um pouco choroso, mas seu inspetor não quis dizer do que se tratava, mantendo o mistério.

Tirando de dentro daquela pasta alguns papéis, Ja’far os estendeu à mesa para Sinbad.

— Sei que faltam alguns dias ainda, Sin, mas feliz aniversário!

Ainda mais confuso que antes, Sinbad encarou aqueles papéis. Os olhos dourados cresceram antes de começarem a naufragar em lágrimas.

— Finalmente conseguimos liberação da justiça para adotarmos nossa filhinha, Sin! - Ja’far decidiu revelar, tentando ser firme enquanto as palavras se perdiam na voz embargada.

— Ja’.. Ja’far…

— Parabéns, Sinbad-san, Ja’far-san! - Alibaba foi o primeiro a parabenizá-los.

— Coitada dessa criança, meu deus! - riu Judal.

— Que incrível! - Hakuryuu estava encantado. - Parabéns para vocês dois!

Sinbad não tinha palavras. Estava boquiaberto, alternando o olhar para aqueles documentos e para Ja’far. Fazia mais de um ano que visitavam orfanatos e desejavam tanto um filho.

— Sin… Quando eu o conheci, você me disse que Serendine e você optaram por não saberem se teriam um menino ou uma menina. - Ja’far tomou a liberdade de contar aquilo. - E eu encontrei o envelope que você nunca abriu… Vocês iam ter uma filhinha, Sin. - agora era Ja’far que não conseguia conter as lágrimas. - Por isso priorizei uma menina. Eu nunca vou e não quero jamais substituir a Serendine-san, mas… se eu puder te dar um pouco do que você per...

Não houve tempo para Ja’far completar. Sinbad se levantou e o abraçou firmemente. O choro umedecia o ombro daquele que tanto amava. Em breve seriam uma família completa! Teriam a oportunidade de criar e dar todo seu amor a uma criança. Assim como Serendine quis fazer com Judal. Uma filha como a que Serendine ia lhe dar.

— Eu te amo, Ja’far! Muito obrigado! - ele soluçava.

— Uhuuuu!!!

Alibaba começou a aplaudir junto de seus amigos na mesa. Logo todo o restaurante aplaudia e comemorava a felicidade daquele casal que estava tão emocionado.

Porém foi naquele momento que uma mão pesada tocou no ombro de Sinbad.

— Meus parabéns, delegado Sinbad. Serendine deve estar se revirando no inferno ao saber que um homem assumiu o lugar dela.

Sinbad permaneceu em choque ao ouvir aquela voz sussurrada ao pé de seu ouvido. Nem Ja’far notou aquela presença.

Inerte, o delegado observava o homem de tão grande prote, curtos cabelos esverdeados e que vestia um Armani risca-de-giz. Dirigiu-se à saída do restaurante acompanhado por dois seguranças que o escoltavam.

Não havia dúvidas.

Ja’far nada entendeu quando Sinbad o empurrou, fazendo o alvo cair sobre o assento. O delegado imediatamente puxou uma das pistolas de dentro do coldre e apontou para as costas daquele homem.

— Barbarossa! Você está preso!


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Notas finais do capítulo

Eita que o capítulo foi tiro, porrada e bomba! Alguém mais quer ir dar um tapa na Hakuei?! Eu sinto muita raiva de escrever as cenas dela, tão sonsa! Hahaha!

David voltou e fiz algumas revelações acerca do passado dele com a Arba e... incluindo o Judal também. É muita maldade pra uma fic só. Espero que o Sin leve um carro bem grande pra prender tanto vilão que essa fic tem. Hahaha! Mas será que eles se sairão tão bem?

Sugestões, críticas, elogios ou um bate-papo, me manda review! ♥



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