The One escrita por Ellem


Capítulo 2
Capitulo 2: Brigas e intrigas.




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A luz do sol batia em seu rosto, e o vento soprava nas janelas, sentia como se estivesse quebrada, não conseguia mexer-se direito, forçou um pouco a abrir os olhos, e encarou o teto, levantou-se da cama com a cabeça explodindo e praguejou.
– Vou me lembrar de nunca mais beber! – Disse, massageando as têmporas, abriu a porta dando de cara com uma sala completamente diferente da sua tia, nela estava Ryan, Lauren e seu amigo loiro, suspirou andando lentamente até eles totalmente envergonhada por não se lembrar de nada da noite anterior.
– Bom dia. – Lauren se pronunciou, levantando o sofá enquanto Kate se sentava em seu lugar.
– Bom dia. – Tentou sorrir.
– Vai querer comer alguma coisa? – Ofereceu, indo em direção à mesa na cozinha e mordendo uma maçã em seguida.
– Não obrigado. – Falou, seu estômago não aguentaria nada, caso comesse colocaria tudo pra fora em menos de cinco minutos, tinha certeza.
– Desculpa Kate, mas você vai ter que comer. – Disse Ryan, indo em sua direção. - Depois de tudo acho que é bom você comer. Só não quero que passe mal novamente.
– Ai meu deus, não diz que eu fiz burrada. – Colocou as mãos no rosto, totalmente envergonhada.
– Nada, você só fez sexo com um bêbado na frente de todos.- Falou Lauren e os dois sorriram. Kate rolou os olhos e ela finalmente sorriu. – Você bebeu demais sua louca.
– Como assim eu bebi demais? – Arqueou uma sobrancelha.
– E tem explicação para bebedeira?
– Não sei de nada especifico. Só vi você conversando com o... – Ryan disse, tentando dar uma explicação quando Lauren o interrompeu.
– Coisa lenta, é melhor fazer um resumo. Você conheceu um carinha amigo do Ryan e começou a beber sem parar, teve um ataque epilético no meio do pub – Sorriu, mas Kate sabia que era mais uma de suas piadinhas. – e finalmente o carinha lá, nos ajudou a te trazer para aqui, e pediu algumas desculpas. E aqui estamos nós. – Suspirou.
– Ah. – Foi tudo o que conseguiu dizer no momento. – Sinto muito por tudo isso. Falei que não queria vir, só causei confusão e...
– Não fica assim baixinha, tá tudo bem, isso acontece. – Pela primeira vez o loiro a encarou, e ela sorriu. – Sou o Dave. – Ele realmente parecia mais velho o olhando tão perto, seus olhos verdes esmeralda, combinavam com o seu cabelo loiro e o piercing com certeza destacava seus lábios.
– Sou fraca pra bebidas. – Sorriu e ele concordou.
– Não é todos que aguentam.
– Kate, vem comer. – Gritou Ryan, com um prato em mãos e alguns Waffles.
– Waffles? Meu preferido, quanta mordomia. Vou ficar mal acostumada. – Falou, levantando-se do sofá e pegando o prato das mãos dele, depois de quase comer o prato junto, de tanta fome que ela se encontrava, andou com Lauren até o banheiro, e tomou finalmente um banho para esfriar sua cabeça que estava fervendo de tantas informações, desde quando bebeu tano na vida? A ultima vez que bebeu foi no aniversário da sua tia Margarete no Brasil, quando tomou vinho.
– Meninas vocês querem jogar? – Perguntou Dave quando apareceram na sala.
– Não obrigada. – Lauren praguejou baixo, ela não era muito fã de vídeo games.
– Hum, qual o jogo? – Perguntou curiosa, recebendo um olhar reprovador. – O que? Eu quero jogar.
– Era só o que me faltava. – Sorriu balançando a cabeça. - Vai virar um dude? Só falta ter algo no meio das pernas.
– Agradeceria se tivesse, é muito cansativo ser mulher. – Gargalhou e Dave acompanhou.
– Ser homem é ainda mais difícil sabia?
– Muito difícil, a gente está vendo seu esforço. – Lauren falou irônica, olhando para as latas de cerveja jogadas no sofá em que ele estava deitado, segurando um controle de vídeo game.
– Eii, você está ofendendo os homens. – Falou, concentrado no jogo.
– Yae dave, conseguiu passar o nível quinze? – Ryan apareceu na sala com mais algumas cervejas e colocando ao seu lado.
– São tudo farinha do mesmo saco sabia?
– Você quer? – Perguntou estendendo uma cerveja e Lauren negou.
– Já tivemos problemas demais por hoje. – Disse olhando para Kate, que corou logo em seguida.
– Porra Kate, faz seu celular parar de tocar, mais que merda! – Lauren disse, jogando o celular para perto de Kate que segurou antes que caísse no chão. Olhou as chamadas recebidas e viu que tinha o nome “Morgan” escrito no visor.
– Caramba, esqueci-me da Morgan. – Levantou-se rapidamente.
– Woow, o que você está pesando em fazer? – Perguntou Ryan, segurando em seu braço.
– Sei lá, inventar uma mentira seria uma boa, mas acho que já tenho idade suficiente para estar dando a ela explicações sobre a minha vida.
– Eu apoio. – Gritou Dave.
– Cala a boca amor, para de colocar abobrinhas na cabeça dela. – Lauren aproximou-se dele sentando-se em seu colo e jogando a chave que Kate botara em sua bolsa na noite anterior para ela.
– Toma cuidado Kate, qualquer coisa me liga. – Ryan suspirou soltando seu braço, rolando os olhos, e sorrindo logo em seguida, seus dentes eram tão brancos e perfeitamente moldados, que por uma fração de segundo o ar fugiu de seus pulmões.
– Tudo bem, irei tomar. – Sorriu em resposta, ajeitando seu vestido preto e caminhando até a porta.
Aquele dia estava mais frio do que imaginara, se arrependeu plenamente de não ter trazido um agasalho para cobrir-se, estava calada, mais sua mente estava gritando, o que ela falaria para Morgan acreditar, ainda tinha esperança em conseguir algum apartamento, ainda esperava a ligação de Bella, mais enquanto isso ia ter que aprender a lidar com a fera da sua tia, só esperava não avançar nela até lá.
Encarou a porta marrom da casa e abriu, sentindo o cheiro de comida vindo da cozinha e seu estômago embrulhou rapidamente, andou até lá encontrando sua tia Morgan encostada no balcão com uma colher de pau, olhando para a comida que fervia.
– Onde estava? – Perguntou ríspida, e Kate fechou os punhos.
– Não é da sua conta. – Rebateu e a mulher tirou o avental dos quadris.
– É da minha conta enquanto você estiver morando sobre o mesmo teto que eu.
– Então não vai demorar muito para você parar de se importar. – Girou os calcanhares para ir para seu quarto quando Morgan se pronunciou.
– Você anda tão rebelde Kate, será que sua mãe sabe que estás se comportando dessa maneira? – Questionou, deixando a colher na mesa e se aproximando deKate, ela sabia que Morgan poderia ligar para seus pais a qualquer momento, xingou aquela criatura de todos os nomes possíveis mentalmente, tentando manter a calma.
– Não fale da minha mãe. – Cerrou os dentes.
– Então não se comporte como uma pirralha mimada. – Elevou o tom de sua voz e Kate deu ombros.
– Não estou se comportando como uma pirralha mimada. Você que é uma pessoa desprezível Morgan.
– Só porque te enfrentei algumas vezes contra suas rebeldias eu sou uma pessoa depressível querida Kate?
– Rebeldias? Você só pode ser louca. Não sou igual a... – Falou, sem pensar, sabia que era um erro tocar naquela ferida, mais estava cansada de Morgan se meter em sua vida e dar opiniões que sempre acabavam com suas expectativas.
– Não ouse falar dela. – Gritou e Kate sentiu um peso no coração, ainda doía se lembrar de toda aquela história.
– Então não ouse se meter em minha vida. – Gritou de volta, saindo daquele cômodo da casa e indo para o quarto de hospedes, que era tudo o que tinha no momento. Correu o mais rápido que pode até lá, fechou a porta, e começou a chorar, chorar feito uma criança, como nunca tinha feito na vida, lembrar-se deKyle ainda doía, ela amava muito a prima para tocar naquele assunto que estava enterrado a anos, e desenterra-lo agora não tinha sido uma boa ideia. Tirou rápido o vestido que estava e jogou o mais longe que conseguiu de si, caiu na cama tentando conter os soluços que tentava escapar de sua garganta, com a mão na forma de uma concha na boca. Estava decidida, iria procurar novamente um apartamento nem que para isso precisasse rodar toda a Inglaterra.

Uma semana se passou desde que discutiu com Morgan, as duas mal se olhavam agora, e sabia que a culpa era toda dela, comprou jornais, revistas e bilhetes, tudo o que poderia ajudar a alugar sua nova casa, mais nada parecia bom o suficiente ou barato o suficiente para pagar, já estava cansada de tudo aquilo, seus pés estavam quebrados parecia que tinha andado de Londres até o Brasil a pé, não duvidava, sem contar todas as horas que andou por ai procurando apartamentos tinha sido mais de três horas por dia, suspirou derrotada olhando para um folheto quando ouviu seu celular tocar. Pegou sem a mínima emoção e colocou na orelha.
– Alô? – Sentiu seu coração pulsar de alegria quando ouviu a voz de Bella do outro lado da linha.
– Isabela? Que bom falar com você. – Disse, tentando conter a empolgação.
– Kate! Olá, então eu queria te fazer uma pergunta.
– Claro, pode fazer. – Falou, dando ombros.
– Você lembra que eu te falei que e ligaria se encontrasse um apartamento?
– Sim, foi pra isso que ligou? Ai meu deus, muito obrigada eu queria te dizer que...
– Não Kate, eu não encontrei. Desculpa, tentei falar com meu pai, ele tem alguns apartamentos por Londres, mas infelizmente todos já estavam alugados. – Suspirou e Kate sorriu inconformada.
– Tudo bem, você tentou Bella, e eu te agradeço por isso.
– Por favor, não desanime agora, eu ainda tenho uma proposta. – Disse, tentando anima-la, seja qualquer proposta que ela queria dar para Kate, ela aceitaria se fosse para se mudar.
– Claro, fale, estou ouvindo.
– Não, não. Não podemos falar essa questão por celular, queria que me encontrasse pessoalmente.
– Pode ser, quando? – Perguntou, pegando sua agenda de anotar compromissos, como não era organizada, é o único jeito de se lembrar de algo assim.
– Hoje a tarde mesmo, no Starbucks novamente. Chegarei o mais rápido que puder. – Disse, e Kate assentiu.
– Ok. Estarei lá.
– Tchau, até a tarde. – Desligou o aparelho, realmente curiosa para saber da proposta que Bella tinha para si, seja o que for, estava disposta a se livrar de Morgan.

***



“Kyle”, esse era o nome que a atormentava, seu coração pulsava mais fraco a cada vez que escutava o nome de sua menina, por que Deus tinha a tirado de si, ainda lembrava seus olhos cor de mel abertos pela primeira vez, e a primeira palavra que ela falou quando tinha um ano, era uma menina tão cheia de vida, por mais que odiasse admitir ela era muito parecida com Kate, seu modo determinado de sempre conseguir o que queria era apenas uma das muitas coisas queJohnson consegue fazê-la lembrar de sua filha, enxugou uma lagrima solitária que caia em sua face, andou até o porão da casa com um bolor na garganta e uma chave dourada em mãos, Oh céus, nunca pensou que está nesse lugar novamente depois de quatro anos a faria tremer, abriu a porta sem se importar com o rangido que ela faria e encarou as coisas arrumadas em uma prateleira antiga e com algumas teias de aranha ao redor, aproximou-se ainda mais de um pequeno diário que Kyle gostava de escrever, mas nunca teve força o suficiente para abrir, agarrou-o ainda mais próximo de seu peito, e deixou que algumas lágrimas caíssem, era como se cada coisa que ela tocasse da sua filha tivesse um pedaço dela ali, deixara tudo o que era dela, não teve coragem de dar todos os seus pertences depois do terrível dia em que a perdeu, por mais que tivesse curiosidade, nunca investigou sobre essa questão de Kyle, porem o pouco que sabia, tinha certeza que Kate estava envolvida nisso tudo. Observou o lugar com pouca iluminação passando os olhos em um atigo álbum de fotos que estava abaixo de uma de suas roupas, largou o diário que estava em sua mão e quase se negou a tocar no álbum. Respirou fundo e finalmente uma de suas mãos brancas segurou-o delicadamente abrindo-o logo em seguida.
– Oh querida, sinto tanto sua falta. – Disse, enquanto passava o dedo pelo rosto da menina em uma foto que encontrara. – Queria poder ter feito tudo diferente.
Balançou a cabeça sentindo uma raiva passar por seu corpo ao lembrar-se de sua sobrinha, por mais que não gostasse dela, sentia certa preocupação em saber sobre sua segurança, e onde estava, odiava ainda mais si mesma por se preocupar com aquela pirralha, mas ela continuava a ter o mesmo sangue, era obvio que se preocupava ainda. Sentia falta do tempo em que podiam conversar sem ao menos ter uma briga, mas não iria dar o braço a torcer depois de tanto tempo. Guardou o álbum tirando de lá uma de suas fotos preferidas de Kyle e colocou no bolso de seu short, fechando a porta do porão logo em seguida e ainda nervosa, encostou-se na porta olhando para um ponto fixo e suspirou.
– Eu vou fazer ela sair da nossa casa minha filha, não quero estar perto de nada que te fez mal, ela vai sair! Eu prometo!


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Notas finais do capítulo

"Oi oi oi" estou aqui com mais um cap de "The One", e esse mistériozinho sobre a "Kyle"? Será que Kate vai conseguir finalmente um apartamento? E o "Garoto Misterioso"? Muitas emoções para a nossa PP ainda, sei que esse foi um pouco mais curto, mas sei que vão gostar do próximo, e mais ainda do "Depois do Próximo", comente aqui o que achou desse capitulo e me faça feliz



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