Elementar escrita por LunaLótus


Capítulo 5
Treinamento


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem voltou? Muito bem, promessa é dívida! E eu sou boa com promessas!
Primeiro, eu dedico este capítulo a Spy Kid, diva, que esteve comigo desde o primeiro dia de Elementar!; Segundo, eu quero agradecer a Marys pelos comentários! Você é linda! Nos vemos lá embaixo!

"As linhas perfeitas, o tom perfeito, o encaixe perfeito dos lábios dos dois. Até a cicatriz o dava um charme maior. E Thaís sabe que aquela cicatriz foi por ela, e sabe o quanto ele a ama para se arriscar tanto. Isso não tem preço."



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O casal está na sala de jantar, sentados à mesa, de mãos dadas, sorrindo, comendo e conversando.

– Não, Renato! – Thaís se diverte quando Renato pede para ela amarrá-lo numa árvore de cabeça para baixo, só para saber qual é a sensação. – Você pode se machucar!

– Mas você vai estar lá! – insiste ele, sorrindo. – Qualquer coisa, você me salva.

– Ha-ha. Nem pensar que eu vou fazer isso com você. E hoje é dia de treinamento, lembra?

Ele para e faz uma cara de pensativo.

– Boa ideia! Você pode me amarrar na árvore e fazer disso um treinamento! Você vai precisar fazer isso para prender seus inimigos, não é?

– Pode até ser. Mas você não é meu inimigo. Não vou fazer isso com meu namorado.

Ele tenta insistir, mas ela coloca a mão em sua boca:

– Não adianta insistir. Não vou fazer isso.

Renato assente, divertindo-se com a situação, e ela desliza seus dedos pelos lábios dele, decorando-os. As linhas perfeitas, o tom perfeito, o encaixe perfeito dos lábios dos dois. Até a cicatriz o dava um charme maior. E Thaís sabe que aquela cicatriz foi por ela, e sabe o quanto ele a ama para se arriscar tanto. Isso não tem preço. Ela se inclina e o beija levemente, docemente e demoradamente, até o tempo deixar de existir e nada mais importar, exceto eles.

Renato e Thaís decidem treinar no bosque nos fundos da casa. Ela leva as armas que foram presentes de seu pai, assim como o revólver de disparo rápido para situações emergenciais. Enquanto caminham de mãos dadas, ambos estão calados e pensando quão perto estava o fim daquela alegria serena.

– Como vamos fazer para você levar todas essas armas durante a viagem? – pergunta ele.

– Não sei, mas tem que ter um jeito. Meu pai conseguiu, não foi? Eu posso conseguir também.

– Thai. – Ele para e respira fundo, olhando nos olhos dela firmemente. – Eu quero ir com você. Posso te ajudar. Por favor, deixe-me ir com você.

Thaís encara o rosto de seu namorado. Daria tudo para estar com ele todo o tempo, mas valeria à pena colocar a vida dele em risco por um desejo egoísta como o seu?

O dia está perfeito, com o céu azul e a brisa suave. Os pássaros cantam alegremente, e os animais do bosque correm como se brincassem de pega-pega. Bem longe, pode-se ouvir o barulho da água do riacho correndo sobre as pedras. Thaís fecha os olhos, sentindo aquele lugar e tentando controlar as próprias emoções.

– Renato, não posso deixar você ir comigo, sabe que não. Não posso colocar sua vida em perigo. Você imagina como eu me sentiria se perdesse você? Por favor, não me peça isso. É a única coisa que não posso te dar, quando eu já te dei tudo.

Renato não responde. Ele sabe que ela está certa, mas seu desejo de acompanhá-la é forte demais. Por fim, Thaís o abraça e diz:

– Obrigada por tudo. Mas não posso permitir que você vá comigo. Eu quero que você viva e seja feliz.

– Não posso ser feliz e não quero viver sem você.

– Não precisamos pensar nisso agora. Vamos treinar.

Ele balança afirmativamente a cabeça e esboça um sorriso. Ela sabe o quanto aquela resposta é difícil para ele, mas Thaís tem que se manter firme nos seus ideais. Segura a sua mão e o conduz até uma larga clareira, onde podem testar técnicas de luta livremente. O silêncio triste reina profundo. Finalmente, Renato coloca todas as armas no chão e diz:

– Não vamos treinar o que você vai usar na batalha. Mas você precisa saber o que fazer para se manter viva e encontrar os outros convocados. Todas as armas são úteis, mas cada uma tem sua especialidade.

– Especialidade?

– Bem, você representa o Ar. Isso significa que as armas com que você pode manusear somente controlando o ar são melhores para você.

– Todas as armas que tenho podem ser controladas pelo ar.

– Todas, exceto uma. Não use o revólver em uma luta, a menos que precise se proteger numa fuga ou matar rapidamente. Você não é uma convocada do Fogo.

– Não quero matar ninguém, Renato!

– Thaís, você vai lutar contra andróides. E todas as pessoas que estiverem ali vão querer matar você.

– Ainda assim, não sou uma assassina. Não sou igual a eles!

– Muito bem. Se não quer matar, pelo menos os deixe feridos de forma que não possam voltar para a luta, ok?

– Ok. Melhor do que matar – responde ela.

– Certo. Vamos às armas. – Ele se abaixa e pega a arma afiadíssima com formato de estrela, girando-a entre os dedos. – Isto aqui é uma shuriken. É uma arma muito antiga, muito antiga mesmo. Muito mais que 700 anos. É de origem oriental. Serve para matar ou ferir silenciosamente, no seu caso. Se for para matar, precisa ser lançada com muita força e nos pontos vitais: coração e cérebro, nos humanos, e pescoço, nos andróides.

– Por que se eu quiser destruir os andróides, preciso atirar a shuriken no pescoço? – pergunta Thaís.

– Os cabos que ligam o corpo à área de comando passam obrigatoriamente pelo pescoço da máquina. Mas é claro que se você cortar a garganta de um humano também o mataria.

– O problema é que não vou saber diferenciar um andróide de um humano!

– Nas primeiras lutas, você não pode se arriscar e parar pra verificar. Na batalha real, muito provavelmente não vai haver nenhum humano. Mas aqueles que tentarão te capturar podem ser. Felizmente, tem um teste fácil. Fira-o no braço primeiro. Se sangrar, é um humano.

– Dessa forma fica mais fácil. Ok. Qual o próximo passo?

– O próximo passo é ensiná-la a como lançar a shuriken, assim como a acertar os pontos vitais de um inimigo.

– Certo.

– O seu alvo será aquela árvore. – Renato aponta uma árvore a seis metros de distância. – Isso é importante: nunca lance a shuriken em posição horizontal. Sempre na vertical ou diagonal. Não se esqueça da força. Se for para matar, é preciso que a arma atravesse os pontos certos. É claro que controlar a velocidade será fácil se você controlar o ar. E não se esqueça, é claro, da discrição.

– Não sei por que eles me escolheram. Você é muito mais experiente que eu.

Renato sorri e diz:

– Mas você é muito mais corajosa. Muito bem, pode começar.

Thaís lança a primeira shuriken. A arma se finca no tronco da árvore, e é preciso muito esforço para tirá-la.

– Se você lançar com essa força em todos os seus inimigos, o seu plano de não matar vai por água a baixo. Mais devagar, se quiser somente ferir. Espere, acho que isso vai ajudar.

Renato pega uma pedra afiada e vai até a árvore-alvo. Ali começa um ardiloso trabalho no tronco, desenhando um perfeito corpo humano, com alvos na cabeça, pescoço e coração. Ele vira-se novamente para Thaís.

– Pronto. Tente agora.

A jovem lança novamente a arma, que fica presa no alvo do coração. Dessa vez, é impossível retirá-la. Thaís frustra-se por perder aquela shuriken da sua coleção, mas não deixa transparecer isso a Renato. Ergue a cabeça e volta a treinar, com mais força e vigor que antes.


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Notas finais do capítulo

Terceiro, quero dizer que, durante este tempo, estive planejando um projeto de divulgação de curiosidades sobre todas as minhas histórias já escritas e também as que serão. Vocês acompanhariam? Em breve, falarei mais sobre. Por enquanto, é isso, o que acharam?. Mas vem surpresa por aí! Beijoos da Luna.



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