Elementar escrita por LunaLótus


Capítulo 15
Traição


Notas iniciais do capítulo

"Como pode? Como pode fazer isso comigo?! Não... Eu sei que pode. Você é um deles, não é? Não se importaria em me trair. Mas eu confiei em você, Alexandre! Eu confiei em você!"



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Alexandre a espera no mesmo lugar de ontem. Está inquieto, ansioso, imaginando se ela vem ou não. Anda para lá e para cá, checa o relógio e, mais uma vez, a mensagem que ela mandou hoje pela manhã. É claro que ela vem, diz a si mesmo, mas não está tão convicto disso.

O parque está vazio, o que é muito estranho a essa hora. Não há nenhuma criança brincando ou nenhuma risada de adolescente. Ele acha tudo com um clima incomum. Começa a pensar no governo, o que eles fariam se soubessem que ele está aqui. Como pudera se envolver assim tão rápido? Ainda mais com Thaís! Logo depois que ele descobriu o segredo dela...

Ele está de costas quando ela chega. Thaís se aproxima devagar, as duas mochilas no ombro, a expressão dura e decidida.

– Alexandre – ela chama.

– Thaís! – exclama ele, virando-se rapidamente. – Achei que você não viesse mais. Está tudo bem?

– Não sei ainda. Então nossos planos de ontem foram cancelados. Não posso ir com você, aonde quer que você esteja planejando me levar.

Alexandre se assusta. Thaís está muito diferente hoje. Ele nota as duas mochilas dela.

– Quer ajuda? – pergunta.

– Não, obrigada. Podemos conversar?

– Claro. Vamos sentar.

Thaís se senta no mesmo banco do dia anterior, Alexandre ao seu lado. Bem, ele veio sozinho, pensa. Já que é assim, ela deve interrogá-lo, e acha melhor ser direta.

– Você vai ao menos dizer por que não pode ir comigo? – pergunta ele, segurando a mão dela.

– Não, desculpe. – Ela tenta não ser rude e mantém a sua mão entrelaçada na dele, mas a dor da traição ainda arde em seu peito. Sente-se suja por aceitar aquele toque. Felizmente, não há ninguém na praça para vê-los.

– Tudo bem, então. – Ele fica em silêncio por um momento. – Você está tão diferente hoje.

– Alexandre – ela vira-se para encará-lo –, o que você sabe sobre mim?

– Sei tudo o que preciso saber.

– O que você sabe?

– Sei que você é maravilhosa, gentil, lutadora. Sei que sua irmã é um doce, seus pais são muito educados e sua família é encantadora. E sei que estou me apaixonando por você. Por mais que seja loucura, é isso que eu sei.

– Não foi isso que eu quis dizer.

– Mas para mim, isso basta. Não me importo com o seu passado. É você agora quem eu conheço, e é com você agora que eu me importo.

– Acho que você não se importará mais se souber... – murmura ela.

– Duvido muito que eu não vá me importar com você. Você lembra o que eu disse? Poucas coisas podem me mudar.

– Lembro – responde ela.

– Preciso dizer que você está entre essas poucas coisas, Thaís? Sou o tipo de homem que ama somente uma vez. Está no meu sangue.

– Como pode me amar sem nem me conhecer? O que você sabe sobre mim além dessas poucas coisas que falou?

– O amor não é um teste para saber quem conhece mais coisas um do outro. O amor é um sentimento para ser compartilhado, e assim aprender tudo juntos.

– Você não está tornando isso fácil.

– Desculpe, não quero pressioná-la.

– Alexandre, se você me ama como diz, diga-me de verdade o que sabe sobre mim.

– Já lhe disse tudo. E se eu soubesse mais, o que importa agora? Já estou apaixonado por você.

– E você já sabe... – Ela levanta a manga da blusa lentamente para que ele possa ver sua marca. – Você já sabe disso?

Alexandre fica em silêncio durante longos minutos, olhando para a marca no braço dela. Ele não faz nada, mas também não se afasta. Sua expressão é serena e ele tenta encontrar a melhor forma de dar a resposta a ela sem machucá-la. Mas como poderia fazer isso?

– Sei – responde. – E sei também que aquele rapaz não é seu primo, mas seu namorado.

– Eu sabia! – exclama ela, levantando-se em um rompante, a fúria estampada em seus olhos. – Como pode? Como pode fazer isso comigo?! Não... Eu sei que pode. Você é um deles, não é? Não se importaria em me trair. Mas eu confiei em você, Alexandre! Eu confiei em você!

Ele está surpreso. Não entende sobre o que ela está falando. Traição? O que ela quer dizer?

– Thaís, eu não compreendo. O que você quer dizer? Um deles? Que traição é essa?

– Não se faça de desentendido. Eles estão vindo atrás de mim! – Ela está gritando agora. – Você sabia o tempo todo! E avisou a eles! E agora os seus amiguinhos estão atrás de mim! Esse era o seu plano o tempo todo, não é? Enganar a boba aqui e depois me entregar para que eles me matem! Mas eu não caí nisso, Alexandre. E se for preciso lutar, eu lutarei.

– Thaís, do que você está falando? – Ele está desesperado. Quem descobriu? – Eu só descobri isso ontem à noite! Estava pensando em você, na nossa conversa, e quando você saiu, eu vi uma coisa estranha em seu braço. Antes de dormir, entendi. Você é uma convocada.

– Claro que foi ontem à noite! Ontem à noite, aconteceu o meu segundo chamado, que me indica que eu estou correndo perigo, que eu devo partir. E você avisou a eles!

– Não, eu não avisei! Não estive em contato com nenhum deles. Por favor, Thaís, me escute, não fui eu... Não fui...

Mas ele se interrompe. Alexandre olha para frente, além de Thaís, e seus olhos se arregalam em estado de alerta. Com um movimento rápido, ele levanta e se joga na frente dela, protegendo-a da mira de um oficial.

– Desertor! – grita um deles.

– Thaís, corra! – grita Alexandre.


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Notas finais do capítulo

Uhuuul! Adrenalina agora? haha' Não, eu sei! Mas o que acharam?
Em breve, estarei de volta!
Beijos da Luna.



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