Aventura Romântica escrita por Além do Meu Olhar


Capítulo 2
Será?


Notas iniciais do capítulo

"Segue teu coração mas leva teu cérebro junto"

*Lis está encantada por esse cantor hein... Mas a ideia das amigas é que ela não se apegue... Será que isso vai dar certo?

Boa leitura! :)



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Eu queria correr e me enfiar em um buraco qualquer, mas tudo que  fiz foi ficar em choque, quando ele me disse o nome da música no ouvido, tremi inteira, logo entraria em combustão se ele apertasse mais minha cintura perto de seu corpo  para que pudéssemos compartilhar o microfone.

Quando a banda começou com os primeiros acordes de Será (Legião Urbana), logo a voz dele se fez ouvir, e com um olhar me incentivou a acompanhar, meio sem saber se sairia som comecei a cantar, tentando acompanhar o ritmo. No refrão ele me olhou e sorriu enquanto ainda cantava mostrando que eu estava indo bem, "só pode estar com problema de audição", pensei. Mas nada foi pior do que a mão dele afastando meu cabelo do rosto parece que tinha me queimado, "Meu Deus o que está acontecendo comigo".

—Então galera uma salva de palmas para a nossa cantora... -a música acabou mas a sinfonia ainda estava vibrando na minha cabeça.

—Li...Lis. - Eu gaguejei patética diante do olhar interrogativo dele para saber meu nome.

—Lis! Palmas! Muito corajosa, subiu ao palco "espontaneamente"! - brincou enquanto dava uma piscadinha para mim.

Agradeci com um sorriso desajeitado e me encaminhei para descer do palco, a banda já começava a tocar outra música e quando cheguei ao meu lugar as minhas amigas estavam eufóricas.

—Lis o que foi aquilo! Meu Deus!

—Ele veio te buscar, está louquinho em você!

—E as pobres aqui querendo achar um love para você, quando ele mesmo te achou.

Eram tantas coisas ditas que eu não consegui absorver nenhuma direito.

—Vocês querem parar, ele só escolheu a primeira com cara de pânico que achou.

—Ah é? Então porque ele está vindo para cá nesse exato minuto.

—O que? Não...

—Oi meninas posso fazer companhia para vocês enquanto descanso um pouco? - ele realmente estava ali do nosso lado, como uma ninja, Nanda que estava no último lugar da mesa pulou para a lateral, e Lia para o lugar dela e sobrou um lugar bem ao meu lado, que foi onde sentou.

—Nossa você canta muito bem. Qual seu nome mesmo? - Sol já estava levantando a ficha dele.

—Canto nada, isso é só um hobby e meu nome é Fábio.

Em pouco tempo minhas amigas se apresentaram e ele pediu umas bebidas para todas, eu recusei e fiquei no suco mesmo.

—Então Lis como se sentiu no palco?

Ele tinha um jeito de olhar que me desarmava inteira.

—Envergonhada.

Ele deu uma risada e disse:

—Você se saiu muito bem. - falou aparentando sinceridade.

—Até parece, com minha voz de taquara rachada. - eu queria mostrar tranquilidade mas minha voz denunciava que eu estava a ponto de desmaiar.

—Eu achei linda. 

—O que? -Ele estava flertando comigo e eu nem sabia fazer isso, olhei para as minhas amigas buscando ajuda, que descoberta, não havia mais ninguém na mesa, "com essas amigas quem precisa de inimigas"...

—Achei linda sua voz... E você também. 

Engoli em seco, quando ele disse isso se aproximou e deu um beijo demorado no meu rosto.

—Tenho que voltar para o palco, podemos conversar um pouco mais depois?

Apenas concordei com a cabeça.

—Lis você precisa se soltar, toma uma bebidinha vai? –No mesmo minuto as meninas estavam de volta na mesa e tentando me embebedar.

—Eu não vou tomar nada! - empurrei o copo.

—Ai meu Deus! Você não vai ficar bêbada. Só se soltar e aproveitar esse cara lindo dando descaradamente em cima de você. - Sol quase dava pulinhos na minha frente.

—Olha para mim Lis, você não está se sentindo desejada? - Nanda, a psicóloga do grupo. - Pelo amor a gente viu você segurando a respiração quando ele deu um beijo no teu rosto.

—Mas eu não posso...

—Não pode se sentir mulher? Você é linda e tem uma alegria de viver contagiante, porque está agindo como se o Lucas,além do Bob tivesse levado uma parte de você?

—Bores, o nome do cachorro era Bores. -lembrei nervosa.

—Que seja Lis, amiga nós estamos com você, e é você que manda, ou bebe um pouco, se solta e aproveita ou vamos embora agora e esquecemos isso de sexo aventura. Sem ressentimentos! 

Lia era boa em convencimento, uma advogada nata. O que eu queria? Eu queria ser feliz, e na mesma hora minha mãe apareceu na minha memória, se ela tivesse nessa mesa diria: - Lis, minha filha vai viver e deixa para pensar depois. -minha mãe nunca foi uma mãe convencional, encarava tudo com dinamismo e alegria, para ela não existia medos, era importante viver e em tudo via uma oportunidade de experimentar coisas novas. Lembrar-se dela me deu um aperto no coração então decidi beber um pouquinho e deixar a sorte me guiar essa noite. 

***

Mais tarde

 

Nossa ele sabia mesmo beijar, quanto tempo não beijava assim, se é que algum dia beijei dessa forma.

As mãos logo começaram a subir pelas minhas pernas levantando de leve o vestido deixando minha coxa a mostra. E seus beijos foram descendo pelo meu pescoço me fazendo arfar. Entre um beijo e outro consegui falar:

—Vamos subir? - ele me olhou com desejo concordando, enquanto a gente subia de elevador, ele me encarava, respiração acelerada, e a mão traçando os contornos do meu rosto... "Será que era certo tudo isso, eu não devia ter bebido agora estava toda alegrinha e depois"... meus pensamentos caíram por terra quando ele se aproximou e me deu um beijo que me fez murchar encostada na parede ao mesmo tempo que o elevador chegava ao meu andar. Quando abri a porta do meu apartamento, fiquei com medo de ter deixado alguma coisa estranha à vista, mas ao mesmo tempo em que pensei isso, as mãos dele já estavam novamente na minha cintura me puxando para perto, sua boca na minha sugando e nossas línguas numa gostosa sintonia, ele me encurralou na parede e foi beijando meu pescoço, enquanto eu só fazia gemer cada vez que a língua dele passava de leve na minha pele.

Não lembro exatamente como chegamos na cama, mas lembro dele tirando meu vestido com urgência, lembro-me do peso do seu corpo sobre o meu e das mãos habilidosas explorando cada parte minha. Um misto de loucura e desejo tomou conta do meu ser, nem me reconheci direito e fui ao paraíso em poucos minutos, uma, duas, três sei lá perdi a conta, só sei que exausta, assim que ele deitou ao meu lado, me entreguei ao sono profundo e não vi mais nada.

***

Na manhã seguinte acordei com a sensação de que era outra pessoa, senti o braço dele na minha cintura e virei para o lado e lá estava, parecia ainda mais lindo dormindo, o cabelo todo amassado no meu travesseiro, fiquei algum tempo observando e escutando sua respiração tranquila, realmente essa coisa de sexo aventura podia ser boa afinal, pensei enquanto como uma gata me espreitei pra sair da cama sem acorda-lo, me arrumei no banheiro e fui para a cozinha fazer o que eu mais gostava de fazer, cozinhar. Fiz bolo, pão de queijo, torradas, uma saladinha de fruta e passei um café cheiroso, arrumei uma mesa lindinha com dois lugares, foi quando ele apareceu já vestido.

—Bom dia, fiz café pra gente. –Sorri mostrando a mesa pronta como num daqueles programas que as assistentes de palco exibem produtos à venda.

Ele me olhou com uma cara de quem não estava entendendo nada. Primeiro um certo agito nos olhos, depois algo como pânico na hora que começou a andar em direção a saída.

—Eu não posso ficar para o café, me desculpe.

—O que? 

Fiquei magoada, "poxa tudo aquilo a noite, até palavras de carinho e ele iria sair assim" deve haver algo muito errado comigo. 


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Notas finais do capítulo

Para entender o final, de uma olhadinha no começo da capítulo 1.

Beijos =*