Se te Olvido escrita por Miss Addams


Capítulo 1
Quisiera


Notas iniciais do capítulo

A história como um todo tem como base a canção Se te olvido, interpretada por Kalimba um cantor mexicano. Mas, para este primeiro capítulo, a música citada será Hasta en fin cantada pela banda Motel. Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=eZWU2IFkRFA



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Anahí

“Quisiera poder llorar aunque fuera una vez más.”

Estava caminhando de mãos dadas com Rodrigo e passeando um pouco pelas ruas da cidade. Ele que comandava a conversa durante toda nossa incerta trajetória, não sei se ele tinha percebido, mas eu não prestava nenhuma atenção sobre o que ele dizia. Andava distraída, observando os casais que passavam.

:- Então Bebê, eu...

:- Não! Não me chame assim, Rodri, eu já te pedi! – Reclamei receosa.

:- Me desculpe, não fiz por mal. Antes eu te chamava assim e você não se importava até mesmo retribuía o que aconteceu Ani? – Ele me perguntou desconfiado.

:- Nada, eu só não quero que me chame assim. E sobre o que estava falando mesmo? – Desconversei e fingi interesse no que ele me contava.

:- Então, eu consegui fechar negócio com aqueles empresários italianos e... – ele me respondeu depois de me encarar ainda desconfiado, depois dessa frase eu liguei meu botão automático e voltei a focar nos casais da rua.

Eu sinto que no fundo, Rodri, sabe que eu não o esqueci, ele percebeu minha mudança de comportamento desde que ele foi embora.

Eu e meu coração suspiramos, ao ver um casal feliz e se beijando, na verdade eu foquei mais no cara, ele era visivelmente mais novo que ela, era branco, cabelos e olhos castanhos. Me lembrou Christopher.

A última coisa que eu soube sobre ele, foi que estava na Espanha. Depois mais nada, me transformei após a sua partida.

“Estou partindo por que te quero ver feliz, Anita, e sei que estando na sua vida só trarei sofrimento, já que não podemos ficar juntos. Vou embora porque eu te amo, não se esqueça disso, por favor, e talvez, só talvez, ir embora seja a maior prova do amor que eu tenho por você!”

Foi o que ele me disse antes de partir, me encarando firme apesar de que o seu olho direito, sofria com o seu nervosismo consequentemente com um leve tique. Dito isso ele me deu as costas e entrou no corredor de embarque, para pegar seu voo.

Após eu e Rodri, passarmos pelo casal. Fui dominada pela tristeza, eu necessitava ficar sozinha e me entregar e fazer companhia as minhas lágrimas.

Convencê-lo a voltar sozinha para o meu apartamento, não foi nada fácil. Porém, no fim das contas ele cedeu, percebia que eu não estava com clima para nada. Ainda bem por que eu não precisei usar meu poder de persuasão fora que estava cansada demais para isso.

De fato, eu já estava cansada do nosso namoro, cansada da minha vida, cansada de eu mesma, mas principalmente cansada de estar sem Christopher.

Agora deitada sobre minha cama, vejo nostálgica pelo meu notebook, fotos nossas. Nos conhecemos desde pequenos, desde a primeira vez que o tinha visto, tinha sentido algo diferente. Quando pequena não tinha entendido aquela sensação, hoje alguns anos mais tarde compreendo o amor que eu senti por ele. Desde sempre.

Nossas famílias sempre foram muito próximas, então convivemos desde crianças, em realidade, a primeira vez que o vi foi no berçário, o vi crescer e se transformar no homem pelo qual me apaixonei. Porém, contraditoriamente a nossas idades, a minha imaturidade nos separou e criou uma ferida que receio nunca mais cicatrize. Felizmente, consegui depois de muito custo recuperar a nossa amizade, não foi uma tarefa fácil, mal eu sabia que era por esse elo que o manteria ligado a mim.

O companheirismo de antes, estava presente, mas sempre sentíamos falta de algo. Sempre existia a ausência de algo. O meu coração gritava na época que tínhamos um assunto a ser resolvido ainda, que nossa amizade não era o suficiente; necessitávamos acordar o amor que sentíamos pelo o outro ou parar de tentar sufocá-lo, para nos poupar do sofrimento. Cada um tinha os seus romances, por mais ciúme um do outro que isso gerasse o que nos deixava aliviados de certa forma era que, sempre foram romances passageiros, para preencher o vazio que sentíamos.

Vivemos assim, até Rodrigo aparecer na minha vida e ele era perfeito. Tinha tudo o que eu pedia absolutamente tudo. A cada vez que eu me entregava a Rodri, me afastava inconscientemente de Chris, só me dei conta do quão afastados estávamos quando ele me disse que ia embora. Lembro-me de rir, pensando que seria mais uma de suas viagens à Suécia, mas fiquei totalmente séria quando percebi que era uma viagem definitiva e sem ter um lugar ao certo.

Não fiz nada, absolutamente nada para impedir que ele viajasse, me iludia pensando ser somente uma brincadeira dele, assim quando éramos crianças e brincávamos de esconde-esconde. Ao contrário do que imaginei o Christopher atual não apareceria tão rápido como o pequeno Chris do jogo antigo.

O desespero me tomou quando me vi despedindo dele. Me despedindo do meu melhor amigo, me despedindo do cara que sabia me irritar como ninguém, me despedindo do bebê que mal sabia falar e já roubava minhas Barbies, me despedindo do menino magrelo por quem eu descobrir o que era está apaixonada pela primeira vez e por fim me despedindo do homem pelo qual eu amava e segundo ele era sofrimento que eu teria estando ao seu lado.

Ao me lembrar, de tudo o que passamos me deixei dominar pelas lágrimas. Isso foi o que Christopher me deixou após partir - e levar consigo sem saber um pedaço de meu, - apenas lágrimas e solidão. Uma janela no meu note, clamava pela minha atenção, ao que parecia tinha acabado de receber um e-mail novo. Totalmente desesperançosa abri a janela, e me surpreendi com o que lia.

“Hey, bebê.

Quer dizer, Anita, ou sei lá como devo te chamar, não sei nem se você me permite algo assim, ainda mais depois de partir. Bom, te mando esse e-mail, para te perguntar uma coisa totalmente boba, talvez insignificante para você. Afinal, deve está namorando ainda Rodrigo e provavelmente feliz com ele, isso me deixa de certa forma aliviado, sabe? Por que de alguma forma minha missão foi cumprida, não?

Mas, por outro lado, me sinto incomodado por que não sabe o desejo que eu reprimo diariamente de estar no lugar de Rodrigo, de fazê-la feliz.

Enfim, deixando de enrolar, a pergunta é: Sabe que dia é hoje? Se não sabe, hoje é dia 11 e mais especificamente Sábado. Ok, tudo bem que não é nossa data especificamente. Mas, você sabe como é difícil cair justamente num sábado o número 11. Queria dizer que me lembrei de você o dia inteiro, dos nossos bons e maus momentos, tive a conclusão de que, sobretudo sinto sua falta como um louco, Ani.

E por sentir essa tua ausência, te mando esse e-mail. Não sei como será sua reação, se xingará até a décima quinta da minha futura geração ou se deixará fluir um sorriso que só você tem. Bom era somente isso que tinha que lhe dizer, espero que sinta tanto a minha falta como eu da sua.

Feliz (indiretamente) Somtaac?

Saudações,

Christopher.”

Limpando meu rosto das antigas lágrimas soltadas, reproduzi a reação que ele descrevia no e-mail, abri um sorriso desde quando bati o olho no bebê até ler o seu nome no final, era por isso que não queria que Rodri me chamasse assim, somente Christopher o pode fazê-lo por que ele era o meu bebê como eu era sua bebê.

Ao reler o e-mail pela sétima vez, sem acreditar no que lia ou principalmente de quem eu recebia, comecei a rir. Somente Chris mandaria algo formal e fofo na mesma medida. Sentia meu peito esquerdo subir e descer rapidamente, desde quando ele se foi não sentia meu coração bater tão ligeiramente, como se a razão pela qual ele batesse, tivesse voltado.

Bip!

Meu celular tinha recebido uma mensagem, só até ir ao seu encontro percebi que minhas mãos tremiam, mais uma reação que Christopher me causou, simplesmente por dar um sinal de vida.

“Feliz Somtaac?”

Fiquei surpresa, aquele número era desconhecido, mas somente uma pessoa poderia me mandar mensagem que continha tanto significado. Logo, adicionei o número para os meus contatos, se realmente fosse ele eu teria mais uma forma de encontrá-lo nem quis pensar como ele tinha conseguido meu número.

“Feliz, Somtaac, bebito!”

Enviei completamente nervosa. Após alguns minutos esperando a sua resposta tive a certeza de que era ele mesmo. Nunca fiquei tão feliz por receber um simbólico emoticon e uma foto anexada, talvez eu não devesse mais involuntariamente já alimentava a ansiedade de que ele voltasse, para mim.

“:)”

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Notas finais do capítulo

O que achou? :o



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