Shadow escrita por Cher Lloyd


Capítulo 6
I just wanna tell you


Notas iniciais do capítulo

Hey, desculpe a demora, mas aqui está mais um capitulo!!!



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Eu estava em completo choque quando a porta do banheiro se abre novamente.

–Milla? Você está bem? –Nina pergunta e pisco algumas vezes parecendo sair de um transe. Levo minhas mãos para a garganta e sorrio aliviada ao perceber que tudo estava normal em minha pele.

–Eu não sei, Nina, alguma coisa está acontecendo comigo. –declaro tremendo de medo.

–Você nem tomou banho ainda! Você está a duas horas trancada nesse banheiro fazendo o que?

–Duas horas? Eu fiquei todo esse tempo aqui dentro? –aquilo tudo parecia ter sido apenas quinze minutos.

–Você está estranha ultimamente. Tome seu banho logo, tem dez minutos.

Ela fecha a porta me deixando sozinha de novo. Sem coragem de olhar no espelho, tiro a roupa e entro em baixo do chuveiro, deixando que a água gelada resfriasse meu corpo.

Eu não conseguia pensar em nada além daquela garota que me asfixiava e se dizia ser meu reflexo. Não entendia porque essas coisas aconteciam comigo, esses pesadelos, alucinações, por que isso estava acontecendo comigo?

Esses pensamentos não deixavam minha cabeça até na hora de dormir. Nina dormia calmamente enquanto eu simplesmente encarava o teto. A casa estava em completo silêncio, à única coisa audível eram os grilos cantando na floresta.

Aos poucos fui fechando os olhos, até que escuto um latido. Tentei ignorar, mas ele simplesmente não parava de latir.

–Ok, terei que fazer isso. –empurrei as cobertas e me levantei com cautela. Teria que tomar cuidado para não acordar Nina, nem Peter e nem Lynda. A casa já estava gelada e pelo fato de estar vestindo apenas uma camisola piorava ainda.

Delicadamente, abri a porta da frente, um vento forte joga meus cabelos para trás. O latido continuava insistentemente. Meus pés tocavam na grama molhada enquanto avançava pelo terreno da casa.

Abaixo da mesma árvore que estava mais cedo, o enorme cachorro preto latia para mim.

–Hey! Pare de latir! –tento não gritar, mas é inevitável, o cachorro não parava. O cachorro me olhou por um tempo até resolver se calar e solto um suspiro aliviado, eu não queria ficar ali fora por muito tempo, ainda mais com um cachorro que poderia arrancar meu braço.

Viro-me para voltar para casa, mas alguém segura meus braços me impedindo de continuar a andar.

–Shh... Sou eu.

–Shadow? –pergunto assustada.

–Sim, sou eu. Desculpe pelo susto.

–O que está fazendo aqui? Onde esteve esses dias?

–Eu estive fora... Problemas pessoais. –responde desconfortável.

–O que está fazendo na minha casa essa hora da madrugada?

–Eu queria te avisar uma coisa: Tome cuidado com quem você é amigo.

–Isso seria uma indireta para alguém?

Ele olha para a janela do meu quarto e depois para a floresta atrás dele. A madrugada estava tão escura que se não fosse pelas mãos pálidas de Shadow, eu nem perceberia que ele estava ali. Ainda mais que ele teimava em continuar usando aquele gorro e óculos escuros, mesmo de noite.

–Só tome cuidado, por favor. –pede e vai se afastando, mas eu não o deixaria ir embora sem dar melhores explicações.

–Hey! Você não vai embora sem antes dizer o que está acontecendo! Com quem eu devo tomar cuidado? Roman? Você? –seu corpo fica rígido ao som do nome de Roman e estranho sua atitude.

–Ele também não é muito confiável, mas se você se afastar dele, se afastará de mim também.

–Como você sabe sobre ele? Está me perseguindo?

–Você está fazendo muitas perguntas, e muitas delas não posso responder. –ele solta minha mão de seu braço e vai embora me deixando sozinha. O cachorro olha para mim por alguns segundos até correr para a floresta atrás de Shadow.

Revoltada com tudo o que estava acontecendo, volto para meu quarto onde Nina ainda dormia. Quando me cubro com as cobertas, consigo dormir, mas cheia de perguntas na cabeça.

***

No sábado de manhã, eu e Nina resolvemos fazer uma caminhada pelas trilhas da floresta, nossa meta era chegar escondidas até o lago e ver o que tinha de novo na reforma que os Godfrey estava fazendo. Nem cheguei a comentar sobre meu encontro com Shadow na madrugada, e ela também não precisava saber.

–Então vamos ver os fatos: Os Godfrey são podres de ricos, podem comprar uma cobertura no centro da cidade, eles podem comprar a cidade inteira, mas resolvem ficar em uma casa no meio do mato e que já teve vários assassinatos?

–Exatamente, isso tudo porque eles “não querem chamar atenção”. –digo afastando alguns galhos que batiam em meu rosto.

–Essa família pode muito bem ser de assassinos!

–Nina, não diga essas coisas.

–Roman é bonito, ele pode seduzir garotas e depois matá-las.

–Roman não é assim! –defendo.

–Ah, claro. Porque vocês dois com certeza são melhores amigos.

–Eu só estou falando. Ele não é um assassino em série.

Nina só da uma risadinha e continuamos a andar, quando chegamos ao lago, avistamos alguns tratores e ferramentas de obra encostadas na parede de fora.

–Devemos entrar? Dar uma espiada na decoração... –sugere.

–Não. Da última vez que entrei Roman me pegou lá dentro.

–Hmmm... Ele te pegou, é?

–Cale a boca! –exclamo envergonhada e ela ri. –Vamos só dar uma volta pelo terreno.

A frente da casa fora todas restaurada, no lugar da grande porta de madeira, agora havia uma porta dupla de ferro e brilhante, entalhado na porta havia a letra G.

–Nem são egocêntricos, né?

–Eles querem transformar esse lugar em uma mansão. –demos a volta pela casa e na parte de trás estava cheia de entulhos, móveis antigos e empoeirados, baús, camas...

–Essas camas devem ter muitas histórias. –comenta Nina e faço uma cara de nojo.

–Queria saber tanto o motivo para eles quererem se mudar para cá. –digo frustrada. Roman era um completo estranho, por mais que eu já tivesse presenciado coisas estranhas acontecendo com ele, ainda assim, eu não sabia nada. E ninguém saberia.

–Lembra quando eu, você e Stacy entramos no porão dessa casa? E achamos vários baús com fotos dos moradores antigos? –relembra.

–Aquele dia foi aterrorizante.

–Deveríamos fazer isso novamente, digo, entrar no porão.

–Você é louca! Não podemos simplesmente entrar na casa dos outros. Isso é invasão domiciliar.

–Não é se ninguém ver. –ela puxa meu braço e empurra a pequena janela que dava para o porão, a mesma porta que entramos dois anos atrás.

Dessa vez tivemos que nos encolher bastante para passar.

–Meu Deus, meu nariz está ardendo com essa poeira. –declaro esfregando o nariz.

–Parece que alguém morreu aqui dentro!

–Bem, realmente morreram pessoas aqui. –comecei a andar pelo lugar, mas parecia que a família nova já havia tirado tudo daqui.

–Será que os Godfrey serão assassinados? Afinal, toda família que já morou aqui acabou morta.

–Não fale asneiras, Nina! Sabemos que o assassino se matou se jogando no lago!

–Só estou falando a verdade.

–Devíamos ir embora, não tem nada para ver aqui.

Estávamos prestes a sair do porão quando escutamos vozes sobre nossas cabeças.

–Tem gente aqui dentro? –Nina exclama.

–Eu disse! Eu falei que era só entrarmos que alguém surgiria.

–Não podemos sair, se não irão perceber.

–Precisamos nos esconder...

–Onde? Eles tiraram todas as coisas!

–Droga... –ela murmura desesperada.

–Vamos ter que deitar em baixo dessas cortinas. –sugiro.

–Não vou deitar nesse chão empoeirado!

Os passos começaram a se aproximar e agarrei seu braço.

–Nina, você só tem duas opções: Ou você deita nesse chão e se cobre com esses panos encardidos, ou você vai presa por invasão domiciliar.

Ficamos nos olhando por alguns segundos, e quando escutamos a tranca da porta, nos jogamos no chão e nos escondemos sob as cortinas.

Vários passos são audíveis e me encolho tentando não emitir nenhum som. Antes que eu conseguisse reconhecer quem estava ali, uma voz chama minha atenção.

–Eu não fiz nada com ela! Eu só queria alertá-la.

Era Shadow.


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Notas finais do capítulo

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