O Clã de Descendentes - A Ascensão da Magia escrita por Isaque Arêas


Capítulo 7
Como é bárbaro o nosso lar




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A viagem dessa vez foi diferente da anterior. As fadas não sabiam para onde estavam indo, então decidiram seguir o rastro de magia da força que puxava a Fada Azul. Quando perceberam que não estavam de pé em outro local como nas viagens anteriores, Bernardo e Amanda abriram os olhos. Estavam dentro do que parecia ser uma bolha de energia que era mantida por feixes mágicos que saltavam das varinhas de Primavera e Flora. A bolha se movia através de uma espiral de energia. Era lindo. Como se fosse um túnel pelo universo. Amanda e Bernardo podiam ver estrelas e planetas diferentes do lado de fora da bolha que se movia com velocidade fenomenal.

Após algum tempo avistaram a Terra. Entraram na atmosfera passando por uma densa camada de nuvens até que a bolha aterrissou em uma enorme duna. Flora e Primavera já estavam exaustas e com um balançar de varinhas a bolha se estoura liberando apenas o rastro de pó mágico fino. Estavam agora em um deserto e não sabiam por onde começariam a procurar a Fada Azul. Bernardo se sentou descansando os braços que seguravam Fauna e tirou o celular do bolso.

— Não gosto disso. — disse Primavera enfurecida e amedrontada.

— Meu celular parou. — disse Bernardo.

— Deve ser o efeito do tempo da Terra do Nunca... — disse a Fada Madrinha balançando a varinha e fazendo o relógio de Bernardo voltar à vida.

— Alguém sabe onde estamos? — perguntou Amanda.

— Só um minuto, vou tentar usar o GPS.

— Está amanhecendo. Acredito que voltamos à Terra ainda no dia em que estávamos. — disse Flora.

— Aqui, nossa localização é... Estamos no deserto do Iraque.

— Ta, Amanda, mantenha a calma — disse a menina se abanando.

— O que houve com ela? — perguntou Flora.

— Vocês não ouviram? Aqui é o Iraque.

— Sim... — repetiram as fadas.

— Ah, vocês estavam fora do nosso mundo... Bem, nesse momento este país está em guerra. Nós podemos morrer aqui!

— Ah, bobagem. Nós temos magia, o que são espadas e canhões perto de magia? — riram as fadas.

— Então, já inventaram coisa mais forte, vamos nos esconder... — disse Bernardo amedrontado se levantando.

— A única coisa mais forte que conheço é o beijo de amor verdadeiro. Quebra qualquer maldição, isso é fato! — disse a Fada Madrinha com certeza.

— Ta, vocês falaram do seu mundo, agora a gente fala do nosso... Aqui é um local de perigo, vamos nos esconder por favor! — exclamou Amanda.

Mesmo sem entender as fadas concordaram. Antes de começarem a caminhar a Fada Madrinha sugeriu que trocassem suas roupas para se misturar com a população local e com um passe de mágica todos estavam devidamente vestidos, inclusive Fauna que continuava desmaiada.

***

Andaram por horas até chegar ao lago Habbaniyah na província de Al-Anbar onde pararam para beber água e descansar um pouco. Flora banhou a testa de Fauna no que ela abriu os olhos e com um susto se levantou. Todos se alegraram ao notarem que a fadinha já estava bem, principalmente Bernardo que já estava com os braços cansados. Continuaram a caminhada por mais algumas horas até chegar à cidade de Al Habbaniyah. Não entendiam nada do que o povo da cidade falava, mas conseguiram uma hospedagem em um hotel.

Reservaram dois quartos, ambos muito pequenos, muito quentes e com pouca ventilação. Era um hotel bastante precário, mas que por hora serviria para que fizessem alguns planos.

— Vamos lá, como vamos achar a Fada Azul? Não tem nenhum dispositivo que possamos usar? Nada? — disse Flora andando de um lado para o outro pensativa.

— Vocês não conseguem rastreá-la com magia? — perguntou Amanda.

— Não é tão simples... É como se fosse um cão farejador. Precisaríamos de uma parte da roupa, um fio de cabelo ou pertence pessoal dela que ela estivesse usando no momento em que desapareceu — disse a Fada Madrinha que estava sentada na cama também pensando.

— E se vocês procurassem por magia? Aqui na Terra não há magia há tanto tempo, talvez se pudessem rastrear magia a encontrassem... — sugeriu Bernardo.

— Isso pode funcionar, mas quem nos garante que o ser que sequestrou a Fada Azul já não tem um contra-feitiço nas mangas? — disse Primavera desesperançosa.

— Ora amiga se acalme. Precisamos tentar de tudo. Acredito que não custa. Somos quatro fadas, se unirmos nossa magia talvez venhamos a quebrar o contra-feitiço, ainda mais de um feiticeiro aqui da Terra que provavelmente está enfraquecido. — sugeriu Fauna.

— Mas ele estava forte o suficiente pra te derrubar na sala de chá e ainda levar a Fada Azul e nos enfrentar ao mesmo tempo. — retrucou Primavera.

— Está aí! Mais motivo para que possamos tentar! Ele deve estar enfraquecido demais nesse momento! Afinal enfrentou cinco seres mágicos! Não custa Primavera. — disse Flora tentando convencer a amiga.

Todos olhavam para Primavera esperando uma última reação.

— Ora, não me olhem assim! Ainda acho que não vai funcionar, mas se precisarem cá estou. — disse a boa fada revirando os olhos com a tolice alheia.

Estava feito, precisariam de um caldeirão para que pudessem começar a preparar o feitiço e de alguns ingredientes mágicos que sempre carregavam consigo. Como não possuíam caldeirão Amanda e Bernardo se dispuseram a ir até a cidade comprar algo que servisse como um.

Os dois foram a um mercado onde conseguiram encontrar uma grande panela de barro. Quando estavam no caixa prontos para comprar ouviram um barulho que vinha do estacionamento. Era um jipe que estacionara bruscamente. Do jipe desceram cinco homens armados. Bernardo percebeu o que acontecia e pediu para que Amanda se escondesse em um pequeno armário que ficava no fim do mercado.

O grupo entrou no estabelecimento e começaram a gritar com algumas pessoas que visitavam o mercado. Até que um dos membros veio na direção de Bernardo perguntando de onde ele vinha. Ao perceber que Bernardo não entendia o que ele falava, o homem entendeu que era estrangeiro. Acertou uma coronhada em sua testa que fez com que Bernardo desmaiasse. Um outro membro do grupo o pegou e saíram do mercado. Quando viu que já não havia mais perigo Amanda saiu do armário e correu para o hotel onde as Boas Fadas estavam.

Subiu as escadas aos prantos e quando entrou no quarto as fadas tomaram um susto. Sentaram à sua volta e lhe ofereceram um copo de água. Depois de ouvir sua história se desesperaram ainda mais. Não bastasse um membro de seu pequeno time desaparecido, agora outro também estava.


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