Certa vez, quando pequeno, me disseram que um dia eu encontraria a mulher dos meus sonhos, que me casaria com ela e me tornaria o rei do reino Doce, e que não seria mais um mero príncipe. È estranho pensar nisso, pois sempre achei isso uma besteira, apesar de ser um príncipe não me dou muito bem com as pessoas de fora do reino.

- Senhor Chiclete! A reunião irá começar, apresente-se imediatamente. A voz no alto-falante anunciava.

Chiclete suspirou, ele estava sentado na borda da torre mais alta, de cabeça baixa olhando todo aquele reino lindo que lhe pertence, como quem pensa em acabar com tudo. Não, ele não poderia perder isso agora, pelo menos não agora, levantou-se e caminhou a sala de reuniões.

- Finalmente, já estava estressada, chiclete, mais um atraso e as coisas não ficarão boas para você. A governanta menta parecia abalada, como se já soubesse todo o assunto daquela reunião.

- Alegre-se Menta, você sabe que a ordem final é minha, sem mim eles não podem decidir nada!

Aquela sala emanava uma aura negativa, todos olhavam para chiclete com rostos bravos, uma mulher doce virava o rosto para os lados como se lamentasse por ele.

- Bom! O que está acontecendo aqui? Não solicitei nenhuma reunião. Ele tentava manter a calma.

O mestre dos magos estava sentado na grande cadeira, algo que deixou o príncipe bastando zangado, aquilo era como um trono, e neste momento estava ocupado com aqueles traseiros enormes.

O mestre era velho de cabelos loiros, usava somente um grande vestido branco, que mais parecia que era sua barba que não aparava a milênios, não tinha olhos e sim, duas grandes esmeraldas que o fitavam, gradativamente piscando a ele.

- Príncipe Chiclete, Governador do reino doce, tem ideia do que está a acontecer?

- Receio que não, e agradeceria se retirasse seu traseiro gordo do meu trono.

Todos na sala admiraram aquele comportamento, uma vaia abafada soou a sala.

- È disso mesmo que estou falando, ultimamente esse tipo de comportamento está visível em você. Estou falando dessa falta de respeito, desde este tempo, a taxa da produção do reino caiu bastante.

- .....

- E é claro assim como todo o reino doce, em seu governo está caindo, então eu te pergunto príncipe Chiclete: Está pronto para deixar o palácio?

Chiclete estremeceu por um momento, ele tira uns dias para pensar no que ele queria fazer e o povo já se rebelava assim?

- Meu povo! Eu só queria tirar um tempo para mim, vocês nunca fizeram isso? Só estou triste por estar sempre ocupado, eu quase não saio deste reino, eu cuido de vocês a milênios e assim que me retribuem?

Enquanto ele discursava um indivíduo entrou, ele usava uma capa que cobria todo o seu corpo, até mesmo o rosto não estava visível.

- Por favor! Peço que digam algo. Chiclete implorava.

O povo ainda estava de cabeça baixa. Sem dizer uma palavra.

- Eu acho que o príncipe deveria ter mais uma chance ele.... Merece ser expulso. Aquele súdito mudou... parecia hipnotizado.

Chiclete virou e olhou o mestre e viu o mestre levantando seu cajado que aos poucos perdia o brilho verde.

- Viu príncipe? Até os súditos aceitam a ideia.

A ira de chiclete subiu em seu corpo.

- Do que está falando, está na cara que o hipnotizou e...

- O príncipe deve ir ao submundo, lutar contra a guerra entre o submundo e superfície, caso venha vitorioso, poderá ter sua coroa de volta. Ele o interrompeu.

A coroa acima da cabeça do príncipe voou pelo ar, aterrissando na mesa do mestre.

- Isso é inútil, como que ele sozinho irá vencer a guerra, ele deve ficar e.... arrumar os itens para a batalha. Outro súdito foi interrompido pelo hipnotismo do mestre.

- Espero que estejamos de acordo príncipe, a guerra está próxima de acontecer. Espero que se saia bem. O mestre deu um sorriso malicioso como se soubesse o que ia acontecer.

Ele levantou seu cajado, um brilho verde brilhava intensamente, e o príncipe começou a transparecer, ele se sentiu tonto e logo percebeu que estava em seu quarto.

Ele socou a parede com uma raiva intensa, e uma lágrima caiu de seu rosto.

- Senhor chiclete? A governanta menta entrava na sala.

- Olá Menta, não consegui salvar o reino né?

- Sem problemas senhor, ouça, tenha muito cuidado em sua viagem, eu não poderia deixar o senhor partir sem nada.

Ele sorriu para ela, sem dizer nada, mas feliz.

- Isto é para o senhor...

Era um colar, com um prisma rosa, bem bonito.

- Irá te proteger de qualquer criatura do submundo que queira machucá-lo, e além de servir como comunicação comigo. Agora escute.... Tem uma amiga minha que pode te ajudar. Ela conhece a localização de um dos portões do submundo, procure por Fiona, ela mora em uma casa na árvore enorme

- Muito obrigado Menta, você é a melhor.

A cena foi interrompida por um barulho estrondoso, ambos correram até a sala de reuniões, onde alguns súditos corriam, lá dentro só tinham cinzas e fogo, sem mais ninguém lá dentro. E no lado oposto o indivíduo encapuzado, corria para a saída. O príncipe correu atrás dele.

Enquanto ele corria ele tropeçava nos móveis que caíam detrás do perseguido, o estranho era que ele nem precisava tocar nos objetos para caírem, ele somente passava do lado deles e eram arremessados pelo ar.

Do lado de fora ele estava quase na saída do castelo. Os portões estavam desprotegidos pois com o barulho os guardas saíram na procura do suspeito.

Ao chegar na porta do castelo naquela grande sombra, ele o perdeu de vista, ele estava ao ponto de desistir quando algo caiu por cima dele.

Era ele, ele lutava contra chiclete no chão, até que chiclete conseguiu tirar o capuz dele no momento em que o garoto imobilizou chiclete, ficando sentado por cima da barriga dele e segurando seus braços.

Ao ver o seu rosto chiclete hesitou, era um garoto muito lindo, sua pele nem era branca, e sim um cinza bem pálido, seu pescoço com dois furos bastante vermelhos, sua boca rosada com dentes pontiagudos, parecendo perigosos, sua orelha pontuda, e seu cabelo liso caindo por cima de seus olhos vermelho-sangue.

- Espera... O garoto comentou, - você é rosa? E caiu na gargalhada.

Chiclete nunca sentiu tanta vergonha na vida. Ele nunca tinha visto um garoto como aquele, tão parecido fisicamente com ele, e ele o zombara? O que tinha de bonito parecia de irritante.

- Sim, sou.... e sou o príncipe deste reino, foi você que causou aquela explosão?

- Não.... Eu também me assustei com o barulho e fugi do castelo, quando vi que estava sendo seguido continuei correndo e aqui estamos. Você é um gatinho sabia? Seria bem prazeroso brincar com esse pescoço um pouco.

Chiclete parou e percebeu que ainda estava naquela posição vergonhosa. Seu rosto corou...

- Olha! De rosa ele passa pra vermelho, você fica muito bonitinho assim. Está com vergonha? Ele zombou.

Chiclete gritou de vergonha, e sacudiu-se derrubando o garoto com o rosto virado para o sol.

Ele começou a gritar, e ele se contorcia, seu rosto começou a soltar uma fumaça, o príncipe entrou em pânico e o levou para a sombra.

- Pelos Deuses, me desculpa, mas o que aconteceu? O príncipe se sentiu mal.

- Não... tudo bem.... Digamos que eu não possa pegar muito sol, por isso estava de capuz.

-Entendo, mas o que você é? Nunca vi alguém como você por aqui.

- Eu? Bem... eu sou um vampiro...