Academia da Aliança escrita por Jace Jane
Notas iniciais do capítulo
Fiquei empacada no final, mas consegui!
Aproveitem o/
— Convidada? – estava confusa.
— Você sabe Keanne, Andrômeda é a representante da casa Benetti-Keller! – respondeu Rosemarie, ficando confusa com a atitude da diretora.
— Srtª Herondale? – chamou Keanne com uma expressão gélida – Esqueceu-se de me dizer alguma coisa?
Andrômeda abaixou a cabeça envergonhada, culpou o cavaleiro por coloca-la nessa situação. Suspirou, não dava para fugir, tinha que abrir o jogo.
— O Cavaleiro falou para não revelar o que eu era, queria que eu fosse a isca para trazer os meus avos de volta – contou, não olhando para nenhum dos presentes.
— E você concordou em servir de isca? – indignou-se. Os líderes da aliança observavam quietos.
— Eu queria conhecê-los, sabem, eles são da família e eu não tenho ninguém – respondeu. Sua face estava vermelha, queria que tudo aquilo acaba-se logo.
Keanne suspirou.
— Entendo seus motivos, mas foi uma burrice! Sir Bronwen não é um homem confiável, e servir de isca? Pelos deuses! Onde esta o seu juízo?
— Desculpa diretora – desculpou-se envergonhada.
— Não querendo prolongar à bronca, mas preciso levantar uma questão – disse Rosemarie, seria.
Andrômeda engoliu a saliva, já sabendo o que a feiticeira iria falar.
— Tem mais? – disse a diretora de olhos arregalados.
— Andrômeda, você adquiriu informações do conselho e usou parar ir atrás de seu padrinho, o que fez com elas? O que quis dizer e entrar na corte das fadas não fosse um problema? – perguntou Rosemarie, com os olhos semicerrados.
Keanne a observou esperando respostas.
— Eu fui até a corte das fadas – respondeu em tom baixo.
— Quanta estupidez – comentou Astra pela primeira vez desde a entrada da jovem feiticeira.
— Como entrou? – perguntou Rosemarie de braços cruzados.
— Uma amiga me ajudou a entrar, ela tinha contatos lá dentro – disse desviando os olhos.
— Quanta imprudência srtª Herondale – disse Rosemarie – Alois arriscou sua própria vida pela sua e você se arrisca dessa forma? Espero que nunca mais tome uma atitude imprudente como essa.
— Sente-se srtª Herondale – mandou Astra, indicando um dos lugares vagos. – Depois discutem a punição da srtª Herondale, temos mais o que discutir, não é?
— Sim – afirmou a diretora Keanne. – Um dos tópicos dessa reunião seria justamente sobre o representante da casa Sheherazade.
Andrômeda prestava atenção nas palavras da diretora, em quanto se dirigia ao seu lugar.
— Atualmente Alois Levierre esta nessa propriedade, se recuperando na enfermaria – revelou Keanne, deixando os presentes, menos Andrômeda, surpresos.
— É um milagre! – disse Mikael – Nenhum jamais voltou.
— Precisamos vê-lo! – disse Rosemarie se levantando.
- Acalme-se! – pediu Keanne – Ainda temos o que conversar.
Contragosto Rosemarie voltou a se sentar.
— Fui informada por Astra Herondale que o representante da casa dos Cipriano foi pegou pelos inomináveis – revelou Keanne sem expressão, pegando todos de surpresa.
Andrômeda ficou em choque com as informações, o cavaleiro foi pego pela maior ameaça que os feiticeiros enfrentavam. E um dos motivos de aceitar ser isca para o Cipriano estava bem ali, na mesma sala que ela. Sentiu um peso em seu coração e uma raiva latente reaparecendo em seu peito, estava perdendo todos que amava, perdeu sua mãe pelos comensais da morte, seu padrinho tinha ficado desaparecido por meses por causa dos inomináveis e agora essa. Lagrimas se formaram em seus olhos e escorriam pelo seu rosto.
— Quantos de nós teremos que ser pegos até começarem a agir? – perguntou de punhos cerrados.
— Você não entende, criança – disse Mikael com o olhar caído.
— Então me faça entender! – explodiu – Minha família esta desaparecendo porque nenhum de vocês fazem nada! Quantas famílias já chegaram ao fim? Quantas precisaram chegar até resolverem atacar ao invés de fugir? Respondam! – exigiu Andrômeda com os olhos explodindo em fúria.
Astra pensou por um segundo, até que decidiu revelar a jovem feiticeira.
- Não revidamos por causa do sangue que seria derramado – respondeu Astra – Seria um massacre, nem todos estão preparados para carregar o peso da morte.
— Essa é a sua desculpa? – perguntou indignada – A verdade é que vocês são um bando de covardes.
***
Com sua saída ao fim da discussão acabou não sabendo qual seria sua punição por quebrar as regras da escola e se aventurar na corte das fadas, mas não importava, sua indignação gritava. Começou a procurar pela Ashe nos corredores, precisava desabafar, mas lembrou que tinham brigado naquela madrugada, suspirou de frustração e deu meia volta, indo para a floresta, decidida a matar o restante das aulas. Não se aprofundou muito, não conhecia a floresta, se perder seria fácil, só entrou o suficiente para que ninguém a visse do castelo.
Abrigou-se debaixo de uma arvore, colocou sua mochila no chão e começou a revira-la, tinha pegado um livro de feitiços na biblioteca, e tentaria realizar alguns.
— Sem varinha, só as mãos – repetia como um mantra. Deixou o livro em cima da mochila depois de olhar um feitiço e começou a praticar. Assim que riscava o ar uma linha dourada era feita, ouve momentos que não conseguia riscar, ou o mesmo falhava, mas não desistiu, continuou praticando.
Só descobriu que já estava na hora do almoço quando sentiu uma queimação familiar no estomago.
— Hora de voltar.
Andrômeda pegou suas coisas e caminhou de volta ao castelo, sem saber que desde que chegou alguém a observava, uma garota de cabelo verde.
Em quanto almoçava observava discretamente sua amiga da mesa Sheherazade, dava suspiros, começava a pensar em pedir desculpas, mesmo que a ideia a desagradasse.
— Porque o fato de eu não ter a contado a irritou tanto? – pensou em alto.
— Do que esta falando? – perguntou Narcisse um pouco confuso.
— A Ashe – respondeu suspirando – Escondi um segredo dela, agora ela não fala comigo.
— Talvez ela tenha se ofendido por não confiar nela, ela é sua amiga, não? – disse Narcisse, iluminando os pensamentos da Benetti-Keller.
— Só por isso?
— Confiança é importante – respondeu Narcisse.
Andrômeda voltou a olhar para a mesa dos Sheherazade, mas Ashe já havia saído.
Depois do almoço foi para a enfermaria ver seu padrinho, a enfermeira não estava avista, então aproveitou a chance e foi para a cabine que seu padrinho estava, foi fácil de encontrar, ele gritava indignado.
— Ela o que? – berrou Alois – Tão imprudente quanto a mãe, ambas não tinham muito juízo.
— Não a culpe, a menina estava desesperada, sua família ruiu em questão de meses. – reconheceu como a voz de Mikael, o representante da casa Hansen.
— Crianças – suspirou, derrotado
— Será mais complicado daqui pra frente – disse Mikael.
— Se ela puxar a mãe nisso também estarei frito – revelou, Alois.
Parou em frente da cabine.
— Tem lugar para mais um? – perguntou aos presentes.
— ANDY! – gritou Alois abrindo um sorriso – Sente-se aqui! – disse batendo em um pequeno espaço ao seu lado na cama. Andrômeda sorriu e foi se juntar ao tio.
— Como você esta? – perguntou Andrômeda preocupada
— Fisicamente bem, magicamente esgotado – respondeu sincero – Mas não se preocupe com isso, estou nas mãos da melhor enfermeira da Alaiyans.
— Fiquei preocupada – disse Andrômeda.
— Eu também, ainda mais quando soube que a senhorita saiu da academia para me procurar na corte Unseelie!
- Eu precisava saber se você estava bem, nenhum dos feiticeiros que foi capturado por um inominável voltou para contar a história – justificou Andy.
— Isso não é verdade! – disse – E é mais um motivo para não ter se arriscado, e se fosse uma armadilha?
Andrômeda abaixou a cabeça envergonhada.
— O Hansen aqui disse que você estava acompanhada, quem era? – perguntou Alois, suas bochechas estavam coradas.
— Ashe – respondeu baixo, sem olhar para o padrinho.
— O que? Não ouvi – perguntou Alois.
— Eu estava com a Ashe – respondeu Andy.
Alois ficou surpreso por um instante, sua expressão dura foi substituída para uma mais relaxada.
— Ora, ela estava em boas mãos – disse olhando para o líder dos Hansen, o mesmo lançou um olhar duro para o Sheherazade, que voltou para a expressão dura de antes – Mas foi muito arriscado mocinha! Que isso não se repita.
— Desculpa, não farei mais isso.
— Você é igual a sua mãe – disse nostálgico – Tão imprudente, mas capaz de ir ao inferno para proteger quem ama.
Mikael vendo que sobrava saiu de fininho.
— O que vai ser de mim agora? – perguntou com um olhar triste – Minha mãe esta morta e o meu pai é um idiota.
— Mas não é obvio? – disse Alois com um sorriso largo no rosto – Você vai ficar comigo! – a agarrou, dando um abraço apertado cheio de amor – Você, eu, Ashe e Sejuani seremos uma grande família!
Ficou com as palavras do padrinho martelando sua cabeça pelo resto da tarde, quanto mais pensava, a culpa ia se acumulando dentro de seu peito.
— Não aguenta mais, estou certa? – perguntou Alice.
— E o que você tem haver com isso? – rebateu a feiticeira – Não aparece há dias.
— Grossa! – bufou – Estive sempre ao seu lado, você que não me viu!
— Eu quase morri hoje.
— Mas não morreu – observou Alice
— Arg! – gruiu
Levantou da cama e andou até a saída, deixando o salão comunal para trás. Depois da briga na sala da diretora acabou obtendo tempo para pensar em sua amizade com a Sheherazade, e seu padrinho a fez lembrar como esse laço era importante. Tinha que se desculpar com a Levierre, ela é o sol em seu céu.
Surpreendeu-se em chegar tão rápido no corredor do dormitório dos Sheherazade, seu coração batia acelerado.
— Pensou na possibilidade dela não estar no dormitório? – perguntou Alice encarando a feiticeira.
— Não – admitiu.
Estava com tanta pressa que esqueceu o obvio.
— Para uma feiticeira você é meio burrinha – observou Alice.
— Calada! – mandou.
— Além de mentirosa ainda fala sozinha – disse uma voz no final do corredor. Era Ashe.
— Ashe! Preciso falar com você. – disse Andrômeda exitante.
— O que quer? – perguntou a Sheherazade.
— Desculpas por eu mentir sobre quem eu era – pediu – Não foi minha ideia não dizer meu nome, mas eu vi a vantagem em escondê-lo, eu não seria a filha do morcego das masmorras e nem a ultima Benetti-Keller, eu só seria eu. – seus olhos ficaram embaçados pelas lagrimas que segurava.
— Você podia ter me contado – disse Ashe chateada.
— Eu sinto muito – disse a feiticeira cabisbaixa.
— Sem mais segredos.
Andrômeda levantou a cabeça e deu um sorriso.
— Prometo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!