Academia da Aliança escrita por Jace Jane


Capítulo 14
Capítulo 14 - Brigas e Desculpas


Notas iniciais do capítulo

Fiquei empacada no final, mas consegui!
Aproveitem o/



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— Convidada? – estava confusa.

— Você sabe Keanne, Andrômeda é a representante da casa Benetti-Keller! – respondeu Rosemarie, ficando confusa com a atitude da diretora. 

— Srtª Herondale? – chamou Keanne com uma expressão gélida – Esqueceu-se de me dizer alguma coisa? 

Andrômeda abaixou a cabeça envergonhada, culpou o cavaleiro por coloca-la nessa situação. Suspirou, não dava para fugir, tinha que abrir o jogo. 

— O Cavaleiro falou para não revelar o que eu era, queria que eu fosse a isca para trazer os meus avos de volta – contou, não olhando para nenhum dos presentes. 

— E você concordou em servir de isca? – indignou-se. Os líderes da aliança observavam quietos. 

— Eu queria conhecê-los, sabem, eles são da família e eu não tenho ninguém – respondeu. Sua face estava vermelha, queria que tudo aquilo acaba-se logo. 

Keanne suspirou. 

— Entendo seus motivos, mas foi uma burrice! Sir Bronwen não é um homem confiável, e servir de isca? Pelos deuses! Onde esta o seu juízo?  

— Desculpa diretora – desculpou-se envergonhada. 

— Não querendo prolongar à bronca, mas preciso levantar uma questão – disse Rosemarie, seria.  

Andrômeda engoliu a saliva, já sabendo o que a feiticeira iria falar. 

— Tem mais? – disse a diretora de olhos arregalados.

— Andrômeda, você adquiriu informações do conselho e usou parar ir atrás de seu padrinho, o que fez com elas? O que quis dizer e entrar na corte das fadas não fosse um problema? – perguntou Rosemarie, com os olhos semicerrados. 

Keanne a observou esperando respostas. 

— Eu fui até a corte das fadas – respondeu em tom baixo. 

— Quanta estupidez – comentou Astra pela primeira vez desde a entrada da jovem feiticeira. 

— Como entrou? – perguntou Rosemarie de braços cruzados. 

— Uma amiga me ajudou a entrar, ela tinha contatos lá dentro – disse desviando os olhos. 

— Quanta imprudência srtª Herondale – disse Rosemarie – Alois arriscou sua própria vida pela sua e você se arrisca dessa forma? Espero que nunca mais tome uma atitude imprudente como essa. 

— Sente-se srtª Herondale – mandou Astra, indicando um dos lugares vagos. – Depois discutem a punição da srtª Herondale, temos mais o que discutir, não é? 

— Sim – afirmou a diretora Keanne. – Um dos tópicos dessa reunião seria justamente sobre o representante da casa Sheherazade. 

Andrômeda prestava atenção nas palavras da diretora, em quanto se dirigia ao seu lugar. 

— Atualmente Alois Levierre esta nessa propriedade, se recuperando na enfermaria – revelou Keanne, deixando os presentes, menos Andrômeda, surpresos. 

— É um milagre! – disse Mikael – Nenhum jamais voltou. 

— Precisamos vê-lo! – disse Rosemarie se levantando.

 - Acalme-se! – pediu Keanne – Ainda temos o que conversar. 

Contragosto Rosemarie voltou a se sentar. 

— Fui informada por Astra Herondale que o representante da casa dos Cipriano foi pegou pelos inomináveis – revelou Keanne sem expressão, pegando todos de surpresa. 

Andrômeda ficou em choque com as informações, o cavaleiro foi pego pela maior ameaça que os feiticeiros enfrentavam. E um dos motivos de aceitar ser isca para o Cipriano estava bem ali, na mesma sala que ela. Sentiu um peso em seu coração e uma raiva latente reaparecendo em seu peito, estava perdendo todos que amava, perdeu sua mãe pelos comensais da morte, seu padrinho tinha ficado desaparecido por meses por causa dos inomináveis e agora essa. Lagrimas se formaram em seus olhos e escorriam pelo seu rosto. 

— Quantos de nós teremos que ser pegos até começarem a agir? – perguntou de punhos cerrados. 

— Você não entende, criança – disse Mikael com o olhar caído. 

— Então me faça entender! – explodiu – Minha família esta desaparecendo porque nenhum de vocês fazem nada! Quantas famílias já chegaram ao fim? Quantas precisaram chegar até resolverem atacar ao invés de fugir? Respondam! – exigiu Andrômeda com os olhos explodindo em fúria. 

Astra pensou por um segundo, até que decidiu revelar a jovem feiticeira.

 - Não revidamos por causa do sangue que seria derramado – respondeu Astra – Seria um massacre, nem todos estão preparados para carregar o peso da morte.

— Essa é a sua desculpa? – perguntou indignada – A verdade é que vocês são um bando de covardes.

***

Com sua saída ao fim da discussão acabou não sabendo qual seria sua punição por quebrar as regras da escola e se aventurar na corte das fadas, mas não importava, sua indignação gritava. Começou a procurar pela Ashe nos corredores, precisava desabafar, mas lembrou que tinham brigado naquela madrugada, suspirou de frustração e deu meia volta, indo para a floresta, decidida a matar o restante das aulas. Não se aprofundou muito, não conhecia a floresta, se perder seria fácil, só entrou o suficiente para que ninguém a visse do castelo. 

Abrigou-se debaixo de uma arvore, colocou sua mochila no chão e começou a revira-la, tinha pegado um livro de feitiços na biblioteca, e tentaria realizar alguns. 

— Sem varinha, só as mãos – repetia como um mantra. Deixou o livro em cima da mochila depois de olhar um feitiço e começou a praticar. Assim que riscava o ar uma linha dourada era feita, ouve momentos que não conseguia riscar, ou o mesmo falhava, mas não desistiu, continuou praticando. 

Só descobriu que já estava na hora do almoço quando sentiu uma queimação familiar no estomago. 

— Hora de voltar. 

Andrômeda pegou suas coisas e caminhou de volta ao castelo, sem saber que desde que chegou alguém a observava, uma garota de cabelo verde. 

Em quanto almoçava observava discretamente sua amiga da mesa Sheherazade, dava suspiros, começava a pensar em pedir desculpas, mesmo que a ideia a desagradasse. 

— Porque o fato de eu não ter a contado a irritou tanto? – pensou em alto. 

— Do que esta falando? – perguntou Narcisse um pouco confuso.

— A Ashe – respondeu suspirando – Escondi um segredo dela, agora ela não fala comigo.

— Talvez ela tenha se ofendido por não confiar nela, ela é sua amiga, não? – disse Narcisse, iluminando os pensamentos da Benetti-Keller. 

— Só por isso?

— Confiança é importante – respondeu Narcisse.

Andrômeda voltou a olhar para a mesa dos Sheherazade, mas Ashe já havia saído. 

Depois do almoço foi para a enfermaria ver seu padrinho, a enfermeira não estava avista, então aproveitou a chance e foi para a cabine que seu padrinho estava, foi fácil de encontrar, ele gritava indignado. 

— Ela o que? – berrou Alois – Tão imprudente quanto a mãe, ambas não tinham muito juízo.    

— Não a culpe, a menina estava desesperada, sua família ruiu em questão de meses. – reconheceu como a voz de Mikael, o representante da casa Hansen.

— Crianças – suspirou, derrotado 

— Será mais complicado daqui pra frente – disse Mikael. 

— Se ela puxar a mãe nisso também estarei frito – revelou, Alois. 

Parou em frente da cabine. 

— Tem lugar para mais um? – perguntou aos presentes. 

— ANDY! – gritou Alois abrindo um sorriso – Sente-se aqui! – disse batendo em um pequeno espaço ao seu lado na cama. Andrômeda sorriu e foi se juntar ao tio. 

— Como você esta? – perguntou Andrômeda preocupada 

— Fisicamente bem, magicamente esgotado – respondeu sincero – Mas não se preocupe com isso, estou nas mãos da melhor enfermeira da Alaiyans.

— Fiquei preocupada – disse Andrômeda. 

— Eu também, ainda mais quando soube que a senhorita saiu da academia para me procurar na corte Unseelie!

 - Eu precisava saber se você estava bem, nenhum dos feiticeiros que foi capturado por um inominável voltou para contar a história – justificou Andy. 

— Isso não é verdade! – disse – E é mais um motivo para não ter se arriscado, e se fosse uma armadilha? 

Andrômeda abaixou a cabeça envergonhada. 

— O Hansen aqui disse que você estava acompanhada, quem era? – perguntou Alois, suas bochechas estavam coradas. 

— Ashe – respondeu baixo, sem olhar para o padrinho.

— O que? Não ouvi – perguntou Alois.

— Eu estava com a Ashe – respondeu Andy.

Alois ficou surpreso por um instante, sua expressão dura foi substituída para uma mais relaxada.

— Ora, ela estava em boas mãos – disse olhando para o líder dos Hansen, o mesmo lançou um olhar duro para o Sheherazade, que voltou para a expressão dura de antes – Mas foi muito arriscado mocinha! Que isso não se repita. 

— Desculpa, não farei mais isso.  

— Você é igual a sua mãe – disse nostálgico – Tão imprudente, mas capaz de ir ao inferno para proteger quem ama. 

Mikael vendo que sobrava saiu de fininho.

— O que vai ser de mim agora? – perguntou com um olhar triste – Minha mãe esta morta e o meu pai é um idiota. 

— Mas não é obvio? – disse Alois com um sorriso largo no rosto – Você vai ficar comigo! – a agarrou, dando um abraço apertado cheio de amor – Você, eu, Ashe e Sejuani seremos uma grande família! 

Ficou com as palavras do padrinho martelando sua cabeça pelo resto da tarde, quanto mais pensava, a culpa ia se acumulando dentro de seu peito.

— Não aguenta mais, estou certa? – perguntou Alice.  

— E o que você tem haver com isso? – rebateu a feiticeira – Não aparece há dias. 

— Grossa! – bufou – Estive sempre ao seu lado, você que não me viu! 

— Eu quase morri hoje.

— Mas não morreu – observou Alice 

— Arg! – gruiu 

Levantou da cama e andou até a saída, deixando o salão comunal para trás. Depois da briga na sala da diretora acabou obtendo tempo para pensar em sua amizade com a Sheherazade, e seu padrinho a fez lembrar como esse laço era importante. Tinha que se desculpar com a Levierre, ela é o sol em seu céu. 

Surpreendeu-se em chegar tão rápido no corredor do dormitório dos Sheherazade, seu coração batia acelerado. 

— Pensou na possibilidade dela não estar no dormitório? – perguntou Alice encarando a feiticeira. 

— Não – admitiu.  

Estava com tanta pressa que esqueceu o obvio. 

— Para uma feiticeira você é meio burrinha – observou Alice. 

— Calada! – mandou. 

— Além de mentirosa ainda fala sozinha – disse uma voz no final do corredor. Era Ashe. 

— Ashe! Preciso falar com você. – disse Andrômeda exitante. 

— O que quer? – perguntou a Sheherazade. 

— Desculpas por eu mentir sobre quem eu era – pediu – Não foi minha ideia não dizer meu nome, mas eu vi a vantagem em escondê-lo, eu não seria a filha do morcego das masmorras e nem a ultima Benetti-Keller, eu só seria eu. – seus olhos ficaram embaçados pelas lagrimas que segurava. 

— Você podia ter me contado – disse Ashe chateada. 

— Eu sinto muito – disse a feiticeira cabisbaixa. 

— Sem mais segredos. 

Andrômeda levantou a cabeça e deu um sorriso. 

— Prometo.


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