Crazy in Love escrita por LelahBallu


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa noite Galerinha!!

Chegando com essa one que foi feita especialmente como presente para a Gerciane, que está completando ano hoje, desejo muita felicidades e espero que goste Gerci!



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Devia ser os cheiros das rosas, risadas e burburinhos ao redor, todo o ambiente excessivamente decorado, as crianças correndo, ou as damas de honra que faziam de tudo para conquistar o padrinho do noivo, principalmente isso, definitivamente era isso que estava me deixando tão enjoada no casamento da minha melhor amiga. Eu adorava casamentos, ou costumava gostar pelo menos, mas agora tudo o que eu queria era me despedir de Oliver e Felicity com um abraço e sair dali correndo o mais rápido que meus saltos deixassem.
- Hey Caity. – Virei-me para encarar Felicity que parecia radiante após ter trocando seu lindo e elegante vestido de noiva por um vestido mais simples, mas tão elegante quanto. – Por quanto tempo você vai continuar se escondendo aqui? – Perguntou erguendo uma sobrancelha. – Exibi um sorriso de desculpas, eu estava no local mais afastado observando os casais dançarem, Oliver e Felicity já tinham feito sua dança, e eles pareciam tão apaixonados, que foi o único momento em que me permiti sorrir durante toda a festa.
- Desculpe Lis, eu sou sua madrinha e me mantive o tempo toda afastada. – Suspirei.
- Eu não estava recriminando. – Apressou a falar. – Eu só acho que se você quer se manter afastada deveria ter pelo menos a companhia de uma bebida.
- Certo. – Ri com seu comentário. – Tem razão.
- Desculpe Caity esse casamento foi...
- Lindo. – Apressei-me a falar, não queria que Felicity pedisse desculpas por eu não estar me divertindo em sua festa de casamento, não era sua culpa.
- ... Enorme! – Suspirou. – Eu queria algo simples, de preferência apenas nós dois e algumas testemunhas...
- Oliver não quis? – Perguntei estranhando, Oliver não conseguia ganhar uma discussão com Felicity, isso quando ele tentava.
- Oh, não. – Meneou a cabeça. – Por Oliver apenas dizer que estamos casados já devia valer algo, foi sua mãe, no momento em que isso chegou a suas mãos, ela transformou o menor dos detalhes em algo gigante. – Reclamou. – Eu sequer conheço três das minhas damas de honra.
- Mas são quatro. – Falei.
- Exato. – Riu. – Eu acho que reconheço uma de algum show de Tv.
- Oh aquele com dançarinas? – Apontei. – A ruiva certo? – Ela assentiu rindo. – Pode se contratar uma dama de honra? – Ela deu de ombros, rimos por mais alguns segundos e a abracei. – Eu vou sentir tanto sua falta.
- Caitlin eu só vou mudar de casa. – Brincou.
- Em anos! – Protestei. – Moramos juntas por anos! Quem Oliver pensa que é para levar minha melhor amiga para longe?- Provoquei.
- Caity estamos a poucas quadras do seu apartamento. – Falou com um sorriso.
- Estou tentando ser um pouco emotiva aqui. – Balancei a cabeça fingindo-me de magoada. – Que saber? Vá pode ir para seu marido e tenham lindos bebês loiros de olhos azuis, eu não vou mais sentir sua falta, e quando sua babá ficar doente e vocês estiverem ocupados na empresa eu não vou servi de substituta.
- Lá se foi meus planos de poupar alguns dólares e usar uma cardiologista como babá dos meus bebês. – Deus de ombros, então sorriu. – É lógico que vou sentir sua falta idiota. – Falou antes de voltar a me abraçar.
- Um pouco de amor feminino. – Escutei uma voz zombeteira soar atrás de mim. – Nada pode deixar uma noite melhor. – Soltei Felicity e avaliei o moreno em minha frente. Ele era lindo o que me irritava cada vez mais, por que ele sabia disso, ainda não havíamos sido apresentados por que ele havia faltado ao jantar de ensaio e chegado minutos antes da cerimônia. Eu já sabia do seu nome, entretanto, Felicity falava muito em Tommy Merlyn, o melhor amigo de Oliver, eu não dava muito atenção às coisas que ela dizia, até por que nunca tivemos a oportunidade de nos encontramos, já que ele morava em outro país e os encontros que ela marcou para que nos conhecêssemos quando ele estivesse na cidade eram constantemente desmarcados... Por ele, provavelmente Tommy o playboy bonito estava sempre atrás de um rabo de saia, como hoje que jogou seu charme o tempo todo para as damas de honra que não faziam outra coisa se não babar por ele.
- Oi Tommy. – Felicity sorriu o cumprimentando. – Você esteve bem ocupado hoje. – Piscou.
- É... Suas damas de honra sabem serem lindas, charmosas, mas nem um pouco discretas. – Ele assentiu então seu olhar voltou para mim.
- Por falar em discrição. – Comentei irônica ao notar a forma como seus olhos desceram pelo meu rosto e acompanhou por todo o meu corpo não sendo tímidos ao fixar sua atenção no decote do vestido que favoreciam meus seios.
- Eu acho que não fui apresentado a tamanha beleza. – Murmurou com um sorriso.
- Eu acho que teve uma razão para isso. – Retruquei. – Alguém lá em cima gosta de mim. – Ele ignorou a forma que eu falei e minha falta de interesse óbvia e encarou Felicity com um pedido mudo, ela inclinou sua cabeça e sorriu.
- Tommy Merlyn essa é Caitlin Snow, minha melhor amiga. – Apontou de um para o outro. – Caity esse é...
- Tommy Merlyn. – Ergueu sua mão e segurando a minha não esperando que eu a alcançasse a sua. – Padrinho/melhor amigo de Oliver e seu futuro marido. – Tudo que pude fazer foi soltar uma risada em resposta, seu rosto permaneceu sério, encarei Felicity que apenas deu de ombros, ao que parece ela já estava acostumada com as atitudes dele.
- Você é de verdade? – Perguntei confusa. Ele exibiu mais um de seus sorrisos brilhantes.
- Você pode tocar se quiser tirar a prova. – Respondeu. – Mas eu acharia melhor que estivéssemos em lugar com mais privacidade e menos roupas.
- Tommy você a está assustando. – Felicity falou.
- Na verdade eu acho que vou atrás daquela bebida. – Falei. – Bom te conhecer é... Tommy, Lis antes de você ir para sua lua de mel eu ainda quero te dar um último abraço. – Alertei antes de me afastar. Acenei para Oliver que passou por mim e virei-me apenas para observar ele chegar até a dupla, beijar suavemente os lábios de Felicity e engatar uma conversa com o amigo, dei por mim que estava os encarando e me afastei, eu havia dito que pegaria uma bebida, mas ignorei as bandejas que eram carregadas de bebidas e entrei mais e mais na mansão Queen, eu sequer sabia para onde estava indo, apenas queria encontrar um lugar onde eu pudesse ignorar todos os sons, acabei chegando à adega e ri da ironia que isso era, acabei encontrando minhas bebidas, ia dar meia volta quando escutou a porta sendo fechada, viro-me assustada e encaro com irritação Tommy. – Você me assustou!
- Quando você disse que ia atrás de uma bebida não pensei que ia assaltar a adegas dos Queen. – Brincou. – Não se preocupe, não estou te julgando por ser uma garota levada.
- Eu não... – Comecei a me defender. – Não importa, por que você me seguiu?
- Você é uma mulher bonita, eu sou solteiro e estou em um casamento, eu preciso de um pouco diversão. – Deu de ombros. – Claro que preciso te conhecer antes, mas é só questão de etiqueta.
- Eu não gosto de você. – Cruzei os braços.
- Não? – Perguntou admirado.
- Eu não gosto de sua atitude, de sua arrogância e desse seu sorriso convencido...
- Eu não tenho...
- Não gosto que você presuma que eu quero algo com você, que eu sou fácil de ser conquistada. – Continuei o ignorando. – Pode não ser óbvio aos seus olhos, mas você não é irresistível, você é irritante.
- Ouch.
- Eu não gosto de você. – Repeti. – Eu não gosto de seu tipo e não gosto que tenha me seguido, mas eu não gostaria de você um pouco menos se você desse um passo para o lado e me deixasse passar. – Ele ergueu uma sobrancelha, estava incrédulo.
- Você realmente é das difíceis. – Inclinou a cabeça me observando como se fosse a primeira vez que realmente me visse. – Agora, eu realmente quero casar com você. – Seu sorriso voltou.
- Sabe outra coisa que não gosto em você? – Perguntei após ouvir sua última frase.
- Minhas cantadas? – Perguntou erguendo uma sobrancelha.
- Exato. – Concordei.
- Eu tinha que tentar. – Suspirou antes de dar um passo para o lado permitindo minha passagem.
- Obrigada. – Murmurei a contra gosto antes de seguir em frente sendo impedida por sua mão que me segurou pelo cotovelo.
- Ao contrário do que você sente por mim, eu gosto de você. – Sussurrou antes de me soltar, assenti um pouco abalada por ter sido cercada por sua fragrância masculina e o contado de sua pele na minha, mas prossegui em direção a porta, apenas para dar-me conta de que ela estava trancada.
- Tommy, isso não é engraçado. – Falei voltando a cruzar meus braços e encara-lo, ele devolveu olhar mostrando estar confuso. – Não me dê esse olhar confuso, eu não caio nele. Então pare de me dar esse olhar. Esse olhar, eu também não gosto dele.
- Do que você está falando?
- Você trancou a maldita porta! – Apontei para a porta. Ele emitiu um suspiro exasperado.
- Eu não tranquei a maldita porta. – Resmungou caminhando até a porta e tentando abri-la. – Está trancada.
- Eu te falei isso. – Lancei um olhar irritado para ele.
- Não. – Negou. – Você disse que eu tranquei a porta, você me acusou.
- Por favor, diga-me que isso não passa de uma encenação sua e que não dependemos que alguém escute nossos gritos em meio a tanto barulho. – Pedi o encarando.
- Ok. Acredite no que quiser. – Deu de ombros e se afastou da porta, o observei caminhar até a parede oposta e senta-se no chão. – Se eu fosse você eu começava a gritar. – Murmurou quando notou meu olhar sobre si. – Agora.
- Você não vai gritar também? – Perguntei confusa.
- Você mesma disse que é difícil que alguém nos escute. – Respondeu com um sorriso, logo ficou sério. – Ah sim, esqueci que você não gosta de sorrisos, não dos meus.
- Você é tão irritante.
- Você não devia estar gritando? – Lancei um olhar exasperado para ele voltei-me para porta, fechei os olhos, sabendo que isso arrancaria alguns de seus sorrisos, mas que eu tinha que fazer mesmo assim. Por alguns momentos gritei pedindo por ajuda, mas como eu havia pensado antes ninguém veio, suspirei e me virei apenas para encarar surpresa Tommy me observando enquanto bebia direto da garrafa.
- Você está bebendo? – Perguntei incrédula.
- Você devia tentar. – Provocou-me.
- Eu estou aqui gritando por ajuda e você está bebendo? – Repeti.
- Deve está com sede então. – Ergueu a garrafa. – Um gole?
- Você é um cretino. – Resmunguei.
- Sabe o que dizem dos cretinos. – Piscou com charme. – Sabe o que acho?
- Sei que você vai me dizer mesmo assim. – Retruquei caminhando até ele e pegando a garrafa.
- Eu acho que tanto mal humor é falta de sexo. – Empurrei seu ombro ao escutar seu comentário e me sentei ao seu lado dando enquanto bebia do vinho.
- Eu não entendo. – Suspirei. – Tem uma festa rolando lá fora, pessoas estão bebendo o tempo todo, por que ninguém vem até aqui?
- Por que eles contrataram um serviço. – Respondeu pegando a garrafa de volta. – Tudo já está arranjando, e conhecendo Moira Queen muito bem arranjado, essa é adega dos Queen, cada vinho aqui pertence ao seu estoque pessoal, ninguém virá até aqui até mais tarde, raio de sol.
- Não me chame assim. – Reclamei estendendo a mão pedindo o vinho de volta, ele só o devolveu após tomar um longo gole.
- Como você conseguiu ficar tão azeda? – Perguntou me analisando. – Você não foi sempre chata assim foi?
- Você está me chamando de chata? – Perguntei incrédula.
- Você já me chamou de irritante, cretino...
- Idiota...
- Esse é novo. – Brincou, dessa vez não pude resistir e acabei devolvendo um sorriso. – Ah sim, ela é capaz de sorrir! – Comemorou.
- Eu costumava ser uma pessoa bem legal. – Falei após mais alguns goles. – Eu era bem divertida. Acho que você gostaria da Caitlin de antes.
- Essa Caitlin existia antes de quê exatamente? – Perguntou com curiosidade.
- Eu não tenho certeza se estou bêbada o suficiente para isso. – Retruquei.
- Você está bebendo vinho. – Falou. – Não acho que ficará bêbada tão cedo.
- Eu já me sinto um pouco tonta. – Argumentei. Entreguei a garrafa a ele. – E acabou.
- O quê? – Olhou para a garrafa vazia.
- Pegue mais uma dessa. – Falei apontando para a garrafa. – Eu preciso de mais.
- Você não pode já estar bêbada. – Protestou. – Você não bebeu nada durante a festa.
- Você esteve me observando por toda a festa? – Perguntei surpresa. Ele deu de ombros e se ergueu para pegar uma nova garrafa.
- Eu gosto de observar as pessoas. – Falou quando retornou. – Principalmente alguém com seu rosto e corpo.
- Você precisa parar de tentar me seduzir. – Falei esperando que ele bebesse um pouco de vinho e me entregasse à garrafa dando-me a chance de beber um pouco antes de escutar mais um de seus galanteios. – Não vai funcionar.
- Querida, eu só vou para de tentar te seduzir, quando eu conseguir. – Brindou-me com mais um de seus sorrisos charmosos. – Pronta para me contar sobre sua história triste?
- Por que você acha que eu tenho uma história triste? – Perguntei tomando um tempo.
- Por que minha esposa sempre disse que sou sensível com relação às pessoas. – Deu de ombros.
- Você é casado. – Falei.
- Não. – Negou. – Eu fui casado.
- O que aconteceu? – Perguntei de súbito curiosa.
- Você me contará sua história triste? – Perguntou. Encarei-o ainda relutante. – Uma história triste por outra, pegar ou largar.
- Você não parece o tipo de cara que tem uma história triste. – Falei sincera.
- Estou apenas tentando esconder minha dor. – Deu de ombros. – Pegar ou largar. – Repetiu.
- Esta bem, eu pego. – Aceitei. – Mas é melhor que seja verdade. – Alertei, ele assentiu concordando.
- Ela morreu. – Respondeu após um suspiro. – A típica história triste previsível, ela tinha câncer, descobrimos após dois anos de casados, ela foi forte, lutou até que não pode mais, ela... Lutou, por que ela era guerreira, e por que ela estava preocupada comigo quando ela partisse, tive que prometer que a esqueceria, mas a teoria é bem mais fácil e menos dolorosa que a prática. – Ele me encarou sério, sua alegria, seu sorriso irritante e viciante tinha ido embora.
- Desculpe. – Pedi arrependida por ter tocado em algo tão forte. – Eu não devia ter...
- Tudo bem. – Meneou a cabeça fazendo pouco caso.
- Tommy. – Chamei sua atenção. – Eu realmente queria que não fosse verdade.
- Está é a primeira vez que tento conquistar alguém, não que eu tenha sido celibatário nesses quatros anos, mas todas era como aquelas damas de honra, apenas necessidade, eu pegava o que me ofereciam, então você aparece tão sincera, ai resolvo realmente ir atrás de alguém...
- Eu diria que foi uma péssima escolha. – Brinquei.
- Eu poderia ter escolhido melhor. – Concordou. – Sua vez.
- Ok. – Assenti. – Será rápido e como tirar um curativo, então não me pergunte mais depois, entendeu?
- Não precisa dizer se...
- É minha vez Tommy. – O interrompi. – Ele era meu noivo, faltava um mês para nos casarmos, e eu estava provando meu lindo e maravilhoso vestido de noiva, Felicity ia ser minha madrinha, ela estava comigo, ela que recebeu a ligação, ela que me falou que meu noivo estava no hospital, que havia acontecido um acidente de carro, apenas quando chegamos ao hospital que nos contaram a gravidade do acidente, ele quase não respirava quando chegou no hospital e quando chegamos ele já estava morto. – Senti sua mão apertar a minha.
- Sinto muito. – Murmurou.
- É... Eu também. – Assenti. – É difícil imagina-lo apaixonado. – Comentei após um tempo.
- Isso por que você acha que sou um cretino. – Brincou. – Mas nós cretinos somos capazes de amar.
- Como você conseguiu que ela saísse com você? - Franzi o cenho e voltei a me concentrar na garrafa que em algum momento tinha voltado para suas mãos, a tomei para voltar a beber. – Não com o lance do “Seu futuro marido” espero.
- Na verdade...
- Não! – Exclamei incrédula. – Com essa cantada?
-Ok. Eu sei que essa cantada é idiota, eu sempre a usava, mas as reações ou eram de silêncio constrangedor, ou fingiam que não as escutavam. – Sorriu. – Mas ela foi diferente, eu a observei com seu cabelo loiro e olhos azuis e falei “Garota, você ainda vai casar comigo”, e ela disse “Ok”.
- Ok? – Repeti incrédula.
- Essa foi exatamente minha reação. – Riu. – Mas ela riu e disse “Você é o primeiro aluno da turma, você é o mais inteligente, esperto, seria estupidez minha imaginar o contrário.” Então o mais natural foi que eu caísse de amor por ela após isso, nós marcamos nosso primeiro encontro, namoramos, noivamos e casamos, por dois anos fomos felizes, mas então ela morreu.
- Isso irrita não é mesmo? – Perguntei encarando-o. – Eles fazem com que a gente se apaixone, então morrem, estúpidos. Estúpido Ronnie. – Resmunguei.
- Estúpida Sara. – Retrucou.
- O que acontece com quem fica? – Perguntei indignada.
- Presos em uma adega, patéticos. Falando sobre seu primeiro amor, quando poderiam estar transando. – Respondeu.
- Eu não sou patética. – Corrigi.
- De toda a frase isso é tudo o que você tem a protestar? – Perguntou surpreso, um sorriso se estendeu por seus lábios dominando-os, encarei seus lábios e voltei a fitar seus olhos. – eu estou te seduzindo.
- Não, não está. – Neguei.
- Você me deseja. – Brincou. – Você deseja meu corpo nu.
- Você está delirando. – Ri apesar da atmosfera que havia criado, seu corpo estava jogado contra a parede, sua cabeça encostada contra ela virada para a minha, percebi tardiamente o quanto nossos rostos estavam próximos, e que nossos fôlegos mesclavam-se, percebi que eu realmente desejava beija-lo, agora.
- Eu não estou delirando. – Sorriu. – Você quer me beijar, lentamente, um beijo de amantes, suave no inicio, mas que aumenta gradativamente, tão intenso que você demora a se afastar mesmo quando seus pulmões imploram por fôlego. – Só em escuta-lo eu sentia o ar presente neles se esvair. – Por que lutar contra isso Caitlin? – Ele não esperou por minha resposta, não que eu tivesse uma, mas ele fez justo como descreveu, seus lábios escovaram o meu de leve, suave e cálido, até que gradativamente o beijo mudou de intensidade, até que se tornou impossível ficarmos apenas nele, o beijo cresceu e veio um após o outro, seguidos por caricias, tímidas no começo, para então ficarem mais ousadas, em um determinado momento, quando sua mão desceu pela minha coluna e seus lábios desceram pelo meu pescoço notei que estávamos despidos, que seu corpo quente roçava o meu sem a barreira de roupas, eu fiquei muito ciente das sensações que seu corpo provocava no meu, e como o meu provocava o seu, dos toques dos cheiros, dos movimentos dos nossos corpos, de como eu me sentia bem com ele dentro de mim. Como seu beijo me desnorteava, e como eu ansiava mais por eles. Quando terminamos fiquei ciente da onda de constrangimento que se seguiu enquanto vestíamos nossas roupas, ele me ajudou com o zíper do meu vestido, sua mão roçando minha coluna com leveza antes de alcançar o zíper, eu me virei e ajeitei sua gravata. Quando encarei seus olhos suas mãos envolveram meus pulsos os prendendo.
- Não faça desta uma única vez. – Pediu.
- Eu acho que é melhor assim. – Respondi antes de me erguer e beija-lo suavemente uma última vez. – Você é uma boa pessoa Tommy.
- Ah você sabe o que falam dos cretinos... – Piscou. Eu não entendia essa sua piada, mas sorri mesmo assim, percebi seu movimento e sabia que ia me beijar novamente, mas felizmente a porta se abriu nos surpreendendo e um dos empregados nos encarou envergonhado.
- Desculpe... – Pediu quase fechando a porta novamente.
- Espere! – Pedimos ao mesmo tempo. Ele nos encarou confuso. – Os noivos já foram? – Perguntei percebendo tardiamente que não havia me despedido de Felicity e que esse havia sido meu último pensamento todo esse tempo, ele assentiu e eu me apressei a sair antes que ele tornasse a fechar a porta. – Obrigada. – Murmurei e encarei Tommy. – Foi bom te conhecer Tommy.
- Nós ainda podemos nos ver por ai... – Piscou.
- Eu duvido. – Sorri. – Adeus.
- Até mais Caity. – O escutei, mas não me virei para protestar, afastei-me e peguei um taxi que me levou até meu apartamento, apenas quando cheguei lá que pensei no que havia acontecido. Dormi e sonhei com seu sorriso o que era uma tolice, mas ele realmente tinha um sorriso lindo, daqueles que faz você sorrir de volta, mesmo sem perceber. Quando entrei no hospital no dia seguinte fui recebida por Martha à enfermeira chefe.
- O chefe quer falar com você. – Alertou.
- Eu preciso trocar minhas roupas. – Falei. – Depois preciso me prepara para a cirurgia da...
- Não haverá cirurgia hoje. – Interrompeu-me. – A família quer conversar sobre os prós e contras novamente.
- Ok. – Assenti, era uma cirurgia perigosa, era natural que ficassem hesitantes e pensassem em reconsiderar. – Eu vou me trocar, e o encontro. – Ela assentiu e saiu apressada determinada a cuidar dos pós-operatórios. Logo troquei minhas roupas e sapatos, meus pensamentos sempre em um turbilhão, sempre voltando para Tommy, até que ando apressada pelos corredores ainda vestindo meu jaleco eu o vejo, primeiro me concentro em Dr. Wells apertando sua mão, só então fixo meu olhar em seus cabelos pretos, nos ombros largos vestidos com jaleco, à medida que me aproximo ele se vira para mim e me concentro em seu sorriso, ele parecia surpreso e contente. Eu não conseguia acreditar que ele estava diante de mim, mesmo quando parei em sua frente.
- Drª Snow. - Dr. Wells me cumprimentou. – Esse é Tommy... Dr. Merlyn. – Corrigiu-se. – Ele é dos Neurocirurgiões mais requisitados do país, infelizmente ele não estava no país os últimos anos, mas finalmente pude convencê-lo de assumir a liderança da nossa equipe de Neuro do nosso hospital, Dr. Merlyn essa é uma das melhores na área da Cardio aqui no país, ela foi minha aluna, Drª Snow. Ela vai apresenta-lo a sua equipe e mostrar o hospital. Certo Caitlin?
- Claro. – Concordei com um sorriso forçado, esperei que Dr. Wells se afastasse antes de beliscar o braço de Tommy.
- Aí! – Reclamou. – Por que isso? – Perguntou em meio a um sorriso.
- Você sabia? – Perguntei sem humor. – Que nos encontraríamos novamente?
- Não. – Falou sério. – Juro!
- Você disse que nos veríamos novamente. – Lembrei.
- Falei que podíamos nos ver... – Corrigiu.
- É melhor que você não esteja sendo um cretino novamente...
- Ah, mas você sabe o que dizem dos cretinos...
- Não. Eu não sei. – Falei. – E não entendo por que você repete tanto isso.
- Por que nós cretinos demoramos a nos apaixonar. – Confidenciou em meu ouvido. – Mas quando o fazemos...
- Vamos. – O chamei ignorando o impacto que a frase tinha exercido em mim, principalmente dita tão perto. – Preciso te apresentar a sua equipe.
- Você já está caidinha por mim. – Falou em tom alto, fiz uma careta ao perceber que alguns residentes e internos nos observavam com curiosidade e apressei meu passo. – Caity! – Virei-me ao escutar seu grito e fiquei surpresa ao observa-lo no mesmo canto, exibia seu habitual sorriso, mas o que mais me cativava agora eram seus olhos, que brilhavam, ele literalmente sorria com os olhos. – Você ainda vai se casar comigo.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Nos vemos nos comentários, Xoxo LelahBallu.