Casada com Tony Stark escrita por Bruna


Capítulo 14
Jantar de casais


Notas iniciais do capítulo

Oie, gente, olha eu aqui de novo!!
Bom, adorei os comentários de vocês, desculpe se parti alguns corações... Era necessário!
Tentarei postar o mais rápido que eu puder, tomara que gostem do capítulo, e desculpem se houver algum erro, até o próximo!
Beijos s2

P.S. Se houver algum acontecimento ou momento em especial que vocês gostariam de ver ao longo da fic, podem falar nos comentários que eu verei se da para fazer ^-^



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Novamente estou retirando o que eu disse.

É bem difícil tirar o fato de eu ter passado momentos estranhos com Tony – estranhos e bons – e não ter sido real, ou ter sido, eu sei lá. O fato é que era difícil e sem sentido.

Sentada a mais de cinco horas no sofá de frente para a grande televisão de Tony e eu não faço ideia de que filmes nós estamos vendo a tarde inteira, só consigo repetir meu mantra — não pense em Tony, não pense em Tony, não pense em Tony – várias e várias vezes, o que é um grande exercício de futilidade já que pensar nisso é basicamente pensar em Tony.

Ah! Sinto-me muito frustrada, e ainda estou estragando minha tarde com Clint. Queria muito poder contar tudo a ele, entretanto, eu seria com certeza chamada de louca algumas vezes, e sinceramente, não queria ter que explicar a parte do meu “relacionamento” com Stark, só talvez para Clint.

Não pensar em Tony! Não tem o que pensar, se apaixonou, agora acabou, esquece isso e não medita mais sobre essa situação sem nexo, se concentra em outra coisa!

Mas o que?

Já sei! Já que o filme não esta dando certo, vou fazer uma coisa que eu fazia quando tinha que esperar em lugares inusitados nas missões, só como passatempo. Contar.

Pois é, parece realmente estranho, mas quando eu estava sozinha em um duto de ar, em uma sala em silêncio e era obrigada a esperar o momento exato e ás vezes esses momentos exatos eram bem demorados, eu apenas contava mentalmente, era uma coisa que distraia e era silenciosa.

Respirei fundo e comecei a contar: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7...

— E ai pombinhos, topam um jantar de casal hoje a noite? – Tony perguntou sentando ao meu lado no sofá.

Lá se vai meu mantra.

— Eu e o Clint não somos um casal. – falo com indiferença, voltando minha atenção para o filme.

— Ah, para de fingir, Natasha, vejo dentro dos seus olhinhos que você gosta dele. – Ah se você visse dentro dos meus olhos, querido...

— Mesmo não sendo um casal, a gente podia ir, não é, Nat? – Clint virou seu rosto para mim.

Uma vontade de dizer “Mas é claro que a gente pode ir, né. Não vai ser nada estranho estar em uma mesa com o meu melhor amigo que o cara que eu gosto acha que eu gosto e ainda junto com a garota que esta com o cara que eu gosto, sem ninguém saber do meu “universo alternativo” e meu romancezinho, óbvio que a gente pode ir, vai ser um máximo!” Mas limitei minha resposta há:

— Claro.

— Tudo bem, vamos sair as oito, pode ser? – Tony levanta e começa a ir em direção as escadas.

— Claro. – repito sem animo algum.

— Você está bem mesmo, Nat? Desde hoje de manhã está com essa cara...

— Que cara? – faço-me de desentendida, rezando internamente para o foco do assunto mudar.

— Sei lá, uma cara meio que de nada junto com desgosto. – era uma descrição bem específica. – Você está desanimada e avoada, também tenho certeza que se perguntar o nome do personagem principal do filme você nunca iria saber. Aconteceu alguma coisa que está incomodando você, agora há pergunta é, o que é? – adoro como Clint consegue me ler.

— Não é nada, só que... Acho que a torre já está ficando meio enjoativa e sufocante. Não costumo viver nessa rotina e familiaridade toda. – boa parte disso era verdade, eu podia ter me acostumado um pouco com essa rotina e até gostado, viver no pequeno luxo de Tony pode ter ajudado, mas eu não sou isso. Sou uma pessoa de viver sozinha, sair, treinar, viajar e ficar sozinha, essa parte de mim nunca vai mudar, foram décadas vivendo apenas viajando e matando, mas principalmente viajando, caseira não é uma palavra muito frequente no meu vocabulário.

— Eu imaginei que você ficaria assim. Bom, no ano novo eu vou para a casa e ficarei o máximo de dias com Laura e as crianças, acho que seria uma boa oportunidade para você também ver novos ares. Passe o ano novo com o pessoal e depois vá para o seu apartamento e tire umas férias de tudo. – Clint fala e depois olha para o seu celular. – Já são quase sete e meia, vou me arrumar, pensa no que eu falei. – deposita um beijo na minha testa e some para o andar de cima.

            Novamente Clint tem razão, novos ares iriam me fazer muito bem, conviver todos os dias com Tony iria ser bem difícil de digerir.

Levanto do sofá e vou em direção ao meu quarto. Nós estávamos no dia vinte e nove, amanhã Clint iria para a casa dele, e dia trinta e um seria a festa de Ano Novo, já no dia primeiro, eu poderia ir tranquilamente para minha casa passar umas férias longe de tudo.

Tomei um banho rápido e vesti um vestido roxo curto, marcado na cintura e solto em baixo. O tecido era bem leve, o que deixava a saia com camadas bem solta. Como sempre, maquiagem não muito forte, cabelo solto e salto preto.

Ás oito horas eu fui de encontro á Clint, que me elogiou e depois encontramos com Tony e Pepper na garagem, nos esperando.

— Achei que os pombinhos não iam mais acabar. – revirei os olhos com o comentário de Stark e entrei no carro, no banco de trás junto com Clint.

Por sorte a viagem foi silenciosa, nem Stark puxou um assunto, apenas ficou trocando olhares com a Pepper, que me fez ter vontade de derreter e me fundir com o banco do carro.

Quando finalmente chegamos ao restaurante, entramos e nos sentamos em uma mesa redonda, com Tony, Pepper, Clint e eu em ordem. Sinceramente o meu plano não era sentar ao lado de Tony, mas Clint não havia me deixado muita escolha quando, raios, foi educado e puxou a cadeira para que eu sentasse.

— Então meus amigos, o que irão querer? – um Tony sorridente perguntou.

Uma forca bem apertada, por favor. – murmurei entre dentes, para mim mesma.

— Vamos começar com um vinho, pode escolher Stark. – Clint diz olhando seu cardápio, faço o mesmo.

— Um Castelli Romani? 

— Claro.

Enquanto passava meus olhos pelo cardápio, uma comida me chamou a atenção. Massa. Massa com molho e queijo ralado por cima. Muito parecida com a massa que eu e Tony havíamos comido no restaurante italiano que ele havia me levado.

Suspirei.

— O que vão querer? – perguntou um garçom enquanto sorria discretamente.

— Vamos querer dois estrogonofes e...

— Eu vou quere uma massa com molho quatro queijos.

— Eu vou querer a massa italiana. - falo fechando o cardápio e bebendo um longo gole do vinho que tinha sido servido na taça ao meu lado. O garçom assente e sai em direção a cozinha.

— Que feio, Natasha, ingerindo muitos carboidratos... – Tony repreende balançando a cabeça.

— Não estou muito preocupada com esse tipo de coisa, sabe...

— Nem deveria mesmo. – diz sorrindo. Dou um sorriso mínimo. Depois disso ele volta sua atenção para a Pepper.

Ele não deveria distribuir esses sorrisos por ai!

Respira fundo, Natasha. Instrui a mim mesma.

Respirei fundo.

— Adoro esse restaurante. – comenta Pepper alegre. – Tony me trouxe aqui uma vez, anos atrás, e virou o nosso favorito, não é, Tony? – questiona ainda sorrindo e olhando para Stark.

— Claro, claro, o nosso favorito... – responde com um sorriso claramente forçado. Pepper dá um sorriso malicioso e fuzila Tony com o olhar.

Momento muito tenso. Eu e Clint ficamos sem reação por alguns segundos, digerindo a sequência estranha de momentos que acabamos de presenciar.

Será que o casal perfeito tinha alguns problemas?

Interessante...

Depois de algumas brincadeiras e comentários, a comida chegou. Quando os pratos foram postos em cima da mesa, vi pelo canto do olho Pepper cutucar seu estrogonofe com o garfo, com uma cara de desinteresse. Já Tony estava pondo mais queijo ralado em cima da comida, enquanto respirava fundo algumas vezes. Clint apenas comia.

Olhei para o meu prato e meu estômago embrulhou. Não porque a comida não parecesse apetitosa, na verdade parecia deliciosa, mas as lembranças do jantar com Tony invadiram completamente a minha cabeça.

Os seus comentários, piadas, seu jeito de tentar me agradar, o olhar que ele me lançava...

Tony não fazia o mesmo com Pepper. Será que era porque aquilo que eu tinha vivido antes era um sonho ou porque o lindo castelo de areia que era a relação deles não era muito forte?

Enrolei a massa e comi. O gosto era bem parecido também. Suspirei frustrada, chamando a atenção:

— Tudo bem, Nat? – pergunta Clint.

— Ah... claro, é só que... a massa! – aponto para a massa com molho e queijo no meu prato. - Ela está realmente maravilhosa. – todos me olham um pouco estranho, eu apenas dou um sorriso.

— Tá legal...

.  .  .

Foi impossível comer mais da metade da massa, tudo me lembrava Tony!

O cheiro, o gosto, o molho, o queijo, o restaurante, os garçons, Tony...!

Tudo aquilo havia embrulhado meu estômago, o dia havia sido um desastre, completo de frustrações, eu apenas queria acabar com tudo aquilo e deitar na minha cama. Talvez eu fechasse meus olhos e acordasse em outra realidade de novo.

Doces ilusões...

Depois de comer, conversar e pagar, fomos saindo.

As coisas pareciam em câmera lenta.

Tony levantando e puxando a cadeira para a Pepper.

Clint puxou a minha.

Tony depositando levemente a mão nas costas de Pepper, a guiando para fora.

Clint faz o mesmo em mim.

Tony coloca o casaco em Pepper.

Clint coloca em mim.

Tony beija Pepper, sorrindo.

Clint não faz o mesmo, afinal, ele é muito bem casado e feliz.

A viagem de volta consegue ser mais torturante do que antes. Eu simplesmente não sabia o que estava passando, era como uma novela de muito drama.

Flashes e flashes passavam repetidos em minha mente, todos com Tony.

O balanço devagar do carro me fez apertar as unhas no banco, implorando para que chegasse logo. Meus olhos ardiam.

Quando chegamos não hesitei em pular do carro e ir direto para o meu quarto, sem falar com ninguém.

Então eu bati a porta do quarto depois de entrar. E fiz uma coisa que há tempos queria fazer, que no dia de hoje havia se tornado um desejo muito forte meu, que pirou com a noite. Eu fiz o que meus olhos imploravam para fazer.

Eu chorei.


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