The Strange Girl - Los Angeles escrita por Chibi Midori


Capítulo 9
Não me deixe, por favor!


Notas iniciais do capítulo

Se vocês me matarem por este capítulo, a fic fica inacabada. Só avisando.
Capitulo dedicado à Sutta que está completando mais uma primavera dia 10 de setembro o/
E também à Heart Deppalier que fez aniversário mês passado *-*
E a Diih Franco que completa mais um ano de existencia dia 20.
Menines, amo todas vocês!



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Josh estava arrasado quando chegou. Blair e eu havíamos dormido no sofá enquanto esperávamos por ele e Gretchen. Ambos chegaram junto com o amanhecer. Gretchen tinha uma marca no rosto, como se tivesse dormido junto da parede. Ela acordou Blair e as duas foram pro quarto de Blair enquanto eu segui Josh para o dele – embora estivesse mais rastejando do que propriamente andando. Blair e eu tínhamos passado a maior parte da noite em claro, preocupadas. Pelo menos eu podia ficar tranqüila com relação a uma coisa: Mesmo que eu não contasse ao Josh, Blair nunca mais ia chegar perto de drogas.

Josh parecia acabado, como se tivesse envelhecido três anos em uma noite. Ele me contou em palavras vazias de emoção que no hospital teve que fazer alguns exames, pois os médicos suspeitaram que ele e Gretchen estivessem se drogando com Lindsay. Contou que ligaram para os pais dela e saíram do lugar o mais rápido que puderam. E se largou no chão, junto a cama, onde ficou sentado olhando o nada.

Eu sentei-me ao seu lado e o abracei o mais forte que eu podia.

- Eu sei que é uma droga. Mas ficar assim não vai resolver. – murmurei.

- Eu sei que não. – ele concordou, passando os braços pela minha cintura.

- Vamos, não é sua culpa se você tem um mau gosto do caramba para garotas.

- Você não está aqui pra me animar, está?

- Você sabe que essa não é minha especialidade. Ser má com as pessoas é o que eu faço.

- Isso é mentira e você sabe disso. Você é muito boazinha. Parece até um ursinho carinhoso de tão doce. Você só gosta de pagar de durona.

- Eu só não mando você ir se ferrar por que...  Bem, não tenho um motivo. Então vá se ferrar.

Ele riu do que eu falei, então me dei por satisfeita. Me endireitei - por mais que não quisesse desabraçá-lo (?),  eu precisava dar-lhe um soco . Ele fez uma careta quando meu punho acertou seu ombro. Acho que  eu ando aprendendo a socar melhor nos últimos dias.

Não foi o que podemos chamar de conversa produtiva, mas serviu para nos animar um pouco. Logo a Sra. Watson chegava a casa e ralhava com Blair e Josh por ainda não ter ido fazer o café da manhã. Ela mesma preparou omeletes para nós e estranhou o fato de estarmos tão calados e sonolentos. Quando Blair acabou cochilando em cima de sua omelete, ela perguntou o que tínhamos feito a noite inteira e Josh respondeu sem hesitar:

- Vimos filmes de terror.

Não era exatamente mentira, eu acho. Logo depois de comer o quando pudemos, fomos para a sala tentar ver TV. Era estranho pensar que em dois dias estaríamos voltando para Franklin.  Eu gostaria de perguntar a Josh o que aconteceria entre ele e Lindsay dali pra frente, mas acho que se ele quisesse me contar – ou mesmo se soubesse – ele me contaria. Depois de cinco minutos de desenhos animados, nós adormecemos onde estávamos mesmo: Blair e Josh no sofá, eu sentada no chão (oh, a arte de dormir sentada no chão e com a cabeça num sofá! O melhor modo de acordar com dor no pescoço) e Gretchen deitada nas minhas pernas.

Não, eu não conseguiria dormir nem por um instante se soubesse o que estava por vir.

 

Quando eu acordei, estava com o pescoço tão duro que achei que nunca mais ia virá-lo na minha vida. Josh parecia sentir a mesma coisa na coluna, considerando que dormira numa posição muito estranha com Blair ocupando quase todo o espaço do sofá. Gretchen só queria tomar um banho demorado e livrar-se daquelas terríveis olheiras. Eu preferi não me olhar no espelho, enquanto isso.

Blair tinha curso de francês em duas horas e não queria de jeito nenhum perder a aula. A Sra. Watson insistiu que Gretchen, Josh e eu acompanhássemos Blair até sua escola, pois ouvira rumores de alguns jovens de aparência estranha rondando o bairro na noite anterior. Acho que conseguimos fingir que os jovens estranhos eram uma novidade para nós. Blair foi a primeira a ter direito de um banho, então ficamos esperando a nossa vez em frente à TV, nossa fiel companheira. Cinco minutos depois, Gretchen soltou um grito que me fez cair do sofá.

Agora... Você que ouve. Você que não tem nenhum problema auditivo. Você provavelmente nunca ouviu a Gretchen gritar. Eu sei que meus tímpanos nunca mais vão voltar a ser os mesmos. Acho que um deles explodiu durante a experiência.

- Meu Deus! – ela gritou olhando horrorizada para algum ponto na sua coxa – Oh meu Deus, oh meu Deus!

- Qual é o seu problema? – perguntou Josh esfregando as têmporas, como se sentisse dor de cabeça.

- Eu tenho uma estria! – berrou Gretchen histericamente.

- Gretchen, todo esse escândalo pela merda de uma estria?! – eu gritei, mas não ouvi direito a minha voz, mais um sinal de que meu aparelho auditivo nunca mais seria o mesmo.

- Por que você está tão histérica por isso? Ninguém repara nas estrias de uma garota. Se você chegar para o Tyson e mostrar a sua perna, você acha mesmo que ele vai ligar mesmo pra uma estria? – e ele revirou os olhos

- A dura realidade Gretchen – continuei em tom sarcástico. – é que os caras não dão a mínima para celulite e estrias.

- É verdade. – concordou Josh – Muito pelo contrário. A celulite da Lud, por exemplo, é até sexy.

Eu tinha aberto a boca pra concordar, mas então prestei atenção no que ele tinha dito. Opa... Isso não foi legal. Pela segunda vez no dia, dei um soco com toda a força que consegui reunir no ombro dele.

- Ai! Isso machuca, você sabia?

- Você acha que eu bato para não sentir nada?

- Achei que você não ligasse pra essa história de estrias e celulite. – ele se fez de indignado

- Não ligo. – e eu de fato não ligava, mas ele era outra história. Qual é, eu tinha que gostar do único cara no mundo que repara em celulite e ter celulite?

Neste momento, Blair entrou na sala com os cabelos molhados e já completamente vestida para sair. Eu ignorei sua presença e continuei:

- Mas eu não tenho celulite.

- Eu não afirmaria com tanta certeza. – falou Blair – Ele com certeza pode ver a sua bunda melhor do que você.

Isso me fez arregalar os olhos e levar as mãos às minhas nádegas. Blair e Josh começaram a rir como duas hienas da minha cara  e eu tive que me segurar pra não socá-lo de novo. Gretchen parecia prestes a chorar.

- Eu só estava brincando, Lud. – Josh informou – Eu não olhei pra sua bunda o suficiente para saber se você tem ou não celulite.

- Ênfase no “o suficiente”. – Blair ressaltou – Subentendesse que ele já olhou pra sua bunda.

- Cala a boca, sua pirralha. – ele jogou uma almofada  que ela agarrou sem problemas.

– Uma ESTRIA! – Continuou Gretch em pânico – Horrorosa, desfigurando a minha perna! Isto é uma tragédia! Uma desgraça! Uma...

- Marca de calça jeans. – completei examinando a “estria” – Você deve ter dormido com a calça prendendo nesse ponto e ficou uma marquinha.

Talvez a minha vida seja uma grande pegadinha de TV e esqueceram de me avisar.

Depois de tomar um banho também, eu não estava muito melhor do que quando acordei. A única diferença foi que penteei os cabelos e os prendi num rabo de cavalo. Estava usando a camiseta velha do Paramore, calça jeans e all star – que Blair tinha confessado não ter posto realmente na gaiola do Alfred, simplesmente escondido debaixo da cama. A história da gaiola do Alfred era apenas para me fazer não pegar as roupas de volta. Essa é a Ludmille Williams de verdade.  Não a desmiolada apaixonada que eu tenho sido nos últimos dias. Acho que é Los Angeles que fez isso comigo. Estava me tornando uma garota da Califórnia.

Mas eu não sou uma garota tosca da Califórnia (perdão, Katy Perry.). Eu sou uma garota de Boston, urbana, cética, mal humorada e sarcástica. Uma  garota que não liga para garotos, não liga para como se veste, não liga para nada. Eu me lembro de como os caras achavam estranho e perguntavam ao meu ex como era namorar comigo. Eu nem era tão sarcástica ou mal humorada em Boston... Certo, eu era sim. Só piorou quando mudei pro Tenessee.

Saímos da casa e Blair e Gretchen começaram a tagarelar sobre qualquer coisa que seja o assunto do século no mundo feliz das garotas da Califórnia. Josh parecia pensativo demais para conversar comigo, então eu enfiei a mão nos bolsos e admirei a paisagem. Estávamos passando por um parque extremamente parecido com o Central Park e eu acabei ficando um pouco para trás, sob o forte risco de me perder, admirando as pessoas por ali. Estava tudo na mais perfeita paz até que...

- Watson! – berrou alguém atrás de mim, me fazendo tropeçar  

Ashton caminhava até nós, parecendo decidido e furioso. Ryan vinha bem atrás dele, aos tropeços, parecendo realmente apavorado. Qualquer coisa que deixasse Ashton furioso e Ryan apavorado ao mesmo tempo não me agradava em nada. Ashton parou a dois metros de distancia de nós.

- Eu sei o que você fez. –ele falou, acusatoriamente.

- Bem, isso deixa você em vantagem. – Blair respondeu – O que diabos acha que fizemos?

- Ashton, não seja burro, nem sabemos se foi o Josh... – começou Ryan, mas Ashton o mandou calar a boca.

- A Lindsay foi estúpida e ultrapassou seu limite. Ela foi parar no hospital. – gritou ele – QUEM mais você acha que estaria bravo o suficiente pra fazer isso?

- Do que você está falando? – insistiu Gretchen.

- Me denunciar. Você contou aos meus pais sobre os meus negócios.

- Você fez o que? – Blair arregalou os olhos para Josh, como se não acreditasse no que estava ouvindo.

- Depois de deixar a Lindsay no hospital, eu contei onde ela estava conseguindo as drogas. – ele falou, mantendo-se frio.

Bem, mantendo o rosto frio. Ele tinha cruzado os braços de um jeito meio defensivo que eu já havia aprendido a reconhecer. Não estava nem um pouco relaxando como aparentava. Ele ligava e muito para o fato de Ashton estar ali e furioso daquela maneira. Tanto quando eu, pelo visto.

- Josh. – gemeu Ryan.

- Ah, cala a boca, Ryan. – Josh e Ashton falaram ao mesmo tempo.

- Você já devia ter sido preso. – Gretchen falou, muito corajosamente na minha opinião – Ou mandado para um reformatório.

- Em que mundo você vive, Gretchen? – Ryan interveio e eu fiquei surpresa por ele ter guardado o nome dela – Os pais dele são ricos, claro que ele não vai pra um reformatório.

- É verdade. – Ashton concordou – Mas eles não gostaram nada, nada de eu ter me metido em algo que pode encrencar a família. Eles me tiraram alguns privilégios, digamos assim.

- Vai freqüentar um internato para delinqüentes juvenis então? – Josh revirou os olhos – Estou morrendo de pena de você.

- Você não achou que fosse sair dessa impune, achou? – Ashton praticamente latiu as palavras – Você não pode mexer com um Hale e esperar que fique tudo bem.

- Sei. Olha, por que você não me liga mais tarde? Minha secretária te manda um e-mail. Agora se não se importa, vou deixar minha irmã na sua escola.

Eu tinha que admirar a frieza que ele demonstrava, sinceramente. Mas também tinha que desejar que não fosse tão idiota e fosse embora. Blair agarrou o meu pulso quando ele disse essas palavras. Ela parecia estar completamente apavorada com aquela situação.

- Você sabe que mexer comigo tem conseqüências, não sabe, Watson? – Ashton cuspiu as palavras entredentes.

- Ok, ok. Estou mesmo com medo das suas ameaças. Volte para os seus papais e vá para o seu internato de mauricinho.

Infelizmente essa provocação foi demasiada para a paciência de Ashton. O impensável aconteceu neste momento. Ashton sacou a arma. Ela estava ali simplesmente escondida debaixo do seu suéter de caxemira. Tantas coisas aconteceram ao mesmo tempo que só mais tarde pensando insistentemente na cena consegui definir tudo o que houve.

Primeiro: Ashton virou a arma na direção de Blair e eu.

Segundo: Ryan e Gretchen gritaram “Não!” ao mesmo tempo.

Terceiro: Josh empurrou a irmã com força e nós duas caímos na calçada, Blair praticamente em cima de mim.

Quarto: O pior ruído do mundo, algo como uma explosão. Eu gostaria que aquela arma tivesse um silenciador.

Quinto: Ergui o rosto e tive a sensação de que meus intestinos estavam sendo arrancados de dentro de mim por uma mão de ferro. Gretchen começou a gritar.

Tudo isso aconteceu no intervalo entre um segundo e outro e eu de repente estava cega. Eu não conseguia respirar, todas as funções do meu corpo estavam falhas. De acelerado, o tempo pareceu adquirir a consistência de geléia, tudo andando em câmera lenta. Meu cabelo sacudindo lentamente para fora do rosto enquanto eu levantava e absorvia a cena: O sangue escapando por um ferimento no peito dele. 

 


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Notas finais do capítulo

E continua no próximo capitulo MWUAHUAHUA!