Beard, tea and tobacco. escrita por Enoaies


Capítulo 13
It isn't a party just a reunion


Notas iniciais do capítulo

Decimo terceiro capitulo! Espero que gostem de lê-lo tanto quanto eu gostei de escreve-lo. Peguem seus chás ou cafés e tenham uma boa leitura. Charles Ocean.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/640252/chapter/13

Leesburg, Virginia – 02 de Outubro.

Já estava atrasado. Uma hora havia se passado desde que me colocara a frente de algumas camisetas, calças e suéteres a fim de tentar decidir o que vestir para a pequena reunião de aniversario de Sr.Moosen. A janela estava escancarada o que fazia com que o vento gelado entrasse e batesse em meu corpo, envolto apenas por uma fina toalha florida, o piso estava frio por debaixo dos meus pés descalços, o que me fazia pensar em vestir qualquer uma daquelas peças, com tanto que estivesse agasalhado.

–Charles? – soou a voz feminina e rouca após algum tempo. Eu já tinha me decidido entre uma blusa social que deveria ser branca, mas que com todos os anos de desuso acabou ganhando um tom amarelado. Uma calça social escura que beirava entre muito curta e muito longa, e sapatos escuros, o qual tinha usado apenas uma vez, no casamento de minha irmã, e que depois enfiara em ma caixa e esquecera em uma das partes inabitadas do armário. – vejo que já conseguiu se decidir. – sorriu, adentrando o quarto junto de uma peça de roupa, que estava envolta por um plástico todo empoeirado. – isso é bom. – colocou o plástico sobre o apoio da cadeira próxima da escrivaninha. – já tem algo para pôr por cima desta camiseta? – corcovou as sobrancelhas.

–Por cima? - franzi o cenho. – não estava pensando em por algo por cima, mas acho que não seria má idéia. – sentei-me aos pés da cama para amarrar os cadarços finos do sapato.

–Caso não tenha decidido, eu lhe trouxe algo. – tomou em suas mãos o plástico empoeirado, tirando-o por sobre a peça que continuou presa ao cabide. A peça era um terno. Ainda que estivesse embaixo daquele plástico todo repleto de poeira, estava bem. Cheirava como se tivesse acabado de sair da maquina de lavar, e tinha suas cores fortes, como se nunca tivesse sido usado. – espero que possa usá-lo. – deixou o terno próximo a mim.

–Ah, obrigado. – passei meus dedos pelo tecido verde escuro. – de onde o tirou? – olhei seus olhos, que pareciam tão encantados com o terno quanto eu poderia estar naquele momento.

–Foi um dos presentes que seu pai mandou para se desculpar, por você sabe o que. – colocou o plástico junto de seu corpo. – acho que já esta na hora de usar. – comprimiu os lábios.

–Não é necessário um terno.

–Não, não é. Mas acho que seria um bom complemento a esses lindos sapatos. – apontou o preto opaco. – e alem do mais, é seu, é um presente. – sorriu de modo que algumas rugas se formaram próximo de seus lábios. – estarei no meu quarto assistindo aquela minha fita de “E o vento levou”. – virou-se saindo pelo corredor. – aproveite a festa. E não deixe aquele ditador te humilhar. – disse como um ultimo aviso.

20h28min

Assim que cheguei, estacionei o carro ao lado da perua de Sr.Criswell. A casa de Sr.Moosen era grande, pelo menos o bastante para um homem que trabalhava como diretor em uma escola de Leesburg. A frente da casa tinha uma trilha de cascalhos limitados por um grande gramado que se estendia verde pelas laterais, parei em frente à porta dei duas batidas, fortes o bastante para que pudessem ouvir do lado de dentro, acredito. As vozes se sobrepunham a musica que tocava no fundo, passos pareciam caminhar em direção a porta, e de maneira lenta a abrir.

Meus olhos ficaram estáticos por um tempo, encarando os grandes olhos do outro lado da porta, minhas mãos seguravam firmemente meu exemplar de Oliver Twist, embrulhado em um papel azul, tirado de uma loja de conveniência a quatro quadras dali. A garota com a mão presa a porta, me olhava de maneira profunda, enquanto seus lábios vermelhos comprimiam-se diante de minha imagem parada a porta.

–Olá. – sorriu. – você deve ser Sr.Ocean. Estou certa? – arqueou a sobrancelhas. O cabelo loiro chegava até um pouco abaixo dos ombros, e ela não parecia com nenhum professor que já tivesse pisado em High Leesburg VA school, ou pisaria algum dia. – entre. – disse antes mesmo que pudesse respondê-la. – sou May Belle. – fechou a porta e estendeu-me a mão repleta de pulseiras douradas.

–Charles Ocean. – sorri de canto estendendo-lhe a mão. – professor de historia da High Leesburg VA school.

–Claro. Eu sou a noiva de Geoffrey. – olhou-o do outro lado, conversando com Sr.Criswell. – pode deixar o presente no sofá, e depois vá comer algo. – apontou abancada de uma pequena cozinha. – temos tacos e guacamole. – sorriu, caminhando para onde estava toda a conversa.

Fui até o sofá deixado para os presentes, e coloquei sobre um grande pacote meu pequeno exemplar, que nem mesmo servia para tomar espaço. Decidi-me por sentar no braço do sofá, próximo a um abajur que brilhava fraco. Todos os outros convidados estavam mais ao centro da sala, escolhendo o próximo cd a ser ouvido e conversando sobre algo que não parecia envolver trabalho.

–Charles. – Linnea aproximava-se de mim. Estava usando um vestido guipir bege, e alpargatas azuis, que mantinham seu estilo como uma professora de biologia. Trazia consigo uma garrafinha de cerveja, e um disco de vinil. – não te vi chegar. – inclinou-se a fim de me dar um beijo na bochecha. – por que não esta lá no meio? – olhou o grupo.

–Não achei muito conveniente. – sorri sem graça. – estou com um pouco de dor de cabeça. – menti.

–Posso abaixar o radio se quiser.

–Não, só preciso lavar o rosto. – massageava as têmporas. – onde fica o banheiro?

–No andar de cima. Segunda porta a esquerda.

–Tudo bem. – assenti. Subi as escadas, até o andar superior, que tinha todas as luzes apagadas. Tateei as paredes seguindo pela esquerda, até sentir a segunda porta. Acendi a luz vendo o cômodo com azulejos brancos e pequenos detalhes quadriculados em azul. Fechei aporta, trancando-a com a chave. Fiquei ali por um tempo, encarando meu reflexo, minha face molhada pela água da torneira, e meus olhos temerosos.

Desci as escadas após um tempo voltando à festa. Sr.Criswell estava dançando uma musica lenta junto de Linnea, que ainda segurava a garrafinha de cerveja. Caminhei até o balcão, encontrando em uma tigela de porcelana amarela, uma porção de nachos, que dava sentido a toda aquela guacamole.

Sr.Moosen estava sentado no sofá junto de May Belle, ela passava a ponta de seus dedos em seu joelho, enquanto ele alisava os ombros dela com suas mãos. Honora e Brian estavam próximos de mim, discutindo sobre como as mulheres estavam ganhando seu espaço, e como homens ainda eram atletas melhores, a conversa não parecia caminhar para um fim, e nem tampouco para um empate.

–Não podemos negar que os homens são mais forte biologicamente, e as mulheres estão sim ganhando espaço em muitas áreas. Inclusive profissionalmente. E não acho que só homens dominem os esportes. – Sr.Moosen aproximou-se, encerrando assim a discussão. Brian e Honora ficaram em silencio por um instante, até saírem de perto de toda aquela conclusão imediata, para poderem começar outra discussão. – olá. – disse sem tirar os olhos do balcão.

–Olá. – olhei-o de soslaio. – feliz aniversario. – sussurrei.

–Obrigado. – me olhou de maneira que pude sentir seus olhos fixados em mim. - não tinha certeza de que viria. – umedeceu os lábios.

–Também não. – sorri de canto. Permanecemos em silencio por um tempo, até que alguém se atrevesse a comer o primeiro nacho e dizer a próxima palavra. – May Belle parece bem legal. – olhei-o comer o nacho e derrubar parte da guacamole em sua barba.

–Você a conheceu?

–Sim. Ela atendeu a porta quando cheguei. – olhei-a falar no telefone no canto da sala.

–Ela é mesmo muito “legal”. Determinada, mas gosta das coisas do seu jeito.

–E isso não é bom? – indaguei.

–Sim, é muito bom. – umedeceu os lábios. – não poderia querer uma noiva melhor.

–Concordo. – assenti pegando um nacho.

22h43min

O radio já não estava mais tocando musica, e todos já estavam se preparando para irem embora. Sr.Criswell cochilava no sofá, enquanto Linnea jogava o conteúdo de um galão no ralo da pia, dando algumas espiadas nele. Honora tinha ido embora há alguns minutos, assim como Brian, que declarara uma guerra contra ela, desafiando-a para um circuito no campo da escola antes de ir. Eu estava ajudando Sr.Moosen a levar os presentes até um quarto no andar de cima, o qual parecia ser seu escritório.

–Acho que terminamos. – disse assim que deixou um pequeno embrulho verde encima da mesa de madeira escura. Descemos de volta ao andar debaixo, onde May Belle continuava a falar no telefone, irritada com alguém de sobrenome Gillighan. – May. – sussurrou. – está tudo bem? – caminhou até ela, tocando seu antebraço. Ela afastou-o e continuou a gritar no telefone.

–Geoff. – Linnea fechava o galão, deixando-o sobre a pia. – preciso ir. – sussurrava. – vou levar Tristan de volta para casa.

–Esta bem para dirigir? – indagou.

–Passei uma noite enrolando com uma garrafinha de cerveja, acho que consigo dirigir. – sorriu. Logo Linnea também estava deixando a festa acompanhada de Sr.Criswell que se apoiava em seus ombros. Uma fina chuva caia ao lado de fora. – tenho que ir, antes que a chuva fique mais forte. – caminhou cambaleante com o homem apoiado em suas costas. Sr.Moosen voltou para dentro, fechando a porta.

–Acho que também vou indo. – dei de ombros. – não quero atrapalhá-los. – argumentei.

–Não vai. – comprimiu os lábios. May Belle logo bateu o telefone, dando um grito tanto quanto estridente, dava voltas pelo centro da sala. – está tudo bem?

–Sim. Tudo bem, apenas negócios. – caminhou até o sofá pegando seu casaco. – desculpe-me Geoffrey, mas preciso ir. – deu-lhe um beijo na bochecha. – nos vemos outro dia, e prometo que poderemos comemorar sem interrupções. – pegou a chave próxima de uma estante. – me desculpe.

–Tudo bem, mas o que houve? – indagou.

–Nada. – saiu com pressa pela porta, deixando-o sem entender nada. Naquele momento entendi o que ele queria dizer com “tudo do jeito dela”. Tive certeza então de que já estava a minha hora, peguei as chaves no bolso da calça e caminhei até a porta.

–Já está indo? – sussurrou.

–Sim. Até. – despedi-me de maneira educada. Ele me acompanhou até o lado de fora da casa, observando-me ir debaixo da chuva até o veiculo.

O carro ainda estava abafado, cheirava a cigarro e perfume. Coloquei a chave na ignição que demorou a ligar, roncando antes de brilhar o farol, engatei a ré e antes que o carro saísse, desligou. Girei a chave mais uma vez e tive o mesmo resultado antes mesmo de tocar na marcha. Desci a janela e gritei para Sr.Moosen que ainda estava parado a porta.

–Não está funcionando.

–Está sem gasolina? – indagou.

–Não. Ele está desligado. – argumentei. Sr.Moosen saiu de onde estava indo para dentro da casa. Logo apareceu do lado de fora com um guarda chuva, caminhou até minha janela que estava aberta até a metade.

–Deve ser algum problema com a bateria. Irei dar uma olhada. – deu a volta até a parte da frente do carro. Destravei o capô para que ele o levantasse, e assim o fez. Ficou ali por um tempo mexendo na bateria que estava protegida pelo guarda chuva. – tente agora! – gritou. Girei mais uma vez a chave, de modo que o carro deu um gemido e então desligou. Sr.Moosen voltou a minha janela. – o problema esta na bateria. – seu rosto estava molhado. – teremos de chamar o reboque amanha. – argumentou. – até lá, acho que não seria uma boa idéia dormir no carro. – olhou o pequeno espaço ali dentro. – venha, pode dormir no meu sofá. Acompanhei-o para dentro novamente, nossas roupas estavam molhadas, assim como o guarda chuva, que pingava sobre o piso e o tapete.

–Deixe os sapatos e as meias na porta. – pediu.

–Claro. – tirei-os colocando próximo do guarda chuva, onde ele deixara seus sapatos.

–Me acompanhe. – subiu as escadas indo para o andar de cima, caminhou até o quarto vizinho ao escritório onde havíamos deixado os presentes. Acendeu a luz iluminando parte do cômodo. – acho que precisa de roupas secas. – foi até o armário perto da cama de casal. Abriu-o escolhendo duas camisetas, e duas calças de moletom. – espero que sirva. – sorriu pegando uma das calças e das camisetas. – pode se trocar neste quarto. E quando terminar me entregue às roupas molhadas. – fechou a porta. Tirei minhas roupas que já estavam grudando em meu corpo, e deixei-as no chão ao lado do tapete a frente da porta. A camiseta, assim como a calça era um pouco grande, passava da minha cintura e batia no comprimento de minhas coxas. Era verde escuro e não tinha estampa. Sentei-me no pé da cama e respirei um pouco, olhando todo o espaço a minha volta, pensando no que estava fazendo.

Recolhi as roupas molhadas do chão e caminhei até a porta. Abri-a, caminhando pelo corredor, passando pelo escritório e chegando até a escada.

–Sr. Ocean. – a voz saiu abafada do escritório. Voltei, reparando a porta semi-aberta, a abri com o braço esquerdo, encontrando Sr.Moosen sentado na cadeira giratória atrás da mesa de madeira escura, como na escola. Segurava em suas mãos um cachimbo, que presumi ter saído da caixa de tamanho médio de madeira com as iniciais em dourado. B.H.M.

–As roupas molhadas. – mostrei-lhe. Ele levantou-se de onde estava e pegou-as colocando-as em um cesto próximo de uma pequena estante cheia de livros. Pude ver o livro ainda embalado no meio dos outros. O cachimbo estava pendurado em sua boca, e ainda não soltava fumaça.

–Ligarei para o reboque amanhã de manhã. – voltou a colocar a tabaco no cachimbo, amassando-o com uma ferramenta metálica. – espero que não se importe. – olhou-me nos olhos.

–Não. Tudo bem. – comprimi os lábios. Ele acendeu-o começando a fumar. Pode parecer estranho, mas reconhecia aquele cheiro. Aquele cheiro estava nele, grudado em seu terno e seus dedos quando nos aproximamos. O cheiro suave das nozes. – não conte aos alunos. – tragou mais um pouco. – sobre isso. Por favor. – sorriu.

–Não se preocupe. – sorri de canto. Ficamos quietos por um tempo, enquanto a fumaça se dissipava no ar quente de seu escritório. Seus dedos tamborilavam a base arredondada do cachimbo enquanto ele dançava por sua boca.

–Sabe. – umedeceu os lábios. – May Belle nunca ficou em nenhum de meus aniversários. – suspirou. – não que me importe com festas, mas sabe, estamos juntos a certo tempo e nunca faltei a nenhuma festa dela. – sorriu. – e nem gosto de aparecer em festas. – deu de ombros.

–Talvez fosse algo muito serio. – argumentei.

–Sempre é algo muito serio. – deu uma tragada. - agora vamos, precisamos arrumar o sofá para você. – disse de modo que o assunto se deu como encerrado. Deu a volta na mesa saindo do escritório em direção a seu quarto. – pegarei alguns lençóis e travesseiros para você. – o cachimbo ainda estava em sua boca. – edredom ou cobertor?

–Edredom. – apontei.

–Claro. – jogou-o sobre a cama. – acho que esta tudo aqui. – tirou o cachimbo da boca. – pegue os lençóis que eu pego o resto. – agarrou o edredom e os travesseiros. Antes que saísse do quarto parou, trombando de frente comigo. O cachimbo pendia sobre seus lábios e seus escuros encaravam os meus, mas não como antes. Ficamos daquele jeito por um tempo, até todos os lençóis, cobertores e travesseiros irem ao chão. Seus lábios desprenderam-se do cachimbo, que ficou entre seus dedos. Não sei explicar o que era aquilo, mas acho que estar daquele modo depois de tanto tempo, depois de tantas vezes, era bom. Estar em frente daqueles olhos, exposto aquele toque em minhas cinturas era algo de que realmente sentia falta.

Pude sentir quando suas mãos ergueram-se até minha cintura. O cheiro de nozes erguia-se no ar, enquanto minhas mãos deslizavam por seu peito até estarem envolta de seu pescoço, seus olhos continuavam fitando os meus, que tímidos encaravam os dele. Inclinei-me um pouco, de modo que nossos lábios se tocaram, e nossos corpos se encostaram. Podia sentir seu cheiro, seu toque, e o gosto do mesmo que me beijara nos fundos de um bar.

Ainda em silencio nos separamos. Sr.Moosen colocou o cachimbo já apagado sobre a estante próxima da porta. Deslizou suas mãos até minha blusa, levantando-a calmamente de maneira gentil. Assim que terminou de passá-la por meus braços e cabeça, tocou novamente minha cintura, que iniciou um arrepio que percorreu todo meu corpo. Olhei-o de modo que um pequeno sorriso se formou em seus lábios, conseguia escutar seus lábios em movimento. Tirei minhas mãos vagarosamente de seu pescoço, e a levei até sua camiseta, tirando-a do mesmo modo como ele fez.

–Com licença. – sorriu timidamente, levanto suas mãos até a calça de moletom um pouco larga. Envolveu os braços como em um abraço, e desceu-os com certo movimento, delicadamente, até chegar aos meus pés. Assim que terminou de tirá-la, olhou-me e sorriu, de modo que seus olhos pareceram perdidos, e arrisco-me a dizer, encantados. Antes que me pusesse a tirar suas calças ele mesmo o fez, ainda sim, do mesmo modo como eu faria.

Então estávamos ali, os dois, frente a frente com suas cuecas brancas. Ele voltou às mãos a minha cintura, e eu a seu pescoço. Nossos rostos se aproximaram, de modo que nossas testas se tocaram e sorrisos bobos se desenharam em nossas bocas. Pisquei lentamente antes que nossos lábios voltassem a se tocar, e todo aquele momento parecesse mais completo do que qualquer outro poderia ser. Separamos-nos após alguns segundos. Sr.Moosen caminhou, ainda segurando minha cintura, esticou o braço e tocou o interruptor, colocando-nos no escuro, que somente era cortado pela luz fraca da luz do escritório ao lado.

Ele caminhou junto a mim, mais alguns passos até que senti minhas pernas chegarem próximas da cama. Ainda que estivéssemos no escuro, pude sentir seus olhos grudados nos meus. Segurou-me de modo que lentamente cai sobre a cama, e puxei-o pelo pescoço enlaçado. Demos uma risada conjunta, a qual pareceu deixar aquilo ainda mais inexplicável e ainda sim aconchegante. Seu corpo estava sobre o meu, assim como seu cheiro de outono que se derramava sobre mim. Ajoelhou-se por entre minhas pernas,

–Com licença. – podia notar sua rouquidão caminhando pelo escuro. Pude sentir as pontas de seus dedos caminharem por minha barriga nada atlética, até chegarem até minha cueca. Por um instante ela pareceu descer até meus pés sozinha, tendo somente como única prova de que não estava, o toque suave de seus dedos um tanto ásperos que passavam pela superfície de minha pele. – vou tirar a minha. – sua voz soava como a de um garoto que ia beijar pela primeira vez.

–Tudo bem. – sorri, sentindo suas pernas nas pontas de meus dedos. Inclinou-se tocando minhas pernas de modo que elas se arrepiaram. – espere um instante. – saltou da cama, e foi até o escritório, voltando dali alguns segundos. Pude ouvir quando ele abriu um pacote, camisinha, presumi eu. Ele voltou para a cama, voltando novamente para onde estava. Em alguns segundos senti sua mão caminhar até meu bumbum, algo gelado e passou no centro de minhas nadegas, deixando-as lisas. Senti o cheiro de creme para as mãos. – creme para as mãos? – sorri.

–Sim. – sorriu. Voltamos ao aconchegante silencio. – calma. – escutei ele sussurrar para si.

–Esta tudo bem. – passei minha mão por suas pernas. Ele colocou suas mãos em volta de minhas coxas um tanto flácidas, confesso, e aproximou seu pênis, colocando-o de forma lenta e calma. Forçou um pouco e então se afastou, fazendo isso algumas vezes. – tudo bem. – sussurrei. Ele então forçou mais um pouco de modo que conseguiu entrar, voltou mais uma vez então pude sentir sua barriga sobre mim. Abracei-o sentindo-o sobre mim, ele se movia de maneira gentil e calma. Aquilo era algo que não estava nos livros de historia, e muito menos nos livros ingleses. Por mais que tivessem muitas paginas, eles nãos falavam sobre como o céu parecia se estender acima de nossas cabeças, e como algo parecia tomar nosso fôlego e nos fazer arrepiar a cada vez que respirávamos. Em nenhum livro estava escrito como Sr.Moosen era a pessoa mais charmosa e doce de todo o estado da Virginia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hmmmm :3. O que acharam? Esse foi o primeiro capitulo assim que escrevi, e espero que tenham gostado. Espero que deem review e digam o que acharam sobre Geoffrey e Charles. E até o próximo capitulo.