Um Amor que Cura escrita por Além do Meu Olhar


Capítulo 2
Lágrimas de Sangue


Notas iniciais do capítulo

- Esqueci de falar mas assim como imaginei os atores que poderiam representar essa história, que também chamo de web novela, pensei em dois outros para representar o negro Joab e a querida Joana, protetora da nossa mocinha Adélia.
* Joab = Miguel Rômulo
*Joana= Dhu Moraes
— Vale lembrar que não é uma fanfiction sobre nenhum desses atores e nem mesmo de nada que tenham feito os nomes são aqui citados apenas para servir de ilustração aos personagens
Boa leitura! ;)



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Joab trabalhou o dia todo nos campos e quando voltou para sua tenda encontrou a sua amada a lhe esperar, estavam reafirmando suas juras de amor eterno quando escutaram gritos de desespero vindo do lado de fora, quando saíram perceberam que era um ataque inimigo, havia vários escravos fugitivos ali, o rapaz pediu que Adélia fosse para uma colina e se escondesse, ela amedrontada obedeceu, onde estava podia ver todo o horror e caos que tomou conta da vila, pessoas sendo mortas, fogo nas tendas, destruição… foi quando reconheceu o capataz de seu pai e logo avistou o próprio pai, com uma arma em punho pronto para matar Joab que lutava para salvar algumas crianças. Desesperada ela saiu correndo de onde estava gritando enquanto caia e se cortava no chão pedregoso, de onde escutou o tiro e soube, mesmo sem ver, que acertara seu amado. Em câmera lenta levantou ao mesmo tempo em que um grito se calava em sua garganta ao ver o homem que tanto amava caindo. Correu até onde estava o corpo, com os olhos ainda abertos Joab chorava olhando para Adélia, que acariciava seu rosto entre lágrimas, terra e sangue. O Pai do alto do cavalo assistia com prazer a cena, e deu ordem para um capataz segurar a moça que se debatia e gritava apavorada.

–Minha filha é uma ingrata e jamais vou esquecer essa desonra e prometo que vou fazer com que você jamais esqueça que na vida suas escolhas erradas tem consequências por vezes amargas! – falando isso o homem levantou sua arma e deu mais um tiro atingindo o rosto de Joab que estava agonizando no chão, na frente de Adélia que desmaiou nos braços do capataz.


***

Na capital Alberto chega no apartamento de Gaia e tem uma surpresa, não encontra nada da mulher, somente uma mala que constata ao abrir, está repleta com suas próprias roupas, no quarto sobre o colchão da cama vazia encontra um bilhete assinado por Gaia.

Meu querido Alberto, estive a refletir sobre essa vida, e como você bem disse para ficarmos juntos teríamos que enfrentar seu pai e abdicar de qualquer luxo, sabendo que você seria deserdado se não cumprisse a ordem de se casar com a moça prometida em sua cidade, eu amo você, mas não quero essa vida, estou seguindo meus sonhos. Com amor sua Gaia”.

Desesperado o rapaz sai rumo ao teatro onde Gaia dançava e descobre que ela recebeu uma proposta para ser dançarina no exterior e aceitou prontamente a nova oportunidade. Isso deixou o rapaz arrasado e desacreditado no amor, no mesmo minuto resolveu obedecer a seu pai, dentro de um mês se formaria e voltaria para casa para se casar com a moça que seu pai queria, pelo menos poderia trabalhar como engenheiro no negócio da família e era o que realmente gostava de fazer, e quanto a mulher aturaria, com certeza era uma esnobe cabeça oca como a irmã dizia de todas as amigas da cidade.

***

Na casa da família, ao acordar Adélia percebeu que estava amarrada ao palanque de chibatadas, ainda estava com o vestido simples, mas agora a noite ardia fria em sua pele, devia ser de madrugada perto do amanhecer. Ao lembrar-se de tudo o que aconteceu, lágrimas vieram aos seus olhos e mais ainda ao encontrar os olhos frios de seu pai.

–Até que enfim filha desnaturada resolveu acordar! Acordou a tempo de ver o que acontece aqueles que desobedecem as minhas ordens.

A última parte falou gritando e Adélia pode enxergar com as luzes fracas dos lampiões milhares de pares de olhos a olhando, eram os escravos, e entendeu naquele instante que o pai queria dar uma lição que nem mesmo sua filha escaparia das chibatadas por desobedecer.

–100 isso ainda é pouco, Adélia, devia deixar você morrer no meio daqueles sujos naquela vila imunda… - Adélia reconheceu Joana aos prantos, meio curvada amparada por outros dois negros, e mais ao fundo viu a mãe com um olhar resignado como se não estivesse sentindo nada, e talvez não estivesse. Sentiu seu vestido sendo rasgado a suas costas sentiram o vento gelado. O pai disse em voz alta:

–UM… DOIS… TRÊS… QUATRO… - E Adélia foi sentindo a pele rasgar a cada chicotada que o pai lhe dava, a sua volta só lágrimas silenciosas nos olhos daqueles que ela nunca tratou com diferença, todos a adoravam, Joana caíra no chão e chorava copiosa, Adélia não viu mais a mãe, e na madrugada o som do chicote e a contagem fria do pai a levaram a inconsciência tamanha a dor física que estava sentindo, mesmo assim suas lágrimas eram de dor pela morte de seu amado.


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Notas finais do capítulo

Espero que esteja agradável ler!
Beijos



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