Um Amor que Cura escrita por Além do Meu Olhar


Capítulo 11
A confusão dos quartos


Notas iniciais do capítulo

-Uma pequena confusão deixa Adélia e Alberto desconcertados...

Boa leitura!!!



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Alberto estava triste tinha falado com o amigo Nestor sobre a confusão que sentia quando estava perto de Adélia, mas agora estava claro que ela não sentia nada por ele, talvez fosse apaixonada pelo homem que chamou enquanto delirava. Sozinho na biblioteca no escuro ele bebia, não tinha conseguido dormir e quem sabe nunca mais conseguisse. Escutou um barulho na cozinha, foi até lá e encontrou Adélia esquentando alguma coisa.

–Adélia? -A moça levou um susto. -Desculpe eu escutei um barulho… achei que já tinha dormido.

–Não… eu vim pegar um chá… e você? O que faz acordado?

–Estava tomando um conhaque.

–Ah… – ela estava toda sem jeito.

–Você não conseguiu dormir?

–Na verdade… acho que sou muito metódica, quando as coisas mudam não consigo me acostumar…

–Como assim?

–É como você que não conseguia dormir com a minha luz acessa, eu não consigo dormir sem ler…

–Mas não leu hoje? — ele ficou curioso.

–Eu li… Mesmo assim não consegui dormir.

–Por quê?

–Porque, acho que não consigo mais dormir sem você do meu lado. –disse ela corando.

Alberto ficou extasiado com a resposta dela.

–Isso é ótimo. -disse se aproximando dela, colocando as mãos em sua cintura.

–Ótimo? - ela sentiu o corpo todo trêmulo com o toque surpreendente e novo.

–Sim porque eu também não consigo dormir sem você ao meu lado, lendo ou simplesmente dormindo.

–Não entendo… - Adélia pegou o chá e se afastou dele dirigindo-se para sala com uma expressão magoada.

–Não entende o que? –ela foi atrás.

–Teve tanto empenho em trazer a Joana de volta para cá… Foi para não precisarmos ficar no mesmo quarto, não foi?- ela estava de costas para ele.

–Eu? Eu a quis aqui para não ver mais você preocupada com a situação dela naquela casa, em momento nenhum eu pensei que assim que ela chegasse você pediria para ela arrumar os dois quartos. - a voz dele também mostrava magoa, ela se virou para ele.

–Você está louco? Eu não pedi isso, eu nem mesmo havia pensado nessa possibilidade. Achei que você tinha falado com ela a tarde.

–Isso quer dizer que você não quer que eu saia do quarto? –Alberto abriu um enorme sorriso.

–Não.- falou rápido .-Quer dizer se você quisesse… Eu não iria me opor mas…

–Eu não quero também! Eu gosto de escutar você, de sentir sua presença ao meu lado. - ele se aproximou dela novamente, mas não a tocou só ficou absorvendo aquele olhar intenso que ela lhe lançava.

–Então essa coisa de quartos separados foi a Joana que achou que estávamos ainda juntos para enganar a Regiane. –Adélia disse fugindo do olhar intenso dele que parecia olhar de perto para sua alma.

–Deve ser isso... mas isso mudou não mudou?

–Sim. Tudo não passou de um engano. Tudo pode continuar igual não é?

–Claro Adélia!

Foram para o quarto, ambos estavam sentindo aquele desejo, mas nenhum quis tomar a iniciativa. Adélia leu mais uma parte de seu livro, falava sobre o amor dos personagens nos seus últimos momentos, apesar de sentir algo novo dentro de si, Adélia sentia muito a dor de suas lembranças.

***

No dia seguinte na hora do café estavam silenciosos, apenas com troca de olhares, mas Joana sentia que estavam flertando como namorados novos, desejou que pudessem seguir em frente logo.

–Menina eu vou subir arrumar os quartos, depois gostaria de ir ver minha filha, não está nada bem.

–Claro Joana vai e traga noticiais.

–E não se preocupe com o almoço, passarei na escola técnica pegar Adélia e vamos almoçar na cantina, almoçar juntos pode ser?

–Claro vou adorar. - ela abriu um sorriso enorme.

–Então vou acelerar minhas obrigações…

–Joana espere, por favor… - Adélia sorriu um pouco envergonhada. -Não precisa arrumar dois quartos, apenas um o meu… Não vamos dormir separados novamente. - ela trocou um olhar cúmplice com o marido.

–Sim menina, pode deixar. -Joana subiu as escadas alegre deixando os dois sorridentes a mesa.

***

Naquela noite Adélia chegou na morte de Joab/Iam, e lia aquelas palavras com uma dor tremenda, sentiu como se estivesse sozinha e revivendo aquilo tudo, quando acabou de ler, tinha lágrimas nos olhos e um vazio no coração. Olhou para o lado esperando ver Alberto dormindo como todas as noites, mas ele estava acordado e olhava fixamente para ela.

–Oi… - ela disse limpando seus olhos. - Achei que já havia dormido.

–E como poderia. - ele sentou-se na cama. - Que história é essa Adélia… E como pode você ler assim com tanto sentimento como se essa dor fosse sua.

–Desde menina gosto de ler histórias dramáticas, devo ter aprendido com essas leituras.

–Linda… - Alberto passou de leve seus dedos no rosto dela, contornando a boca e o queixo com carinho. - Você é tão linda, como posso ver você chorando assim meu bem? Corta meu coração.

–Eu vivo a história só isso. -Adélia se desviou do toque do marido. -Estou cansada vamos dormir.

Alberto ficou um instante olhando com intensidade, mas acabou deitando novamente.

Poucas horas depois acordaram com estrondosas batidas na porta.

–O que é isso? — ela ficou apavorada, já havia escutado muitas histórias de fugitivos da guerra que saqueavam casas.

–Não sei vou ver.

–Não Alberto, podem ser ladrões ou…

–Calma Adélia fique aqui, eu já volto- Alberto colocou um roupão sobre o pijama e se dirigiu para baixo. Adélia não aguentou e foi atrás. No pé da escada viu o marido abrir a porta. Era Neco o sobrinho de Joana, sua filha estava muito mal e iria ter o bebê.

–Meu Deus, essas horas.

–Calma Joana vá colocar sua roupa vou levá-la.

–Eu vou junto posso ajudar no parto. - Adélia colocou a mão no ombro do marido e ele assentiu gostando do contato espontâneo.


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Notas finais do capítulo

Alberto está cada vez mais interessado na autora dessa história tão sofrida que Adélia lê toda noite... Ai será que ele vai descobrir o passado dela???

Beijos



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