Kin Pumpkin; A Rainha do Halloween escrita por Lenore Marana


Capítulo 17
Kin Pumpkin; A Rainha dos Criminosos. Capítulo 09


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo noturno com a introdução de uma nova personagem!
A música é um velho conhecido:

http://www.infinitelooper.com/?v=4e6x9rvvS4k#/0;70



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“Estamos ao vivo do centro da cidade, transmitiremos em primeira mão a re-abertura do hospital fundado pela associação dos xamãs.”

Dois dias depois, uma equipe de filmagem de um jornal local transmitia a cerimônia de limpeza dos muros do hospital que fora patrocinado por Kyzyl e sua associação. Uma repórter animada narrava tudo.

Kyzyl era filmado, com seu hospital como plano de fundo. O presidente vestia roupas formais, mas não fechava os botões do blazer, exibindo seu peitoral e barriga definidos por baixo do casaco aberto, apesar da indumentária elegante, não deixava de aparentar selvagem. Junto dele, as três secretárias de seu escritório e uma quarta secretária, de aparência mais jovem.

“Junto do presidente da associação dos xamãs, uma figura singular: Kin Pumpkin, a Rainha do Halloween!”.

Enquanto a repórter relatava, uma pequena multidão se juntou. Dentre os curiosos, Arista e Jobs.

–Isso vai funcionar mesmo? – A garota mais jovem, com o sol castigando sua pele pálida, perguntou para o mais velho.

–Acho que sim. – Respondeu enquanto assistia à transmissão televisiva na tela do celular. – Existem três possibilidades possíveis de o nosso plano acabar, qualquer uma delas é vantajosa para a Kin.

–É mesmo? Quais são? – Inquiriu, enquanto tentava observar a tela do celular, sem sucesso por não ter altura o suficiente.

–Não é conhecimento público que a Kin é a suposta culpada dos crimes. – Jobs explicou. – As pichações nos muros do hospital foram feitas pelo real culpado. Ao fazer a Kin participar da limpeza e re-abertura do lugar e, ainda mais, colocar isso na televisão, vai fazer o culpado saber que Kin sabe que ele está tentando difamá-la.

–E como isso nos ajuda, gravata? – Indagou impaciente.

–O que pode acontecer agora é: ou o culpado vai parar de agir, sabendo que a Kin está fazendo sua parte para limpar sua barra, e tem o apoio do senhor Kyzyl, ou o culpado vai se manifestar agora mesmo e desafiá-la, aparecer aqui no meio da celebração, ou voltará para pichar os muros novamente mais tarde.

–Oras, e se ele não fizer nada?

–Isso pode acontecer também, mas o general afirmou que o criminoso agiria.

“Essas pessoas são orgulhosas. O culpado vai aparecer” Jobs se lembrou das palavras do general, mesmo sem acreditar tanto nelas.

Arista voltou sua atenção à cerimônia.

Kin Pumpkin, conhecida como Rainha do Halloween, uma das mais notórias exorcistas da atualidade, em conjunto do presidente da associação dos xamãs, presidente Kyzyl, unem-se nessa cerimônia para provar que classes como exorcistas e xamãs, que sempre foram rivais, podem se unir para um bem maior!”

Ao lado de Kin, uma equipe de limpeza posava, todos vestindo uniforme branco, composto por macacão e boné, sujos de tinta. Kin vestia o mesmo uniforme, substituindo seu típico macacão jeans por um branco.

“Os dois se uniram para limpar os muros recém-levantados do hospital que foram pichados por vândalos. Agora Kin irá limpar a ultima mancha de tinta para podermos comemorar!”

Kin terminou de limpar o muro e a multidão aplaudiu, mas ninguém fora do comum apareceu.

Naquela madrugada, devido ao fato de o culpado não ter se manifestado, Kin espreitava, escondida atrás do muro, para dentro dos jardins do hospital, esperando que o culpado aparecesse para pichar novamente.

–Está frio e essa pichadora clone não aparece logo... – Reclamou injuriada.

–Paciência, Pumpkin. – General McRougall, que a acompanhava também agachado atrás do muro, instruiu.

–Não estamos esperando a tanto. – Jobs comentou.

–Se bem que realmente está frio. – Arista acrescentou.

–Jobs e Arista, por que ainda estão aqui? É perigoso, sabe? Não posso proteger vocês, crianças! – Kin se preocupava com os dois, no caso de uma batalha real, a presença deles era uma preocupação a mais.

–Não precisa me proteger, Kin, estou ciente dos riscos. – Jobs disse resoluto.

–Eu quero que você me proteja eternamente, Kin! – Arista pediu fascinada.

–Eu também não aconselho que fiquem aqui. – Disse Kyzyl.

Você?! – A presença de Kyzyl assustou a todos, pois não fora notado por ninguém até então.

Grande do jeito que era, estava claramente muito desconfortável agachado atrás dos muros, ainda trajado em suas roupas finas, vestidas de forma imprópria.

–É claro que eu vim, esses são meus muros, devo protegê-los.

–Senhor, trouxe a garrafa d’água que pediu. – A quarta secretária de Kyzyl, a mais jovem, apareceu ao seu lado, portando uma garrafinha d’água. A menina tinha cabelos escuros e curtos, batendo um pouco acima da altura dos ombros, tinha fisionomia delicada e usava grandes óculos vermelhos.

–Obrigado, Teriss.

–Tá começando a ficar apertado atrás desse muro. – Arista comentou amolada.

–E vai ficar mais ainda, tem mais gente chegando. – Kin contou entusiasmada.

–Não, tem gente que chegou. – Mestre Enguia se apresentou corrigindo o discurso de Kin.

As pessoas atrás do muro estavam dispostas uma ao lado da outra, mais à esquerda, Mestre Enguia que acabara de chegar, ao seu lado Kin, então McRougall, Jobs, Arista e por ultimo Kyzyl e Teriss.

–Obrigada por vir, En. – A ruiva agradeceu. – A propósito, aquele índio pelado é o presidente da associação dos xamãs, já conhece?

Enguia olhou curioso para Kin, que apresentou de forma tão informal pessoa de tamanha importância. Kyzyl, que ainda vestia um cocar de índio na cabeça, não ligou muito, inclinou seu corpo, apertando Arista, enquanto esticava o braço para que Enguia o cumprimentasse.

–É um prazer, Mestre Enguia. Já ouvi falar de você.

Enguia esticou o braço na direção dele, fazendo sua mão alcançar à de Kyzyl. O cumprimento apertava todos que estavam entre os dois, pois tentavam ficar rentes ao muro para não serem descobertos.

–Já ouviu falar de mim? Isso é uma honra. – Disse vibrante, enquanto se empoleirava em Kin.

–Claro. Você e Pumpkin são parte da nova geração promissora de exorcistas e xamãs.

O aperto de mãos finalmente acabou.

–Quero ficar do lado da Kin. – Arista declarou e escalou Jobs, tomando a posição dele, transpôs Ron também e, ao chegar ao lado de sua amada ídola, agarrou seu braço.

–Kin, eu só me sinto segura aqui porque sei que você vai me proteger.

–Bem, eu falei que era pra você e pro Jobs irem embora. – Kin levantou-se sorrateiramente e observou a rua escura e deserta, depois voltou a se esconder atrás do muro. – Tem mais gente chegando, tá de madrugada, isso aqui pode virar uma confusão.

Arista virou o rosto contrariada.

–O que está havendo? – Uma voz desconhecida perguntou.

Uma mulher apareceu diante do grupo que se escondia, e, de braços cruzados e cheia de descrédito, perguntou o que estavam fazendo.

A mulher exibia a barriga firme e definida, tanto quanto seus braços, provavelmente resultados de treinamento físico. Vestia um top esportivo adornado pelo símbolo de uma chama, vestia na testa uma faixa que impedia que seu cabelo caísse nos olhos, e uma calça amarrada por uma cinta feita do mesmo material que a faixa.

–Hyukset, se esconda! – McRougall pediu, cochichando.

–Tio Ron, mas que diabos é isso? Por que se esconder? – A garota ignorava o quanto os outros falavam de forma branda e dialogava comumente.

–Nós vamos capturar a Kin-Dois! – Arista explicou de forma pueril.

–Hãn? – Hyukset estranhou.

Os cabelos da moça eram alaranjados e muito compridos, pareciam verdadeiras chamas de fogo, a cada movimento dela, o cabelo mexia-se como se queimasse vagarosamente o oxigênio do ambiente.

–Moça, você é muito chamativa, abaixa que a gente conversa! – Kin pediu.

–Kin Pumpkin? – Hyukset reconheceu, então voltou sua atenção para McRougall. – Tio, por que me fez vir da Finlândia para ajudar Kin Pumpkin? Você não falou nada sobre isso!

–Você não viria se fosse para ajudar um exorcista da associação, mas eu precisava de você! O comitê não permitiu reforço algum para eu completar essa investigação.

–Eu sou contra exorcistas celebridades, não poderia me importar menos com o que acontece deles, por isso eu nem fiz o teste profissionalizante, uma carteirinha de plástico não quer dizer nada. Tenho uma academia para cuidar e é complicado deixa-la pra trás pra viajar, sabia?

Kin Pumpkin levantou e segurou no pulso dela, puxando-a brandamente pra baixo.

–Moça, você é muito alta, se você ficar em pé assim, esse muro não vai ser capaz de te esconder.

Hyusket suspirou.

–Pessoal, essa é Hyukset, filha da minha irmã. – Ron apresentou. – Ela mora na Finlândia, mas veio aqui nos ajudar. Abaixe-se para não ser vista, Hyuk!

Do outro lado da rua, aproximando-se dos muros, uma pessoa percebeu a movimentação toda. Era Kin Pumpkin, ou na verdade, alguém com a mesma aparência que ela, e até a mesma arma em mãos.

–É ela! – Kin uivou enquanto pulava o muro.

A outra Kin pôs-se a correr na direção oposta.


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