POV MELANIE

Entramos no primeiro comboio da manhã para Colorado Springs, estava entusiasmada já que ia conhecer o novo apartamento alugado de Ruben.

O meu namorado estava com cara de sono, sentado perto da janela enquanto deslizava o dedo no seu instagram. Para ele a viajem não era novidade, tinha visitado a cidade varias vezes antes da nossa viagem a Bora-bora.

O seu sonho de estudar na Colorado College estava cada vez mais perto de se realizar e posso dizer que me sinto muito orgulhosa de ter assistido a tudo. Mas não consigo conter a minha ansiedade, Ruben ia estar longe de mim e seria uma sorte se a gente se visse todos os fim de semanas daqui pra frente.

Suspirei e ele logo me encarou. Deu um leve sorriso.

—Não penses demasiado, vamos ficar bem.

Não posso crer que ele me conhece tão bem ao ponto de saber no que estou a pensar. As vezes fico irritada com isso, mas não agora.

Deu-me a sua mão calorosa e entrelaçou-a na minha. Sorri de lábios satisfeita.

(...)

A viagem demorou mais de três horas e confesso que a minha bunda estava adormecida de tanto tempo sentada. Se tivéssemos vindo de carro o tempo de viagem diminuía uma hora mas nenhum de nós tem carro.

Fomos a pé até a uma rua perto da faculdade onde ficaria o apartamento. Sim, era um apartamento bem pequeno mas bem situado e sobretudo confortável.

Os moveis e sofás estavam cobertos por uma serie de capas de plástico e perto das paredes estavam algumas latas de tinta das quais eu desconhecia a cor.

—Welcome to my house. -ele falou de uma forma engraçada, tentando imitar o famoso show da mtv chamado teen cribs.

—Obrigado, obrigado. -falei rindo. -Mor, tou com muita sede.

—Acho que já tenho a água a funcionar, vou confirmar. Enquanto isso, esteja à vontade. Mi casa és tu casa.

Fui espreitar os outros cômodos da casa: o banheiro e o quarto.

O seu quarto já tinha algumas decorações, mas sorri automaticamente ao ver a maior de todas e com mais destaque. Era a fotografia que ele tinha tirado de mim emoldurada, aquela que o trouxe para cá.

Sentei-me na cama e chequei a tela do meu celular: 5 mensagens novas

Desbloqueei o dispositivo móvel e abri as mensagens.

ṩὄмὄṩ ʀὄłἔẓἔἷʀᾄṩ

letícia: mel, boa sorte com o Rúben.

aurora: q? mas eles não iam só pintar as paredes?

leticia: vc acha que eles fizeram três horas de viagem para ficarem só a pintar paredes? Aposto que vão fazer outras coisas.

aurora: visto por esse ponto de vista.

aurora: a mel é uma safada, não acredito.

Digitei freneticamente confusa com tudo aquilo.

ṩὄмὄṩ ʀὄłἔẓἔἷʀᾄṩ

melanie: do que é que vocês estão a falar?

aurora: vc e o ruben vão?

melanie: pintar paredes...

leticia: n sei se essa é a intensão do ruben. vc n acha que ele vai querer outra coisa hj?

melanie: o quê?

aurora: ai q anjo >:)

melanie: meninas digam logo. Acham que ele me trouxe para aqui por que quer...

leticia: transar

Bloqueei o celular o mais depressa que pude ao sentir que Ruben se aproximava. Senti as minhas bochechas a arder. Talvez seja verdade, nós já namoramos à tanto tempo e já esteve quase nisso mas... Logo hoje? Eu não escolhi a minha roupa interior decentemente!

Olhei para a porta e vi Ruben chegar enquanto tirava a camisa dele que parecia molhada. Não pude evitar olhar para o seu tronco nu.

Ai deus.

POV AURORA

Ouvi a campainha ecoar pela casa. Ignorei e continuei sentada no sofá.

Baixei o volume do televisor, talvez pensem que não esta ninguém em casa e me deixem em paz com os meus doritos.
Tocou de novo. Fodase. Bufei automaticamente.

—QUEM É? -perguntei gritando sem sair do lugar.

Não obtive resposta, apenas outro soar de campainha. Vou perder as estribeiras.

Levantei-me urrando de raiva e quando vi o pacote de doritos cair no chão quase fiquei sem respirar.

Olhei o monóculo da porta, revelando um dos tropas dos Rebeldes. Abri a porta rapidamente e pude ver a expressão agitada de George mais nitidamente.

—Diga-me que tem um bom motivo para me perturbar.

—Chefe, os Rebeldes têm uma nova missão! Temos que agir já!

Por momentos senti o meu sangue a fervilhar, os Rebeldes não têm recebido muitos pedidos ultimamente. Parece que a escola anda demasiado pacifica. Sinto muitas saudades de criar estratégias e planos maléficos.

—Sem mais rodeios George, conta-me tudo.

Ele abriu um sorriso entusiasta no rosto fazendo com que as suas bochechas sardentas se elevassem. George era mais novo que eu três anos, juntou-se aos Rebeldes com apenas 13 e desde ai nunca desiludiu o grupo.

—Querem retirar as máquinas de chocolates, lanches e refrigerantes do bar e substitui-las por sandwiches e saladas saudáveis!

Suspirei de desilusão. A sério? É essa a missão?

—Olha...George. Deixa lá isso. Estamos de férias. Não somos obrigados a fazer missões nas férias. -falei encolhendo os ombros.

—Mas Chefe...nem parece você falando! Uma missão é uma missão! Nunca recusamos nenhuma e não vai ser agora. Recebemos tantos pedidos. Vai ser o renascer dos Rebeldes.

Ele têm razão. Se falharmos agora as pessoas vão deixar de confiar na gente. é uma ótima oportunidade.

—Ok. Reúna todos os rebeldes na sede às cinco. Conto com você.

Pude ver os seus olhos a brilhar. O George leva tudo isso muito a sério.

—Sim chefe. Não vou desiludir você.

—Eu sei, -sorri. -até logo George.

—Até logo!

Comecei a fechar a porta mas o moleque parecia não se querer mexer.

—George...?! Tá esperando o quê pra ir embora?
—Ah! Sim. -ele virou-se. -Tchau Chefe.

Ri baixinho e voltei para o sofá pegando no pacote antes de colocar um dorito à boca. Porque é que ele não ligou pra mim em vez de fazer o caminho todo pra minha casa? Vai saber vei...

Peguei no meu celular, tinha recebido uma mensagem de Eduardo.

edu: bora sair hoje bebé? Estou na cidade.

Ai...queria muito sair com ele mas o dever chama.

aurora: desculpa babe. tenho coisas combinadas agora. jantamos juntos?

edu:ai é?

edu: tudo bem então. até logo.

Hmmm...Ah não. Não me digam que ele amuou?

aurora: ♥

Eduardo não respondeu mas também não vou lidar com isso agora. Tenho de criar o meu plano maléfico.

POV RUBEN

—Quebrei um dos canos mas olha, consegui o seu copo de água. -sorri esticando o braço na sua direção. Ai pude ver que o seu rosto estava completamente vermelho. -Esta tudo bem mor?
Os seus lábios separavam-se mas nenhuma palavra saia de la.

—Mel?

—Mmh...O-Obrigado. Eu, eu to bem! -ela gaguejou pegando no copo e levando-o à boca em questão de segundos.

—Ah, você ta toda vermelha. -digo.
—é do calor! -ela rebateu rapidamente. -E porque é que você tà de tronco nu?

—Eu te falei...quebrei o cano da água.
—Lerdo. -ela diz suspirando. A Melanie está estranha hoje.

Sentei-me ao lado dela na minha cama e fiz um carinho na sua bochecha.

—Eu te conheço bebé, me fala, o que tá te incomodando? -deu outro grande suspiro e pousou o copo na mesinha perto da cama. Olhou-me diretamente nos olhos nervosa.

—Você convidou-me aqui só pra gente pintar paredes? -perguntou deixando-me confuso.
—Sim...e para estarmos um tempo juntos. Porquê? Pensas-te que era para quê?

Ela ficou ainda mais vermelha numa expressão envergonhada e fofa.
Ja estou a perceber. A Mel achou que a convidei para ficarmos sozinhos e fazermos?

—Mor. -chamei-a do seu transe envergonhado. Mirei os seus olhos e por fim o seus lábios. Rocei os meus nos dela não perdendo a oportunidade de deixar um beijo lento neles. Eram tão macios, eu os amo tanto. Ela pediu um beijo mais intenso e eu dei-lhe toda a liberdade para o fazer. Em questão de segundos o seu corpo jà sentava no meu ao mesmo tempo que as minhas mãos procuravam a sua cintura por debaixo da sua t-shirt. -Eu não a chamei por isto, eu juro.

—Eu sei. -ela deu um pequeno risinho. -Você me conhece. -beijou-me de novo. -Eu penso demasiado nas coisas.
—Não precisamos de apressar nada, nem de marcar um lugar para isso, entende?

—Sim...Mas...Você não tá cansado de esperar?

—Confesso que tenho muita vontade mas é com você que eu quero fazer. E se tiveres um tempo diferente do meu, eu vou esperar.

Ela deu um sorriso de lábios ainda com as bochechas coradas. Abraçou-me apertado depois.

—Obrigada. E eu acho que não falta muito tempo.
Não sei se era a sua intenção mas a sua voz saiu baixinha perto do meu ouvido. Tudo aquilo estava me excitando e muito. E tenho certeza que Mel tinha notado.

Controlo Ruben.

—Além disso. -levantou-se do meu colo ficando de pé à minha frente. -Não vesti nenhuma lingerie hoje.
Então o seu corpo deu meia volta e não pude evitar olhar para a sua bunda. Era tão redonda e perfeita.

Desde quando me tornei tão tarado?

Deixei cair todo o meu peso para trás ficando deitado na cama. A Mel me deixa doido, primeiro vem toda envergonhada e depois mostra-se um tanto safada.

—Ruben! -ela gritou da sala. -Vamos pintar!

—Já vou!