Me Protege? escrita por Priih _ ncesa


Capítulo 11
Chamada Internacional


Notas iniciais do capítulo

RETA FINAAAL!



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Capítulo X

Chamada Internacional

Você vê o que fizemos?

Fizemos a nós mesmos de tolos.

Você vê o que fizemos?

Fizemos a nós mesmos de tolos.

Paramore, Decode.

Deu alguns passou e retirou o celular do bolso traseiro da calça de brim escuro e abriu a porta olhando de um lado para o outro, certificando-se de que não havia ninguém no perímetro. Olhou mais uma vez para cama e percebeu a respiração ritmada. Estava dormindo.


Apertou uma tecla de discagem rápida no celular e o levou a orelha escutando chamar cinco vezes antes de ser atendido.


– Finalmente eu consegui falar com você! – Kakashi disse baixou mais exasperadamente.


Jun continuava a respirar pausadamente, mas isso não queria dizer que estava dormindo. Apurou os ouvidos e pode perceber que a pessoa que estava do outro lado era nada menos do que seu irmão. Conhecia perfeitamente a entonação da voz dele, mesmo não conseguindo entender o que ele falava daquela distancia.


– Como assim o que foi? Não recebeu os meus recados? – perguntou Kakashi.


Jun não conseguiu ouvir a resposta, mais com certeza havia sido negativa, pois Kakashi havia feito um muxoxo.


– Zabuza está aqui.


‘O QUE?’ – foi o que a jovem ouviu perfeitamente.


– Não grite – reclamou o professor – Jun está dormindo.


Kakashi abaixou mais ainda a voz, dificultando que ela escutasse com clareza.


– Aconteceu alguma coisa sim. Ela precisa urgente sair daqui... – Kakashi fez uma pousa para escutar o que Senji dizia e depois completou surpreso: - como assim ‘não pode’? Ela não pode continuar mais nenhum minuto aqui! Ela já foi atirada em uma piscina e da minha sala do segundo andar...


Mais gritos, todos incompreensíveis para Jun, mas que com certeza era a voz exasperada do irmão.


– Olha Senji, eu sei que sou pago para isso, mas eu não sou o super-homem, da próxima vez eu não posso estar por perto... Afinal, o que o Zabuza quer? Dinheiro? Por que você não dá! Então porque não manda um daqueles seus jatinhos e pega a Jun e a leva para o Caribe?! Faz alguma coisa!


Um longo silêncio foi escutado a seguir.


– Como assim não pode? Ela tem de ir para aí na sexta! Eu não posso atrasar a chegada dela ai! Você está maluco?


Mas um longo silêncio. “O que estava acontecendo?” – perguntava-se Jun.


– Se você não fizer nada eu faço. Não vou deixá-la sofre mais.


Você não vai fazer nada! – foi o que Jun escutou seu irmão dizer antes de Kakashi desligar o telefone na cara dele.


Manteve a respiração compassada e o rosto calmo, diferente de como estava por dentro. Não estava entendo nada, por que seu irmão não queria a ter perto dele? Por que estava tão nervoso e não queria ajudar Kakashi? Eram tantos porquês sem resposta...


– Não vou deixar que nada mais aconteça a você... – Kakashi sussurrou para o nada antes de sair do quarto.


Jun dormiu com essas palavras retumbando na sua cabeça. Não sabia o que estava por vim, porém o que viesse ela enfrentaria, não importava o que fosse.

• • •

Hello?

– Espero que você esteja a caminho.


Houve silêncio do outro lado da linha até que foi ouvido um suspiro pesado.


Estou. Não faça nada enquanto eu não chegar aí.

– Pode deixar, farei qualquer coisa depois de estar rico.


Maldito...

Ouvisse uma gargalhada e depois o barulho da linha muda. Desligaram sem nem ao menos se despedir. As cartas estavam lançadas.

• • •

Quarta havia chegado, a turma 3º C fazia a prova de biologia em absoluto silêncio, pois sabiam que Kakashi era irremediável, se o pegasse colando era para a diretora Senju que seria mandado, algo que todos tentavam evitar.


Jun estava sentada no seu lugar costumeiro, os machucados começando a se cicatrizar, mordia a ponta da caneta com os dentes alvos. Sabia a resposta da questão, mas não estava com nenhuma paciência para ler todas as dez questões.


Leu a primeira pergunta:


1. Leia o seguinte trecho:


“Se um indivíduo com as pernas cruzadas recebe uma pancada no joelho, dará um pontapé sem querer”.

Em relação ao texto, assinale a afirmação incorreta:


a) Este ato é involuntário e automático.

b) Este tipo de ato é chamado de reflexo, como são também o pupilar e o palpebral.

c) No arco reflexo, o impulso passa por três tipos de neurônios que se comunicam.

d) Esse reflexo também funciona se o individuo estiver com os olhos vendados.

e) Os neurônios sensitivos que participam desse ato têm seu corpo celular na medula.


Ela havia estudado sobre isso, mas não se lembrava. Mordeu com mais intensidade a ponta da caneta e olhou para Kakashi. O professor também olhava para ela, quando os olhares cruzaram, ele sorriu e acenou com a cabeça. Isso transmitiu calma e confiança para Jun, que prontamente releu a pergunta e marcou um ‘x’ na questão que julgava ser a correta. Detestava fisiologia humana, preferia mil vezes estudar zoologia.


A prova ocorreu bem, todos os alunos terminaram antes de tocar o sinal e Kakashi havia prometido que corrigiria durante o intervalo.


Uma montoeira de alunos tentava se espremer para conseguir ver se a sua prova já havia sido corrigida, o que estava meio difícil.


– Sakura-san – chamou Kakashi acima das vozes excitadas dos alunos.


– Aqui sensei! – Sakura sacudiu a mão acima da cabeça tentando pegar a prova que Kakashi estendia.


– Parabéns, tirou 9, uma excelente nota.


Arigatou! – Guinchou ela enquanto mostrava a prova orgulhosa para Karin e Jun que estavam mais afastadas. A prova de Jun foi a primeira a ser corrigida, tirou 9,5, pois levou um meio certo em uma das perguntas dissertativas. Já Karin havia tirado 7,5. A ruiva odiava a escola e a única coisa que queria era passar o resto da vida numa praia deserta no Havaí torrando com um biquíni novo a cada dia e com um surfista musculoso e muita água de coco.


– Jun, não sei por que você está com essa cara – Sakura escutou Karin dizer enquanto se aproximava.


– O que aconteceu?


– A Jun está chateada porque tirou 9,5, vê se pode! Ela tirou 9,5 e está emburrada! Quem dera eu tirar essa nota!


– Deixa ela Karin – Sakura deu de ombros – eu também ficaria chateada se eu errasse algo na prova da minha matéria preferida.


– Nerds – Karin revirou os olhos.


– Você deveria ser loira Karin – rebateu Jun rindo – combinaria mais com o seu cérebro.


– Rá-rá! – Ironizou a ruiva enquanto Sakura e Jun riam.


– O que você queria? Você vive dizendo que identifica as matérias apenas por um método – lembrou-se a rosada, e imitando a entonação de Karin começou: – Se é verde e mexe, é da Biologia; se fede é da Química; se ninguém entende é Matemática... – limpou a garganta e fingiu que ajeitava os óculos invisíveis com o dorso da mão e continuou – ...se não funciona é da Física e se não faz sentido só pode ser Filosofia ou Psicologia!


As três jovens riram das palhaçadas de Sakura. Era bom descontrair de vez em quando.


– Eu não falo desse jeito afetado – Karin cruzou os braços e ajeitou os óculos.


– É verdade – disse Jun – você fala muito pior!


As três continuaram a rir enquanto por entre os estudantes Kakashi observava esse momento relax das jovens.


Pena que é por pouco tempo...” – pensava ele.


De repente seu celular começou a apitar. Alerta de mensagem.


– Com licença... Com licença... – Kakashi pedia aos estudantes insatisfeitos, tentando passar.


– Ah sensei! – Reclamou um estudante que ainda não tivera a prova corrigida.


– Espere que eu já volto, é rápido... – o professor conseguiu passar pelos alunos e já estava perto da porta quando escutou ser chamado.


– Kakashi? – Era Jun – Aconteceu alguma coisa? – Ela tinha a tez franzida e mordia o lábio inferior preocupada.


– Não aconteceu nada não, é só uma mensagem – ele sorriu e ela ficou mais calma. Era incrível como a calma de uma pessoa podia deixar outra pessoa também calma.


Finalmente Kakashi conseguiu chegar do lado de fora. Abriu o celular e apertou em ok para exibir a mensagem. Era uma mensagem curta:


SALVE-A HATAKE – era tudo o que a mensagem dizia.


Kakashi franziu as sobrancelhas, essa mensagem só podia ser de uma pessoa, e ela era Senji. Durante toda a terça tentara falar com ele, porém só caia na caixa postal. Por fim ele desistira de ligar.


Mas e agora essa!” – Kakashi se lembrou que o amigo só o chamava assim quando estava encrencado, normalmente quando ia parar na cadeia, quando jovens, e precisava que o tirasse dali urgente. Apenas nessas ocasiões era que Senji o chamava pelo sobrenome, talvez uma maneirismo Inglês ou similar.


Droga! Como eu sou idiota!” – Kakashi bateu na própria testa com o celular lembrando-se da ligação que recebera do amigo há alguns dias atrás onde ele também o chamara de Hatake. Era isso que ele não havia notado, mas que tinha importância. Foi na mesma ligação onde o amigo dissera para prestar atenção em pessoas que não deveriam estar ali. Agora tudo se encaixava.


Senji já sabia de Zabuza, mas por algum motivo ele não podia falar isso em nenhuma ligação e tentava fazer com que Kakashi, por meio de mensagens subliminares, entendesse o recado. Mas Kakashi havia sido muito lento.


Voltou correndo para a sala, precisava urgente estar perto de Jun para que se alguma coisa acontecesse.


– Cadê a Jun? – Perguntou o esbaforido professor para Sakura e Karin que estava no mesmo lugar. Jun não estava à vista.


– Ela foi embora – respondeu Karin.


Embora??” – A mente de Kakashi deu um salto de 360 graus.


– Para onde ela foi?


– Para casa, algum problema? – Sakura começava a ficar preocupada – Mr. Jofre deu um toque no celular dela e ela desceu.


– Ela chegou a falar com ele no celular? – Ele precisava agir rápido, talvez ela só estivesse indo para casa. Não tinha nada a temer...


– Não eles não se falaram – respondeu a rosada – ele só deu um toque e ela viu que era o telefone dele. Normalmente eles fazem isso...


– Ele a pega no estacionamento ou do lado de fora? – O sensei interrompeu a aluna, precisava das respostas certas.


– Ele a pega do lado de fora do instituto, porém é meio esquisito... A Jun veio de carro hoje, não era para o Mr. Jofre aparecer... Foi ela mesma quem disse isso.


Kakashi não estava mais escutando. Ele olhou para o estacionamento que ficava visível da onde estavam. Realmente o carro de Jun estava lá. Não era para ela ser buscada hoje. Começou a correr escutando os protestos dos alunos e não registrando nada.


Os corredores estavam vazios, havia apenas os alunos de recuperação, o que eram poucos. Passou correndo pelo pátio e pelo estacionamento. Pode ver ao longe o cabelo de Jun saindo pelo portão principal e indo para rua. Correu ao máximo para conseguir chegar ao portão antes de batesse, o esforço foi em vão. O portão bateu com um som oco.


Procurou pela roupa o se cartão magnético. Não estava com ele.


– Jate-san – gritou para o porteiro – pode abrir o portão? – Não houve resposta. Kakashi chamou mais uma vez, novamente sem resposta.


Chegou mais perto e olhou através do vidro. Havia sangue no chão.


Kuso – ele murmurou andando de costas para dar impulso para pular o portão de quase três metros.


Nem nos seus melhores anos como desportista conseguia uma façanha dessas, mas hoje precisava conseguir, uma promessa estava em jogo.


Correu a toda velocidade e se lançou entre o muro e o portão, conseguindo alcançar a borda de ferro do portão. Suspirou aliviado, sentindo dor nas costelas. Suspirou mais uma vez e lançou o corpo para cima, plantando bananeira, e pulou, caindo agachando na calçado.


Kakashi se pôs de pé e olhou de um lado para o outro, vendo bem a tempo quando Jun entrou no Corolla preto.


– Jun! – Kakashi gritou correndo até o carro.


Jun escutando a voz conhecida olhou através do vidro fumê e viu Kakashi correndo para o carro. Tentou abrir a porta e não conseguiu. Tentou novamente sem conseguir novamente.


– Kakashi! – Ela gritou sabendo que não poderia ser escutada. O carro era a prova de balas, o grito não deveria passar de um sussurro para quem estava do lado de fora.


Kakashi viu a vã tentativa de Jun de tentar abrir a porta do carro por duas vezes e pode perceber através do vidro escuro a boca dela formando o seu nome. Apertou o passo, porém o carro arrancou.


Kakashi correu atrás do carro que ganhava velocidade vendo Jun arrancar com as unhas o insufilme negro. O jovem homem pulou por sobre uma lixeira e galgou por sobre um carro compacto pulando de lá para o Corolla em movimento.


Tentou se agarrar do melhor jeito possível, porém o habilidoso motorista se desvencilhou dele fazendo uma curva fechada. Kakashi foi atirado de encontro a uma cerca de madeira.


A última coisa que viu antes de apagar foi o terror estampado nos grandes olhos verdes de Jun. Depois disso tudo foi escuridão.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Adivinha quem estava dirigindo o carro? HAHAHAHAHAHA
Estamos chegando à reta final, isso ao mesmo tempo me deixa feliz e triste. Nem acredito que consegui escrever uma FanFic tão grande! Estou orgulhosa comigo mesma! E claro, com todos os meus leitores também, eu não seria nada sem vocês, mesmo nunca dando sinal de vida, mas de acordo com o Nyah vocês existem HAHAHAHAHA que tal reconsiderar e deixar alguma review?
Ja nee