Shadows of the past escrita por larissabaoli


Capítulo 37
Capitulo 37


Notas iniciais do capítulo

Dane



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“Chegamos.” Dizia a mensagem que eu tinha recebido. Ela vinha de Jill e estava no plural o que significava que o plano dela tinha dado certo. Uma única palavra na tela do celular e eu senti meu estomago revirar numa sensação que nada tinha a ver com o que eu tinha bebido ontem. Ela estava aqui, ela tinha voltado.

Eu me levantei e senti minha cabeça girar, mas já estava acostumado e isso agora não importava, só o que importava era o dia de hoje e o que aconteceria. Eu a veria depois de mais de um ano. Para meus amigos e meu irmão, eu me manter solteiro e ter dispensado todas as garotas que quiseram um compromisso sério comigo, parecia uma loucura, mas agora esse ano não significava nada e eu estava tão ansioso por isso que nem me importava em enfrentar mais um dia de aula.

Me preparei e coloquei o uniforme, enquanto ouvi Logan bater em minha porta para que eu acordasse, era impressionante o quanto europeus conseguiam ser fieis aos horários seja lá qual fosse o caso. Eu peguei minha mochila e então saí encontrando Logan.

– Você está estranho. – ele disse com uma careta.

– Eu estou animado.

– É segunda. – ele rebateu.

– Lembra da garota que falei para você? Ela está aqui. Ela voltou a estudar aqui. – eu disse sem conseguir controlar meu sorriso.

– Ah, cara. Eu lembro, porque afinal não tem como eu esquecer, já que todas as vezes que você bebe, você enche o saco falando sobre ela! – ele disse revirando os olhos e saindo, caminhando na direção do bloco dos fornecedores que ficava próximo ao da enfermaria. – Sabe, eu achei que você esqueceria ela e arranjaria alguma outra garota aqui na escola depois de um tempo... Na verdade, eu ainda acho que você deveria fazer isso.

– Não existe outra garota para mim, Logan. Você sabe disso. – eu disse olhando ao redor, mesmo sabendo que era óbvio que ela não estaria em nenhum lugar próximo ao bloco dos alimentadores. Sabia que ela tinha um certo nojo pela alimentação Moroi e eu respeitava isso.

– Bem, o problema é seu. Veja bem, eu estou com Gwen, mas não sei quanto tempo isso vai durar. Não sei nem se vai durar por esse dia! E se não durar... – ele disse dando de ombros. – Não vou perder meu tempo atrás de uma pessoa que já deve estar com outro e cara e depois de todo esse tempo, eu tenho certeza que a sua garota já deve ter outro ou talvez outros!

Eu respirei fundo e me mantive calado. Logan e Nolan pareciam não ter filtros quando se tratava de falar verdades e era isso o que Logan pensava sobre Ana. Não importava se não era verdade ou se me magoaria com isso, eles simplesmente falavam.

Eu terminei com meu fornecedor e então o encontrei me esperando, mas dessa vez com Gwen ao lado. Era estranho pensar que eu já tinha tido algo com Gwen, mas Gwen e Logan pareciam estar muito bem com isso e agora Gwen até mesmo trocava algumas poucas palavras comigo. Nós sentávamos juntos no horário de almoço: Eu, Jill, Nolan, Logan, Gwen e para minha infelicidade Jessica, que continuava sendo uma fofoqueira fútil. Eu entrei na sala de aula e me sentei, esperando ansiosamente para vê-la.

E então eu vi Jill e Nolan entrarem na sala de aula e vi o azul tremulado da aura de Ana antes mesmo que ela passasse pela porta, o que era um sinal de seu nervosismo. Ela estava com o cabelo maior, mais magra e também parecia mais abatida. Seus olhos que encaravam o chão e não faziam contato com ninguém, tinham olheiras que deveriam vir dos pesadelos que ela tinha quando algo lhe deixava nervosa, mas mesmo assim ela parecia a mesma. Com seu cabelo ruivo, sua pouca altura e ao vê-la por o cabelo de lado, eu cheguei a ver metade de sua marca Molnija que lhe foi dada depois que voltamos para cá. Eu queria ir até ela, mas nem sequer sabia o que falar e com certeza não sabia o que aconteceria com nós dois a partir de agora e antes que eu pudesse me levantar e ir ao menos perguntar a Jill como ela estava, o professor entrou e começou a aula.

Eu nem sequer me lembro como foram as aulas no primeiro tempo ou qual tinha sido o assunto, eu simplesmente me sentava e buscava uma maneira de observa-la. E enquanto estávamos no refeitório eu a vi entrar, mas ela apenas se dirigiu até a fila e depois de pegar algo para comer, saiu.

Eu olhei para Jill que me deu um pedido de desculpas com o olhar e então da janela do refeitório pude vê-la ir até uma fonte e se sentar ali.

Então era isso? Ela ainda me evitaria mesmo depois de ter voltado? As palavras de Logan vieram em minha mente de repente: “depois de todo esse tempo, eu tenho certeza que a sua garota já deve ter outro ou talvez outros!”. Seria verdade? Eu me mantive a observando enquanto as perguntas me corroíam até perceber a pulseira que ela estava usando, a que seu amiguinho nômade tinha lhe dado.

Eu vi Jill cochichar algo com Nolan e depois ele se levantou indo até Ana, mas eu não fiquei ali para saber algo mais, eu simplesmente me levantei e fui até a biblioteca da igreja, o lugar que atualmente era meu único refugio.

Quando o horário do que eu gostava de chamar de “aula útil” chegou, eu já me senti mais calmo e disposto a tentar descobrir se Ana estava realmente com alguém. E eu arranjaria um tempo para perguntar isso a Jill depois das aulas, mas em meio a isso eu retribuiria o silencio de Ana e tentaria agir normalmente.

Eu cheguei ao ginásio e Logan estava tentando acelerar e aumentar a força das bolas que jogava contra Nolan que apenas as congelava e desviava das que ele não era rápido o suficiente para transformar. Christian Ozera, o Moroi que era nosso professor, não se interessava se você chegava atrasado ou não. Ele simplesmente nos dava equipamento e nos deixava treinar em duplas ou grupos e contanto que nós não machucássemos uns aos outros, ele se mantinha quieto. Para mim era a melhor aula desde que eu havia começado a estudar.

– Hey, já conseguiu falar com sua garota? – Logan me perguntou quando me aproximei.

Eu neguei com a cabeça e ele me deu um abraço de lado.

– Eu já avisei, Dane. Desapegue! Se ela não foi atrás de você, com certeza já desapegou. – ele disse rindo e quando eu o empurrei eu queria ter feito com mais força e propositalmente, mas respirei fundo e me controlei.

Eu devo admitir que apesar de ter praticado todos os dias, eu ainda não era muito bom com telecinese e por seu o único da classe usuário do espirito, eu me sentia em desvantagem por ter que desviar de montes de terra, poeira, bolas de fogo ou blocos de gelo. Até agora eu consegui sair sem nenhuma queimadura ou arranhão, mas eu sabia que provavelmente isso aconteceria comigo um dia e enquanto eu tentava desviar das bolas de fogo que Logan atirava em mim eu vi duas bolas de gelo irem numa direção aleatória até quebrarem aos pés de Ana que estava na porta, conversando com Christian.

Ela estava com suas roupas de treinamento e agora eu pude ver o quão definido seu corpo estava e eu me peguei a analisando da cabeça aos pés até Logan chamar minha atenção.

– Da próxima vez eu queimarei seu rosto. – ele disse me desafiando e rindo, mas eu ainda não conseguia prestar atenção no que ele estava falando ou fazendo e mais uma vez me virei para observa-la, até vê-la me observando também.

Sua aura e seu olhar deixavam claro sua curiosidade e eu sabia que ela também estava me analisando. Ela estava com um rabo de cavalo e alguns Moroi pararam também para observa-la, mas ela não percebia. Ela não percebia o quão linda ela era e a atenção que ela atraia e então eu senti algo quente passar de raspão pelo meu rosto e olhei para Logan.

– Eu avisei.

E então eu voltei a tentar atingi-lo com os dardos que uma Aimee, uma Moroi da nossa sala estava tentando levitar com o ar, ela me olhou feio por ter roubado seus objetos, mas eu não liguei, pois um dardo atingiu o braço de Logan e ficou ali pendurado. Eu ri enquanto ele parava de arremessar as bolas e me virei para a entrada novamente, mas ela já não estava ali.

As minhas sessões com Deirdre me faziam ter sono. Ela era uma pessoa calma e emanava tranquilidade para seus pacientes e já que eu passava a maioria da noite bebendo com Logan, era óbvio que quando eu estava em seu divã, eu sentia sono.

– Então, Dane. Eu soube que Anastacia voltou hoje para a escola, isso lhe afetou de alguma forma? Você quer falar sobre isso? – ela me disse parecendo verdadeiramente curiosa e em sua aura eu vi uma certa felicidade e então eu comecei a falar para ela tudo o que tinha acontecido e como eu tinha me sentido.

– Mas você não acha que seria melhor esclarecer as coisas com Anastacia do que se manter imaginando? Para uma pessoa como você, a imaginação nem sempre é uma aliada.

– Bem, eu adoraria esclarecer tudo com ela, mas se eu a interroga-la é capaz de ela fugir para o Japão! – eu disse exasperado.

– Sim, Dane. Ela é uma pessoa que não gosta de falar muito ou responder coisas pessoais, mas tentar conversar com ela é a melhor coisa que você pode fazer ao invés de manter suas duvidas para você mesmo.

Eu tentei argumentar que Ana não estava nem sequer falando comigo, mas preferi ficar calado e depois de um tempo nossa sessão acabou. Eu me despedi de Deirdre que me acompanhou até a porta e ao me virar para acenar uma despedida, dei um encontrão na pessoa que estava próxima a porta e essa pessoa era a própria Ana.

Ela começou um pedido de desculpas nervosamente, como ela ficaria se tivesse dado um encontrão em um desconhecido, mas ao perceber que o desconhecido era eu, ela ficou muda e eu pude vê-la de perto pela primeira vez desde sua partida.

Seus olhos eram de um castanho que dependendo da luz mudava para mais claro ou mais escuro e normalmente as pessoas pensam que olhos castanhos não são interessantes, mas cara, os delas eram. Ela também encarava os meus e eu não consegui evitar de sorrir de leve, notando que depois disso sua aura pareceu inflamar e brilhar como acontecia quando nós estávamos juntos e ela estava feliz. Eu queria toca-la, mas lembrei que Deirdre ainda estava ao nosso lado. Então eu me contive e saí dali, mas depois de sair eu não conseguia mais conter meu sorriso ou minha felicidade. Para mim agora estava claro: Ana ainda me amava e isso era o suficiente.


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