I am the monster escrita por Walker


Capítulo 3
Ainda estão faltando coisas, amor.


Notas iniciais do capítulo

Bem, esse capítulo não ficou tão bom assim mas...
Desculpem a demora para postar, espero que gostem



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Aquilo estava sendo um inferno. Aquela garota não pararia nunca de me importunar.

Era o segundo dia. Eu estava nervosa, claro, nervosa. Muito nervosa. Eu segurava forte meus livros. Via minha mão ficar amarela de tanta força. Minha respiração ofegante, meu passo apressado.

Já falaram de mim. Já dei ataques de loucura. Já de um “showzinho” O que mais poderia acontecer? Já tinha arrumado problemas de um ano em um dia. Será que eu sou tão ruim para que todos me odeiem tanto? Certo, estou divagando demais.

Começo a olhar para frente e ver a porta da sala no alto da escada, uma porta grande, de madeira escura. Estamos quase lá. Quase lá. Estou quase na frente da escada quando sou surpreendida por uma mão que agarra meu ombro.

–Olha se não é a esquisitinha? Não para de me seguir não é mesmo?

Joana...Ela não...Não agora por favor...

–Não estou te seguindo... –Digo baixinho.

–O que? Está com medinho de falar?

A raiva estava tomando conta de mim novamente.

Tudo vai se repetir como ontem?

–Vamos fala! –Ela me empurra e eu caio com tudo no chão. - Minha cabeça começa a girar e sinto uma tontura.

Não aguento mais.

Não aguento mais.

Eu me levanto e olho fundo em seus olhos, sempre me observando de um modo desprezível.

Murmuro repetidamente palavras estranhas que não fazem sentido para minha cabeça;

Continuo murmurando.

Murmurando

E murmurando.

Abro um largo sorriso. Meus olhos ardem em ódio. Continuo repetindo aquela maldição.

–O que ela está dizendo?! – Joana grita para todos ao seu redor – Olhando todos com sobrancelhas franzidas e olhos confusos.

–Ah querida Joana! Você saberá! –Eu grito mostrando os dentes. Levo minhas mão a altura do meu rosto e as empurro para frente, fazendo Joana ser jogada contra a parede e jogando um mar de pessoas para os lados.

Olhos arregalados de horror e expressões assustadas me encaram sem parar.

–Achou que iria parar por aí? Não, não, não meu amor. –Digo com malícia nos lábios. - Recito outras maldições e feitiços. Cada vez mais ela se contraí de dor.

–Agora, você vai pagar tudo o que você me fez.

Eu a jogo de um lado para o outro como se fosse um brinquedo.

–Sim minha amiga, nem sempre princesinhas caladas são rainhas disfarçadas. –Digo abrindo bem os olhos. Parece que acordo de um transe. Ergo a cabeça para o alto e meus olhos ficam completamente brancos. Eu desmaio.

Quando acordo estou em um lugar escuro, várias mulheres vestidas de preto e branco saem e entram do quarto. Tento me levantar mas uma forte dor na parte traseira da minha cabeça. Acabo caindo com tudo em meu travesseiro, o que deixa minha cabeça pior.

–Olá? –Pergunto a uma das moças, segurando seu braço. Ela me olha com uma cara tão apavorada, com tanto medo que largo seu braço no mesmo instante.

O que está acontecendo aqui? O que eu fiz? Começo a ficar preocupada. Será que eu dei algum surto daquele tipo? Será que...Eu machuquei alguém?! Eu...me lembro vagamente... Uma lembrança súbita me vem à mente. Um sorriso preenche cada canto do meu rosto. Hum...então eu a machuquei?

Bom...Muito bom...

Eu deveria me sentir mal?

Será que estou fazendo o certo?

Não importa, eu quero vê-la sofrer.

Quando eu vejo que todas as enfermeiras saíram do quarto, algumas por medo outras por ter mais coisas a fazer, eu me solto e corro em direção a porta.

A cada passo que dou uma pontada de dor atinge minha cabeça. Olho para os lados e vejo a antiga madeira que encobre todo o que eu acho ser um hospital. Algumas poucas luzes que vem do fogo me permite ver onde estou pisando. Mesmo que não tenha sido liberada eu tenho que sair.

Quando consigo atravessar a enorme porta de entrada corro para minha casa. Após vestir algo decente parto em direção ao centro da cidade. É claro que, conhecendo-a como eu conheço sei que ela irá fazer algo contra mim. Não gosto nem de pronunciar seu nome. Quando digo parece que cuspo palavras nojentas meladas com sangue e repulsa, se é que é possível. Sim, minha cabeça ainda doí muito, mas não posso voltar para aquele lugar. Vejo algo, a sombra de alguém talvez, ainda estava tonta após tudo que aconteceu. Eu vi essa figura entrando em um prédio grande, semicerro meus olhos para conseguir ler com todo aquele sol.

Igreja

O que ela pretende fazer? O que ela acha que sou? Realmente tenho que concordar com ela que nem eu sei bem dizer o que sou. Eu sigo em direção aquele lugar. Minhas pernas falham ao se depararem com a porta completamente esculpida em madeira escura. Anjos, santos e outras criaturas sagradas ou algo assim se mostravam claramente talhadas na porta. Deveria ter dado trabalho. Eu abro desesperadamente a porta, fazendo um alto estrondo. Novamente, vejo olhos verdes me fitando com se eu fosse uma criminosa, bem, talvez eu seja mesmo.

...

Continue correndo, continue correndo. Siga firme, não olhe para trás, não baixe a cabeça, tenha olhar firme, não trema, não tema. É praticamente impossível seguir meus próprios conselhos quando se está nesse estado. Eu os vi, sei o que são e o que querem. Mas agora parece que eu não sei mais quem eu mesma sou e o que eu quero... Por que não morrer de uma vez? Por que não se entregar? Orgulho? Sede por vingança?

....

–Eu daria de tudo para sair disso.

–Uma vez que se entra nisso, nunca mais se sai disso. Você sabe, sempre soube.

...

–Qual o seu problema?! Não vê que tudo está desmoronando e o primeiro a cair será você?! Talvez já esteja na hora de sair do seu conto de fadas.

...

–Não! Não! Não! Calma! Ninguém aqui vai te machucar! Fique parada se quiser sobreviver! Eu sei que pode parecer difícil e que está com medo mas é melhor parar de ser mexer! E já ouvi sim! Eles estão atrás de nós e se você parar de se mexer vai ajudar bastante!

Um grito rasga a noite.

–Já é....é tarde demais Lana.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim!
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