I am the monster escrita por Walker


Capítulo 2
Tem certeza que lhe contaram tudo, meu amigo?


Notas iniciais do capítulo

Bem meus amores, esse capítulo é um capítulo-memória, digamos assim. É pequeno porque realmente é apenas uma lembrança. Espero que gostem :)



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Eu estava apenas sentada, tentando fazer de minha existência algo mais produtivo. Olho para o teto e ouço som de sapatos ecoarem pelo chão de madeira. Saltos altos, não muito incomuns nessa época. Eles batem no chão com força. Essa pessoa não chega a correr, mas não caminha como uma pessoa que não quer nada, parece que está bem apressada. Meu coração quase para e minhas mãos gelam ao ouvir os passos pararem em frente a minha porta.

Não me movo, não respiro, tento fingir que não estou ali. Ouço uma batida frenética na porta. Minha respiração fica ofegante e meu estômago embrulha. Ouço um chute na porta. Dois. Três. A porta abre.

Agora eu lhe faço uma pergunta... Quem, em todas as pessoas que moram nessa cidade, quem para, com seus saltos em frente a minha porta?

A resposta já deve estar bem clara para você. Não vou explicar. A porta se abre e eu vejo sua silhueta parada contra a forte luz do corredor.

— Eu sei quem você é, o que você é e o que você fez. — A figura diz com seriedade.

— Mas o que eu...? — Digo me fingindo de confusa.

— Fique quieta. Eu sei tudo! Não é preciso falar nada, não gaste saliva com algo que eu farei, logo após sair daqui. Todos, eu repito, todos, vão saber o que você realmente é, ou o que se tornou.

Ela diz novamente, em um tom ameaçador. Um arrepio percorre minha espinha. Desde o pescoço até o quadril sinto percorrer, aquele gelado. Meu coração dispara, começa a bater como nunca bateu.

— O que você pretende fazer?! — Eu grito, com os olhos arregalados olhando fixamente para ela.

— Oh minha querida! É com isso que você se preocupa? — Diz com um tom sarcástico. — Já vai descobrir.

Eu volto a ouvir o som dos sapatos no chão de madeira. Aquele barulho faz meus focarem. Não ouço mais nada além do impacto da madeira na madeira. Não posso deixar que ela faça isso. Penso comigo mesma. Se deixar, minha vida nunca mais será a mesma. Eu preciso pará-la.

Corro pelos corredores com uma velocidade que nem eu mesma sabia que conseguiria alcançar um dia, mas, estava desesperada demais para me preocupar com isso. Meu cabelo castanho balança sobre minhas costas na trança que fiz. Correr, correr, correr. Só conseguia pensar nisso. Quando avisto aquele vestido verde e aquele cabelo loiro sempre impecável eu disparo. Agarro seu ombro como se estivesse tentando arrancar algo que não sai. Ela grita e olha para mim, com seus olhos verdes confusos e sobrancelhas franzidas.

— Ah, é você. — Diz ela com um sorriso sarcástico. — Se me impedir é sua intenção... Saiba que, de jeito nenhum vai conseguir. Eu já sei sobre você. Nada, nada, nada vai me impedir! — Ela grita e sai correndo. Já estava ficando cansada de me fazer de palhaça correndo atrás dela.

— É a última vez. — Digo com um suspiro.

Volto a correr. Ela desce as escadas segurando a bainha do vestido. Claro, sempre com aquele maldito sorriso no rosto. Ela para quando vê a rua. Eu acabo freando bruscamente meu passo, empurrando-a na frente da rua. Eu sinceramente não quero descrever o que aconteceu a seguir. Mas vou confessar, foi ótimo vê-la sangrando, sofrendo. Aquele sangue, dor, desespero dela me fazia bem. Se eu me arrependi de tê-la empurrado? Não! Nunca irei me arrepender. O que ela pretendia fazer era imperdoável. Mas é claro, eu, a parei.


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Notas finais do capítulo

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