As garotas correram para a vila. Assim que chegaram, viram o caos. Pessoas mortas, gritando e correndo para todos os lados, casas pegando fogo e a feira já não existia. A vila estava sendo atacada por soldados de outro reino. A ruiva sendo uma criatura de várias feitiços, pode perceber, que os soldados não eram seres vivos, e sim, marionetes feitas de aço, controladas a distancia por um feiticeiro poderoso.

Sie viu duas marionetes arrombando a porta da livraria. Na mesma hora pensou em sua vó. Correu até lá ao mesmo tempo em que se transformava.
Antes que pudesse seguir a amiga, Mad ouviu um grito. Olhou para o lado e viu uma criança sendo atacada por um soldado. Não pensou duas vezes antes de correr para ampara-la. Pegou o elástico que prendia seu cabelo, transformando em uma bomba. Lançou no boneco, porém ela não explodiu. O guarda se virou para a fada que parou na hora. Kreuz que vinha atras, lançou um rugido congelando o soldado. Pulou em seu pescoço e apertou até quebrar, separando a cabeça do corpo. Apesar de pequeno, o dragão era bem forte e sabia que separando o corpo, o feitiço não teria efeito.
Toda confusão que os dois criaram acabou chamando a atenção de mais cinco soldados. A fada pegou algumas pedras e as transformou em bombas. Na mesma hora, sua ferida começou a doer e sangrar, talvez por correr demais, mas ela tentou ignorou. Desta vez os melhores amigos trabalharam juntos, enquanto o animal congelava os soldados. A menina jogava as bombas, que funcionaram perfeitamente.
Depois de derrotar todos, a ruiva aliviada, foi finalmente ajudar a criança que estava caída perto da porta de uma casa. Seu alivio acabou quando a viu morta. Cobriu a boca tentando conter a vontade de vomitar, e olhou para a vila novamente. Lagrimas começaram a escorrer pela sua face.
De repente sentiu seu braço sendo puxando para dentro da casa. Primeiro olhou o interior do lugar. Estava tudo revirado, com sangue nas paredes e alguns moveis queimados. Naquela hora, seus olhos já não escorriam mais. Novamente, seu braço foi pressionado. Desta vez, focou em quem apertava. Um menino mais alto que ela, de cabelos lisos e negros, mas com as pontas enroladas, e olhos igualmente escuros. Ele usava roupas simples, uma blusa branca e casaco preto com calça jens.

– Se você quiser viver, cala a boca e vem comigo - Disse com a expressão seria e em voz baixa.

Dito isso, começou a puxar a fada até um alçapão.

– Espere! - Disse a garota, puxando a mão no sentido contrario ao do menino - eu preciso ajudar minha amiga.

– Não tenho tempo para isso, apenas pensei em ajudar porque você estava perto - falou o garoto já sem paciêcia - Mas olha, se quer ficar e morrer, o problema é seu - finalizou abrindo a porta.

– Não! Por favor, me ajuda - Suplicou a ruiva - Tem muitos soldados lá fora.

– Você não é uma fada? Não usa magia? Consegue se virar sozinha.

– Eu não sei usar magia - Confessou com vergonha. - A única que eu sei ainda não funciona muito bem.

O moreno parou e analisou a fada, pensando no assunto.

– Vou me arrepender depois - Concluiu.

– Muito obrigada! - Sorriu

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Sie correu o mais rápido que pode para livraria. Entrou e viu boa parte dela em chamas. Duas marionetes que estavam lá viraram para olhar a recém-chegada. A menina vasculhou rapidamente o lugar em busca de sua vó. Nada.

Tomada pela raiva, a garota já transfomada avança em direção as marionetes, usando as garras e dentes para despedaçar. Destruiu os dois facilmente, porém outros começaram a surgir por todos os lados. Por mais que lutasse, mais apareciam. Começou a ficar cansada, sendo machucada várias vezes, mesmo sendo só arranhões. Já estava quase desistindo, quando percebeu que o fogo se mexer de maneira estranha, derrotando todos os inimigos. Voltou a forma humana na mesma hora que o último soldado caiu. Viu de maneira embaçada uma pessoa se aproximando. Essa mesma a pegou no colo. Sie não tinha mais forças para lutar, usou magia demais e muito rápido. Acabou inconsciente.

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Depois de salvarem Sie, a ruiva e o garoto (que ela ainda desconhecia o nome), finalmente desceram pelo alçapão, que levava a um túnel, iluminado apenas por poucas tochas, sujo e úmido.
Mad achou que seria difícil derrotar o inimigo, mas seu novo companheiro era forte, sabia usar magia em níveis avançado. De certa forma a menina estava meio inquieta, não sabia se podia confiar naquele homem. Por hora, ela o acompanharia, uma vez que ele tinha ajudado sua amiga. Encarou a garota inconsciente, deitada sobre as costas do menino que mantinha o rosto sem expressão.

– Não se preucupe, ela só está cansada - Deu um pequeno pulo ao ouvir a voz seria e rouca do menino, como se estivesse lendo sua mente.

– Espero. Então, você ainda não me disse seu nome. Eu sou Madchen, mas pode me chamar de Mad, e esse Kreuz. Qual seu nome? - Perguntou meio constrangida. Ainda não se sentia a vontade perto dele.

– Fluch Mittel.

– Isso parece nome de jogo - Dessa vez os dois se assustaram ao ouvirem um riso contido.

– Sie, você acordou.

– Se já acordo, pode andar - Dito isso o mago a soltou, deixando-a cair no chão.

– E eu achando que o nome da Mad era estranho, mas Fluch é demais. - Riu a gorata já de pé.

O moreno a olhou como se tentasse mata-la, percebeu que já se arrependera de ajudar. Virou e continuou andando.

– Aonde vai? - Questionou a loira.

– Sair daqui. Ou acha que vou ficar aqui aguentando vocês, sem contar que os soldados ainda estão lá.

Na mesma hora Sie sofreu um choque de realidade. Tinha desmaiado antes mesmo de encontrar sua vó.

– Ela provavelmente esta morta. Aquela livraria virou pó, igual toda a vila. - Mais uma vez ele pareceu ler a mente.

Seus olhos começaram a tranbordar lagrimas. Olhou para a amiga buscando algum traço de que era uma brincadeira, mas ela simplismente abaixou a cabeça com os olhos também marejados. Sentia-se triste pela amiga. Jamais imagimnaria perder seu dragãozinho. Nunca pensou muito em seu pai já que não eram próximos.

– Eu sinto muito. - Abraçou a amiga, proucurando conforta-la.

Continuaram andando. Foi uma longa e silenciosa caminhada, até chegar a um outro alçapão. Esse estranhamente saia pelo tronco de uma arvore no meio da floresta. Saindo, perceberam que já era noite. Como estavam cansados, se sentaram no chão, pensando no que fariam a seguir.
Kreuz percebeu a tensão das meninas, até Fluch percebera. O moreno sabia o que fazer. Esticou o braço e abriu a mão, chamando a atenção das garotas. Citou algumas palavras, luzes pequenas brotaram de sua mão, iluminando tudo ao redor dos quatro. Mad nunca tinha visto uma magia tão bonita. De alguma forma, com só isso, já sentia-se mais feliz. Olhou para a loira, e viu que ela sorria. Depois, para o animalzinho que tentava pegar os brilhos com a boca. E por fim, para o moreno que tinha um resquicio do que julgou ser um sorriso. Sorriu também.