– Sophia, volta aqui!

A pequena corria com seus tênis luminoso pelos corredores do Hospital.

Era uma menina esperta, geniosa, iluminada.

Allison corria atrás dela, alguns passos atrás.

– Eu já vou chegar mamãe! Eu já cheguei, mamãe! – ela gritava vitoriosa ao entrar na sala de diagnósticos.

Sua filha adorava fazer apostas. Havia aprendido com seu pai a arte de medir os prós e os contras, avaliar os riscos e propor desafios.

...

Há três anos atrás, quando ela nasceu, Cameron havia passado pela maior provação de sua vida – desistir do homem que amava... que sempre amou. Já não tinha esperanças de tê-lo em sua vida, quando ele entrou naquele quarto de hospital com uma rosa roubada do jardim e um pedido – “Deixa eu começar de novo. Me dá uma chance de fazer as coisas certas dessa vez. Eu não quero mais ser sozinho”.

Ela apostou tudo naquele sentimento. Não mediu os contras, estava disposta a arriscar, não importava as conseqüências. Se estivessem juntos – eles três – poderiam enfrentar qualquer coisa.

Viver com ele era fazer uma descoberta todo dia. Uma mania, um defeito, uma qualidade. Eles se completavam de uma forma única. Singular.

Quando Cuddy e Wilson decidiram se casar, ele receou que ela lhe cobrasse a mesma atitude. Ela o surpreendeu demonstrando o quanto a vida que eles levavam a fazia feliz... do jeitinho que era... Sem tirar, nem por.

House aprendia com ela a ser mais flexível, mais carinhoso – ainda que só demonstrasse este seu lado quando na companhia dela ou de Sophia. Ele havia surpreendido todo mundo transformando-se num pai maravilhoso.

Chase havia mudado para Austrália. Decidiu estudar e aceitar uma proposta de emprego em seu país. Mantinha contato esporadicamente para saber da menina. House nunca questionara essa aproximação... ele conseguia ser grato à ele.

Ele era um homem completo pela primeira vez na vida.

...

– Háa! Eu peguei vc! – House carregou a filha nos braços e a suspendeu no ar.

Cameron juntou-se a eles num abraço em família. Sophia escorregou dos braços dele e correu para a sala do pai, adorava os joguinhos que ele guardava lá.

Aquela era sua menina.

Em seus braços ele beijou a sua mulher.

Seus dois amores, suas duas paixões.

FIM