Quando Cameron chegou em casa suas lágrimas já haviam secado. Encontrou Chase na cozinha, preparando o jantar.

– Senta... eu já vou servir.

Ela sorriu agradecida e refletiu se contaria antes ou depois. Decidiu esperar.

Comeram em silencio a maior parte do tempo. Cameron tirou a mesa e lavou os pratos, depois juntou-se a ele que assistia TV no sofá.

– Chase... tem uma coisa que quero que vc saiba.

Ele olhou pra ela.

– O que?

– Espera um pouco.

Levantou-se, foi até o quarto e buscou o exame dentro da bolsa. Sem dizer nada, ela entregou a ele. Observou atenta as reações que ele fazia enquanto lia. Chase esboçou um pequeno sorriso... mas uma pergunta continuava sem resposta dentro dele. Era preciso confrontá-la.

– Cameron, vc...?

– Sim! Vamos ter um bebe. – ela se adiantou.

Ele manteve o sorriso por mais tempo desta vez e a abraçou.

– Tudo vai dar certo.... seremos uma família. Nada vai nos separar.

Ela o apertou com mais força e engoliu o nó que lhe apertava a garganta.

...

A casa dele estava escura... uma garrafa pela metade estava em cima da mesa. Junto dela, um vidro de vicodin jazia aberto com algumas pílulas espalhadas pelo móvel e pelo chão. House estava abandonado no sofá. Mantinha os olhos fechados e o telefone nas mãos.

Respirou fundo e abriu os olhos. O teto girava. Sua cabeça latejava. Ele não conseguia parar de pensar. Queria que ‘ela’ se calasse... queria não ouvir mais aquele mesmo dialogo repetidas vezes. ‘É meu?’... ‘não’...

Não era dele. E saber disso lhe atormentava mais do que ele jamais imaginou.

Ele nunca quis ter filhos. Não seria um bom pai... ele não havia nascido para se prender a alguém assim. No entanto, era como se sua ponte de salvação tivesse se quebrado, retirando dele qualquer esperança de ser diferente.

Discou.

[...]