Chase encontrou Cameron saindo do banheiro feminino.

– Por favor, não diga nada... Apenas me leva pra casa. – Ela implorou. Seus olhos marejados não deram espaço para retóricas.

O caminho de volta pra casa foi silencioso. Ele dirigia concentrado, olhando para a frente. Evitava o olhar dela, assim como ela o dele. Ambos se permitiram chegar em casa calados. Somente pensamentos agitavam suas mentes e uma estranha cortina cheia de tensão e desconforto parecia lhes separar.

Ela tomou um banho, e quando entrou no quarto, já vestida em roupas folgadas, ele a esperava sentado na cama.

– Precisamos conversar... vc sabe...

– Por favor, não hoje.

– Não podemos continuar assim, Allison. Eu sou seu marido, mesmo que vc pareça não gostar muito disso. Vc está vendo isso – ele suspendeu sua mão esquerda na frente dela – é o sinal do nosso compromisso... SEU compromisso, COMIGO! Por favor – ele disse baixinho – me deixa tentar fazer as coisas certas...

Ela não conseguia mais suportar. Ver Chase sofrendo e tentando de todo modo ser feliz com ela, enquanto tudo que ela fazia era retribuir com desprezo e traição, fizeram suas lágrimas escorrerem sem controle pelo rosto. A culpa finalmente lhe atingia.

Culpa por não conseguir ser feliz com ele.

– Me desculpa... me desculpa.... – ela dizia entre soluços, abraçando-o com força.

Ele a consolou sem dizer nada. Esperou que ela se acalmasse para mais uma vez pedir. – Não deixe o House estragar tudo... eu posso te fazer feliz... eu sei que posso!

Ele a beijou na testa primeiro e depois de vê-la consentir, na boca. Ela passou a noite nos braços dele, mas só dormiu quando o cansaço a abateu e as lágrimas secaram.

Ela queria poder construir uma vida com ele... queria apagar o passado e começar de novo. Mas alguma coisa dentro dela dizia que já era tarde demais. As coisas nunca mais seriam as mesmas.

...

Manhã seguinte, no hospital.

Cameron tentou ignorar os cochichos que corriam nos corredores atrás dela a cada passo seu.

Foi direto ao laboratório. Tinha uma coisa que ela precisava fazer e não dava mais para adiar.

Recolheu uma amostra do seu próprio sangue e esperou. Esperou e rezou para que seus temores estivessem errados.

[...]