My Old Man escrita por WeekendWarrior


Capítulo 3
I Wanna Be Here


Notas iniciais do capítulo

Oi. Bom, eu sei tô perdida nos dias...
Mas tá aí, mais um cap. xoxo



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Eu entrei no meu quarto de hotel com as pernas meio bambas, eu mal o conhecia, mas tinha quase certeza que nada aconteceria, quase

Ele poderia ser muito bem um maníaco ou coisa do tipo, esses pensamentos passaram pela minha mente quase que instantaneamente, um flash muito rápido, mas não estava com medo, muito pelo contrário.

Virei-me para observar Jim que estava perto da porta, agora fechada. Olhava-me de uma maneira delicada, mas também muito ardente, como se ele quisesse dizer você é gostosa, porém é uma donzela. ‘’Mal o conheço’’ ecoou novamente em minha mente.

Dei um sorriso amarelo pra ele, dizendo:

— Você está com minha chave... – abri minha palma da mão para que me devolvesse a chave.

Soou como se eu o estivesse mandando embora dali, será que estava?

— Quanto tempo você irá ficar, Lana? – soava sério, nem parecia o homem que eu havia beijado a instantes atrás.

Ele meio que ignorou o meu pedido anterior, não importei-me com isso.

— Bom, acho que mais duas semanas. Por quê?

Ele se aproximou de mim lentamente, mas me pareceu menos de um segundo. Ignorando a minha segunda pergunta, não liguei. 

O homem estava muito perto, mas não me tocava, que tortura! Fitava meus olhos, nariz e boca como se fossem uma obra-prima, depois deslocava o olhar para os meus seios e quadris. Acho que aquilo também o torturava, pois ele não aguentou e puxou meu quadril para si fazendo-nos colar os corpos quentes, que encaixavam perfeitamente. 

Jim não me beijou, tirou os cabelos de meu ombro e pendeu levemente minha cabeça para o lado, para poder depositar beijos macios e quentes no meu pescoço, às vezes passando a língua, me entorpecendo, me fazendo baixar a guarda. Por fim encontrou minha boca, já ansiosa pela dele. Explorava todo meu corpo sem pudor nenhum, enquanto sua língua fazia magias enrolada a minha. Do nada ele rompeu aquele beijo magnífico. O maldito viu a angustia em meu olhar, já sabia que estava levada por ele.

— Sua chave. – disse me entregando a chave prateada – Boa noite, Lana. – fechou a porta atrás de si.

Não consegui emitir um som sequer, meu Deus. Fiquei pensando no que havia acontecido a poucos segundos atrás, meu coração ainda batia muito forte e a pouca fome que eu tinha já havia desaparecido.

Fui tomar um banho e tentar esquecer aquilo, pois não se repetiria de novo, não deixaria me levar por isso, por aquele homem de semblante misterioso e tão charmoso, estou ficando doente. Não deveria nem ter vindo para esse lugar e atrapalhar meus amigos, devia ter cancelado a passagem a dois meses atrás quando éramos um grupo de quatro e não três, na época eu namorava Paul e ele viria comigo, mas terminamos fazia quase um mês, me deixou por outra, uma autoritária e arrogante, aposto que ele amou isso. Stefani implorou para que eu viesse, seria legal e tudo mais, que não os incomodaria minha presença, acho que estava mais incomodada comigo mesma. Bufei.

Se bem que eu não estava me sentindo arrependida de nada.


 

Manhã seguinte

Decidi que não entraria em contato com Jim, mesmo que ele viesse dirigir a palavra a mim, eu não aceitaria quaisquer que fossem seus pedidos, nenhum deles. Se ele estivesse no café da manhã o ignoraria e faria de conta que ontem não aconteceu nada demais, mas não acontecera mesmo.

Desci para o saguão, logo virando a esquerda e entrei no restaurante onde todos se serviam, eram 8:40 da manhã, e milagrosamente Stefani e Taylor já estavam a minha espera na mesa. Corri meu olhar pelo salão um pouco cheio e o avistei, estava um pouco perto da minha mesa, sentado com outros homens, todos vestidos formalmente, isso realmente era estranho, enquanto eu usava um vestido longo levíssimo e uma rasteira. Fiz de conta que não o vi e sentei de costas para ele e seus colegas, de trabalho talvez?

— Bom dia casal de pombinhos e obrigada pelo bolo de ontem – brinquei sorrindo.

— Amiga, desculpe-me! Tudo culpa minha, não devia ter comido os mariscos e... Bom, eu sei que você está sozinha aqui, mas a dois meses atrás Paul viria com você não é… – ela não terminou a frase.

Eu somente a fitei, não disse nada, Stefani percebeu o erro contido naquelas palavras e se arrependeu no mesmo instante, tarde demais.

— Mas ela não parecia estar tão sozinha assim ontem, não é Laninha!? – falou Taylor em tom de brincadeira.

— O que? Não tô sabendo disso não. – riu Stefani me encarando.

Fiz cara de quem não sabe de nada, mas os dois me pressionaram com os olhares e depois olharam para o homem na mesa a alguns metros de nós.

— Ele só me fez companhia. E ele é muito gentil. – Meu Deus! Ele não é só gentil, ele é muito mais. Guardei essas palavras pra mim – Nada demais, tá bom?

— Amiga, qual o problema de você ter um flerte de verão, hein?

— O problema é que eu não quero... – esse ‘’não quero’’ me soou tão falso.

— Tudo bem, tudo bem! Isso você resolve, Lana! Agora vamos tomar o café da amanhã porque estou morrendo de fome. – disse Taylor nos fazendo rir.

Tentei prestar atenção ao máximo nas palhaçadas de Taylor e rir mais alto do que Stefani, para que Jim visse que o que acontecera ontem à noite já não existia mais, bom, poderia soar estúpido, mas acho que estava funcionando.

— Lana... ­– disse Taylor chamando-me.

— Oi – cruzei as mãos sobre a mesa.

— O que você fez para aquele pobre homem? – juntei as sobrancelhas.

— Se refere ao Jim? – perguntei serena.

— Hum! Jim, é? – Stefani brincou.

— Sim – dei um olhar sério para eles – Qual o problema?

— Ele parece querer te matar, suas costas não doem? Ele parece fuzilá-la.

Soltei um uma gargalhada.

— Ele acha que toda mulher será submissa a ele, não eu.

Dizendo isso vi o olhar de meus amigos em algo atrás de mim e quando vi, Jim havia passado do meu lado e se dirigido para fora do restaurante, será que ele teria ouvido? Mordi meu lábio inferior me arrependendo de ter falado aquilo, tarde demais Lana bocuda.


 

O resto da manhã se passou e a tarde também, mas nenhum sinal de Jim, nem no hotel, nem na praia. Eu ficava procurando por ele nos locais e nem percebia.

Estava anoitecendo e nada de Jim. Decidi tomar um banho de mar perto dos rochedos que vi hoje mais cedo, aposto que estaria um tanto vazio lá agora, coloquei meu biquíni preto, peguei minha toalha e me dirigi ao local, pensei em chamar Stefani e Taylor, melhor não.

Chegando lá estendi minha toalha sobre uma pedra e tentei aproveitar ao máximo dos últimos resquícios do sol, fiquei sentada admirando tanta grandeza. Ouço passos atrás de mim, nem me preocupo, deve ser algum banhista isolado como eu.

Então uma voz que não reconheci soou:

— Boa noite, donzela solitária.

Um homem alto, loiro, de aparência agradável, mas de semblante, como posso dizer, desgostoso cumprimentou-me. Ele parecia ser o típico homem rico britânico que devia se casar com cinco mulheres ao decorrer de sua vida, mas nenhuma delas seria boa o bastante.

— Boa noite – fui seca.

Não podia ver muito bem, pois estava anoitecendo, mas ele se sentou ao meu lado na grande pedra e puder ver seu rosto, estava com Jim hoje mais cedo na mesa do café da manhã.

— Sou Ryan Gosling – estendeu a mão para mim, nos cumprimentamos.

Não fiz questão de dizer-lhe meu nome, somente sorri, um sorriso não muito simpático, mas ele não se intimidou.

— Deve se chamar Lana, não é?

Como ele sabia meu nome? Será que Jim havia comentado sobre mim para ele? Uma pontada de raiva cresceu em meu peito.

— Sim, por quê?

— Nada não. – ele fitou a imensidão do mar.

Eu ia me levantar para sair dali, mas ele segurou meu pulso me dando um susto.

— O que acha de jantar comigo hoje? – falou sorrindo malicioso.

— Não, muito obrigada – falei rapidamente.

— Mas se seu namoradinho pedisse você logo iria, não? – estava ele se referindo a Jim?

— Isso não é da sua conta Sr. Gosling.

— Ryan, por favor.  – ele suspirou, como se estivesse falando com uma criança birrenta, isso me incomodou –  Bom, já vi que não apreciou minha presença, melhor que eu saia, não?

Nem fiz menção de dirigir a ele a palavra. Somente o encarei, fazendo com que ele se tocasse, homem tosco.

Não fiz questão de olhá-lo indo embora, mas escutei uma voz que me soou familiar, era a de Jim, então olhei para trás e lá estava ele. Falava com o tal loiro tosco, trocavam palavras e vi o Ryan fazer um sinal negativo com o polegar. Não acredito, ele estava me testando. Comprimi meus olhos e mordi meu lábio inferior.

Escutei passos atrás de mim, obviamente seria Jim, estava pronta para colocá-lo em seu lugar.

— Lana... – disse roucamente e um arrepio correu por todo meu corpo.

— O que você quer? – me levantei, expondo meu corpo coberto somente pelo biquíni. Ele me encarou descaradamente.

Pude ver que o homem fez uma feição intrigada pelos poucos resquícios de luz daquele local.

— Quero passar o máximo de tempo possível com você, Lana.

Proferiu serenamente, fazendo-me quase perder os sentidos.

— Não sei se deveria. Vai mandar um por um dos seus amigos me testarem? Melhor você ir embora – me arrependi de ter colocado meu orgulho em modo On.

— Se não quiser passar seus dias aqui comigo... tudo bem. – sorriu-me cinicamente e virou-se.

Uma pontada de desespero me abateu, se eu não o chamasse agora, não teria forças para fazê-lo depois, teria partido mesmo. Ele caminhava com firmeza, não olharia para trás.

— Jim... – disse quase num sussurro, ele parou, mas não olhou pra trás – Quero passar meus dias aqui com você também.

Arranquei força de onde não tinha para pronunciar aquelas palavras.

Jim se virou e me encarou, abriu os braços para que eu fosse até ele, o abracei sentindo o peito desnudo e muito quente próximo ao meu, me aconcheguei o máximo que pude, me afastou fazendo-me encará-lo. Então sorri, sorri de verdade e ele retribuiu.

— Sorria de novo pra mim, Lana. Minha Lana. ­

Minha Lana. Meu coração veio na garganta e voltou, eu era só alegria. Tá bom, eu sei que logo após o término da minha estadia nas Canárias tudo acabaria, então aproveitaria ao máximo de tudo isso. Tudo mesmo. De tudo que ele poderia me oferecer.

Assim eu fiz. Sorri para meu Jim, meu homem.

— Mas espere, o que você vai fazer com meu sorriso? Hein? – sorri ainda mais.

— Vou guardar todos seus sorrisos num álbum e nos meus dias mais tristes irei abri-lo e me lembrar de você. Minha Lana.

 


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Notas finais do capítulo