Amour

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Itachi&Sakura&Sasuke

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Conheci Itachi na faculdade, ele era meu veterano, e sempre conversávamos quando dava. Íamos para bares juntos, almoçávamos no refeitório da universidade, e, às vezes, assistíamos a filmes em meu quarto. Tínhamos uma conexão incrível, conseguíamos nos expressar com poucas palavras, apreciávamos a companhia um do outro, e, depois de um tempo, nos apaixonamos.

Ele era e é o meu melhor amigo, sempre dividia meus medos e pesares com ele, ao ponto em que ele me conhecia melhor do que eu mesma e vice-versa. Namoramos por um bom tempo, até que, um belo dia, finalmente fui apresentada a sua família.

Me lembro bem daquele dia, pois ficou marcado para sempre em minha memória. Era um dia frio, de inverno, e os pais de Itachi moravam justamente em uma área montanhosa, no interior do Estado. Eu estava nervosa, afinal era a primeira vez que seria apresentada para a família de alguém.

Itachi era de uma família classe média alta, quase ricos, e tinham uma vida boa. Me trataram muito bem, a mãe dele era um anjo e, o pai, muito educado. Tudo ia bem, até o momento em que o irmão mais novo de Itachi apareceu.

Ele era muito parecido com meu namorado, apesar de ter os cabelos e olhos mais escuros; Itachi também era um pouco mais alto, e tinha o semblante mais marcante, enquanto Sasuke tinha um rosto esculpido, calmo e recatado. Ele era absolutamente lindo. E, conforme conversamos, descobri que também era uma pessoa maravilhosa. Tínhamos muito em comum, nós três. Conversamos por horas a fio, até nossas cabeças pesarem com sono.

Quando fomos embora, no domingo à noite, prometemos que sairíamos um dia para tomar alguma coisa. A partir daí, Sasuke era uma constante em meus pensamentos.

Eu dormia e sonhava com os dois, em nós três juntos, vivendo debaixo do mesmo teto. Nos imaginava com uma família, assistindo filmes juntos e comendo pipoca. Quando acordava, me crucificava, pensando no quão errado aquilo era.

Ele é irmão de meu namorado, pensava. Isso nunca poderia acontecer.

Passaram-se dias, semanas, e eu não conseguia passar sem pensar nele, e a cada dia me sentia mais perdida, além de me achar uma louca. No entanto, não conseguia parar de pensar.

Quando finalmente não aguentei mais, resolvi me abrir com Itachi. Nós éramos amigos, e podíamos contar um com o outro para o que quer que fosse.

- Itachi, acho que estou apaixonada por Sasuke. – eu disse, vendo seus olhos arregalarem por um momento, antes que me encarasse confuso.

- Como? Você só o viu uma vez. – respondeu, e eu concordei. Só tinha o visto uma vez, mas era suficiente, não era? Afinal, lá eu estava, apaixonada e sonhando.

- Não sei. Eu penso nele, penso em você... penso em nós, juntos. Eu ainda te amo, quero ficar com você para sempre, mas estou apaixonada por ele também.

Ficamos em silêncio, e aquele foi o tempo mais longo em que ficamos sem nos falar. Ele pensou, mastigou a ideia, até que, por fim, me olhou.

- Eu te amo muito, Sakura. Você é, definitivamente, o amor de minha vida. Por isso, estou disposto a ficar com você, não importa a forma ou com quem.

Eu me senti feliz. Nos abraçamos, fizemos amor. E decidimos que iriamos marcar o encontro com Sasuke, para que eu pudesse me declarar e ver o que iria acontecer.

O dia chegou, eu estava nervosa e ansiosa, mas o fiz.

- Eu gosto de você, Sasuke. Fique conosco. – eu tinha ensaiado aquilo várias vezes, mas quando as palavras deixaram a minha boca, pareciam envenenadas.

O que estou fazendo?, era o que martelava em minha cabeça. Sasuke olhava de mim, para seu irmão, sem entender como ele estava tão de bem com aquilo.

Itachi, vendo a confusão do irmão, pediu para que eu me retirasse, assim ele poderia explicar melhor.

Nunca descobri o que Itachi disse a Sasuke, apesar de ter funcionado. Sasuke tinha aceitado, e assim comecei a namora-lo, ao mesmo tempo em que namorava Itachi.

No início, foi um pouco confuso e esquisito, eu me sentia mal e uma pecadora, além de gananciosa, por ter dois homens só para mim, enquanto algumas mal tinham um.

Contudo, ao mesmo tempo em que me sentia assim, eu estava impossibilitada de deixá-los ir. Eles eram meus namorados, meus amores. E então, escondia meus pensamentos.

Com o passar do tempo, nossa relação se estabilizou. Fazíamos as coisas juntos, íamos ao cinema, restaurantes, parques. Dormíamos na mesma cama, apesar de não fazermos sexo juntos – era algo que tínhamos combinado, já que eram irmãos. Ninguém sabia dessa nossa relação, a não ser nós três, o que tornava tudo mais especial.

Estava tudo indo muito bem, até o dia em que a família deles descobriu. Ficaram transtornados, dizendo no quão errado aquilo era. Brigamos ao ponto de eu ser expulsa da casa deles, enquanto a mãe deles, Mikoto, me chamava de vadia.

Talvez eu fosse mesmo, afinal. Mas e daí? Eu os amava, nos respeitávamos e cuidávamos uns dos outros. Isso não era o bastante em uma relação? Eu não entendia o porquê de todos condenarem aquilo que nós tínhamos.

Por fim, continuei sem entender.

Continuei com os dois, apesar de nunca mais ter pisado na casa de seus pais.

Continuei os amando, e eles a mim.

O resto? Eu não me importava.

Aprendi a parar de achar que era louca. Aprendi a parar de achar que aquilo era errado. E, dessa forma, continuei com os homens da minha vida. Feliz, satisfeita e completa.