P.O.V. Ethan
– O que você disse? – eu perguntei um tanto já irritado com a situação
– Que iremos fazer uma seleção – eu pai respondeu eu somente acho que ele não percebeu o quanto isso me incomodou
– Eu me recuso!
– O que? – perguntou meu pai indignado
– Eu disse que eu me recuso a fazer isso – eu repeti em alto e bom som – para quê, para fazer o povo de bobo, criar somente mais uma distração, só porque esses rebeldes voltaram a nos atacar? Se esquecerem de que eu também tenho que concordar com isso? As seleções foram abolidas a mais de 40 anos e vocês querem voltar com isso?! – eu continuei
– Você não tem que concordar! Você tem que entender que precisamos fazer o que seja melhor para o nosso país e nesse momento essa é a melhor opção – ele contra atacou
– Aaaah... Então o melhor para o país é acabar com minha vida e felicidade? É isso?
– Ache o que quiser, a seleção será feita e ponto final – dito isso ele saiu do meu quarto seguido pela minha mãe e bateu a porta.
Ótimo. Minha vida foi destruída em questão de cinco minutos, como isso é possível? E ainda o pior é que ao fim disso tudo eu teria que me casar com alguém, alguém que eu nem ao menos conheço, ok... eu acabaria por conhecer as meninas já que elas estariam andando pelos corredores do palácio em menos de um mês. Isso não poderia estar acontecendo comigo, pelo menos não comigo.
Meu dia que, até então, estava sendo perfeito com uma súbita notícia se tornou um inferno, resolvi sair um pouco, talvez um ar fresco me caia bem, me levantei pus a primeira roupa que vi e saí em direção aos estábulos do palácio, por algum motivo eu gostava de cavalgar, eu me sentia bem, mas acho que gostar disso foi mais uma escolha minha. Ao chegar lá avistei Ane, uma amiga minha de infância, ela não morava no palácio, mas ela é filha de uma de minhas professoras e acabou por, um dia, aparecer por aqui e se tornar minha amiga.
– Oi Ethan – ela me cumprimentou calorosamente
– Oi...
– O que aconteceu? Você está meio desanimado, nunca te vi assim?
– É uma longa história...
– Me conta, tenho tempo de sobra – ela pediu entusiasmada.
– Ok...
Depois de uns seis a sete minutos de explicações eu já havia contado toda a história a Ane e, ao meu ponto de vista, ficou tão indignado com essa história quanto eu, não é que eu não quisesse conhecer as pessoas ou fosse antissocial, longe disso, a única coisa que eu não queria era ter que me casar depois disso tudo, com isso eu quero dizer, eu tenho apenas quinze anos, irei completar dezesseis em dois dias, mas isso não importava eu era muito novo para isso, eu queria viver um pouco mais a vida antes de, ao menos, pensar nisso.
– O que você vai fazer? – Perguntou a morena ao meu lado – digo quanto a isso tudo, a seleção e tudo o mais...
– Ceder ao meu pai... – eu respondi suspirando
– Como assim? Você nunca foi uma pessoa que sede as vontades de alguém tão facilmente.
– É, mas... É que eu até entendo um pouco meu pai, quer dizer isso é o melhor para o povo.
– Então vai ser assim? Você vai deixar que um bando de meninas invadam sua casa e roubem seu pouco tempo que tem para passar comigo? – ela perguntou um pouco brava
– Pera aí... Isso é ciúme?
– Não, não é!
– Claro que é...
– Claro que não Ethan! Deixa de ser besta! – e com isso ela saiu pisando forte e me deixou lá parado olhando pro nada, o que foi que eu fiz?