O inferno de Jill escrita por BlueDaze


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

E aqui está o resultado de muita dedicação e foco em meu despretensioso curso de HTML! XD

Era para essa história ser uma One-Shot, mas ia ser uma One meio confusa, então eu resolvi dividir um pouco. E a medida em que reorganizo as ideias, eu vou postando aqui. Desse modo, virou uma Short Fic, e apesar de eu ainda tá reescrevendo algumas coisas, acho que não dá três capítulos, no máximo cinco. É algo bem descompromissado que já tava no papel há algum tempo e eu quis postar.

Essa história vai se intercalar entre alguns momentos do dia a dia de Jill após a morte de Wesker, e fragmentos de lembranças daquilo que passou enquanto esteve com ele, mas não vai se aprofundar muito. São só algumas coisas que passaram por minha mente.
Mas enfim, vou calar a boca aqui XD

Espero que gostem.

Música que me inspirou: youtu.be/ckOh86bm798



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“É como estar de volta... Ao sofrimento dos pesadelos, do engano e da dor.”

Na maioria das vezes era assim: Eu acordava, assustada, no meio da noite. Quase sempre estava quente o suficiente para eu suar em poucos minutos. Eu olhava para os cantos, para a escuridão, procurando alguma coisa por ali. Acredite em mim, eu não tinha medo da ausência de luz. Pior do que aquilo, era o excesso dela. Era o brilho branco e incessante de várias lâmpadas em cima de mim, me cegando, queimando, consumindo e devorando que me atormentava.

Chamas em palha.

Eu apertava meus pulsos contra os olhos, tentando fazê-los parar de arder, tentando colocar muros em minha visão, para bloquear aquela enxurrada de pensamentos, aquela barragem quebrada que era minha consciência, jorrando e jorrando lembranças de uma época que jamais seria esquecida.

Era tão estúpido, eu pensava... Tudo o que eu queria era seguir em frente.

Mas memórias vão e voltam sem parar.

Não posso dizer que me acostumei a isso. Não sei se um dia vou me acostumar.

Mas posso dizer que já aceito melhor isso tudo.

Só que... Não completamente.

O que me consola é que aquele homem tão perverso já estava bem, bem longe de mim. Ele não podia mais me fazer mal algum. Mas as vezes sinto como se ele ainda estivesse ao meu lado, com as mãos sobre meus ombros, a boca em meu ouvido, sussurrando coisas que eu não queria ouvir, ordenando males que eu não queria fazer.

Às vezes sinto que ainda estou presa dentro de mim, me enganando e iludindo, a dor da impotência sempre presente.

Porque quando fecho os olhos, todos aqueles anos voltam, todos aqueles momentos se repetem.

E nessas horas, eu sou apenas uma pedra, afundando no mar sombrio que era minha mente...

***

Eu estava com tanto medo.

Tanto tanto tanto tanto medo.

Não pensei em nada quando pulei em Wesker, foi apenas um impulso. Precisava detê-lo, proteger Chris, ele ia matar Chris.

“Faça alguma coisa, Jill!” Era o que minha mente gritava, o que meus neurônios mandavam para cada célula de meu corpo, o que meu coração bombeava para todos meus tecidos de órgãos e músculos e todo o meu ser.

E então nós apenas caímos.

E eu senti tudo girar e se quebrar e se torcer, e a voz de Chris, o som de Chris, me chamando, gritando, tentando me alcançar... Um amargo adeus, era aquilo?

Eu não sabia.

Eu estava tão assustada.

Foi tudo tão rápido, não estava entendendo nada.

Senti Wesker se contorcer sob os meus braços, enquanto caíamos, mas eu apenas o segurava pensando que ele nunca sairia dali, eu jamais iria soltá-lo.

Determinação e pavor me fizeram abraça-lo o máximo que podia, eu estava surda, com apenas o retumbar do meu coração batendo freneticamente contra o meu peito, ele batia e batia e batia e meu pulso estava tão rápido e era tão doloroso e angustiante e louco que pensei que fosse explodir. Eu apertei o meu rosto o máximo que consegui contra o corpo daquele homem, o segurei o mais forte que podia, minha respiração contra sua costa quente, como se ele fosse minha salvação, sendo na verdade, minha sentença. O mundo estava se distanciando de nós, enquanto eu me sentia uma criança com medo de apagar a luz.

Não lembro de nada depois.

Assim que meu corpo bateu contra o chão, eu perdi a consciência, é o que imagino.

E tudo se torceu em breu e silêncio. Se tivesse morrido naquele momento, não faria muita diferença.

Mas aqueles três anos que passei com ele valeram mais do que qualquer coisa, qualquer morte ou inferno que pudessem existir.

Sem voz, sem gestos, sem escolhas ou dignidade, todo o meu ser sendo esmagado enquanto o máximo que eu podia fazer era assistir, sentada, o quanto ele me destruía.

Um inferno na terra.

O meu inferno.

E sempre que conseguia, eu me perguntava quantos erros eu havia cometido para viver aquilo, quantos eu estava pagando e quantos ainda devia, para finalmente me livrar daquele fardo.

Quando aquele sadismo teria fim?

“Seja corajosa, Jill.” Era o que eu sussurrava sempre que podia.

No entanto, eu nunca me arrependi do que fiz.

Salvar a vida de Chris, nunca considerei isso um erro.

Ainda que eu pudesse ter voltado no tempo para aquele minuto exato em que corria para Wesker, enquanto sentia o mundo se despedaçar atrás de nós, ainda assim, eu faria a mesma coisa. Mas garantindo que tanto eu quando aquele filho da puta permaneceríamos mortos. Esse é meu único arrependimento, não ter o diabo dançando comigo naquela condenação.


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Notas finais do capítulo

Já disse que não sei quando vou postar as outras partes? -q

Espero que tenham apreciado essa introduçãozinha. Comentem e digam o que pensam, é algo importante para mim.
De qualquer forma, não tenho muito mais o que falar por hoje.

Até!

P.S.: Os capítulos vão sempre vir com uma frase em cima, que eu tirei de uma postagem no Tumblr, em que salvei o conteúdo, mas não o link. Eu vou dar um jeito de postar as imagens com as frases originais - Em inglês - aqui.
Foi um trabalho bom pra caramba, que eu acabei aproveitando.



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