Hello, I Love You escrita por Queen Of Peace


Capítulo 3
Madness


Notas iniciais do capítulo

weehooo, mais um capítulo!
bom, como eu já tenho alguns capítulos escritos, eu decidi que não vou ficar enrolando muito pra postar, vou deixar essa enrolação pra quando os caps prontos terminarem hehehe
mas como estou muito empolgada com a história, eu provavelmente não vou levar muito tempo pra postar. ENFIM
EU QUERIA MUITO AGRADECER A NanyHutcher PELA RECOMENDAÇÃO!!! Sério, você é um amor, e eu fiquei muito feliz por sua recomendação ♥
e o nome desse capítulo também é de uma música que eu amo demais, e quem quiser ouvir tá aqui o link https://www.youtube.com/watch?v=Ek0SgwWmF9w

ESPERO QUE GOSTEM!!!!!



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KATNISS

— Oi, mãe. Calma, sou eu, Katniss. — A morena caminhava pelo quarto e revirou os olhos ao ouvir a voz desesperada da mãe. Ela tinha trocado o número do seu celular há vinte minutos e sua mãe tinha entrado em desespero porque tinha ligado pra ela e só ouvia a mensagem automática dizendo que aquele número tinha sido desativado. — Mãe, dá pra você se acalmar? Eu apenas troquei meu número, e este é o novo. Então apague o antigo e salve esse, okay?

Sua mãe era uma pessoa difícil de se lidar. Talvez por estarem separadas as coisas fossem mais difíceis. As duas moraram sozinhas depois que seu pai as tinha abandonado pra viver com sua amante. As duas sempre foram muito juntas e apegadas, mas Katniss precisou sair de casa e se mudar pra Nova York por causa da faculdade, e sua mãe entrava em desespero se elas não se falassem ao menos três vezes ao dia. A garota não se importava, mas às vezes simplesmente não tinha o que dizer e sua mãe ficava chateada pensando que Katniss já não a amava como antes.

— Bom, você pode me ligar mais tarde, tudo bem? Não se esqueça, ligue pra este número. O outro eu desativei. Tudo bem, até mais tarde. Eu também te amo, mamãe.

O celular foi parar embaixo do travesseiro outra vez. Era mais por força do hábito do que por necessidade. Gale não tinha seu novo número então não teria como ligar pra ela. Katniss agora só precisava avisar seus amigos que tinha trocado de número e implorar pra que ninguém o passasse para Gale. Não queria ter o trabalho de trocar de número outra vez.

Rue chegaria em casa em breve, e provavelmente traria Enzo consigo. Os três acabariam comendo pizza e Katniss ficaria trancada no quarto enquanto a amiga e Enzo se divertiam no quarto. Se fosse antes, ela teria Gale ali. Mesmo que não conversassem muito no final de seu relacionamento, ele pelo menos lhe fazia companhia.

Seus olhos se encheram de lágrimas. Idiota! Idiota! De que serve ficar chorando por uma pessoa que só nos fez mal? Por mais que agora ele quisesse voltar com ela, nada apagaria o que ele já tinha lhe feito.

Secou os olhos, esperando que Rue não percebesse seu estado de espirito quando chegasse em casa. Será que poderia se trancar no quarto agora e simplesmente ignorar a amiga e o namorado quando eles chegassem? Não se sentia muito disposta a interagir naquele dia. Até mesmo o telefonema com a mãe tinha sido curto, e apenas o fizera porque era necessário.

Sua mãe sabia sobre Gale. Ele inclusive tinha conhecido o rapaz em uma de suas raras visitas. Os dois se deram super bem e naquela época Katniss pensava que ele era o homem certo pra ela. Pensava que os dois acabariam casados e felizes. Sua mãe provavelmente pensava o mesmo já que tinha deixado bem clara a sua decepção quando Kat lhe contou sobre o término. "Mas ele era um ótimo rapaz...", ela se lamentou, e Katniss não teve o trabalho de lhe corrigir. Nunca tinha contado as coisas que Gale tinha lhe feito nos últimos dias de seu relacionamento, e provavelmente nunca contaria. E também nunca tinha lhe contado o quanto estava sendo difícil pra ela encarar tudo aquilo. Se a mãe soubesse já teria mandado a filha desistir de tudo e voltar pra casa. Era assim que as coisas funcionavam pra sua mãe.

Deitou-se na cama, revivendo os momentos bons que tivera com Gale. Por mais dolorosa que fossem as lembranças, ela não conseguia esquecê-las. Talvez nunca se esquecesse. Podia se lembrar de um milhão de conversas que os dois tiveram e das inúmeras madrugadas que passaram juntos ao telefone, compartilhando histórias engraçadas e interessantes sobre suas vidas e fazendo planos pro futuro.

Quando terminaram, o mais difícil pra ela era o impacto de saber que nenhum daqueles planos se tornaria realidade. Os dois nunca fariam viagens pelo mundo enquanto ele gravava seu documentário e ela tirava foto de tudo. Eles nunca fariam um mochilão pela Europa ou acampariam juntos numa praia isolada. Nada do que tinham planejado jamais aconteceria. E mesmo agora, depois de meses de separação, aquilo ainda doía.

Quando deixaria de sentir-se triste por causa dele?

Deveria existir uma espécie de relógio interno no corpo das pessoas que uma hora despertasse e lhes dissesse que já era hora de esquecer alguém e deixar de sofrer por ela. Mas se esse tal relógio de fato existesse, o dela já estaria quebrado.

Gale tinha sido seu primeiro namorado. Pelo menos o primeiro namorado sério. E tinha sido seu primeiro amor. Rue costumava dizer - nas noites em que Katniss não conseguia dormir porque chorava demais pra conseguir pregar os olhos - que sempre era mais difícil se esquecer do primeiro amor, mas que logo Katniss seria capaz de pensar nele sem se sentir triste. "No fim serão apenas boas lembranças, Kat", era o que ela sempre dizia.

Ela não conseguia acreditar nisso, mas desejava que fosse verdade. Desejava que um dia, quando pensasse em Gale, ela não se sentisse triste e que seu coração não doesse daquela forma. Queria poder ser capaz de pensar nele e se lembrar apenas de todos os momentos bons que passaram juntos, mesmo que os últimos dias que viveram juntos tenham sido tão ruins que eram capazes de apagar os inúmeros momentos bons que tiveram.

Estava decidida a dormir quando ouviu a campainha. Será que Rue tinha esquecido suas chaves? Aquilo era extremamente anormal, já que a amiga detestava quando Kat esquecia suas chaves. Ela dizia que odiava o som da campainha.

Talvez fosse Enzo. Ele e Rue poderiam ter se desencontrado e ele deveria estar ali procurando por ela.

A morena saiu da cama, resmungando baixinho enquanto se arrastava pelo corredor em direção à sala, e depois à porta. Tentou melhorar um pouco sua expressão de descontentamente antes de abrir a porta. Se fosse Rue ali, não queria que a amiga percebesse que ela estava pra baixo.

Abriu a porta e arregalou os olhos de surpresa.

Não era Rue ali.

Nem Enzo.

Era Gale.

— Senti sua falta — ele disse, enquanto caminhava até Katniss e lhe dava um abraço apertado.


PEETA MELLARK

— Cara, por que você tá tão desligadão? — Jim cutucou Peeta com a baqueta já que o rapaz parecia estar tão chapado quanto o resto da banda.

Só que Peeta não estava chapado. Nem bêbado. Ele nem ao menos tinha tocado na cerveja que Finnick tinha colocado pra ele. Jim tinha sido o único a perceber como o amigo estava. Parecia distante e não prestava atenção em nada do que estava acontecendo ali. A banda discutia uma posível mudança na setlist do próximo show e Peeta não tinha dado nenhum pitaco até aquele momento.

O loiro deu um sorriso amarelo. De todos os caras da banda, Jim era o mais observador. Por mais que estivesse sempre extremamente chapado e/ou bêbado, ele sempre prestava atenção em tudo. Ele já deveria esperar que o colega de banda fosse reparar que ele não estava cem por cento presente naquela reunião.

— Acho que estou ficando chapado com toda essa fumaça que vocês produzem — ele brincou, arrancando uma risada de Jim. Pronto, por enquanto essa desculpa bastaria. Sabia que ele não voltaria a incomodá-lo com aquele assunto. Pelo menos não por umas duas horas.

Resolveu beber sua cerveja de uma vez antes que Finnick fosse o próximo a começar com o interrogatório. Sabia como ele conseguia ser inconveniente quando queria, e aquele não era um bom momento.

A verdade é que Peeta não conseguia parar de pensar em Katniss. A todo instante se perguntava o que ela estaria fazendo. Se estava pensando nele, se tinha gostado da noite de passaram juntos, se ela o achava um idiota por ter tentando beijá-la... Ele era mesmo um idiota, isso era verdade. Mas não queria que ela o visse dessa forma. Talvez devesse mantê-la afastada dos caras da banda porque eles provavelmente fariam com que ele parecesse um grande idiota.

— O que você acha de Madness, Peeta? — Finnick perguntou, tentando fazer com que o loiro entrasse na conversa. Peeta deu de ombros enquanto bebia sua cerveja, lembrando da melodia da música antes de responder.

— É uma música legal. Mas você acha que damos conta de tocá-la?

— Eu acredito que sim.

— Então por mim, ela está dentro.

E depois disso ele se esforçou pra continuar na conversa e não começar a devanear sobre Katniss e a noite que tiveram juntos. Eles mudaram quase toca a setlist, mas ele se recusou a deixar que tirassem There Is A Light That Never Goes Out da lista e sugeriu que incluíssem alguma música do The Cure em seu repertório. Jim gostou da ideia. Sabia que ele também era fã da banda, e logo os dois estavam animadamente discutindo quais seriam as melhores músicas pra eles tocarem.

***

Quando chegou em casa, encontrou seus pais sentados no sofá, esperando por ele. Sua mãe parecia aflita e seu pai, como sempre, tinha aquela expressão carrancuda. Ele caminhou devagar, cauteloso, como se estivesse a espera que seu pai saísse do sofá e pulasse pra cima dela. O que será que tinha acontecido pra que os dois estivessem ali daquele jeito? Ele tinha feito algo de errado? Mas depois de repassar mentalmente todos e qualquer acontecimento das últimas semanas, até mesmo os mais insignificante, Peeta concluiu que não tinha feito nada de tão grave que fosse digno de uma reunião familiar.

— Nós estávamos esperando por você, garoto. Sente-se. — Seu pai indicou a poltrona vazia e Peeta sentou-se ali, sentindo-se desconfortável.

— Aconteceu alguma coisa?

Sua mãe abriu a boca pra responder, mas seu pai a interrompeu.

— Aconteceu sim. Sua irresponsabilidade aconteceu. — O pai tinha um tom de voz grosseiro e mandão, mas o garoto já estava acostumado com aquilo. Recostou-se na poltrona, sabendo que aquela seria mais uma conversa "daquelas".

— Eu não vou mais tolerar esse seu comportamento. Você age como se fosse um moleque no colegial, mas você já é um homem, e deveria estar se formando pra ser alguém na vida. Mas ao invés disso você fica por aí com seus amiguinhos, tocando em garagens e achando que isso vai lhe dar algum futuro. Mas não vai. — O homem tomou folego, e uma veia lateja em sua teste conforme sua irritação crescia.

— Ou você volta pra faculdade e se forma, ou eu vou ser obrigado a te expulsar de casa. Se você quer viver sob meu teto, então vai ter que ser pelas minhas regras. E você sabe muito bem que só exijo uma coisa de você. Só quero que você termine sua faculdade, e arrume um bom emprego. Isso não vai te impedir de tocar com sua bandinha. Se não quiser isso, então você é livre pra sair de casa e viver sua vida como quiser.

— Não diga isso! — Sua mãe chorava agora, as mãos cobrindo o rosto pra que pudesse esconder as lágrimas. Peeta se sentia péssimo quando via a mãe daquele jeito, e se sentia pior ainda quando era seu pai quem lhe causava aquilo.

Ele não tinha pra onde ir. Sabia que seu pai não lhe daria um centavo se quer pra que ele pudesse viver sua vida, ou pelo menos pra que pudesse pagar um mês de aluguel. Ele não teria como se sustentar naquele momento. A banda realmente não dava lucros. Tudo o que eles ganhavam era usado pra colocar gasolina na van e fazer a manutenção dos instrumentos. Ele não teria como viver daquilo. Pelo menos não por enquanto.

— Pare de chorar, mãe. Eu vou voltar pra faculdade, não se preocupe.

O pai deu um sorriso satisfeito, mas sua mãe continuou chorando. Ela não queria que o filho fosse infeliz fazendo algo que não gostava. Mas também não queria que o menino saísse de casa.

— Era só isso? — Peeta se levantou assim que seu pai disse que a conversa já tinha terminado.

Trancou-se no quarto. A acústica ali era boa o suficiente pra que seus pais não ouvissem a música que ele escutava em seu quarto, e também não permitia que ele ouvisse a seus pais brigando, o que os dois certamente estariam fazendo naquele momento.

Sentou-se de frente pro computador e procurou por "Madness" no Youtube. Gostava de Muse, e Madness era uma música bonita e romântica. Imaginou-se tocando aquela música com a banda enquanto Katniss assistia com um sorriso nos lábios. Ela também gostava de Muse, tinha certeza de que deveria gostar daquela música tanto quanto ele.

Abaixou o volume das caixas de som e pegou o celular. Ele não aguentaria mais esperando que ela ligasse pra ele. Buscou pelo nome dela na lista de contatos e ligou. O telefone ficou mudo por alguns instantes mas logo ele ouviu uma voz feminina, com aquele tom eletrônico, que dizia: "O número discado foi desativado".


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Notas finais do capítulo

e ai??? gostaram?? eu mudei a forma de avisar que os POVs mudaram, agora eu só vou colocar o nome deles ao invés do nome com o "POV" no final
comentem!!



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