12 Formas De Ser A Isca escrita por Menina Estrela


Capítulo 1
Capítulo 1 - James Infernal


Notas iniciais do capítulo

Oieee o/ Bem-vindos a fanfic! Espero de coração que gostem da história, bjooos e desculpem qualquer erro ♥ ♥



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No sonho, alguém chamava seu nome. Rose, Rose, Rose... Ela não sabia exatamente o porquê não conseguia responder, mas a pessoa continuava a chamá-la insistentemente. Era a voz de um homem. Rose, Rose, Rose...

– Rose! – James atirou a almofada velha e pesada com força contra a garota.

– Ai. – ela resmungou, mas não se virou para ele. Ao invés disso afundou a cara no travesseiro.

A porta do quarto rangeu. E então rangeu de novo, e de novo, e de novo...

– James, dá o fora! – Molly mandou se revirando na cama.

– É isso aí. – Rose resmungou sem prestar realmente atenção.

Seus olhos estavam pesados. Ela bocejou. Era uma visão confusa de quarto e Beco Diagonal quando...

– ROSE!

– O QUE FOI? – a garota se levantou de uma só vez atirando a almofada às cegas onde pensou ser a direção em que ele estava. Mas James apenas riu e se desviou facilmente.

– Preciso falar com você. Lá fora.

– E não podia ser depois? – ela perguntou indignada.

– Essa belezinha aqui nunca ficaria te esperando. Vem logo.

– Depois. – dessa vez ela se atirou com bastante força contra o travesseiro.

A porta rangeu novamente. E de novo, e de novo, e de novo...

– Rose, vai logo! – era Lily duas camas ao lado.

Rose bufou, mas atirou o cobertor para o lado. Ela tinha consciência da bagunça em que seus cabelos estavam e também de como o seu hálito se encontrava, mas quanto mais insuportável fosse para James mais satisfatório seria para ela. Saiu do quarto de pijama determinada a falar o mais perto e demorado possível para ver sua reação. Talvez ele a mandasse de volta para o quarto logo.

Molly estava resmungando.

– E pode ir tirando seu Hipogrifo da chuva que a tia Hermione e a mamãe já mandaram vocês levantarem. Todas. – James acrescentou – Três vezes. E eu não quero ter que voltar aqui de novo, entenderam?

Nem mesmo ele acreditava nisso. James tinha um jeito maroto que às vezes o tornava insuportável. Gostava de implicar com as garotas da família. Atrás de Rose a porta se fechou com um breve ruído. Ela o encarou sonolenta.

– Certo, o que você quer?

Ao contrário do que pensou, James não sorriu malicioso. Opa, isso só podia significar problema. E dos graves.

– A essa hora da manhã? – era fácil identificar a irritação na voz da garota. Estava cansada por causa da noite anterior. Sonhos ruins – Por quê?

Quando James falou sua voz saiu num sussurro, o que apenas confirmava suas suspeitas.

– Eu estou começando a ficar preocupado, o que não é muito comum, você sabe. – seus olhos rondavam o lugar a todo tempo como se estivesse com receio de alguém lhes pegar ali, conversando. Rose começou a se preocupar também – Albus, Fred e Hugo estavam no sétimo sono com Merlin quando tudo aconteceu. Ouvi meus pais brigando lá embaixo.

Ela esperou que ele continuasse, mas isso não aconteceu.

– É, mas e daí? Casais brigam, James. Não é algo sobrenatural.

Ele ignorou as palavras dela.

– Eu desci para ver o que estava acontecendo. Eles estavam na cozinha.

– Os seus pais? – ela perguntou retoricamente. Mas a resposta de James não era nem remotamente parecida com a que ela esperava.

– Não. Todos. Quero dizer, todos mesmo.

Um arrepio percorreu o seu corpo. Ela sentiu os pelos de seu braço se ouriçarem.

– Não era uma reunião de família. – afirmou – Nem uma briga de casais.

Ele assentiu.

– Kingsley também estava aqui. Estavam discutindo algo sobre Hogwarts.

O ministro da magia. Hogwarts. Problemas. Hogwarts. Desespero.

– Hogwarts... – os olhos da garota se abriram com terror - Mas você disse que voltaríamos!

Sua voz saiu mais alta do que pretendia. Mas só notou quando a mão e James foi parar sobre sua boca.

– Nós vamos! Quer por favor falar mais baixo? – ele suspirou e voltou a sussurrar – O que quer que esteja acontecendo não é em Hogwarts, é fora dela, e é por isso que querem nos mandar para lá o mais rápido possível. Você não reparou que o trem está saindo mais cedo do que o normal?

A resposta de Rose não veio.

– Sabe o que mais me preocupa nisso tudo? – ela perguntou e continuou sem esperar uma resposta – Você está sério James, sem fazer piadinhas e também parece assustado.

– Não estou assustado. – ele ergueu uma sobrancelha como se não tivesse total certeza disso – Mas quero descobrir o que está acontecendo, e vou precisar da sua ajuda.

Rose ficou calada. Ajudar James sempre acabava em problemas, agora não seria diferente. Mas ela estava assustada de certa forma, preocupada, curiosa. Queria saber o que estava acontecendo. Se o ministro da magia estava as altas horas da noite discutindo em sua cozinha, obviamente era algo muito, muito sério. Que merecia a preocupação de Rose.

Ela sabia que iria se arrepender disso.

– Rose... – James abriu os braços indo em sua direção. Depois a estava a apertando tanto que quase não conseguia respirar – Ninguém pode saber disso. – ele sussurrou – Não queremos ninguém se envolvendo por enquanto, está bem? Lembre-se de que todos podemos estar em perigo, precisamos fazer alguma coisa. Por favor...

– Eu estou sufocando James, larga!

– Rose...

– Larga!

– Só se você prometer que vai me ajudar.

– Está bem! – quando ele a soltou, a garota massageou seu pescoço respirando pesadamente – Mas por que eu?

– Eu preciso de um espião no sexto ano. Saber o que acontece entre a galera mais nova. Nunca se sabe. – ele deu de ombros e um sorriso brincalhão voltou a surgir em seu rosto – Toma. – ele estendeu a Rose um estranho e pequeno aparelho que a fez recuar – É um dispositivo trouxa. – ele disse com tédio – Você só precisa colocar na orelha. Serve para podermos nos comunicar a longa distância entendeu? É melhor do que usar o meio bruxo, caso alguém nos descubra podemos inventar qualquer desculpa e chamar isso de qualquer coisa. Esconde isso e na plataforma eu te digo como se usa exatamente, está bem?

Ela assentiu e não houve mais tempo para nada. James a empurrou para dentro do quarto. Com um aceno de varinha Roxanne arrumava sua cama no chão. Molly procurava algo embaixo da cama enquanto Lily bagunçava seu malão a procura de algo. Ela só precisava agir normalmente.

Aja normalmente. Aja normalmente. Aja...

– Rose.

– AH! – a mão da garota pairou sobre o peito.

– Está tudo bem? – Lily perguntou – Os meninos já acordaram? – a nota de desinteresse em sua voz era completamente visível.

– Uhum. – ela se recuperou – James foi acordá-los agora. – a garganta de Rose estava seca. Sua mão voltou a massagear seu pescoço novamente.

– Está tudo bem? – Molly perguntou – Algo aconteceu com seu pescoço?

– O quê? Não, não, está tudo bem. Eu... Dormi de mal jeito.

Molly ergueu uma sobrancelha, mas logo voltou ao que estava fazendo. Elas estavam obviamente atrasadas.

– E o que James queria?

– Quem? – Rose não arriscou olhar pra Lily. Sempre fora péssima em guardar segredos.

– Tem certeza de que está bem? – Roxanne ergueu uma sobrancelha.

– É claro que tenho! – disse na defensiva.

Recebeu um olhar torto da prima e pigarreou.

– Não podemos demorar, estamos atrasadas. – disse mudando de assunto.

– Mas o que James queria com você? – Lily insistiu.

Rose deu as costas para ela e resmungou.

– O de sempre. Quer que eu fale com Jess.

Molly riu.

– E você vai?

– Dã! – disse Rose se virando para ela.

– Foi o que eu imaginei. – Molly disse, voltando sua atenção para a cama.

As garotas levaram mais ou menos meia hora para se arrumar, o que além de atrasá-los bastante, causou uma pequena revolta dos garotos. James vinha atrás delas empurrando as malas e repetindo sem parar “eu bem que avisei”, enquanto Hugo e Albus vinham de cara amarrada, seguindo de perto o irmão.

Harry e Rony levariam os garotos no pequeno Ford Anglia, agora amarelo e muito parecido com o antigo que pertencia a Arthur Weasley, para a estação enquanto Hermione, Gina e Angelina se despediam dos garotos e George Weasley e seu filho Fred II, disfarçadamente enfiavam algumas coisas no bolso de James sem que ninguém além do garoto, percebesse.

Não fora uma longa viagem, mas para Rony parecia uma eternidade. Na parte de trás, enfeitiçada para caber confortavelmente tantas pessoas, os garotos não paravam de gritar. Hugo e Lily estavam discutindo mais uma vez sobre o último jogo de quadribol do ano passado, ao qual Lily atribuía uma vitória (segundo Hugo, roubada) a Corvinal. Rose estava gritando com James e Roxanne, que não paravam de empurrá-la um contra o outro apenas para irritar. Albus gritava para James soltar Rose pois já não aguentava mais os gritos dela e James então perguntara por que ele estava gritando. Já Rony se perguntava por que ninguém ouvia ou obedecia os seus gritos.

– CALEM A BOCA! – ele gritou virando mais uma vez para trás e mais uma vez, não sendo atendido – Harry, uma ajudinha aqui, por favor?

– Adoraria, mas sabe, estou tentando dirigir rápido numa avenida de trouxas e passar despercebido enquanto umas sete crianças fazem escândalo aqui atrás. Não queremos que eles percam o expresso como fizemos no segundo ano. – e dizendo isso, abriu um sorriso.

Rony sorriu também, mas não sem antes gritar mais uma vez para os garotos lá atrás. E assim, com grande custo, eles chegaram a estação e saíram do carro apressados com pouco mais de dois minutos restantes para passarem pela barreira.

Uma despedida rápida com alguns abraços e acenos, e os garotos foram correndo para o vagão. Enquanto o trem tomava velocidade, deixava para trás dezenas de pessoas acenando.

Lá dentro, James e Roxanne foram seguindo mais para a frente junto com Lily e Hugo que iam procurar a cabine onde estavam seus amigos do quarto ano. Albus e Rose sentaram na primeira cabine vazia que encontraram. Ambos suspiraram quando finalmente se sentaram livres de James ou qualquer das implicâncias reservadas de Roxanne.

Rose se virou para a janela e Albus fez o mesmo. Eles tinham essa mania. Gostavam de ver passar os campos enquanto tentavam relaxar.

– Paz. – disse Albus ainda suspirando.

– Paz. – repetiu Rose.

Por um momento se viraram para a porta da cabine esperando que alguém aparecesse para contrariá-los, mas ninguém apareceu e eles riram aliviados.

– E então, ansiosa para começar o sexto e penúltimo ano? – Albus perguntou, para puxar conversa. Ele normalmente não precisava fazer isso. Rose era uma pessoa falante.

– Consegui nota suficiente para poções, estou satisfeita. Infeliz por saber que está acabando, mas aliviada por em breve poder me livrar dos deveres.

Albus riu.

– Você, querendo se livrar dos deveres?

Rose fez uma careta. Novamente reinou o silêncio e antes que o garoto pudesse falar alguma coisa a porta da cabine se abriu.

– Querem algo do carrinho, garotos?

Os dois fizeram rapidamente que não, Rose porque não estava a fim de nada no momento e Albus por estar com a cabeça ocupada com outras coisas, mas antes de poder dispensar a mulher só sorrisos, um garoto parou frente a ela e disse que queria alguns sapos de chocolate.

Rose bufou e Albus ergueu uma sobrancelha para ela. Scorpius Malfoy não era tão desagradável quanto Rose fazia parecer às vezes. Eles nunca conversaram de fato, mas isso não a impedia de recitar de cima a baixo a lista de defeitos dele. Albus por outro lado o achava um cara legal. Scorpius o ajudara mais de uma vez em sua aula de Poções e ambos eram do time de quadribol então discutiam bastante sobre isso.

Ao pagar a mulher com alguns sicles de prata e alguns nuques, Scorpius acenou para Albus e abriu um sorriso para Rose, que se voltou para a janela. Depois foi embora seguido pela mulher com o carrinho de doces e Albus balançou a cabeça para Rose.

– O que foi? – ela perguntou, mas o garoto apenas riu.

– O que ele fez para você?

– Nada. – ela disse – Ele só é... Esnobe e irritante... E narcisista.

– E inteligente e tem um monte de amigos e te trata muito bem... – Albus completou – Ao contrário de você.

– Pff. Você não sabe de nada. Desista. Malfoy é um idiota e nada fará mudar a minha opinião.

– Sei...

E logo Albus se calou.

– Sabe, tem alguma coisa errada com você. – disse depois de um tempo.

Rose se retesou no banco.

– Por que teria algo errado comigo? Estamos bem, estamos indo para Hogwarts, nossa família está em casa e James está bem longe de nossa cabine então vou ter um pouco de sossego até chegarmos ao castelo. Você está bem? – ela devolveu.

– Não seja ridícula e não mude de assunto. Tem a ver com James indo para o seu quarto hoje cedo?

– Albus, – a garota começou – ainda está cedo, de fato. E você sabe muito bem o que James queria. O de sempre. Jess. Você sabe. – ela repetiu.

Mas o garoto estreitou os olhos. Não havia acreditado nem um pouco no que a ela dissera.

– De fato – ele insistiu – você mente muito mal. Não vai mesmo me dizer? Você sabe que pode me contar tudo, não sabe?

Rose cruzou os braços e se enrolou mais no casaco roxo grosso que usava. Ela sussurrou um “eu sei” e ruborizou, mas então não disse mais nada e Albus não insistiu. O resto da viagem seguira sem imprevistos. Conversaram bem menos que o normal, é claro, mas à medida que algumas pessoas iam até a cabine para dizer oi, Rose ia relaxando e isso também deixava Albus mais à vontade.

Somente quando o trem parou e já vestidos eles se preparam para descer, Albus segurou por alguns segundos Rose pelo braço e sussurrou:

– Eu sei de tudo. Quando estiver pronta para conversar comigo, vou estar esperando.

E Rose estremeceu.


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Notas finais do capítulo

O nome dos capítulos são meio sujestivos a como alguns personagens o estão vendo, assim como James está sendo para Rose, nesse cap :3 Até o próximo O/



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