Já era normal pra mim minha mãe ir na escola conversar com o diretor, mas a cara dela quando viu eu e o Splarks sentados no banco na frente da sala do diretor ela concluiu: "Eles brigaram de novo", mas por mais que isso fosse fácil de acreditar, não era realidade. Ela saiu da sala do diretor sem expressões no rosto, o pai de Dérick ainda não havia chegado, ela se sentou no meio de nós dois, nos espremendo no banco. - Bem- disse ela.- Dérick, seu pai não pôde vir, quer que eu te leve pra casa? - Não, obrigado sra. Sword, eu não...- ele hesitou.- Quer dizer, eu estou de bicicleta, não precisa se encomo... - Não é encomodo!- disse minha mãe insistente(provavelmente ela achava que se desse carona para Dérick eu e ele teríamos mais tempo pra conversar).- Vamos, venha. - Não, é sério, minha bicicleta... - Colocamos no porta-malas!, venham. Mamãe não esperou nenhum de nós dizer nada, simplesmente saiu andando e eu puxei Dérick pra ir conosco. Ele estava com uma expressão de medo, ou a de alguem que guarda um segredo que ao revelado, acabará com o mundo. Eu ia me sentar no banco do carona ao lado de minha mãe, mas ela praticamente jogou eu e Dérick no banco de trás- fazendo eu quase cair em cima dele-, ele olhava pra mim com a mesma expressão de antes. Eu me sentei normalmente no banco do carro, mas ele tirou os sapatos e sentou de lado, virado para mim, com as pernas entre nós. - Eu não devia estar indo pra casa- murmurou ele baixo demais para que minha mãe ouvisse. - O quê?- Perguntei no mesmo tom que ele- iria para onde? - Eu... eu não posso dizer. - Então não tem como eu te ajudar. Ele revirou os olhos. Por um segundo, lembrei que os pais de Dérick eram separados. - Você ía pra casa de sua mãe hoje? - Nã... Quer dizer, sim! Isso mesmo. - Pois bem- disse eu.- Mamãe, Dérick vai pra ca... Ele tampou minha boca com a mão. - Deixa quieto- disse ele no meu ouvido, o que me fez corar e entrar em transe, minha mãe olhou pra trás e eu me afastei dele rapidamente, ela sorriu e eu desviei o olhar. Neste exato momento em que mamãe não olhara para frente, eu ouvi um POW então desmaiei em cima de Dérick. Acordei num lugar estranho, com Dérick deitado na cama ao lado da minha, haviam várias pessoas deitadas ali, eu olhei para meu braço, estava com uma agulha enfiada nele, que injetava um liquido dourado em minhas veias, Dérick se sentou. Percorri os olhos pelo local, mas não vi minha mãe. - Onde... estou?- Perguntei a Dérick, que levou um susto e olhou sorrindo para mim. - Você acordou!, foi rápido. - Onde estou?- Repeti. - Bem... num lugar para pessoas especiais. - Estou num manicomio? - Mani.. o quê? - Onde internam pessoa loucas... - Ah, não. - Onde estou então? - Bem, se conseguir se levantar, posso lhe mostrar. Eu tentei ficar de pé, meu estômago revirou e eu tive de sentar. - Bem, fique mais um tempo aí...- dissera Dérick quando foi interrompido por uma garota igualzinha a ele entrando no quarto. - Dérick, como está?- Perguntou ela. - Eu estou bem... obrigado, é Alysson que precisa de... - Ok, vou pegar- ela disse sorridente e saiu do quarto saltitando. - Quem é?- Perguntei. - O nome dela é Mariana, uma de minhas irmãs. - Uma? Quantas irmãs você têm...?