Welcome to London escrita por Kit Kat


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Hey!!
Aproveitem!!
xoxo



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Sofia

Se você quer destruir amizades ou relacionamentos, jogue UNO. Já era a quarta rodada e já houve um quase fim entre Alice e Pedro e uma briga entre Candace e Rebecca. Engana-se quem achou que as coisas iam melhorar. Frederico travou uma batalha com o Daniel de quem tinha mais “compra quatro” e nós fomos as vítimas indefesas que arcaram com as consequências. No final disso tudo, Lorena foi a quem mais sofreu: ela ficou com 24 cartas na mão.

– Amigos, amigos, UNO a parte. – falou Frederico.

– Você vai ver o que eu vou fazer com esses seus “compra quatro”, seu melhor amigo de merda. – brigou Lorena.

– Eii, o que acham de parar por aqui? – sugeri – Antes que isso aqui se transforme em um rinking.

– O que acham de vermos um filme? – Helena sugeriu.

– Mas não temos DVD e fica ruim assistir no notbook. – disse Thomas.

– Querido, vai na minha que é sucesso. Sofia vai atrás de pipoca, eu pego o not, Frederico escolhe um filme, Vicky, Melissa e Alice tragam cobertas e Rebecca você consegue invadir a sala de informática e trazer um cabo de HDMI? –perguntou Helena.

– Pode deixar mas antes preciso da chave.

– Sem problemas, vão você e Candace enquanto uma fica de vigia a outra pega a chave e na sala a mesma coisa. – explicou Helena. – Ah, Lorena, vai com o Fred pra ele não escolher filme besta.

E assim fomos cada um para um lado. Fui até a cozinha em busca da pipoca e aproveitei para fazer chocolate quente, só que percebi que era muita coisa e eu não ia conseguir levar tudo sozinha. Mandei uma mensagem pedindo ajuda e depois de alguns instantes Henrique e Heitor apareceram. Os meninos ficaram com as bandejas de chocolate e eu com as bacias de pipoca.

Na saída eu lembrei que tinha esquecido do sal. Voltei para busca-lo e quando fui abrir a porta novamente ela emperrou. Comecei a puxar desesperadamente e não abria. Procurei nas gavetas alguma coisa que funcionasse como um pé de cabra e só o que encontrei foram colheres e facas. Quem não tem cão, caça com gato. Ates mesmo de tentar alguma coisa, Heitor abriu a porta e perguntou:

– Sofia? Está tudo bem? Por que você está segurando uma faca e uma colher?

– Sim é que a porta não estava abrindo e... Não! – tentei impedir mas uma rajada de vento passou pela janela e bateu a porta.

– Estamos presos aqui. – falei – Cadê o Henrique? Ele pode abrir a porta pelo lado de fora.

– Provavelmente ele já deve estar chegando na sala a essas horas. O que foi? Você estava demorando demais e para que o pessoal não se matasse de fome pedi que ele fosse na frente que eu viria te buscar. – explicou.

– Celular! – peguei-o – Sem sinal...

– Relaxa, podia ser pior. – Heitor disse.

Sempre quando alguém diz isso a chance da situação ficar pior é de 90%. Dito e feito: uma aranha gigante apareceu no chão da cozinha. Comecei a gritar feito louca e subi em cima da bancada. [Desculpe se eu tenho aracnofobia].

– Por que essas coisas só acontecem comigo? – resmunguei. – Mata, mata, mata!!!

– Pronto, já pode abrir os olhos. Não tem mais nenhuma aranha aqui.

Heitor estava com o pé sobre o bicho e arrastava-o para fora do meu campo de vista.

– Viu só, o que pode acontecer pior que isso.

Logo após Heitor terminar de falar as luzes se apagaram: queda de energia. Se ele pudesse ver minha cara encontraria um rosto com uma mistura de raiva e “eu avisei”.

– Tá legal, eu não vou falar mais nada. Mas pensa pelo lado bom: estamos em uma cozinha, não passaremos fome. – sugeriu.

Não fazia ideia de como iriamos sair. Coloquei meus neurônios para trabalharem; tentamos de tudo, empurrar, chutar, quebrar mas parece que aquela porta é feita de chumbo! Sentei encostada na porta Heitor ao meu lado.

– O que vamos fazer? – perguntou.

– Esperamos. – respondi.

– O que foi isso?! – exclamou Heitor me abraçando.

– Isso o quê? Tá ficando louco Heitor?

– Eu juro que ouvi alguma coisa. Olha aí, de novo. – respondeu agora quase me sufocando.

Olhei ao redor e percebi que era um galho batendo na janela.

– É só um galho, agora se puder me soltar meus pulmões agradecem. – pedi e ele me soltou.

– Desculpe, eu tenho medo do escuro. - sussurrou.

– Perdão?

– Eu tenho medo do escuro. Pronto falei!

– Olha só, Heitor Vielmonte com medo de um simples apagão.

– E você tem medo de aranhas.

– Aí, elas são venenosas. Ainda acho que em algum lugar elas estão tramando uma vingança contra mim.

– O escuro também não é lá muito agradável. Coisas normais viram coisas bizarras.

– Touchê.

Passaram-se alguns minutos e nada. Nenhuma alma boa tinha aparecido para nos resgatar. Estava com minha cabeça encostada no ombro de Heitor, quase dormindo quando Heitor falou:

– Sabe de uma coisa Sofia, você é a melhor companhia que alguém podia querer. Você não fica pedindo opinião sobre unhas, cabelo ou roupas, não fica falando de maquiagem ou de famosos.

– O que eu posso fazer, eu sou demais.

– Humildade mandou lembranças. Mas é sério, é difícil encontrar uma menina que tenha os mesmos gostos musicais que eu, mesmos gostos literários, de filmes... – ele falou e olhando pra mim continuou- Você é diferente, mas um diferente bom.

– Você também é um garoto diferente. Pelo simples fato de ler já comecei a gostar de você. – eu disse.

– Quer dizer então que Sofia Clark gosta de mim? – provocou.

– Sim, quer dizer, quem não gostaria de você? Um garoto gentil, educado, culto, lindo. - sussurrei a última parte.

– O que disse?

– Nada.

– Bom, também gosto de você Sofia. Você é uma menina encantadora. – ele passou a mão pela minha bochecha. – Nossa, você está um gelo! Vem cá.

E assim me aproximei dele, ele passou o braço ao redor de mim e me aconcheguei. Aquele simplesmente estava sendo o melhor momento da minha vida, apesar de que estávamos sentados no chão da cozinha da escola. Por um pequeno deslize nossas mãos acabaram se encontrando e entrelaçaram-se. Olhei pra ele, ele olhou pra mim, sua mão livre ergueu meu queixo, fomos nos aproximando, seus lábios começaram a roçar nos meus até que...

–Sofia, Heitor! Vocês estão bem?! – era a voz de Alice.

Afastamo-nos rapidamente, me recompus e respondi:

– Sim, sim!

Juro que eu ouvi um resmungo do Heitor.

– Saiam daí, vamos arrombar a porta. – avisou Thomas – 1, 2, 3. JÁ!!

Só vi pedaços de madeiras espalhados pelo chão, vários fleshes de celulares e uma mesa do refeitório semidestruída. Depois disso tudo as luzes voltaram e Henrique veio correndo me abraçar.

– Ainda bem que você está viva, já imaginou a minha vida sem você?

– Seria um completo desastre. – comentei rindo.

– Vem, vamos sair daqui antes que alguém apareça. – pediu Melissa.

Da série: Quase fui beijada por um cara; vem aí: Quase fui beijada por um cara na cozinha.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Por favor, não me matem. O momento dos dois ainda vai chegar.



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