Chasing a Starlight escrita por ladywriterx


Capítulo 3
Mother knows best


Notas iniciais do capítulo

E lá vamos nós...



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—Onde esteve esse fim de semana inteiro, Loki? — Estava sentado na mesa do café da manhã, as mãos entrelaçadas embaixo do queixo, olhando fixo para frente. Ainda meio sonolento, já que havia passado maior parte da noite acordado treinando magia e lendo. Levantou os olhos, lentamente e já cansado do irmão. Sabia que sua manhã estava calma demais, quieta demais. Thor, uma hora ou outra chegaria, para encher o saco. — Via você pela manhã e sumia a tarde inteira? E se trancava no quarto depois.

—Eu gosto de ficar sozinho, Thor, é pedir demais? — Suspirou, focando os olhos no irmão que sentava a sua frente agora. Não sabia como ele conseguia ter toda aquela energia o dia inteiro.

—Você está escondendo algo. — Deu de ombros e olhou para o prato a sua frente. Já tinha tomado o seu café, mas ainda tinha duas torradas no seu prato, que provavelmente deixaria ali, sentia-se cheio.

—Acredite no que quiser, só me deixe em paz por um tempo, sim? — Thor rodou os olhos e começou a encher o prato de comida. Loki franziu o cenho, meio enjoado com o tanto de comida no prato do irmão e o jeito que ele comia. Empurrou o prato para frente. Continuou ali, quieto.

—Vamos treinar hoje a tarde, quer ir conosco? — Ele passava a maior parte do tempo com Sif, Fandral, Hogun e Volstagg na arena de treinamento. Loki preferia passar dentro do castelo, talvez nos jardins, na biblioteca, em qualquer outro lugar, que não tivesse que aguentar todas aquelas pessoas juntas.

—Fale de boca vazia, Thor. — Reclamou e deixou as costas relaxarem no encosto. Helena tinha avisado que em dia de semana não tinha como vê-lo, ocupada demais com estudo e trabalhos em Midgard. Não tinha nada para fazer até sexta, o dia que combinaram de se encontrar de novo. Deu de ombros. —Pode ser. — Precisava ocupar sua mente o máximo possível, apesar de saber que passaria muito mais tempo pensando na mortal do que com a cabeça no treino. Podia muito bem ir até seu lugar de sempre na biblioteca, mas sabia que se começasse a passar muito tempo sem aparecer nos treinamentos, Odin não gostaria nem um pouco. Batucou os dedos nos lábios, do mesmo jeito que tinha a visto fazer uma vez enquanto ela lia o livro de mitologia, tentando achar algo que ela queria perguntá-lo e suspirou. Deixou os braços caírem no encosto da cadeira enquanto ainda observava Thor comer como se fosse um animal. — Modos, Thor.

—Por favor, irmão. — Grunhiu.

—Nem parece que foi criado e educado no castelo. — Comentou, enquanto se levantava para sair da sala. — Estarei na biblioteca, quando precisar de mim.

Ele não fazia ideia como continuaria com aquilo quando seus pais voltassem. A possibilidade de contar sobre Helena não existia. Ir para Midgard era proibido. E ainda tinha Thor para ficar enchendo o saco, como se dependesse de Loki para tudo, como se não conseguisse passar um minuto sem ele. Precisava de tempo para ficar sozinho e pensar no que tinha acontecido naquele fim de semana, o que mudaria em sua vida, o que sentia por Helena – Sigyn -, tentar prever como se sentiria sobre ela dali um mês, um ano, na eternidade.

Não admitiu para Helena, mas desde que ficara sabendo sobre Sigyn quando era criança, sempre pensava e imaginava como ela seria. Imaginava os cabelos, os olhos, a voz, como seria o toque dela em sua mão, o jeito como ela falaria com ele. Na adolescência, começou a pensar em seus beijos, o jeito como seu corpo se encaixaria no dele, o calor dela contra o seu, o jeito que ela falaria seu nome, sussurrado, gemido. Fechou os olhos, passou a mão pelos cabelos negros e tentou tirar aquilo da sua mente. Se ela realmente fosse Sigyn, não estava nem um pouco decepcionado. O único problema era a mortalidade. Um detalhe que estragava tudo. Que estragaria tudo. Seria tão fácil perdê-la, numa batida de coração, num piscar de olhos. Seria tão dificil dizer adeus se qualquer coisa acontecesse. Se ele já estava com aqueles pensamentos depois de um fim de semana juntos, tinha medo do que viria depois de alguns meses, anos. Se ele havia conseguido decorar o toque dos lábios dela, tinha medo da saudade que sentiria depois que estivesse realmente envolvido.

A biblioteca do castelo estava vazia e silenciosa. Odiava essa valorização extrema pelo guerreiro a ponto de esquecerem daquela biblioteca e todo o conhecimento dos noves reinos. Ao mesmo tempo, agradecia porque tinha sempre um lugar calmo e quieto no castelo para ficar e fugir, onde podia treinar magia, pensar, ler em paz, colocar sua vida em ordem, como precisava tanto fazer naquele dia. Pegou um livro qualquer e foi até seu lugar favorito, o segundo andar, ainda mais silencioso, com a luz que entrava das janelas enormes. Um sofá tão confortável que podia ficar sentado ali e se esquecer do tempo. Desejou que pudesse mostrar aquele lugar para Helena e bufou em frustração. Não conseguiria mais tirá-la da cabeça?

Talvez não quisesse tirá-la da cabeça porque assim se distraia de tudo o que passava naquele castelo. O jeito como seu pai o castigava se treinasse magia, enquanto tudo o que Thor fazia era tão lindo e maravilhoso digno de um banquete. Nascidos para serem reis, os dois, mas sabia que, mesmo que Thor fosse impulsivo e nem um pouco indicado para o trono dos nove reinos, era ele que estaria sentado ali em alguns anos, era ele que faria coisas estúpidas no trono de Asgard, enquanto Loki apenas observaria, o filho menos favorito, o deus das mentiras. Pelo menos ele tinha Frigga, que sempre o acolhera e sabia que seria assim para sempre, não importasse que merdas ele fizesse na vida. Estava tão ansioso para que ela voltasse e pudesse, finalmente, compartilhar com alguém que tinha encontrado Sigyn.

Helena já estava sentada em seu lugar na sala com o notebook aberto em sua frente. Já fazia alguns minutos que encarava a tela sem conseguir se concentrar em nada, só pensando no fim de semana e como ela sentia falta dele. Três dias e já estava quase largando tudo para poder ficar com ele sempre, porque tinha amado o toque dele em seu rosto, em seu cabelo, em seus lábios. Tinha amado o jeito como os olhos dele eram aquela mistura de azul e verde e ela conseguia se perder tão fácil neles. Fechou as pálpebras e suspirou, lembrando de todos os beijos e da vontade que ela sentia em vê-lo de novo.

Loki parecia fazer aquilo de propósito, seduzir todas as garotas indefesas. Passou a mão no rosto, tentando tirá-lo de seus pensamentos pelo menos tempo o suficiente para poder se concentrar na aula, o que parecia ser impossível, porque logo ele voltava, com a risada gostosa e a voz maravilhosa. Mordeu o lábio inferior e se deixou cair no teclado do notebook. Que idiota ela estava sendo. Nem no ensino médio ela tinha ficado tão idiota por um cara. Ali estava ela, com vinte e quatro anos, coração acelerado por causa de um cara que ela conhecia a tão pouco tempo, mas os beijos eram os melhores que ela já tinha provado em sua vida.

—Algo me diz que Helena teve um ótimo fim de semana. — Levantou os olhos para Hannah, que agora sentava ao seu lado, jogando material em cima da mesa. Não tinha percebido sua amiga chegar, preocupada demais em recobrar a sanidade. — Ou isso, ou ela viu um passarinho verde. — Conteve um sorriso. Das três vezes que tinha visto Loki, ele estava de verde. — Desembucha.

—Não é nada, ok? — Reclamou. Não tinha como explicar para ela sem parecer louco: “Então, conheci um cara, ele é de outro mundo e a gente teve essa conexão louca e agora toda vez que vejo ele sinto uma vontade tremenda de beijá-lo por horas a fio e ficar a eternidade com ele. E isso em três dias. Uau. E o mais louco de tudo é que fazemos parte dessa mitologia incrível”. Não. Não conseguiria explicar para sua melhor amiga o porque estava com um sorriso idiota no rosto, ou porque tinha acordado cedo sem precisar o despertador porque estava muito feliz para continuar dormindo.

—Vamos lá, Helena, eu te contei tudo sobre John quando nos conhecemos. Quem é? Eu conheço? — Rodou os olhos, não ia perder o bom humor porque sua amiga decidiu encher o saco.

—Não é nada, Hannah, mas que saco. — Queria ter aquilo só para ela, como um romance proibido ou algo do tipo. E talvez fosse, talvez contar para a sua família não fosse uma opção, do mesmo jeito que sabia que ele não contaria para ninguém.

—Ok, não está mais aqui quem falou. Hm, linda da Hannah. — Helena a olhou com os olhos opacos, já cansada da melhor amiga antes de ficar meia hora na mesma sala que ela. — Já terminou o trabalho pra sexta?

—Não. — Gemeu. Tinha passado tanto tempo com Loki que quase não tivera tempo para pensar naquilo. — Acho que vou precisar faltar um dia no emprego para terminar. E você?

—Estou presa em uma parte dele. Mas acho que você não chegou nessa parte ainda. — Helena acenou, ela provavelmente estava certa porque, até onde tinha feito, não tinha tido problema nenhum. Olhou para frente para encontrar John sorrindo para as duas enquanto ia em direção a Hannah. Desviou os olhos do beijo dos dois, com o queixo apoiado na mão, enquanto sua mente ia para bem longe, para outro mundo. Asgard devia ser realmente maravilhosa. — Sério, Lena, aconteceu alguma coisa? — Balançou a cabeça, saindo do transe, e encarou os dois amigos encarando-a com curiosidade. Deixou um suspiro escapar.

—Vou viajar nessas férias, vou para Islândia. Estou só pensando na minha família. — Ela não conseguia mentir para Loki, apesar de não ser ruim, mas para os dois ela conseguia.

—Você não vê eles a muito tempo, não é? — Assentiu e sorriu fraco. — Bem, falta só mais duas semanas então. — Hannah passou a mão pelo braço dela e Helena aumentou o sorriso. Os dois pareceram ficar contentes com a reação e voltaram a prestar atenção um no outro. A loira olhou para frente, o queixo ainda apoiado na mão. Batucou os lábios com os dedos.

Era como se pudesse senti-lo se fechasse os olhos. Podia sentir as mãos dele em seu corpo, podia sentir os lábios dele nos seus, no seu pescoço. Lembrava-se de cada sensação que ele trouxe, o formigamento na pele embaixo dos beijos dele, o coração acelerado com tudo aquilo – tão novo, tão estranho e tão maravilhoso -, a voz dele sussurrada. E só tinha passado três dias. Três dias tão maravilhosos. Suspirou quando o professor entrou na sala, o que significava que precisava tirar a mente de Loki um pouco e se focar na faculdade.

Loki tinha acabado de chegar de Midgard quando um dos criados avisara sobre a chegada de seus pais. Não sabia muito bem o que pensar sobre isso, se estava feliz de finalmente ter sua mãe de volta ao castelo ou se estava apreensivo por ter que ser extremamente cuidadoso já que Odin parecia não tirar os olhos – ou o olho – de cima dele. Teria que pedir ajuda para Frigga. Tinha se preparado por algum tempo para contar para sua mãe, para todo o papo de “meu filhinho cresceu” e ter que aguentá-la falando sobre isso por toda a eternidade, mas era melhor que guardá-la só para ele. Thor já estava na sala do trono, falando alto com seu pai e levando alguns tapinhas no ombro. Entrou já rodando os olhos, não querendo falar tão cedo com seu pai e seu irmão, tentando absorver a informação que seus tempos de paz naquele castelo acabaram.

—Loki. — Ele tentou sorrir quando sua mãe veio a passos rápido a seu encontro, sorrindo. Deixou que ela o abraçasse por alguns segundos, antes de se separarem e sentir que a mão dela passou em seu rosto. Percebeu as sobrancelhas unidas. — Você está diferente.

—Passou só uma semana, mãe.

—Mas você está diferente. — Rolou os olhos mais uma vez, o que fez o sorriso de sua mãe aumentar. — Algo aconteceu, e eu quero saber. — Suspirou e soltou um “sim, senhora”, sentindo-a soltar-se e ir para o lado de seu pai, que agora o encarava. Teria que falar com ele, teria que aguentar o jantar, com Thor falando mais que os cotovelos, enquanto seu pai achava lindo o fato dele ter algumas coxas de peru no prato e comer de boca cheia. O fardo de ser príncipe de Asgard de algumas vezes parecia pesado demais quando se vinha com a família que ele tinha.

O jantar não foi nada além do que já havia previsto, passou o tempo inteiro olhando entediado para sua mãe, que sorria com algo que seu irmão falava, enquanto esperava que Thor mantivesse a boca fechada sobre treinos de magia – apesar de não ter praticado quase nada naquela semana e ter sido mais uma desculpa que verdade -, sem paciência para aguentar seu pai bradar sobre como um guerreiro honroso ganhava suas lutas no campo de batalha e no corpo a corpo, não com meros truques. Apesar de todas as desavenças e todo aquele ódio que de algumas vezes sentia, gostava de seu pai e odiava ser repreendido como se tudo o que fizesse fosse uma vergonha para ele. Só queria que pudesse dar pelo menos uma parte do orgulho que Thor despertava em seu pai. E se odiava por isso.

Boa parte do jantar também ficou com a cabeça bem longe dali. Passar o tempo com Helena estava se mostrando cada vez mais agradável e ele se pegou até rindo com ela. Idiotice se apegar tanto numa humana em tão pouco tempo, mas era como se existisse outra dimensão, outro reino, que só os dois sabiam o caminho. O tempo passava tão rápido que ficava até triste quando ela suspirava, olhava para o céu e falava as palavras “está tarde”, soprando as letras como se também não quisesse falar aquilo. Ele também disse que precisava ir, seus pais podiam chegar a qualquer momento e se ele não estivesse em Asgard não seria agradável.

—Dois mil anos e ainda tem que dar satisfações para seus pais? — Ela zombou, com as sobrancelhas erguidas, como se o desafiasse a ficar bravo. Se fosse qualquer outra pessoa, ele provavelmente teria desferido algumas palavras tortas, mas Helena riu logo em seguida, enquanto ele ainda tentava processar alguma resposta. — Sua cara foi impagável.

—Me recuso a responder. — Retrucou, fechando a cara. A loira rodou os olhos, já se acostumando com a dificuldade de lidar com Loki, e soltou os ombros.

—Pare de ser emburrado. Foi só uma brincadeira.

—Não tenho dois mil anos. — Ela gemeu e se soltou na grama.

—Eu estou perdida com você mesmo. — Exclamou, colocando o braço por cima do rosto para evitar os raios de sol que chegavam. O deus deixou um sorriso escapar e deitou-se ao lado dela. Automaticamente, Helena virou-se, deitando-se em seu ombro. Ficaram alguns minutos daquele jeito, até ouvi-la respirar fundo. — Já disse que não ligo de você ter dois mil anos.

—Não tenho dois mil anos.

—Que seja, você entendeu. — Loki virou a cabeça para encontrá-la sorrindo para ele. Idiota.

Como é bom se sentir querido pelas pessoas.  Um silêncio caiu de novo, enquanto a moça mordia o lábio inferior e não desfazia o contato visual. Ela então negou com a cabeça, soltando uma risada pelo nariz.

Idiota. Um idiota de dois mil anos.

Helena, Helena... Os dois gargalharam.

Ficou o jantar inteiro pensando naquilo, em como queria continuar naquele momento para sempre sem ninguém nem nada para incomodar. Não deixou que nada do que pensava transparecesse, tentando prestar atenção nas palavras de seu pai, tentando não sentir desprezo por tudo aquilo.Depois que aquela tortura acabou, seu pai chamou Thor para caminharem para que pudesse saber de tudo o que acontecera no reino. Frigga continuou sentada, agora olhando atentamente o filho que parecia distraído demais, longe demais, com um brilho tão diferente no olhar e até um quase sorriso. Era tão reconfortante vê-lo daquele jeito. Quando o deus percebeu que ela o encarava, virou a cabeça para ela, sendo recebido por um par de sobrancelhas erguidas.

Então? Loki soltou o ar pausadamente antes de tomar coragem. Conhecia sua mãe bem demais, sabia como ela conseguia ficar emotiva e pegajosa quando contava algo que a agradava. A primeira magia bem sucedida lhe rendeu alguns minutos de abraços e gritinhos. Não conseguia pensar na reação dela ao falar sobre Sigyn. Batucou na mesa e percebeu que ela estava impaciente. Não tinha como esconder aquilo dela.

Loki sempre fora muito ligado a Frigga. Enquanto Thor passava horas sob tutela de seu pai, Frigga estimulava o mais novo a ler e a praticar a sua magia, ensinava-o seus truques. Quando o treinador começou a reclamar da falta de força e prática de Loki em batalha, fora a mãe que o acolhera e o ensinara a lutar usando seus pontos fortes. Ele nunca fora robusto como um guerreiro de Asgard, precisou aprender um estilo totalmente diferente, que Frigga o ensinara. Quando criança, se tinha algum pesadelo, se precisava de qualquer coisa, era à mãe que recorria. Pelo menos, ela não o fazia se sentir menos, inferior, como se não pertencesse àquele lugar, como se não fosse desejado e, assim que pudesse, Odin se desfaria dele.

Primeiro, me perdoa porque quebrei algumas regras.

Isso não é nenhuma novidade para mim, filho.

Já contei para a senhora que descobri uma passagem pela Bifrost, não? A mulher assentiu com a cabeça, ainda mais interessada no que ele contaria. Eu fui para Midgard. Lá eu encontrei alguém.

Nomes?

Sigyn. Frigga piscou duas vezes, bem devagar, como se tentasse assimilar o que o filho tivesse acabado de falar.

Tem certeza? Filho, não quero que você crie esperanças que não vão se concretizar.

Eu sei, mãe. Passei alguns dias pensando nisso. Admitiu, derrotado. Seu tempo livre tinha sido dedicado para ler todos os livros que citavam Sigyn. Antes de dormir, ficava pelo menos meia hora olhando para o teto, deitado em sua cama, tentando descobrir o que era aquilo, mas não tinha conseguido formular uma resposta. Mas ela é como se fosse um refugio de tudo isso. - Frigga suavizou a expressão.

Sabia como o filho mais novo – e adotivo – se sentia sobre o castelo. Quantas vezes seu coração de mãe não implorou que lhe contasse toda a verdade, que o deixasse ir para onde quer que ele fosse, mas Odin tinha segredos e planos que Frigga nunca entendera. Qual bem faria para esconder a verdade de Loki, fazê-lo acreditar que Jotuns eram monstros enquanto sua verdadeira identidade era aquela? E quando descobrisse? Tinha medo de como ele reagiria. Sempre fora tão imprevisível. Analisou cada expressão do filho, antes de suspirar.

Posso vê-la? Loki estralou os dedos e a imagem de Sigyn apareceu como uma fotografia no ar. Era tão fácil conjurá-la depois de ter feito tantas vezes aquilo em seu quarto. Os cabelos não tinham o mesmo brilho, nem os olhos pareciam tão perfeitos, mas ainda continuava uma das mulheres mais lindas que Loki havia visto. E ela era só uma humana. Ah, Loki...

Por favor, mãe, não comece. Já era tarde. Frigga estava de pé e dava a volta na mesa a passos rápidos. Logo sentiu o abraço dela e teve que conter a risada. Sabia o que viria em seguida.

Eu lembro quando te peguei no colo pela primeira vez, tão pequeno, e agora você está aqui me mostrando uma jovem linda.

Mãe. Repreendeu. Por favor.

Pense nela te vendo nesse momento. Não torna as coisas muito mais embaraçosas, filho? Antes que Loki pudesse evitar, estava gargalhando. Frigga não ouvia aquele som há algum tempo. Fechou os olhos e agradeceu ao destino por ter feito-o encontrar aquela menina. Depois, continuou embaraçando seu filho o quanto pode, aproveitando o bom humor raro de Loki.


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