Chasing a Starlight escrita por ladywriterx


Capítulo 26
Birthright


Notas iniciais do capítulo

Ufa
Cheguei
Semana de provas passou e consegui vir atualizar. Mas a próxima semana de provas ta ai também então não sei quando virei, porque tenho um total de 0 (zeros) palavras pro próximo capítulo. Vocês me perdoam, não perdoam? Vocês entendem que eu to fazendo faculdade e que ta dificil, né? HAHA
E eu acabei esquecendo de responder uns comentários também e só percebi hoje, então, is it too late now to say sorry? HAHAHAHA Sério, eu li os comentários de vocês, mas esqueci de responder. Vou tentar não fazer mais isso. Enfim, let's go.



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Era cedo quando rolou de lado na cama e a encontrou vazia. Abriu os olhos de repente, assustada, para não encontrar Loki ali, muito menos no quarto. Ainda acostumada a estar escondida, colocou-se sentada rapidamente, milhares de possibilidades passando por sua cabeça. Eles tinham os achado, eles tinham levado Loki, ele estava preso. Olhando em volta, percebeu que estava num quarto escuro, não familiar e lembrou-se que agora Loki era rei de Jotunheim. Seu coração se acalmou lentamente e ela pode respirar sem quase ter um ataque de pânico.

Na cômoda a frente, um vestido preto que parecia extremamento confortável e quentinho a esperava, além de uma capa que parecia cobrir todo o seu corpo, de couro com pelo de algum animal, que ela decidiu não querer saber. Levantou-se e trocou-se.

Estava perdida nos corredores, não sabia para que lado era a sala do trono. Decidiu andar pelo castelo, ver se encontrava algo de interessante naquele lugar que parecia querer matá-la congelada. Virou em alguns corredores, subiu mais um andar – a escada de madeira rangia conforme ela andava – até encontrar uma sala que chamou sua atenção. Era a única que tinha um pequeno feixe de luz saindo pela fresta das portas, parecia bem iluminada, diferente dos outros lugares do castelo. Empurrou as duas portas, dando de cara com uma enorme biblioteca. Apenas a de Asgard parecia maior.

Parecia vazia, empoeirada, como se ninguém aparecesse lá há séculos. Muitos livros nas prateleiras continham inscrições que ela não sabia interpretar, mas eram bem parecidas com as marcas que Loki tinha na pele em sua forma de gigante de gelo. Continuou a caminhar pela sala, intrigada pelo conteúdo dela, pela quantidade de livros e pelo fato de parecer completamente inabitada. Na sala havia um mezanino, de onde, conforme chegava mais perto, podia ouvir barulhos de páginas virando. Franziu o cenho e, sem se denunciar, começou a subir as escadas, lentamente.

Em uma roda com algumas cadeiras que pareciam desconfortáveis e uma mesa velha, uma gigante de gelo parecia entretida demais no livro a sua frente para notar a presença da deusa. Sigyn ficou se entender – era a primeira vez que via uma gigante de gelo, ou pelo menos era isso que sua aparência denunciava. Quando ela virou mais uma página, percebeu de canto de olho a presença de Helena, que recuou um passo quando ela focou seus olhos vermelhos em si.

—Não queria incomodar. - Sussurrou, pronta para virar-se e sair. Não queria incomodar. Não queria irritar nenhum gigante de gelo para não ter dor de cabeça futuras com o que Loki poderia fazer.

—Tudo bem. - Ela fechou o livro. - Você é Sigyn, não?

—Isso… Eu só…

—Não precisa se explicar. Aliás, eu que deveria estar me explicando para minha rainha. - Helena sorriu e deu de ombros.

—Vou te deixar então. - Apontou para o livro, indicando que sairia para que ela continuasse sua leitura. A mulher negou com a cabeça e tentou apontar para a cadeira a sua frente. Foi então que Sigyn percebeu as algemas fortes e quase congeladas em seu braço, presas na cadeira que ela sentava.

—Não tenho visitas há séculos, se importa? - Voltou a olhá-la nos olhos e negou com a cabeça, vencendo os poucos metros que a separava da cadeira na frente da gigante. Sabia como era se sentir solitária numa prisão. Mordeu a língua, impedindo-se de perguntar alguma coisa. - As notícias correm, e jotuns não são a raça mais silenciosa dos Nove Reinos. Ouvi do corredor uma conversa sobre filho de Laufey retornando com Sigyn.

—Chegamos ontem. - Sussurrou.

—E já conseguiram deixar uma impressão e tanto.

—Me desculpa, mas quem…

—Farbauti. - Ela estendeu a mão livre para que Sigyn apertasse. A deusa sorriu e retribui a gentileza.

—Eu não quero me intrometer, mas há quanto tempo está presa aqui? - Olhou para a biblioteca e depois para ela. Até ela parecia estar coberta em poeira.

—Desde a guerra entre Asgard e Jotunheim.

Mais de mil anos presa. Mais de mil anos naquela biblioteca. Demorou algum tempo para processar aquela informação. Ela estava presa, provavelmente sem receber uma visita desde a guerra. Guerra que Loki foi tirado de seu lar. Sua curiosidade a mandava perguntar sobre os motivos, mas apertou as mãos no colo, impedindo-se de ser tão intrometida. Não precisou muito tempo antes dela soltar um suspiro.

—Estou aqui porque fui a causa de Loki ter sido levado por Odin.

Loki já estava entediado. Não sabia quando Sigyn acordaria, e não pretendia ser o culpado por acordá-la depois de um dia tão estressante e uma noite em claro. Sorriu ao lembrar daquela noite, de como a sensação de liberdade – finalmente – parecia ter tirado todo o peso das costas dela e ela pode finalmente relaxar em seus braços.

O sol parecia não existir naquele lugar, era fraco, com uma luz quase azulada, quase não iluminava nada e parecia ser mais gelado que a própria noite. Era impossível saber que horas eram, mas deixou um gigante falando sozinho para descer do seu trono e decidir procurar por Sigyn, afinal, ele era o rei, podia deixar qualquer um falando com as paredes que não havia quem pudesse contestá-lo.

O quarto estava vazio, apenas as roupas que, antes jogadas no chão de qualquer jeito, estavam cuidadosamente dobradas em cima da cama. Ela provavelmente estava rodando pelo castelo, igual ela fazia em Asgard, sem parar por muito tempo em um só lugar.

Loki se surpreendeu ao ver uma biblioteca naquele castelo tão destruído. Estava relativamente bem conservada, apenas suja, e pode ouvir vozes vindo do andar superior. Reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Sigyn estava ali. Deixou-se fazer barulho, anunciando que estava chegando, e percebeu que a conversa parou. Ao terminar de subir as escadas, encontrou Sigyn e mais uma mulher o olhando, com curiosidade.

—Loki. - Um sorriso brotou no rosto da deusa e ele se sentiu imediatamente melhor. - Eu ia procurá-lo, mas acabei…

—Sem problemas. - Encarou a mulher com cautela, sem saber quem ela era.

—Essa é Farbauti.

—Ótimo, agora que os dois estão aqui… - Loki puxou uma cadeira e sentou ao lado de Sigyn. A mão dela imediatamente procurou a sua. - Ia contar a história para Sigyn, mas ela achou melhor procurar por você antes.

—Do que vocês estão falando? - Estava desconfiado. Aliás, não confiava em nenhum gigante de gelo.

—De quando você nasceu, Loki. - Ele arrumou-se na cadeira, desconfortável. Helena o encarou. Loki entendeu o porquê ela tinha juntado as mãos tão rápido, sabia que aquela conversa não seria agradável para ela. Estreitou os olhos antes que Farbauti respirasse fundo para continuar. - Laufey teve um filho fora do casamento com uma asgardiana. Você, Loki. - Não estava gostando de como aquela história tinha começado. Não ia gostar de como ela terminaria, provavelmente. - Odin, quando soube, mandou assassinar Johanna logo após que ela deu a luz a você. Laufey então ficou com um único herdeiro. Ele ficou irado. Você era pequeno para um gigante de gelo por ser metade asgardiano, e não foi bem-aceito no castelo.

Logo após isso, Asgard declarou guerra contra Jotunheim, depois que um de nossos assassinou um guerreiro asgardiano. Se fosse por Laufey, Loki, você teria morrido em seus primeiros dias. Ele ordenou que você fosse deixado nas florestas do Norte, mas eu não podia deixar, você era uma criança inocente, e, mesmo Laufey sendo meu marido, eu segui os soldados que o deixaram na floresta.”

A vontade de Helena era interromper, fazer perguntas, mas ficou quieta quando viu o rosto tenso de Loki ao seu lado. Só depois disso se deu conta no quão forte ele agora apertava sua mão, como se buscasse algum apoio. Talvez ouvir a história de como ele tinha sido recusado com alguns dias de vida não faria bem a Loki. Tentou sorrir um pouco para ele, recebendo nada em troca, apenas o silêncio.

—Laufey não demorou muito para descobrir que eu ia todos os dias cuidar de você, Loki. Era uma criança inocente e não merecia o destino que Laufey desejava para você. Você tinha alguns meses quando fui presa, a Caixa dos Invernos Anciões roubada e Laufey derrotado. Odin encontrou você e, bem. Estamos aqui. - Ele continuou mudo, não se manifestou em nenhum momento. Apenas Sigyn sabia o quanto ele estava perturbado, a magia dele tremulando a sua volta.

—Você está presa porque ajudou Loki? - Ela assentiu com a cabeça, um meio sorriso nos lábios.

—Quando você nasceu, Loki, os nobres gigantes te presentearam com três bestas, como é tradição quando um herdeiro nasce. Fenrir, o lobo gigante da neve, Jörmungandr, a serpente-besta e Sleipnir…

—O cavalo mais rápido dos Nove Reinos. - Completou Loki. - Odin vangloria-se desse cavalo, diz sempre que foi a melhor aquisição na Guerra. - Farbauti assentiu.

—Odin já havia levado-o até Asgard quando ele retornou. Disse a Laufey que as Norns haviam previsto o Ragnarök e que suas bestas seriam peças principais nisso. Ele, então, trancou Fenrir numa caverna no extremo leste de Jotunheim, com um encanto que apenas “um filho de Asgard puro conseguiria desfazer”, levou Sleipnir consigo para usá-lo nas batalhas e jogou Jörmungandr nos oceanos entre os reinos, para que lá ela ficasse perdida no vazio e não encontrasse o caminho de casa.

Tudo aquilo parecia rodar na cabeça de Loki – e de Sigyn. Estava a frente daquela que seria sua… madrasta? Acabara de descobrir que Sleipnir pertencia a ele, e não a Odin, como ele tanto se vangloriava. Tinha um grande aliado contra Asgard, Fenrir. Fenrir devia ainda estar preso, em algum lugar que ele não sabia onde era, sem saber como libertá-lo. Ele podia ser tão útil. Respirou fundo. Sigyn observava o perfil de Loki, tentando entender o que se passava com ele naquele momento. Parecia controlado até certo ponto, mas não sabia quando ele podia querer quebrar tudo.

Se antes ele já pensava em atacar Asgard, agora ele provavelmente estava já arquitetando os planos.

—Onde Fenrir está? - Ele perguntou, duro.

—Se vocês me mostrarem o mapa, sei indicar a provável localização das montanhas que agora são a prisão dele. Estou presa desde antes da Guerra acabar, veja só. Não sei a localização exata. Tem um mapa naquela estante, nas gavetas. - Apontou para uma estante grande atrás deles. Sigyn levantou-se, sabendo que Loki não tiraria aquela ideia da cabeça. - Vocês podem até ir até lá, mas como vão soltá-lo?

A mente de Sigyn funcionou mais rápido do que a de Loki naquela hora. Desde que Odin havia dado a maçã de Iddun para ele, aquele fatídico dia se repetia em looping infinito em sua mente. Provavelmente sabia todas as palavras que ele havia falado, inclusive…

— “Você é filha de Asgard, ainda há tempo”. - Falou, pegando o mapa da gaveta que Farbauti havia indicado. Loki a encarou. - Foram essas palavras que Odin usou quando decidiu me dar as maçãs de Iddun.

—Você é filha de Asgard. Pura. - Loki entendeu. Helena voltou para a mesa e estendeu o mapa na frente dos dois. - Agora, Farbauti, antes que soltemos você, indique onde Fenrir está.

Loki observou bem quando ela apontou no mapa o possível local onde Fenrir estava preso. Tracejou mentalmente o caminho que teriam que fazer e depois encarou bem o mapa a sua frente. Era antigo – como tudo naquela biblioteca. Amarelado e comido por insetos na beirada, indicando os séculos que havia sido deixado naquela gaveta, esquecido, nunca tocado. Os desenhos pareciam representar outro lugar, não Jotunheim. O castelo no meio do mapa era indicado como sendo rodeado por uma extensa e densa floresta. Ao sul, um mar parecia tomar conta de toda a paisagem. Totalmente diferente daquela Jotunheim morta, enterrada em neve e frio. Levantou o rosto, cenho franzido, sem entender.

—Tem certeza que esse mapa é de Jotunheim? - Farbauti trocou a feição séria por um sorriso triste.

—Antes da Guerra, antes de sermos privado da Caixa dos Invernos Anciões, essa era Jotunheim. A caixa é o coração daqui, sem ela, nós morremos, nosso reino morre. - Helena encarou o perfil de Loki, achando difícil ler a feição dele naquele momento. - Essas florestas não existem mais, esse caminho que leva às cavernas do Leste agora é inabitado. Vocês não devem ter dificuldade com isso.

—O que acha? - Foi a vez de Loki virar-se para Helena, que apenas levantou os ombros. Depois de alguns segundos, lembrou-se do que havia acontecido no dia anterior, na luta, de como os ferimentos dele estavam voltando a cicatrizar somente agora. Abriu a boca para contestar. - Eu sei o que vai falar. Podemos esperar mais alguns dias. Agora não temos mais pressa.

Alguns dias depois – muitas horas que passou encarando aqueles corredores vazios, muitas horas que passou resolvendo problema do seu novo reino – Loki já terminava de se preparar para partir. Sentia-se novo. Queria ir o mais rápido possível para tirar Sigyn daquele lugar, ela parecia cada vez mais retraída e, quando perguntava o porquê, ela só respondia que “não confiava naquelas pessoas”. Ela só não sabia o quanto aquilo também o machucava, afinal, estava em sua terra natal, era ali que ele deveria pertencer, aquelas pessoas eram da mesma raça que ele. Encarou por algum tempo a deusa, sentada na cama, terminando de amarrar suas botas.

—O que foi? - Ela perguntou, a voz suave.

—Nada, pensando, apenas. - Um sorriso leve apareceu no rosto dela e, conforme ela andava até Loki, ele pode perceber como ela tinha mudado. Antes, aquele sorriso seria enorme, antes, ela viria correndo até ele.

—Pare de pensar demais, Loki. Ou vamos ficar doidos.

—Você não precisaria nem estar aqui, Sigyn. - Sentiu a mão delicada dela em seu peito, depois seu pescoço, sua nuca.

—Eu sei. Já falamos sobre isso várias vezes, aliás. Eu estou bem, ok? É só… Esse lugar me dá arrepios. Acho que é o frio. - Loki assentiu com a cabeça. - Vamos, temos um bom caminho para percorrer ainda.

Sigyn não quis dizer que talvez achasse melhor desistirem daquele plano. Teve vontade de dizer para ficarem, que ela se acostumaria a tudo aquilo para que ficassem quietos, sem arrumar alguma confusão. Podiam ficar ali, podiam esquecer de Odin. Tinha sensação não muito boa sobre aquela semana. Não queria admitir para Loki, mas estava morrendo de medo.

Ele já tinha convencido os gigantes de gelo a marcharem contra Asgard, planejavam a invasão enquanto ele terminava de se recuperar totalmente de todos aqueles ferimentos. O dia se aproximava, e podia ver que Loki ficava cada vez mais ansioso, enquanto ela estava apreensiva demais. Decidiu confiar nele, colocar todas aquelas preocupações para trás. Tomou aquela decisão em pouco segundos, quando ele deu alguns passos para trás, a encarou e estendeu a mão, num sinal para que ela confiasse nele e seguisse-o.

Juntou as mãos, entrelaçando os dedos, querendo confiar nele. Precisava confiar nele ou ficaria louca. Os dois não eram os herois naquela história já fazia muito tempo, e não saberia como lidar com tudo aquilo sem Loki para apoiá-la, e sabia que o inverso era verdadeiro também. Tudo aquilo tinha começado porque Odin os separou, porque Odin não queria que os dois ficassem juntos. Já era a comprovação que um sem o outro não conseguia funcionar de maneira saudável – mesmo que juntos as coisas também não se resolvessem.

O castelo de Jotunheim estava movimentado desde que Loki havia colocado na cabeça dos gigantes que eles precisavam marchar contra Odin. Eles se preparavam para guerra. Gigantes treinavam, arrumavam seus armamentos, criavam um exército com todos aqueles que podiam lutar. Loki e Helena passaram por algumas salas cheias de armas, armaduras, enquanto saiam para poder recuperar Fenrir. Ninguém os interrompeu, pareciam ocupados demais com as suas tarefas para vê-los passarem.

O caminho parecia longo e tortuoso. Odiava caminhar naquela neve, naquele gelo, que a fazia escorregar quase a cada passo. Loki tinha uma leveza no andar, um jeito tão preciso de caminhar, que Sigyn tinha uma leve inveja. Porém, como quase ia parar no chão a qualquer pisada em falso, Loki a segurava pela cintura pelo caminho todo, dando suporte, ajudando-a. Isso a deixava aquecida e segura, afinal, tinha as mãos do rei de Jotunheim guiando-a e segurando-a. Não cairia.


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Notas finais do capítulo

Sobre a fanfic: Pela minha organização, deve faltar mais uns 3-4 capítulos, então, a fanfic está acabando, maio entro de férias e provavel que até lá eu tenha acabado a fanfic.

Aproveitem, porque ta acabaaaaando.
E não sei se vai ter continuação - pode ser que sim pode ser que não.

Brigada pela paciência de vocês, brigada de coração



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