A Cor do Amor escrita por GraziHCullen


Capítulo 5
Telefone




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Pela primeira vez na minha vida eu fiquei realmente confusa. Durante tudo que passei eu sempre soube como as pessoas reagiriam a tudo, de modo que nunca fiquei surpresa com algo. Ser esquisita era até legal, se eu olhasse por esse ponto. Por isso quando ouvi a conversa eu fiquei quase que desesperada. Não ligando que ainda tinha aulas, peguei minha bolsa e corri para casa. A pé mesmo, afinal, Forks é como um ovo de tão pequena.

 

Meus passos ecoavam pela rua quase deserta, o que de certa forma não era uma surpresa. Forks é um lugar quase deserto. A chuva constante faz com que as pessoas queiram ficar longe. Outro motivo de eu ter vindo a pé.

 

Andar me faz pensar. E quando não tem qualquer pessoa próxima me passando seus sentimentos eu consigo ficar mais relaxada. Enquanto eu andava, eu somente pensava na conversa da baixinha com Edward. Ela disse que me viu. Mas viu em que sentido? E ela disse que o Edward não conseguia ler meus pensamentos, coisa que é impossível. A não ser...

 

A não ser que eles sejam esquisitos como eu.

 

(...)

 

Assim que cheguei em casa, não sei por que mais ondas de lembranças vieram até a mim. Eu queria saber se em algum momento eu encontraria em alguma lembrança a baixinha com feições de fada ou o sexy Edward e toda a sua imponência. Mas, jogada em minha cama, minhas lembranças foram encaminhadas a muito longe no tempo.

 

Quando eu tinha seis anos, eu achava que ver auras era normal. Por isso não cheguei a contar isso para alguém nessa idade. Mas teve uma vez que enquanto eu brincava no jardim com minha única boneca, uma velha na qual peguei na caixa de usados da igreja, Rosalie foi e pegou-a, quebrando sua cabeça e pisando em cima. Desde pequena aquela loira tem o dom do mal. Mas o fato é que a aura de Rosalie brilhava preta e dourada serpentiando. A aura dela soltou vários fios, grossos como meus pulsos e eles vinham em minha direção. Eu achei bonito. Eu não sabia o que significava a cor preta. Por isso só fiquei vendo os fios se enrolarem em volta de mim e ignorei a dor. Mas a porta da entrada de repente se abriu. Com o susto a aura de Rosalie se soltou de mim e foi em direção ao invasor. Até hoje, não sei se foi por minha causa ou se foi à maldade de Rosalie, mas os fios grossos funcionaram como um chicote, que levou ao intruso, uma pobre faxineira, a ser jogada contra a porta. Felizmente sem nenhum dano. Desde então, passei a ser uma criança fechada. Não conversava e as na maioria do tempo usava óculos de sol, daqueles grandes que cobriam meu rosto inteiro, na esperança de que as luzes más fosse apagadas.

 

Obviamente não funcionou. Por que a única coisa que conseguiu abafar as cores foi um garoto, que agora atormentava meus pensamentos. Pensando nisso adormeci, ignorando os gritos preocupados de Reneé na porta do meu quarto.

 

(...)

 

Quando acordei já estava escuro. Olhando para o relógio percebi que tinha dormido durante uma boa parte da manha e mais a tarde inteira. Suspirando, me joguei na cama novamente. Quando estiquei meu braço para ligar para a Ângela, a única garota naquele inferno chamado ensino médio que era minha amiga. Mas meu olhar foi parado em frente à porta, no chão. Um papel, provavelmente jogado pela Reneé por debaixo da porta descansava ali. Largando o telefone, levantei-me e fui pegar o papel. A letra de Reneé estava ali, facilmente reconhecida.

 

“Uma garota baixinha esteve aqui querendo falar com você. Ela estava acompanhada por dois rapazes. Ela disse para você ligar para a casa dela. Beijos, titia.”

 

Estranhei. A única garota que já veio aqui para me ver foi a Ângela. Quem seria a baixinha mencionada? Foi então que me lembrei de Alice, e senti um certo medo de me envolver com pessoas que de certo modo são tão estranhas quanto eu. Mas do mesmo jeito que aconteceu na escola, meu corpo se móvel sozinho, pegando o telefone. Lembrei-me então que não tinha o telefone da Alice. Entre o desespero e o alivio dei um suspiro e olhei para a janela. Nela pelo lado de fora, um papel estava colado, nele avia um conjunto de números. Abaixo dos mesmos, tinha um recado.

 

“Agora você não poderá usar a desculpa que não tem meu numero. Eu mudei nosso futuro, e você? Irá mudar o de alguém? Alice Cullen”

 

Um arrepio percorreu por toda a minha espinha. Assustada, joguei o telefone no chão, e peguei o papel. Sem duvida aquilo estava escrito. Em um ataque de pânico rasguei o papel e desejei que esse dia maluco fosse um sonho.

 

 

 

 


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