A Cor do Amor escrita por GraziHCullen


Capítulo 6
e-mail




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/63833/chapter/6

 

 

Às 19 horas, mais ou menos, acordei novamente. Estava um pouco confusa. Afinal, não é todo dia que a gente tem a séria suspeita de que existem pessoas tão anormais quanto eu. Os Cullen pareciam ser normais (e perfeitos), mas eu senti a inevitável vontade de descobrir o que eles são de verdade.

 

A mensagem de Alice me assustou de modo irreversível. Provavelmente quando vê-la sairei correndo e gritando, de puro pânico.

 

Um ronco auto vindo de meu estomago me tirou dos meus pensamentos. Decidida a deixar minha missão para depois, sai do meu quarto e fui em direção a cozinha. No caminho, assim que passei pelo quarto de Rosalie, ouvi um barulho estranho. Mais parecido com um gemido. Estremeci, não querendo imaginar o que aquela loura manipuladora estaria fazendo por traz daquela porta cor-de-rosa. Desci as escadas e fui à cozinha, que era pintada de cores fortes e cegantes. Reneé fala que em uma cidade tão sem cor, é nossa função colori-la.

 

Coitada... Não sabe que essa cidade tem mais cor do que ela imagina...

 

Enfim, sentei-me no balcão, feliz por não ter ninguém aqui para me cegar com suas auras. No geral as auras do povo aqui não são tão ameaçadoras (tirando a de Rosalie, claro!). Preparei um misto, e voltei a me sentar no banco próximo à mesa. Me desliguei do mundo, focada no nada e adorando isso. São raras às vezes em que não tenho fleches de luz coloridas me seguindo, provocando, pedindo para serem manipuladas.

 

Meu “momento de paz” foi arruinado quando a porta de entrada foi escancarada por um Charlie vermelho de fúria.

 

_Eu disse não! – Charlie gritou aparentemente para o nada. Mas Reneé entrou em seguida gritando a plenos pulmões.

 

_Eu não quero saber o que você disse! Ele é meu parente, ele vem morar aqui!

 

As auras dos dois eram de um preto tão profundo, como se atraíssem uns aos outros a cair no vazio. Algumas partes eram mescladas com vermelho escuro e cinza. Fios da grossura de minha coxa balançavam-se por toda casa, e batiam uns nos outros a procura de um vencedor. Logo soube que essa briga era uma daquelas raras onde eles queriam saber quem realmente mandava na casa. O Charlie, com a função de pai e pessoa que coloca a maioria do dinheiro em casa ou a Reneé, com seu serviço de mãe e toda a responsabilidade de manter Rosalie na linha.

 

Quando um fio da aura de Charlie veio em minha direção, me abaixei automaticamente e voltei a prestar atenção em seus gritos.

 

_Reneé, você não vê esse garoto há anos! Ele pode ter se tornado um drogado... Ou um seqüestrador! Isso! Você quer ver nossa menina seqüestrada, quer? Não? Então não discuta! O garoto não vem!

 

 

_Charlie, querido. Você não pode mandar em tudo. Essa casa é tão sua quanto minha. Eu posso trazer quem eu quiser para aqui. Assim como aquela vez em que você trousse seu amigo que tinha acabado de ser expulso de casa pela esposa, e eu não reclamei você não vai reclamar agora, fui clara?

 

Os gritos continuaram e minha cabeça, implorava para que eles parassem. Suas auras eram tão pretas que eu me senti vazia. Seu ódio já me contaminava. Peguei-me desejando que as auras ficassem em um branco tranqüilo, de concordância e paz.

 

Para minha surpresa as auras foram parando de se debater. Os fios se recolhendo. Os gritos dos dois abaixando. Até que só restava o branco e o bege.

 

Charlie e Reneé se olharam em uma mistura de calma e confusão.

 

_Tudo bem Reneé. Pode trazer o Jasper para morar conosco por um tempo.

 

Espere, Jasper? Lembro-me dele. Um loiro lindo e legal. Meu primo, assim como de Rosalie. Ele veio passar as férias conosco quando eu tinha uns 10 anos. Lembro que a Rosalie já se achava dona do universo naquela época. Ela ordenou para que o Jazz fizesse suas tarefas diárias. Jazz negou-se a fazer. Rosalie pediu que o visinho, um garota forte de mais para sua idade, desse “um jeito” no Jazz.

 

Resultado? O garoto pendurou Jasper na árvore do quintal pela cueca. Jazz ficou completamente assado e passou a ter medo de Rosalie. Seus dias, então, foram ocupados dentro do quarto de hospedes. Eu me simpatizei com o pobre garoto. Sabia perfeitamente como era ser punido pela Rosalie. Então, um dia, preparei um sanduíche e levei ao quarto em que ele ocupava na época. Ele me olhou com medo, afinal, ele era um menino tímido, traumatizado e inegavelmente assado. Eu mostrei-o o sanduíche e dei-o um sorriso. A partir desse momento viramos amigos de infância. Passamos o resto do verão juntos e planejamos dezenas de vinganças contra Rosalie que nunca foram executadas, lógico. Mas as férias acabaram e desde então nunca mais o vi.

 

Fiquei feliz em saber que ele iria voltar por mais um tempo. Jazz era um garoto maravilhoso e eu tenho certeza que como adolescente ele também é.

 

Eu estava tão entretida em lembranças felizes que não notei que os meus tios tinham chegado à parte de “fazer as pazes”. Os dois se agarravam no sofá. Dava para ver as línguas deles daqui.

 

Só para constar... Que nojo!

 

Enojada, sai correndo da cozinha, deixando um resto de sanduíche na bancada mesmo. Subi para meu quarto e notei que o barulho/gemido que vinha do quarto de Rosalie tinha acabado. Entrei novamente no meu quarto, e para esquecer a imagem traumatizante que acabei de ver no sofá, peguei meus livros e fui fazer as tarefas de casa. Mas antes, decidi ver se tinha algum e-mail. Claro, existia 99% de chances de não ter, já que ninguém me mandava e-mails. Apenas Ângela quebrava essa sina. Por isso quando vi no canto da tela uma mensagem de “você tem uma nova mensagem” brilhando, clickei, feliz da vida.

 

De: Alice_Cullen@hotmail.com

 

Para: Bella_S@hotmail.com                     

 

“Bellinha! Nossa, já vi seu primo chegando! Ele esta um gato! Será que ele tem namorada? Espera, eu já sei a resposta para isso também! Rá!

 

Só queria falar para não se assustar. Eu vi aquele seu piti no quarto. Bella, eu não sou anormal. Pelo menos, não menos que você. Sem ofensas.

 

Minha família sofreu uma perda muito grande, e desde então temos alguns... Dons especiais. Eu vejo o futuro, Edward (não finja que não lembra dele, por que eu vi que você lembra!) lê mentes, meu outro irmão, Emmet, tem uma super-força e meu pai, Carlisle, pode curar qualquer coisa.

                      

Sabemos do que você é capaz melhor do que você mesma. Bella, você pode fazer muitas outras coisas com esse seu maravilhoso dom. Nós, os Cullen, oferecemo-nos para ajudá-la a se controlar melhor. Edward sabia o que estava acontecendo hoje na sala. Ele sabia que você estava enforcando a Jéssica (claro, inconscientemente) e a ajudou a parar.

 

A, antes que você pergunte:

 

1)Edward não pode ler sua mente. Não me pergunte por que, bom, não me pergunte pelo menos agora.

 

2)Não se pergunte onde consegui seu e-mail. Lembre-se, eu sei de tudo, por que...

 

EU VEJO TUDO!

 

Beijinhos...

Alice.”

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!