– Está pronta? - pergunta ele, olhando-me com aquele sorriso cínico. Que raiva.

– Eu não quero jogar isso! - digo enfurecidamente.

– Se não quer, por que veio?

– Eu não tive escolha, você praticamente me obrigou a vir até aqui.

– Claro que você teve escolha Audrey, se você não quisesse mesmo vir, não teria vindo.- ele sorri, olhando-me com deboche.

– Quer saber? Eu vou embora. - bufo, indo em direção a porta.

– Sábia decisão, minha cara. - grita ele, e eu viro-me lançando-lhe o dedo do meio

Babaca.

Saio do bar, andando pela rua deserta. Realmente meu plano foi por água a baixo, por que tudo tinha que dar errado? Que merda, Jason não tinha que aparecer nesse bar justo hoje?

–Psiu.- ouço alguém me chamar, e me viro. Havia um cara vindo em minha direção com um sorriso malicioso no rosto, ele era forte, da pele morena e cabelos negros como a noite, por um breve momento sinto minhas pernas tremerem, o olhar daquele homem começava a me dar medo. - O que uma moça tão bonita faz sozinha nessa rua tão escura e deserta?- sua voz era grossa e rouca.

– Não interessa. - respondo, dando-lhe as costas, pelo jeito que ele me olhava, eu sabia exatamente qual era suas reais intenções. Eu dava passos largos, mas podia sentir que ele continuava atrás de mim.

– Não quer companhia? - ouço a voz dele atrás de mim e acelero meus passos, sem sequer responder a sua pergunta. - Uma moça a essa hora da noite, vagando por essas ruas pode ser muito perigoso.

– Eu não ligo. - bufo. - Será que você pode parar de me seguir?

Sou puxada fortemente pelo pulso, e em questão de segundos, dou de cara com o olhar negro daquele cara, pude perceber que ele me olhava maliciosamente, mordendo os lábios, ele puxava-me pela cintura pressionando-me contra o seu corpo.

– Me solta. - remexo-me completamente assustada com a atitude daquele desconhecido. - Você tá louco cara?- grito debatendo-me.

– Calma gatinha, não precisa ficar nervosa. - ele pede, apertando-me mais a minha cintura contra o seu corpo. - Eu conheço muitas mulheres do seu tipo, só é você me dizer o preço que eu pago. - ele morde os lábios.

– Do que você tá falando? Eu não sou o tipo de mulher que você está pensando. - grito tentando me soltar do braço daquele homem, mas ele era muito mais forte.

" Essa vadia se renderá para mim em questão de minutos."

Ouço a voz daquele homem em meus pensamentos, será que era algum de meus poderes que estão se manifestando? É claro!

– Ahhh! Claro que não princesa, você é muito mais. - ele avança em meu pescoço, beijando-me ferozmente, eu fico intacta, uma idéia vinha me minha mente, o ódio por aquele desconhecido crescia ainda mais dentro de mim, esses homens são mesmo todos iguais, não conseguia entender por que enxergavam apenas o exterior da pessoa, o corpo, o rosto. Onde o caráter ficava? Em merda nenhuma, hoje em dia ninguém dá mais valor pra nada, a aparência física é uma das coisas que mais importa.

Sigo meus instintos, o plano já estava todo formado em minha cabeça. Puxo a cabeça daquele homem, e uno meus lábios ao dele, o beijando ferozmente , apensar de eu sentir imensa vontade de vomitar, eu tinha que fazer isso para meu plano dar certo. Ele aperta minha cintura, imprensando ainda mais meu corpo contra o dele, pude ver o quanto excitado ele estava.

– Nossa gata! - exclama ele, olhando-me ofegante. - Seu beijo é muito bom.

– Você quer mais não quer? - provoco-o mordendo os lábios, e ele assente, parecendo um cachorrinho quando pede comida. Desgraçado. -Vem comigo! - peço próximo ao bar que eu estava, sinto os passos dele atrás de mim.

A praia estava completamente deserta, ouvia-se apenas o barulhos das ondas agitadas que iam e viam. Olho para o idiota atrás de mim, e o fito mordendo os lábios, noto que ele me olhava com desejo, eu não conseguia raciocinar direito, apenas fazia o que me vinha a cabeça, então ergo minhas mãos puxando o zíper do meu vestido, o cara em minha frente arregala os olhos, ao me ver apenas de calcinha e sutiã. Ele vem em minha direção, mas eu ergo minhas mãos em sinal para que ele parasse.

– Qual é gata? - indaga ele. - Você quer me deixar louco não é mesmo?

– Eu só queria dar um mergulho. - provoco com uma voz sexy, o fitando, o babaca parecia hipnotizado. - Vai ficar ai parado?

Rapidamente ele tira a blusa e a calça e vem em minha direção, eu nada digo, apenas sigo em direção ao mar, e ao sentir meus pés em contato com a água, sinto um alívio percorrer o meu corpo, eu teria de agir rápido, sabia que em questão de segundos a minha cauda apareceria.

– Essa água está fria não é mesmo? - ele passa os braços em torno de seu corpo tentando se aquecer, eu ergo minhas mãos, chamando-o.

Olho para baixo, e noto que aos poucos a minha cauda ia surgindo, e quando ele se aproxima, eu o fito com um sorriso malicioso nos lábios, ele olha-me sem entender, e num impulso ergo minhas mãos, fazendo a água ao meu redor borbulhar.

– O que você está fazendo? - ele pergunta com os olhos arregalados, olhando as bolhas ao seu redor.

– Você disse que queria ver mais, não disse? - o encaro com um sorriso diabólico no rosto, ele grita ao sentir a água se formar em um redemoinho ao seu redor. Ele tenta nadar em direção a areia, mas a força em que a água girava era mais forte, eu olhava a desgraça daquele homem com um sorriso presunçoso no rosto, e em questão de segundos ele some, deixando apenas uma boa quantidade de espumas no lugar de seu corpo.

O desgraçado teve o que merecia.

Sorrio, nadando em direção a areia. Isso era tão bom e ao mesmo tempo assustador, eu tornava-me em uma pessoa que eu jamais me imaginaria.

*****

Eu estava sozinha no fundo do oceano, não havia sequer um ser marinho. Eu nadava vagarosamente olhando tudo ao meu redor. Não entendia o que havia acontecido, onde estaria os peixes e as outras sereias? Para onde teriam ido? Isso tudo me causa um aperto no peito e um frio na barriga, aquilo tudo realmente começava-me a me assustar.

– AUDREY! - ouço um grito de pavor e viro-me tentando avistar alguma coisa, mas não vejo nada, a medida em que eu nadava, o grito agudo ecoava cada vez mais alto fazendo meu coração disparar, a pessoa que gritava sem dúvidas era uma mulher, e parecia estar em grande perigo, e isso me deixava em desespero pois eu sentia a necessidade de salvá-la e não entendia o porquê.

– Quem é você? - grito nadando rapidamente.

– ME AJUDA, POR FAVOR! - grita ela e pude notar que ela chorava desesperadamente. - Eu n...

******

O irritante som do despertador me faz saltar da cama num susto. Sento-me respirando fundo, e o sonho vai se dissipando em minha mente, que coisa mais louca! Agora além de sereia e poderes, eu também vou ter lhe dar com esses sonhos completamente estranhos?

Ohh vida, tá de sacanagem com a minha cara né?

Levanto-me, indo em direção ao banheiro, hoje eu teria que ir a faculdade e enfrentar todos aqueles malditos alunos que me humilharam, mas eles nem imaginam o que os aguarda. Tiro minha roupa e entro na banheira, e ao sentir a água em contato com o meu corpo, ondas de choque o percorrem causando-me um leve arrepio. Minha cauda então surge lindamente fazendo-me sorrir, eu jamais irei me cansar de admirá-la, é tão linda.

Fecho meus olhos relaxando, e rapidamente a imagem da minha noite anterior surge em minha mente, o olhar assustado daquele cara ao ver minha cauda e a maneira como a água foi o sugando, não estou arrependida do que fiz, mas estou ciente de que talvez eu possa ter exagerado um pouco ao lhe tirar a vida.

Rapidamente a imagem dos olhos cinzas de Castiel invadem a minha mente, do seu corpo próximo ao meu e sua boca tão próxima da minha, eu fico me perguntando se ele também sente a mesma sensação quando está ao meu lado. Ele exala um mistério que me deixa louca e ao mesmo tempo enraivecida, eu nunca havia conhecido um cara tão irritante quanto ele. Enquanto muitos dão em cima de mim, me passam cantadas, ele parece não ligar o que penso dele, acho o que mais o diverte é me ver irritada. E eu.....