Vigilantes do Anoitecer escrita por Lady Angellique


Capítulo 7
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap pra vocês!
Desculpem os erros, espero que gostem e boa leitura!



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Ontem não tive tempo de explorar nada, tudo o que eu fiz foi arrumar minhas coisas no lugar, e comer um lanche que meu irmão preparou. Quando terminei, pude ver que agora aquilo estava parecendo com um lugar para eu chamar de lar. Tudo estava no seu devido lugar.

Hoje eu fui acordada por Elric, que veio me chamar para conhecer tudo na Sede, me mostrar os lugares que não havia dado pra ele me apresentar ontem, porque já estava tarde, e eu prontamente concordei e o segui, depois de colocar uma calça jeans azul escuro, uma camiseta branca e um moletom cinza por cima, com os meus allstar clássico preto e surrado (um tênis como esse é uma raridade por aqui, quase não se fabricam mais).

Seth veio comigo no meu ombro, afinal eu tinha que dar alguma coisa pra ele comer e ele não podia ficar trancado o dia todo no quarto. Elric também havia acordado Alex e Ally e os chamou para virem com a gente.

Nossa primeira parada foi no refeitório, que consistia em um lugar muito grande, com várias mesas dispostas organizadamente por toda a sala. A comida estava disposta toda em uma enorme mesa que ficava na lateral direita da sala, e era como nos restaurantes selfie serve você pega um prato e coloca tudo aquilo que quer.

Pensando por um lado, mais parecia um refeitório de escola do que qualquer outra coisa, tirando a parte que as mesas eram todas de madeiras polidas, – não se vê muitas dessas por aqui – e que em cada mesa ocupavam até oito pessoas, sem contar que haviam desenhos incríveis em toda a sua borda, de cada uma das mesas, e ao meu ver, todos os desenhos eram diferentes uns dos outros. Espero ter tempo para observar cada um dos desenhos esculpidos, por que um trabalho dessa magnitude deve ser apreciado como se deve.

Depois que eu peguei um prato com o meu café da manhã, eu segui Elric até uma das mesas, ao qual nos sentamos nós quatro, quer dizer, nós cinco, se for contar com Seth, e logo começamos a desfrutar do nosso café da manhã em um silencio confortável.

Enquanto eu comia e alimentava Seth, eu corri meus olhos pelo refeitório e observei que a maioria das pessoas estavam vestidas de preto dos pés a cabeça, acho que isso faz uma característica dos Guardiões, além de que Seth não era o único animal de estimação que se encontrava no refeitório. Havia também: gatos, cachorros, pássaros de diversas espécies, e até mesmo um ou dois macacos. Fiquei mais aliviada com isso, afinal isso significa que eu podia manter Seth, sem problema algum.

Nós comemos calmamente e em um clima tranquilo, cheio de conversas e risadas, assim como sempre era quando nos reunimos assim. Então de repente, um homem, – provavelmente com os seus trinta e poucos anos, mas assim como todo Guardião ainda matinha seu corpo em forma pronto para qualquer coisa – ele entrou e se posicionou na frente e no meio do refeitório. Com toda certeza ele é importante, porque no instante em que ele se posicionou no centro do refeitório, todos os presentes se calaram e olharam pra ele, aprestando a devida atenção no que ele iria dizer.

—Bom dia, Guardiões! – cumprimentou ele, e foi recebido por um sonoro "bom dia" de todos – Eu queria parabenizar a todos que completaram suas missões com êxito, e voltaram são e salvos, mais uma vez vocês defenderam e protegeram Andrômeda com tudo que têm e eu estou orgulhoso de todos vocês – uma saraiva de palmas preencheu o refeitório e eu acabei batendo palmas também, e depois de um tempo o homem fez um sinal com as mãos para que todos se aquietassem e assim o refeitório ficou novamente em silêncio – Embora não tenha havido nenhum acidente em nenhuma dessas missões, vocês ainda têm que entregar um relatório completo.

Todos que estavam ali riram, bom, pelo menos, eu e os gêmeos acompanhamos para não ficarmos "excluídos" e sermos os esquisitos do lugar. Eu acho que a gente, um dia vai entender essa piada particular.

—Eu queria dar boas vindas aos vinte e quatro novos Guardiões, que entraram para a Ordem – ele continuou – Para esses que estão entrando agora e não me conhecem, meu nome é Mathew Kutcher, e eu sou um dos Sentinelas que vai ficar responsável pelo treinamento de vocês pelos próximos meses. Alguns mais que outros. Além de não precisarem ter medo de mim, eu não mordo... Quer dizer, só a minha esposa e quando ela pede.

Havia uma mulher do seu lado com cabelos curtos e castanhos e olhos ferozes, que lhe deu uma cotovelada na altura do abdômen, o fazendo perder o ar e todos nós rirmos com a cena. Com certeza aquela era a sua esposa, e não estava nem um pouco feliz por ele estar expondo a vida íntima deles assim, na frente de todos. Ela olhou de cara feia para ele e depois se virou encarando todo o refeitório, tomando a fala.

—Eu gostaria que todos os Guardiões terminassem de comer e seguissem com os seus afazeres, e os que estão começando agora, eu gostaria de pedir que permanecessem no refeitório para conversarmos melhor depois.

Ela dispensou a todos e virou sentando–se numa das mesas mais a frente. Pude perceber que aquela mesa só continha Sentinelas, pois todos possuíam três faixas negras em um dos braços com certeza eram eles os líderes por aqui, e só de imaginar que eles iriam tomar conta da gente, e ensinar coisas pra gente... Oh meu Deus!

—Bom, eu vou indo – Elric disse se levantando, com sua bandeja em mãos – Tenho que fazer uns relatórios. A parte mais chata em ser um Guardião – ele suspirou, e antes de sair me deu um beijo no alto da cabeça – Vejo vocês depois.

Ele saiu andando junto com muitos outros, que levavam suas bandejas até duas passagens na parede, perto da porta, que estava escrito: louça suja, e no outro lixo. Aqui, tudo era muito organizado e limpo, assim como tudo mais na Capital, tudo muito avançado, rumo à perfeição... Mas no que eu estou pensando? Meu irmão me abandonou sozinha com gente que eu nem conheço... quer dizer, eu tenho os gêmeos, mas eles estão na mesma situação que eu! Não vão me ajudar é em nada, e não é como se eu estivesse totalmente tranquila com isso.

Em quanto eu discutia comigo mesma, o refeitório foi esvaziando, só ficando os vinte e quatro novos Guardiões, Mathew Kutcher e sua esposa. Nós nos juntamos mais a frente, como nos foi pedido, ficando todos de pé os encarando enquanto os esperávamos começara falar. Ambos os Sentinelas nos encararam durante um tempo, parecendo nos avaliar de alguma forma, e eu quase suspirei de alivio quando eles pararam de nos encarar fixamente.

—Ora, vamos, não precisam ficar acanhados – pediu Mathew abrindo um sorriso – Aqui vai ser a nova casa de vocês, é bom se acostumarem com ela.

—Você esta assustando eles – sua esposa (ao qual eu ainda não sei o nome) bateu no seu braço, ela olhou carinhosamente para a gente – Não liguem para essa coruja velha, ele tem cara de novo, mas é só a aparência mesmo. Eu sou Mary Anne, e sou a esposa desse idiota aqui, mais isso vocês já devem ter percebido.

Ela arrancou risadas de todos nós, até mesmo do seu marido.

—Tudo bem, agora falando sério – Mathew chamou a nossa atenção, fazendo todos se calarem para ouvi–lo, até mesmo Seth no meu ombro estava quieto, os observando – Nós vamos submeter vocês a treinamentos duros durante os próximos meses, que eu mesmo e a Mary iremos supervisionar.

—Quando sentimos que vocês estão prontos, iremos separa–los em equipes, duplas ou trios, e manda–los em missões pequenas, apenas pra treinamento – continuou Mary Anne.

—Isso vai ser no período de um ou dois anos – explicou Mathew – Vai depender do desempenho de cada um.

—Além de que, não quer dizer que vai ser a turma toda que vai estar pronta de uma vez, pode ser que apenas um ou dois estejam prontos antes do resto e, portanto serão avaliados antes – Mary interrompeu o marido o olhando de cara feia, como se não gostasse de ter sido interrompida por ele – Não precisam ter pressa, nesse período de treinamento, podem ir no tempo de vocês, não queremos "formar" – ela fez aspas com os dedos, enfatizando a última palavra – vocês na pressa, pra logo depois os soltarmos e acontecer algo de ruim, ou até mesmo na morte de vocês.

—Acho que já explicamos o básico – Mathew completou, depois de ver que Mary Anne não falaria mais nada – Perguntas?

O silêncio era mortal no refeitório, todos ainda estavam assimilando o que eles haviam dito, e talvez ninguém tivesse uma pergunta, ou coragem suficiente pra fazê–la.

—Nada? – ele olhou no rosto de cada um, desafiando–nos a falar, seu olhar parou em mim, e ele levantou uma sobrancelha me questionando – Muito bem, já que ninguém vai perguntar, podemos ir em frente e...Sim?

Eu havia levantado minha mão, de início baixo para depois levantar meu braço mais alto, assim chamando sua atenção novamente para mim.

—Err...Você disse, que depois que terminarmos tudo que tem pra nos ensinar, vamos estar "formados" – fiz aspas com a mão imitando o gesto de antes – E eu sei que os Guardiões trabalham em grupos, subdivididos...mas o que eu quero perguntar, é se nós formaremos grupos, apenas entre nós ou com outros que já estão aqui a mais tempo?

—Excelente pergunta – afirmou Mary – Antes de respondê–la, posso perguntar seu nome?

—Victoria Moore – respondi na hora – Mas pode me chamar de Tori, prefiro assim.

Mary e Mathew pareciam ter sido pegos de surpresa, mas só deixaram transparecer durante um milésimo de segundo – que se eu não estivesse prestando atenção neles eu não teria percebido – e logo voltaram às expressões de antes, ela mais séria e ele com uma expressão relaxada e sorridente.

—Claro que sim, Tori. Respondendo a sua pergunta, não necessariamente. Nós vamos avaliar vocês e ver com quem vocês se encaixam, e com que vocês se sairiam melhor – explicou ela – Às vezes nem sempre acertamos nas duplas, então, pode ser que não tenham uma dupla fixa. Mas se tivermos certeza de que certa pessoa é a dupla certa pra você, não mudaremos de jeito nenhum.

Assenti em silêncio, e ela pareceu aprovar, pois fez um sinal com a cabeça e um pequeno sorriso surgiu em seu rosto.

—Mais alguma pergunta? – ela olhou atentamente no rosto de cada um, dessa vez, não parando em mim – Muito bem, então podemos continuar com o nosso tuor.

Ela abriu caminho entre os novos Guardiões, deixando a gente para trás sem saber direito o que fazer.

—Ela é demais não é mesmo? – Mathew perguntou a ninguém em particular – Meninas, uma dica pra vocês: todo homem gosta de garotas que assumem o controle – os rapazes que estavam lá começaram a resmungar e a questionar, e outros começaram a rir – Vocês estão rindo, mas é a mais pura verdade eu também pensava assim, vocês vão ver isso quando estiverem casados e com filhos, vão se lembrar do que eu disse, e eu vou estar aqui pra esfregar isso na cara de vocês.

Foi à vez das meninas rirem, e dos meninos fazerem cara feia, fomos interrompidos por um pigarro atrás de nós, nos viramos e nos deparamos com a Sra. Mary. Mary Anne na porta do refeitório nos aguardando, olhando com cara de poucos amigos para seu marido...parece que a relação entre esses dois era de cão e gato.

Nós seguimos calmamente, Mary Anne e Mathew pelos corredores. Assim como meu irmão tinha falado, eles falaram também: vocês nunca vão se perder por aqui, é só imaginar aonde vocês querem ir que o caminho surgirá; sobre a magia que foi usada nesse castelo para conseguir suportar um monte de pessoas.

Eles nos mostraram várias salas de lazer, como se quisessem mostrar todos os lados positivos de morar e trabalhar aqui, antes de mostrarem os lados negativos. Nós vimos uma enorme biblioteca, uma sala de música, uma sala de coisas variadas – algumas coisas estranhas, que deve ser quase impossível de se descobrir o que é – e por fim, no primeiro andar, uma sala enorme somente para treinamento.

A sala estava muito movimentada e eu podia perceber que, depois do café da manhã a maioria das pessoas vinham para cá, treinar. Havia uma parte com vários aparelhos de ginástica e musculação, outra parte, onde estava tendo uma aula de boxes, em outro tatame havia várias duplas lutando entre si. E havia aqueles que estavam observando os outros, e agora eu fiquei muito curiosa em saber o por quê deles estarem observando.

—Aqui vocês vão passar boa parte da vida de vocês – começou Mary Anne, andando na nossa frente, igual aqueles filmes que passam na televisão dos exércitos, a sensação era a mesma – Momentos bons e ruins. Vai ter momento em que vocês vão desejar estar mortos, mas acreditem, vai valer muito à pena no final.

Mathew riu.

—Depois sou eu que assusto os novatos – disse ele chegando perto da esposa e colocando o braço em volta dela – Ali, vocês acharam os vestiários, e vão encontrar roupas para o treinamento de hoje. Depois, é claro, vocês podem trazer e usar as próprias roupas, mas hoje é apenas um dia de estreia.

—Vocês vão ver que aqui é como uma escola de tempo integral – Mary disse sorrindo, pela primeira vez, um sorriso aberto – Só que mais legal, e com mais aventura.

Nós saímos em direção aos vestiários, mas antes que eu pudesse ir, Mathew me chamou e disse que meu "macaquinho" iria ficar seguro com ele, então, deixei que Seth fosse para seu ombro e segui para o vestiário e trocar de roupa.

Coloquei um short de ginástica azul, um top e uma camiseta mais folgada, calcei meus tênis mesmo, e sai junto de Ally, nos encontrando com os outros lá fora, aqueles que já haviam terminado de se trocarem estavam de volta ao grupinho de antes perto dos nossos instrutores enquanto esperavam os outros e nós duas nos juntamos a eles.

Quando estávamos todos reunidos, Mathew nos deu uma série de exercícios para fazer em aparelhos de ginástica e de musculação. Eles disseram que iríamos fazer esses exercícios durante certo tempo, e depois iríamos ter algumas aulas de luta.

Eu estava ansiosa pra isso, ansiosa pra tudo, afinal é uma nova experiência que estou vivendo aqui, e quero tirar o máximo de proveito que eu posso, e logo fui pra perto de uns aparelhos de musculação – embora eles não fossem muito o meu forte – e comecei a fazer os exercícios que eles haviam passado. Eu acabei ficando tão concentrada que não percebi quando alguém chegou atrás de mim, somente fui perceber quando o meu nome foi chamado.

—Voando muito, Moore? – uma voz perguntou atrás de mim, parei de fazer a série de musculação que eu estava fazendo e olhei pra trás, não reconheci quem era, mas quem quer que fosse parecia me conhecer e demonstrava uma familiaridade que me irritou um pouco – Não está me reconhecendo? – ele levantou uma sobrancelha, e me deu um sorrisinho de canto e na hora eu o reconheci, não acreditando no que eu estava vendo.

—Wood! – exclamei feliz ao vê–lo, já se passaram tantos anos, desde que a gente não se vê.

Dylan Wood ele era meu melhor amigo antes de conhecer os gêmeos, na época, nós dois éramos os capetas em pessoas, estávamos sempre aprontando todas no nosso bairro, mas infelizmente ele e sua família tiveram que mudar, para Northland, por causa do trabalho de seu pai. Ele havia acabado de completar oito anos na época, e eu lembro que o meu aniversário estava quase chegando, e havíamos planejado fazer a maior pegadinha de todos os tempos...mas ele foi embora, e quase que eu passei meu aniversário de oito anos sozinha, e foi nessa época, duas semanas depois que Dylan havia se mudado, que eu conheci os gêmeos. Eles me animaram, quando eu estava muito pra baixo, porque, imaginem para uma criança pequena perder o melhor amigo do nada? É a mesma coisa de uma mulher madura ter cólicas.

Eu pulei em seus braços, e ele logo me segurou pela cintura, me levantando no alto, e rodando comigo, mostrando que estava tão feliz quanto eu por nos reencontrarmos.

—Você está muito alto – reclamei quando ele me pôs no chão.

—Obrigada.

—Não foi um elogio.

—Eu sei – ele sorriu.

—Idiota – sorri também, lhe dando um tapa de brincadeira no seu braço.

—Já você, está bem mais bonita do que eu me lembro – elogiou–me ele me fazendo corar.

—Obrigada – agradeci – Mas você tem a mesma idade que eu, então significa que você está entrando agora, você é um dos vinte e quatro Iniciados hoje, né?

—Corretíssima, milady – ele fez uma voz engraçada me fazendo rir alto, e chamar ainda mais atenção pra gente, como se o fato de estar abraçada com um cara como o Dylan já não chamasse atenção suficiente.

Dylan se tornou um rapaz muito bonito, com os seus cabelos cor de mel, e olhos quase da mesma cor, alto e forte, ele era um imã pra garotas. E eu tenho certeza que, para ele eu mudei muito também, afinal, quando éramos amigos, eu era uma pirralha que usava "marias–chiquinhas" e andava descalça para tudo que é lugar com ele. Agora, meus cabelos pretos e lisos estão na altura do meu quadril, embora agora eles se encontrem presos em um rabo de cavalo alto, eu estava bem maior e com um corpo bem desenvolvido, eu não podia reclamar dos meus seios fartos, e do meu corpo maravilhoso que Deus me deu, e acho que nenhum rapaz ou homem dessa sala pode reclamar de alguma coisa.

—Eu não acreditei que era você, quando eu te vi lá no refeitório – comentou ele – Eu pensei comigo mesmo, quais eram as minhas chances de te ver num lugar como esse?

—Só porque eu sou menina não quer dizer que eu não possa entrar para a Ordem – me defendi, fazendo bico e me afastando dele cruzando os braços.

—Não foi isso que eu quis dizer – ele tentou se explicar – Quis dizer, que eu sou muito azarado, e nunca pensaria que a veria novamente, mas ai eu me lembrei que o seu irmão havia virado um Guardião, então é óbvio que você viria também, somente pra ficar com ele. Vocês dois são muito ligados.

—Ficar com quem? – uma voz perguntou atrás da gente.

Francamente! Será que todo mundo nesse lugar ou em qualquer outro gosta de interromper minhas conversas com qualquer ser dessa face da Terra? Será que se eu conversar com uma árvore vai chegar alguém me interrompendo também? Provavelmente sim, devem achar que eu sou louca por conversar com uma árvore. Mas eu tenho livre arbítrio, poxa! Converso com quem eu quiser... mas parece que o universo não sabe disso.

Bufei, me virando e me deparando com meu irmão mais velho, e meu irmão postiço nos olhando de cara feia, ambos nos olhavam fixamente, trocando os olhares entre eu e Dylan que ainda estávamos muito próximos um do outro. Não disse? O universo está contra mim!

—Quem é esse, Tori? – Elric perguntou chegando mais perto.

—Sério? Mudei tanto assim pra nenhum dos dois me reconhecerem? – perguntou ele, se virando pra mim e fazendo bico. Dramático!

—Sim – respondi – Você está mais feio.

—Cala a boca, Vick.

—Vick? – Elric pareceu se lembrar dele, abrindo um sorriso pra Dylan – Só tem uma pessoa que a chamava assim sem que ela não queria matar – ele se aproximou mais um pouco o avaliando – Dylan.

—O único.

—Só que mais feio que o normal – completei arrancando risadas minhas e de Elric, que não deixou Dylan falar alguma coisa o puxando para perto, lhe dando um abraço

—Cara, você cresceu, ta quase do meu tamanho – meu irmão disse, tentando fazer Dylan me esquecesse, mas não vai tava dando muito certo, porque esse último e lançava olhares mortais, me arrancando um sorriso.

Eu não tinha culpa se ele podia ser facilmente provocado. Fazia parte da minha natureza aproveitar as menores brechas que me davam.

—Eu não esperava ver vocês de novo, não tão cedo – comentou Dylan – mas eu logo descobri que você estava aqui Elric, então eu imaginei que ela viria também, afinal,vocês dois são muito ligados.

Elric riu concordando, já eu dei apenas um sorriso na direção dos dois. Olhei por cima do ombro de Elric, e avistei os gêmeos, ao qual um estava conversando com o outro em voz baixa, eu chamei eles e apresentei eles a Dylan.

—Dylan, esses são Alexander e Alicia West, eu os conheci depois que você foi embora, meus melhores amigos desde então. Alex, Ally, esse é Dylan, nós éramos amigos de infância, até ele ter que se mudar por causa do emprego dos pais dele – expliquei enquanto os apresentava.

Eles se cumprimentaram amigavelmente...quer dizer Ally cumprimentou ele com um sorriso e um aperto de mão, e um beijo na bochecha, já Alex apertou a mão dele num aperto firme, e com o cenho franzido, pela sua cara eu pude perceber que ele estava avaliando Dylan, e esse ultimo também estava fazendo o mesmo,mas eu tenho certeza de que Alex esta fazendo isso porquê ele deve achar que Dylan é um "perigo" em potencial pra mim, ou seja um futuro pretendente. Bufei. Que idiotice. Dylan e eu somos bons amigos, e não acredito que possa haver nada mais que isso, afinal eu sempre vou ver ele como aquele menino chato que me acompanhava nas mais diversas aventuras quando éramos pequenos, sem contar que eu não conheço ele hoje, e não sei como ele é. Tudo o que eu posso fazer no momento, é observar tudo e torcer para que nada de ruim ou catastrófico aconteça.

Um apito muito alto soou por toda a sala chamando a atenção de todos. Provavelmente eu fiquei surda no processo, porque Mary Anne – que era quem estava tocando o apito – não parou de sopra–lo, ate perceber que todos haviam focado a atenção nela.

Nossa senhora dos pulmões bons, que fôlego que aquela mulher tem.

Eu e o resto do pessoal nos aproximamos mais dela, para escutar o que ela tinha a falar, totalmente curiosos e somente quando estávamos todos reunidos novamente que ela começou a falar:

 _Agora que eu tenho a atenção de todos, eu gostaria de chamar todos os iniciantes para se aproximarem do tatame, porque iremos avaliar vocês no quesito luta – explicou ela – Não precisam ficar receosos com nada, só vamos observar como vocês estão lutando e anotar seus pontos positivos e negativos, e depois trabalharemos neles. É super tranquilo, e fazemos isso com todo mundo.

Nós, os iniciantes nos aproximamos mais do tatame, e esperamos novas ordens. Os outros Guardiões que estavam treinando naquela sala pararam de fazer qualquer exercício e se aproximaram mais, alguns sentaram, outros ficaram de pé, outros se encostaram em alguns aparelhos que ali estavam ou na parede, somente para assistir a gente. Esse povo não tem mais nada pra fazer não? Com certeza sim, mas preferem ver a desgraça alheia do que fazer qualquer outra coisa.

—Eu vou chamar dois nomes, para virem aqui na frente lutarem – continuou ela – Pensem nisso como uma aula de luta, sem pressão.

Ela tentava a todo custo acalmar a gente, não sei por que, to super tranquila. As chances de eu ser chamada uma das primeiras é quase nula, justamente pelo meu nome começar com a letra V, e meu sobrenome com M,a te que ela correu os olhos pelo tablet Ed ultima geração que ela estava segurando e pareceu escolher dois nomes aleatórios.

—Dylan Wood e Victoria Moore.


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Notas finais do capítulo

E aí?? O que acharam? Lá vem treta né? kkkk semana que vem posto mais um cap, talvez se eu tiver comentários nesse cap eu poste até mesmo antes ;)

Até o próximo cap!

Bjss da Angel



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