Perversa escrita por Diamandis
Na manhã seguinte, os Granger agiram – ou tentaram agir – como se nada tivesse acontecido. Tomaram café juntos, em silêncio. Então, na hora certa, estavam prontos para ver a apresentação de Hermione na Feira de Ciências.
Entraram no carro – Hermione com o pai na frente, sua mãe atrás –.
A herdeira colocou o cinto e cruzou as pernas sobre o banco.
– Sente-se direito, filha. – Foi a primeira vez que ouviu a voz dele, naquele dia. Mas foi ignorado.
A Sra. Granger manteve-se absolutamente silenciosa.
Hermione ligou o som do carro e percorreu o mp3 embutido. Encontrou uma música que gostava e aumentou o volume. Ficou batucando na beirada de seu banco de couro.
– O que é isso? – Reclamou a mãe. – Quanto barulho!
– São as Little Roxe. Elas haviam se separado, mas voltaram esse ano e estão bombando outra vez. – Respondeu enquanto revirava os olhos, como se fosse à coisa mais óbvia do mundo. – Elas são incríveis.
O Sr. Granger passou de música, em resposta à careta da esposa.
– Isso sim é música. Lenta, linda. – Disse ela satisfeita.
Hermione gargalhou alto, sarcástica.
– É delas também.
O ginásio estava lotado quando Hermione e os pais chegaram. Ronald e os outros esperavam por ela ansiosos.
– Você demorou. – Repreendeu friamente.
Todos do grupo usavam camisas personalizadas com o tema da Feira de Ciências.
Ela não respondeu, apenas observou seus pais tomando seus lugares na platéia.
– Temos um problema. – Anunciou um dos garotos do terceiro ano, surgindo do meio da galera. – A aparelhagem de som está falhando. Acabamos de testar.
– Droga. – Murmurou Cho. – Precisamos encontrar o professor Arnold.
– Venham comigo. – Comandou Ronald. – Alguém, por favor, termine de organizar as coisas do palco.
Todos olharam para o palco no fim do grande ginásio, com cortinhas fechadas verdes e vermelhas, a cor do colégio.
– Eu posso ir, se quiserem – Ofereceu-se alguém.
– Não. Eu vou. – Hermione soou opressiva.
Pegou a lista com Ronald e foi sozinha para o palco.
Lá em cima, o som dos alunos e pais era abafado pelas cortinas. Algumas latas de tinta estavam empilhadas num canto escondido das visões da platéia. Fora isso, muito organizado.
Estava quase tudo pronto; uma ou outra coisa que precisavam ser posicionadas, com todo o cuidado, para dar certo. Ronald não havia cansado de repetir que o colégio estaria sendo avaliado e que aquela feira era importante para o professor Arnold W.
“Como se ele fosse muito importante para o Bolsista.”, zombou quieta.
Colocou tudo cuidadosamente em suas posições e contemplou seu trabalho. Perfeito.
Virou-se para sair, então não resistiu à tentação de imaginar Ronald ‘arruinado’ graças ao fracasso da feira. Mordeu o lábio e revirou os olhos.
– Você demorou. – Observou Ronald.
– Onde estão os outros? – Cortou Hermione. – Já está na hora de começarmos.
– Estão resolvendo os problemas do som o com professor. E acho que algumas garotas foram ao banheiro.
Um a um, os integrantes chegaram de diferentes direções.
– Vamos logo. – Ordenou a loira. – Estamos atrasados. Mal posso esperar para começar logo.
Encaminharam-se para frente do palco e esperaram o professor Arnold W. anunciá-los.
– Com vocês, o grupo que não está na competição da Feira. Eles representam o nosso colégio para toda a rede Hogwarts, com o tema Fisiologia Vegetal.
Então, lentamente, a cortinha se abriu e um ‘Oh’ horrorizado se alastrou pela platéia. Viraram-se confusos então viram cada canto do trabalho, cada objeto, totalmente destruído. Litros de tinta roxa estavam espalhados por todo o palco. Ronald correu lá para cima desesperado e leu o que estava escrito no chão, com letras trêmulas e grandes, ainda com tinta:
– Arruinado.
“Eu não acredito”, pensou boquiaberto.
Olhou para Hermione com olhos opressivos e cerrou os punhos com força.
– Desgraçada. – Sussurrou.
Ela parecia tão chocada quanto ele, mas Ronald sabia de seus dons para dissimular.
Desceu do palco e passou por ela, como um sopro, raivoso.
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