Perversa escrita por Diamandis
As duas últimas aulas de segunda-feira estavam livres, para todas as turmas. Hermione guardou suas coisas na bolsa de veludo, passou a mão nos cabelos soltos e saiu da sala, acompanhada por Gina.
– Não sei se você reparou – disse a ruiva, andando rápido para alcançá-la. –, mas o professor Arnold anda meio histérico.
– Ele é um tosco. Meu pai o conhece. É cheio de manias e vive paparicando o filho. – Colocou as mãos nos bolsos do moletom vermelho escuro, combinando com a saia pregueada. – Eles estudaram juntos. São amigos até hoje. – Completou.
Gina riu alto, enquanto atravessavam os corredores, rumo aos armários.
– Ele já foi à sua casa?
– Umas poucas vezes. Mas fiquei trancada no quarto. Em todas.
Guardaram as coisas, checaram o espelho e desfilaram para fora da escola. Ainda teriam de se torturar em mais uma reunião da Feira de Ciências.
Ronald e Cho, os mais novos ‘melhores-amigos-de-infância rejeitados’, já haviam chegado ao Museu de Ciências.
– Como foi a viagem? – Sussurrou ela.
– Não ficou sabendo?!
– Eu li na Perversa. Mas não confio mais nela desde que falou sobre... nós.
Ronald se lembrou do papel e da caneta que havia achado na Estação Ferroviária em Little Falls. Ainda deviam estar na sua mochila.
– É, foi legal. – Fingiu mal se lembrar.
– Aconteceu algo... interessante? – Jogou a isca.
– Não. Hermione só me beijou.
Cho levou a mão à boca, com os olhos brilhando. Seus ombros se contraíram um pouco.
– Eu sabia! Mas...
Ronald apertou o magro joelho da garota, alertando-a. Hermione e Gina estavam chegando.
– Bem... – disse a loira, quando se sentaram –, este é o nosso último encontro antes da Feira. Graças a Deus.
– Tudo precisa estar perfeito. – Completou Cho.
A relação entre elas era estreitamente profissional.
– Não podemos esquecer de nada. A escola será avaliada pelo nosso projeto. O professor de Biologia está contando com a gente. – Finalizou Ronald.
A dupla de amigas se entreolhou, contendo risinhos.
– Quero ver a lista outra vez. – Comunicou Hermione.
Um dos garotos entregou à ela uma folha de caderno. “Você devia ter um cópia.”, pensou Ronald. “Queria tanto ser líder e nem a lista de materiais tem.” Mas não foi isso o que disse.
– Esta é a ordem: do mais simples ao mais complexo. Se algo estiver diferente, estaremos arruinados.
– Até que seria bom vê-lo arruinado. – Cochichou para Gina – não tão baixo, propositalmente –.
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