Precisamos Conversar escrita por Rodrigo Caetano


Capítulo 10
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

E então? Preparado para o adeus definitivo? Essa é verdadeiramente o fechamento desses personagens, que agora viverão exclusivamente na sua (e na minha imaginação). Espero que tenham gostado da jornada, e que o final seja positivo xD

Boa leitura!



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— Sabe, volta e meia eu ainda tenho medo de você fugir.

— Sério?

— Juro por Deus. Você já fugiu de mim uma vez, fugiu dos seus pais mais de uma. Quem sabe um dia você não acorda e resolve fugir de novo?

—Pois é, quem sabe... – disse Samanta, rindo de David.

— E você é boa nisso – ele disse, arrancando mais risadas da mulher, deitada na cama ao seu lado, aninhada em seus braços. – Você está ali do nosso lado e, sem mais nem menos, acorda no dia seguinte e vai embora. Não dá tchau, não diz para onde vai. Deixa até o celular em casa...

—Isso não é verdade! Quando eu fugi de você eu levei meu celular...

— Ok, você está certa. – Ele reconheceu - Deixou o chip, saiu de tudo quanto é rede social... Você é quase profissional nisso.

Samanta riu novamente, apertou o marido em um abraço e deu-lhe um beijo, longo e demorado, quase lhe roubando todo o ar.

— Eu prometo que não vou a lugar nenhum, ok?

— Ok... – Ele disse, sem realmente prestar atenção. Puxou a mulher para outro beijo, cheio de sede e desejo.

Ela correspondeu, se deixando levar, e os dois rolaram pela cama. Uma das mãos dele seguravam os cabelos da nuca de Samanta, enquanto a outra corria-lhe pelas costas, passando pela cintura e apertando sua coxa sobre a dele. A mulher usou as unhas para arranhar levemente as costas do marido enquanto parava de rolar, por cima dele. Em seguida, interrompeu o beijo e se levantou da cama, rápida demais para que ele pudesse impedir.

— Está vendo? Fugindo novamente... isso não se faz – Disse ele, lamentando.

— É exatamente isso o que se faz — ela respondeu, rindo. – Quando se tem uma filha de cinco anos dormindo na cama ao lado, e uma cidade inteira a se conhecer do lado de fora desse hotel. Vamos, estamos na Nova Zelândia. Isso é um sonho para mim...

— Por quanto tempo? – David perguntou, ignorando o que a esposa estava falando.

— Ora, por mais sete dias. Você que fez a reserva, David.

— Não! Por quanto tempo você promete?

— O quê? — Ela realmente não estava entendendo, mas ele sorria um sorriso quase medroso, deixando-a com um leve toque de preocupação.

— Por quanto tempo você promete que não vai a lugar nenhum?

Samanta riu um pouco alto demais, e levou a mão à boca quando sua filha rolou na cama ao lado, resmungando, mas sem acordar.

— Para sempre, seu idiota. É isso que você promete quando se casa, não é?

— Para sempre? Meu Deus... Eu não sei se te aguento.

Samanta pegou o travesseiro mais próximo e lançou contra o rosto de David, ainda deitado.

— É sério, amor. Às vezes eu acho que uma parte de mim ainda tem medo que você vá embora, sabe? Que fica pensando no que eu posso fazer para deixar você sempre feliz...

— Bem, se você pensa isso, eu me casei com o homem errado – ela respondeu.

— Como assim?

Samanta subiu na cama e se ajoelhou próximo ao seu marido, ainda sorrindo, mas sem rir. Passou a mão pelo tórax dele e lhe olhou fundo nos olhos, com todo o amor que nutria por ele.

— Quando eu fugi a primeira vez, não foi porque você não me fazia feliz. Eu sempre fui muito feliz com você, eu já disse isso.

Ele ameaçou responder, mas ela lhe calou com um dedo em seus lábios.

— Quando eu fugi de você, foi justamente por que você estava me fazendo feliz. E quando eu fugi dos meus pais, foi porque eles estavam tentando me fazer feliz.

Ela lhe deu um tapa carinhoso e levantou-se novamente para ir tomar banho. Ele a seguiu passo a passo com o olhar.

— Você é uma mulher complicada, sabia?

Ela riu e assentiu com a cabeça.

— Eu sei. Era justamente por isso que eu fugia também. Todo mundo querendo me fazer feliz, e, por algum motivo, aquilo não era suficiente. Tinha sempre alguma coisa errada, que eu não conseguia entender. E eu me sentia culpada... Mas você não precisa mais me tentar fazer feliz, amor. Eu já entendi o que eu precisava entender, e já te disse isso antes...

— Ah é? E você pode repetir para mim, o que é isso que você entendeu?

Ela tomou um segundo, olhando dele para a filha, para a janela do quarto de hotel, enquanto escolhia as palavras certas.

— Eu entendi que a minha felicidade era uma escolha, e que ninguém mais podia fazê-la para mim.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?

Muito obrigado por chegar até aqui. Isso em si já me deixa muito feliz. Torço para que tenham gostado!

Sério, adoraria ouvir a opinião de vocês. Sobre o que quer que seja que você esteja pensando agora, sério. Se você gostou de um personagem e não do outro. Se você odiou os interlúdios ou os achou interessantes. Se isso te deixou pensando no seu cachorro, ou se você está pensando em abandonar para sempre a leitura de qualquer coisa, de tão ruim que achou... Estou aceitando qualquer coisa, por que, acredite ou não, o que quer que você esteja pensando ou sentindo agora, vai me ajudar a entender melhor essa história xD

Espero vocês nos comentários!



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