Deadly Hunt escrita por Lara


Capítulo 12
Intensidade


Notas iniciais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! Como sempre, eu demorei, mas voltei. Eu não vou comentar muito sobre meus motivos, porque todos já sabem. E peço desculpas se esse capítulo não atender as expectativas de vocês, tendo em vista que é o primeiro hot que eu faço para o universo de UC.

Muito obrigada Juliana Lorena, Sweet Princess e Marluci pelos comentários inspiradores no capítulo passado. Vocês são as melhores! Espero que gostem. Boa leitura...



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“Você está em meus pensamentos

Sempre, sempre

Eu só me apavorei

Sempre, sempre

Prefiro me sufocar com minhas más decisões

E então carregá-las para o meu túmulo

Você está em meus pensamentos

Sempre, sempre, sempre

 

As rachaduras não vão se consertar e as cicatrizes não irão desaparecer

Acho que eu deveria me acostumar com isso

O lado esquerdo da minha cama é um espaço vazio

Lembro que éramos estranhos

Então, me diga, qual é a diferença

Entre o antes e agora”

 

Gavin James – Always

 

Capítulo XI – Intensidade

 

֎

 

“As nuvens negras começavam a se formar acima da cidade. Os ribombos dos trovões e as descargas elétricas se tornavam a trilha sonora do caos que ocorria em Füssen. A metros de distância de mim, vejo duas pessoas lutando. Com curiosidade, começo a me aproximar e me assusto ao perceber que o combate que ocorria era entre Ally e Bárbara.

Em um movimento rápido, Bárbara agarra a sua espada e parte para cima de Ally, acertando sua perna e fazendo com que ela caísse. O impacto de seu corpo contra o chão a faz perder os sentidos momentaneamente.

Quando dou por mim, Bárbara está em cima de Ally, prestes a enfiar sua espada em sua garganta. Tento gritar, desesperado, mas nenhum som saia de minha boca. Sem sua espada para se proteger, Ally estava condenada. Surpreendendo-me quando minha esposa agarra a lama que estava a sua volta e a jogo nos olhos de minha prima.

Enquanto Bárbara urrava com a ardência em seus olhos, Ally consegue sair debaixo da garota e agarra sua espada que estava a alguns metros de si. Alguns segundos depois, elas haviam retornado a batalha.

Olho em volta, tentando encontrar algo que pudesse dar vantagem a Ally, mas o campo desértico de trigo não continha nada que pudesse ajudar. A chuva deixava o piso lamacento, atrapalhando-as de maneira significativa.

Bárbara acerta um chute na perna machucada de Ally, fazendo com que ela se desequilibrasse. Minha esposa aproveita a distração de minha prima e acerta sua espada na coxa esquerda da garota, abrindo um novo corte. Ela se levanta com agilidade e leva sua espada em direção ao ombro de Bárbara, mas acaba por ser interceptado pela espada da garota.

Mais uma vez, as espadas da duas se chocam com intensidade, ocasionando em um estrondoso tilintar. Elas se encaravam com ódio e forçavam mais ainda as armas, no entanto, continuavam naquele empate sem fim. Não havia como negar, suas habilidades eram incrivelmente semelhantes.

Ally tentava acertá-la de todas as formas e de maneira ágil, mas a sua armadura parecia atrapalhar sua locomoção e dificultava na agilidade. Para a sorte de minha esposa, Bárbara parecia sentir as mesmas consequências de se possuir uma peça tão pesada em seu corpo.

Os trovões aumentavam mais a cada minuto que se passava, assustando-me, afinal, elas estavam em campo aberto, cobertas de metal, intensificando as chances de serem atingidas por um raio. Tento me mover mais uma vez, mas todos os meus movimentos eram em vão. Eu não conseguia fazer nada além de assistir a luta que ocorria de maneira intensa a minha frente.

Coberta e cercada pela lama, Ally acaba escorregando em um momento. Não se deixando abalar, antes que ela caísse, minha esposa vira seu corpo e consegue recuperar o equilíbrio, ficando atrás de Bárbara.

A rainha de Krósvia coloca a ponta de sua espada no pescoço de Bárbara e a comprime levemente. Minha prima pareceu não se importar com a ação de Ally, pois em um movimento rápido, ela gira o corpo e afasta a espada de sua adversária usando a sua.

E mais uma vez, elas estavam em sua posição inicial de combate. Encaravam-se com intensidade. Seus rostos estavam próximos e a chuva continuava a cair, o que provavelmente, atrapalhava um pouco a visão das duas.

— Precisamos pôr um fim a isso. – Sussurra Allycia, cansada de continuar aquela luta exaustiva.

Cada ataque seu acabava por ser interceptado por Bárbara, assim como ela impedia que a mais nova a acertasse. Ambas estavam exaustas e não havia como prolongar ainda mais a luta. Se continuassem naquele ritmo, elas seriam vencidas pelo cansaço.

— Concordo. – Murmura Bárbara, respirando com dificuldade. – Não há como prolongar o inevitável.

Inesperadamente, Bárbara chuta a armadura de Allycia com uma força surpreendente. Minha esposa parece ficar com falta de ar e quando dei por mim, a espada daquela que carregava o mesmo sangue que o meu estava no pescoço da mulher de minha vida, enquanto agarrava o tórax de Ally com firmeza.

O frio em minha espinha fazia meus pelos se eriçarem. Eu tentava a todo custo me mexer para evitar que Bárbara a machucasse, mas minhas pernas pareciam presas ao chão. Ela não poderia morrer. Eu não estava pronto para perdê-la. Como eu poderia viver sem Ally?

Tento controlar meu medo. Eu precisava de um plano e perder a razão não salvaria Ally. Penso por um momento, procurando alguma forma de tirar minha esposa daquela situação, mas nada vem a minha mente. Eu estava desesperado e já começava a perder os movimentos de meu corpo.

Allycia ainda segurava sua espada e tentava a todo custo se desvencilhar do aperto de Bárbara, mas qualquer ação parecia não surtir efeito. Ela parecia hesitar um pouco em matar Ally, o que era um alivio para mim. De repente, minha esposa parece conseguir pensar em algum plano.

Ela respira fundo, provavelmente, preparando-se mentalmente para o que estava por vir. Algo em mim dizia que ela faria alguma loucura e o desespero me domina mais uma vez. Allycia afasta sua cabeça lentamente e vejo a espada de Bárbara corta superficialmente a garganta da rainha de Krósvia.

No momento em que Bárbara iria acertar seu golpe final, vejo Ally respirar fundo mais uma vez. Ela pega sua espada e perfura seu ombro próprio ombro. Sem hesitação, ela a empurra com toda a sua força, conseguindo ultrapassar seu corpo e acertar o pescoço de Bárbara.

Em pânico, grito assustado. O sangue de Bárbara se misturava ao de Ally e seus corpos continuavam colados. Ela respirava com dificuldade e parecia estar prestes a se deixar levar pela inconsciência. Bárbara arfava fortemente. A garota continuava a tentar acertar Ally, mas minha esposa consegue afastar sua mão com facilidade.

Com o pouco das forças que ainda restavam em si, Allycia puxa a espada de seu corpo o suficiente para separar-se de Bárbara. Minha prima permanecia de olhos abertos, respirando com dificuldade. Ally cai ao seu lado, ainda com a espada crava em seu ombro.

Observo Ally com preocupação, mas havia algo de diferente em minha esposa. Sua barriga passa a brilhar. Com um sorriso carinhoso e amável em seus lábios, Ally ignora a dor em seu ombro e acaricia a região, com lágrimas escorrendo pelo rosto marcado pela batalha. Ela estava grávida. Não consigo evitar que as lágrimas se formassem em meus olhos e caíssem intensamente.

De repente, um novo trovão ecoa pelos céus e um raio cai na plantação de trigo, iniciando um incêndio grandioso. Ally olha assustada para o que acontecia e se levanta para correr em minha direção. Ela estende uma de suas mãos, enquanto a outra continuava sobre a barriga como uma forma de proteção. No entanto, quando minha esposa está prestes a me alcançar, vejo Bárbara pegar uma arma em sua cintura e apontar para Ally.

— Mors monarchia! ¹ - E essas foram as últimas palavras de Bárbara antes de atirar contra Ally, acertando as costas de minha esposa, que cai no mesmo instante.

Tento gritar, mas minha voz não saia. Ally agonizava há poucos metros de distância e eu não conseguia fazer nada. Eu estava preso em correntes que me impediam de me aproximar. Ela se arrasta para perto de mim com o braço estendido, tentando me alcançar, mas ela parecia não ter mais forças para lutar. O brilho na barriga de minha esposa aumentava a cada instante que ela perdia suas forças. Era como se ela estivesse toda sua energia vital para salvar a criança.

— Eu te amo, Austin. – Ouço Ally sussurrar, chorando baixo. – Sinto muito por não cumprir com a minha promessa. Eu te imploro, viva por mim e proteja nossos filhos...”

 

Sem saber ao certo onde estava, acordo assustado e como de costume, eu me encontrava sozinho na cama. Minhas respiração ofegante e meu coração acerelado me davam algumas pistas de que eu havia acabado de acordar de um pesadelo. Aos poucos, as cenas que me aterrorizaram dessa vez se tratavam de mais uma cena de minha esposa morrendo diante de meus olhos, enquanto eu permanecia paralisado, inutilmente, sem conseguir fazer nada.

Levanto atordoado, com o rosto molhado, e caminho em direção a varanda do quarto. Ainda demoraria algum tempo até que o sol nascesse. Observo por alguns instantes a paisagem da cidade coberta pela neblina. Suspiro e fecho os olhos, aproveitando a brisa gélida que atingia meu rosto e meu tronco desnudo. Respiro fundo, tentando acalmar a agitação e a angustia que sentia desde que havia acordado. Havia sido tão real. Levo minha mão ao peito e o aperto.

Eu não sabia dizer se havia sido apenas um pesadelo ou um aviso. Não era  a primeira vez que eu tinha sonhos com Ally sofrendo algum tipo de ataque, mas eu nunca havia sonhado algo semelhante ao pesadelo dessa noite. Ally e Bárbara se enfrentando. Apenas em pensar nas imagens da morte de minha esposa em meu pesadelo, sinto meu peito se apertar.

Decido tomar um banho para tentar esvaziar a mente e, quem sabe, fazer desaparecer a sensação sufocante que eu sentia naquele momento. Retiro a calça moletom que eu vestia e entro dentro do box de vidro do banheiro. Deixo a água cair em meu rosto, procurando afastar os pensamentos ruins que haviam em minha mente. Coloco minhas mãos na parede e apoio meu corpo, deixando minha cabeça baixa para que a água caísse em minha nuca.

Aos poucos, passo a me sentir mais calmo. A água, naquele momento, servia como um consolo e um calmante, que me fazia voltar a realidade. Repito a mim mesmo que tudo havia sido um pesadelo. Nada daquilo era real, no entanto, eu sabia que só queria me acalmar por completo quando estivesse com minha esposa em meus braços.

E como se minhas preces tivessem sido ouvidas, sinto uma movimentação vinda do lado de fora do box. Observo de maneira discreta a silhueta através do vidro embaçado. Permaneço parado com um sorriso moldando meus lábios, enquanto a água quente caia sobre meu corpo.

A porta do box é a aberta e sinto os braços de minhas esposa rodearem meu tórax. O cheiro suave de seu perfume tão conhecido por mim invade meu olfato, enquanto meu corpo se arrepia com os beijos que Ally distribui por minhas costas e suas mãos passam a descer delicadamente.

— Aceita companhia? – Sussurra Ally e consigo sentir meu corpo inteiro estremecer ao som de sua voz soando de maneira tão sexy.

— Sua companhia é sempre bem-vinda. – Respondo, sorrido.

Viro-me para encarar seus olhos e vejo o brilho intenso nos chocolates que tanto amo. Levo minha mão esquerda a sua cintura e a puxo para mais perto de mim, apertando a pele macia da região. Ally arfa, um pouco surpresa com minha reação, no entanto, não demora muito para que um sorriso malicioso apareça em seus lábios.

Com a mão direita em sua nuca, conduzo um beijo intenso e quente. Ela correspondia com igual necessidade, como se soubesse exatamente do que eu precisava naquele momento. Eu precisava daquele contato. Precisava saber que ela estava a meu alcance, que eu a tinha em meus braços. Eu precisava ter certeza de que havia sido apenas um pesadelo e que eu jamais a perderia.

Desço os beijos pelo pescoço de Ally, enquanto suspiros satisfeitos deixam seus lábios. Aproveitando que seus braços já estavam em torno de meu pescoço, eu a suspendo e a pressiono contra a parede. Nossos lábios se encontram mais uma vez. A água do chuveiro continuava a cair sobre nossas peles sensíveis pelos sentidos aguçados naquele momento. Era quente. Alucinante.

Cada parte de meu corpo se dedicava a apreciar o corpo de minha esposa. Minhas mãos deslizavam pelas curvas de Ally, enquanto eu gravava em minha mente sua beleza descomunal e poética, entregue aos instintos e aos sentimentos que invadiam nossa alma.

— Austin...

Os sussurros que saiam da boca de Ally era como a mais belas das melodias, deliciando minha audição com incentivos de prazer. O que eu sempre amei em Ally era a forma como ela, de forma inconsciente, sempre deixava seus sentimentos à mostra nesses momentos. Seus olhos brilhando em desejo era como a porta ao paraíso. Não havia máscaras e nem medo de se expor. Ela é apenas Ally. A verdadeira Ally, a mulher por quem eu me apaixonei.

Afasto-me e a observo por alguns instantes. Ela volta a ficar de pé, com as costas contra a parede. Cada célula de meu corpo desejava Ally. As cicatrizes deixadas em sua pele contando as histórias de uma guerra que desejávamos esquecer traziam ainda mais beleza a meu ver. Minha esposa é uma mulher forte e admirável. E quanto mais eu a encarava, mais as lembranças de meu sonho voltam a minha mente e uma mistura de sensações se tornam presente.

Ally me encara confusa. Talvez tentasse ler o que se passava comigo, o porquê de ter parado tão repentinamente, ainda que meu corpo deixasse claro que eu estava mais do que envolvido naquele momento. E sem dar chances a morena de me questionar, eu ataco seus lábios mais uma vez. Mais intenso, mais desesperado. Eu queria que seus beijos tirassem de mim aquele sentimento de perda e dor, que levasse para longe toda a minha insegurança e receios.

Minhas mãos a puxam pela cintura e apertam o local com firmeza. Ally apenas se deixa ser conduzida, totalmente entregue mais uma vez. Seus braços ao redor de meu pescoço, puxavam-me em sua direção e colava ainda mais nossos corpos. Era como se estivéssemos em um transe. Meus sentidos buscavam Ally de todas as formas, deliciavam-se com cada detalhe já tão explorado por mim durante esses anos de casamento.

Eu jamais me cansaria de tê-la em meus braços, sentindo a pele macia e delicada, enquanto minhas mãos deslizavam pelas curvas de seu corpo ou de sentir como nossos corpos se encaixam de maneira simétrica, singular. Do cheiro levemente adocicado que emanava de Ally e me inebriava e encantava sem qualquer hesitação, tornando-me um viciado em seu aroma natural. Dos suspiros e gemidos de prazer que saiam de sua boca, cada vez que eu encontrava um ponto sensível de seu corpo e a tocava da forma como ela desejava. De beijar a boca que se encaixava tão bem com a minha e me fazia sentir seu sabor tão viciante ou de deliciar-me com seu gosto incomparável quando beijava seu corpo.

Mas de longe, o sentido que eu mais apreciava ao estar com minha esposa é a minha visão. Eu jamais me cansaria de encarar Ally e me encantar todas as vezes com sua beleza única. Não somente exterior, porque minha esposa conseguia ser realmente superior a todas as mulheres que conheço, mas a interior. Os pequenos detalhes como a forma como seus olhos mudam sutilmente de cor conforme suas emoções variam ou como seu sorriso poderia aquecer até mesmo o coração mais gélido do mundo ou a maneira como ela me encarava como se eu fosse realmente a pessoa mais importante de seu mundo naquele momento.

É realmente prazeroso ver suas reações diante das formas como eu a tocava, cheirava, provava e buscava por seus sussurros e murmúrios de excitação. Eu tentava gravar tudo em minha mente, como uma memória preciosa, que eu faria questão de relembrar mais e mais vezes. Por isso, naquele momento, eu me concentrava em Ally, que aos poucos, conseguia me fazer esquecer todos os tormentos que me incomodavam a instantes atrás.

Levo minha mão a sua nuca e puxo seu cabelo, fazendo nossas bocas se separarem um suspiro de prazer escapar de Ally. Ela afasta o pescoço, concedendo-me total acesso ao local. Distribuo beijos e dou leves mordidas na pele alva. Vejo seus pelos se eriçarem. Ally crava suas unhas em minhas costas, que provavelmente deixariam marcas por alguns dias, e morde os próprios lábios, como se tentasse se controlar.

— Não segure. Deixe-me ouvir você. – Sussurro em seu ouvido e mordo o lóbulo de sua orelha. Ela arfa e o som que tanto amo ouvir finalmente se faz presente. – Bem melhor.

Desço os beijos e por seus seios e aproveito a região por um tempo, apreciando os gemidos cada vez mais altos de Ally. Continuo a trilha de beijos e mordidas até a barriga de minha esposa. Como um flash, a lembrança do sonho invade a minha mente. Não sei porquê, talvez pelo brilho forte e caloroso que veio daquela região em meu sonho, mas aquele ponto me causava tanto interesse, que acabo por apenas encostar minha cabeça e abraço Ally com força. Ainda atordoada e dividida entre o prazer e a racionalidade, ela se apoia em meus ombros e sorri ainda com os olhos fechados, enquanto encosta a cabeça na parede.

— Austin... o que você está esperando? – Ally sussurra em tom divertido e, ao mesmo tempo impaciente, ainda que o sorriso amoroso continuasse em seus lábios. – Não temos muito tempo.

— Temos todo o tempo do mundo. – Corrijo e ela ri e arfa mais uma vez, quando me levanto e a suspendo junto comigo.

— Não hoje. – Afirma, mordendo meu ombro em seguida. Suspiro, afetado pela ação. – O baile ocorrerá ao fim do dia.

— Não estrague o clima. – Resmungo e Ally ri novamente, beijando meus lábios em seguida, como em um pedido mudo de desculpas.

E o beijo que se iniciou de maneira doce, não demora muito a se tornar intenso mais uma vez. As mãos mais uma vez trabalhavam em busca de contato. Os suspiros se misturavam ao som da água caindo e não nos importávamos com mais nada além de sucumbir ao desejo que nos atingia de maneira quente, intoxicante. Como uma droga alucinógena, que levava qualquer racionalidade para longe, dando lugar apenas a luxuria.

A pressa pelo alívio e o desejo para sentir Ally fizeram com que eu finalizasse de uma vez por todas aquelas preliminares e nossos corpos se encaixassem por completo. A sensação de tê-la era única e não importasse quantas vezes eu a tomasse para mim, para mim era sempre como a primeira vez. A mesma excitação e ansiedade.

O chocar de nossos corpos, a forma como ainda que estivéssemos molhados, nossas peles continuavam em chamas, tudo era insano e envolvente. O ritmo e sintonia que nos encontrávamos era quase como uma obra prima.  Estávamos conectados em nosso próprio mundo, transcendendo qualquer explicação racional. Eu me sentia completo, vivo, despertado por emoções e sensações ímpares, que somente Ally conseguia me fazer experimentar.

— Eu te amo.

O sussurro misturado ao gemido de prazer escapar por entre seus lábios e delicia a minha audição, como a mais bela das canções. E tudo que eu consigo fazer é permitir que um som rouco, quase bestial saísse de minha garganta, absorto em meus instintos. Amor, desejo, prazer... tudo se misturava em minha mente e tudo levava a uma só pessoa: Ally.

—  Eu te amo.

Permito-me dizer, quando me desfaço, sentindo um calor ainda maior dentro de mim, enquanto minha esposa mordia meu ombro tão extasiada quanto eu. A respiração ofegante de Ally se chocava contra meu pescoço e eu continuava a tentar recuperar o fôlego.

Ainda atordoada pelo que havia acontecido, as pernas de Ally parecem fracas demais para sustentar seu corpo. Seguro em sua cintura apoiando-a, enquanto um sorriso satisfeito adornava seus lábios vermelhos e inchados. Deixo um beijo em sua testa e começo a ensaboar seu corpo, ciente que demoraria algum tempo até que ela voltasse completamente ao normal.

Ao fim do banho, seguimos de volta para o quarto, em um silêncio confortável. Visto minhas roupas e observo Ally procurar por algo em seu closet. Aproximo-me da varanda e passo a observar a paisagem.

A neve caia intensamente pela cidade, dando início ao inverno rigoroso típico de Füssen nessa época do ano. Havia uma grande possibilidade do mal tempo interferir no baile que ocorreria ao final da noite. Sinto os braços finos de Ally rodearem meu corpo, fazendo desaparecer qualquer preocupação no mesmo instante.

— Não se preocupe. O tempo vai melhorar. – Responde, parecendo ler a minha mente.

— Você tem certeza que quer participar do baile? Sabe que posso cuidar de tudo enquanto você descansa. – Afirmo, virando-me para minha esposa.

— Eu sei que pode, mas eu garanto que estou bem. Além disso, esse baile é importante demais para me manter afastada. Quero acompanhar tudo de perto e garantir que tudo saia como planejamos.

Suspiro diante da teimosia de Allycia, no entanto, eu sabia que jamais conseguiria vencer essa batalha, então apenas aceito sua decisão. Permanecemos abraçados por algum tempo, curtindo a companhia um do outro, até que a porta é aberta de uma vez e o corpo franzino de meu filho corre em nossa direção.

— Mamãe! Papai! O vovô e a vovó chegaram! – Anuncia o garoto, animado, enquanto estendia o braço para ser pego no colo.

— Vamos receber seus pais. O dia está apenas começando. – Avisa Ally, sorrindo animada, enquanto me observava pegar Enzo no colo.

Dou de ombros e começo a seguir Ally para fora do quarto, mas antes que deixássemos nossos aposentos por completo, seguro o pulso de minha esposa, impedindo que ela saísse. Ally me encara confusa, tentando entender o porquê de meu comportamento atípico.

— Ally, você está realmente bem? – Insisto e a confusão se intensifica ainda mais em sua face.

— O que aconteceu? Você parece inquieto e está agindo muito estranho. Está tudo bem? – Pergunta Ally, preocupada.

Abro e fecho a boca algumas vezes, sem saber o que responder. Eu gostaria de contar sobre meu pesadelo, mas ao mesmo tempo, parecia algo bobo demais para me preocupar e me alarmar tanto. Foi apenas um sonho ruim. Nada além disso. Ally é a melhor lutadora que conheço e ela afirma está bem. Não há motivos para me sentir tão apreensivo.

— Vamos! Eu quero brincar com o vovô! – Apressa Enzo, em uma agitação matinal quase incomum do garoto. Ele realmente ama brincar com meus pais. Sorrio para meu filho e bagunço seus cabelos sobre resmungos.

— Não é nada. Apenas bobagens. – Garanto, dando um sorriso forçado. Estendo minha mão à Ally, que a pega ainda desconfiada. – Vamos? Tenho certeza de que meus pais estão famintos.

Ally suspira e concorda, deixando que o assunto passasse. Seguimos para o hall do castelo, enquanto minha mente continuava a pensar o porquê daquele sonho mexer tanto comigo. Talvez a presença de minha prima ou o brilho incandescente que veio da barriga de Ally. Não sei. Mas de uma coisa eu tinha certeza, eu precisaria ficar atento a proteção de Ally. Uma guerra está para acontecer e eu sinto que ainda há muitos mistérios e segredos que estão muito próximos de serem revelados.


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Notas finais do capítulo

Oii amores! O que acharam? Erros ortográficos? Sugestões? Críticas?

Bom, eu ia fazer o hot mais para frente, mas percebi que a partir de agora vamos ter o início das brigas e muitas confusões, então acabaria não sendo possível colocar esse hot tão cedo. Lamento se esse capítulo ficou confuso, mas como sabem, esse gênero não é exatamente o meu melhor. Enfim, deixem a opinião de vocês! Beijocas e até mais!

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